![]() ![]() Volume 13 - 2008 Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini |
Janeiro de 2008 - Vol.13 - Nº 1 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1. Resistência de Georges Daumézon a força opressora do nazismo Eliezer de Hollanda Cordeiro Um livro publicado a partir de arquivos inéditos encontrados no Hospital psiquiátrico de Fleury-les-Aubrais, um artigo de Alain Amar publicado na última edição da ‘’Lettre de Psychiatrie Française’’ vêm relembrar, reconhecer e salientar a importância de Georges Daumézon na história da psiquiatria francesa às vésperas, durante e após a Segunda Guerra Mundial.
<Artigo de Alain Amar
Comecemos pelo artigo ‘’Homenagem a Georges Daumézon que completaria 95 anos em 2007 ‘’, escrito pelo psiquiatra e psicanalista Alain Amar. Desde as primeiras linhas declara ter ‘’a imensa honra e o privilégio de ser um dos inúmeros alunos e internos daquele que considera como seu único Mestre em psiquiatria.’’ E, após oferecer-nos uma curta biografia salientando as qualidades pedagógicas e o ensino de Georges Daumézon, salienta os ‘’seminários prestigiosos e muito frequentados’’ que ele organizava:
- uma vez por semana : ‘’apresentações de casos tendo como ponto de mira a semiologia, estudos de casos inscrevendo-se numa perspectiva de psiquiatria comparada ; apresentações de Henri Ey, Jacques Lacan, Castoriadis-Aulagnier, discussões sobre os traçados EEG com a Doutora G. Lairy ’’, para só citar alguns exemplos.
-a cada quinze dias : seminários de neuro-anatomia e fisiologia, de semiologia e nosografia, de psiquiatria comparada e de pedo-psiquiatria para futuros psiquiatras.
Esta enumeração, contudo, não levou em conta as conferências organizadas em Henri Rousselle por Henri Ey, que convidava psiquiatras e psicanalistas de renome para falar das relações entre as duas disciplinas. Estes encontros davam lugar a debates animados pelo próprio H. Ey, que costumava defender suas próprias concepções sobre a psiquiatria.
Alain Amar escreveu ainda que G.Daumézon era um :’’Homem rigoroso que rejeitava com desprezo todo comprometimento, mas escutava com calor e simpatia todos os que o consultavam’’. Ele enumerou também as principais contribuições legadas por Georges Daumézon à psiquiatria :
1) Com Lucien Bonnafé, redigiu em 1946 relatórios que lançaram as bases da psiquiatria de setor. 2) Criou o CEMEA em 1949, ‘’tornando-se o principal animador dos grupos de discussões destinados às pessoas ditas subalternas dos hospitais psiquiátricos’’. 3) Com Lucien Bonnafé, François Tosquelles, Julien de Ajurriaguerra e Le Guillant, ‘’contribuiu para a criação da psicoterépia institucional’’. 4) Aliás, o termo ‘’psicoterapia institucional apareceu pela primeira vez num longo artigo que publicou nos Annais Portugueses de Psiquiatria, em 1952’’. 5) Criou, em 1967, o CPOA (Centro Psiquiátrico de Orientação e Acolhimento), funcionando de dia e de noite sem interrupção, com a finalidade de receber, orientar e atender pacientes em crise. Foi o primeiro serviço destinado ao atendimento das urgências psiquiátricas na França. 6) Por último, Alain Amar propõe aos leitores uma seleção, ‘’uma bibliografia que, embora dispersa é muito rica e interessante, na qual podemos perceber dois temas que muito interessaram Georges Daumézon : a história da psiquiatra e a semiologia.
< ‘’Interné d’office’’ : Do campo de internamento de Beaune-La-Rolande…Ao Hospital Psiquiátrico de Fleury-les-Aubrais, Edições CERCIL, 45000, Orléans, [email protected]
O livro, Interné d’office, assinado pelos historiadores Isabelle von Bueltzingsloewen e Benôit Verny, prefaciado pela professora universitária e vereadora orleanesa, Hélène Mouchard-Zay, conta a história de Abraham Zoltobroda, um Judeu polonês que simulou uma patologia mental, em 1941, afim de escapar aos campos de internamentos do Loiret.
Os historiadores consultaram os arquivos do CHS de Fleury-les-Aubrais e, notadamente, o jornal manuscrito de Abraham relatando as condições de sua estadia durante mais de dois anos no referido hospital. Esta ‘’estratégia de sobrevida’’ deu certo e evitou que o ‘’doente’’ fosse enviado aos campos da morte na Alemanha. O testemunho inédito de Abraham Zoltobroda mostra, como escreveu Hélène Mouchard-Zay, que (…) ‘’Mesmo no hospital, o Regime de Vichy e os nazistas não esqueceram os Judeus : eles eram recenseados, controlados, vigiados, tinham as suas cartas censuradas pelos Alemães e as visitas eram proibidas. A perseguição alcançou o hospital, mas houve entretanto protesto da instituição’’.
E é aqui que vai se destacar Georges Daumézon, nomeado médico-chefe do Hospital de Fleury em 1938, função que desempenhou até 1951, mas também os Doutores Caron e Léculier, seus assistentes. No livro já mencionado, ‘’Interné d’office’’, Isabelle von Bueltzingsloewen escreveu : ‘’ (…) Se Abraham Zoltobroda não foi deportado, como ocorreu com tantos outros camaradas (…) foi porque teve a sorte de ser internado no hospital psiquiátrico de Fleury-les-Aubrais, um internamento que não se justificava do ponto de vista da saúde mas que foi possivel graças à complicidade do Doutor Daumézon e dos dois médicos-chefes, os doutores Caron e Léculier’’, (pág.99). Lembremos que o hospital de Fleury era situado na zona francesa ocupada pela Alemanha e que ‘’os diretores e médicos-diretores dos asilos eram obrigados a fornecer a lista dos doentes judeus internados em seus estabelecimentos e atualizá-la a cada mês’’ (pg103).
Em notas consignadas no ‘’Livro da lei’’, onde eram registrados dados sobre as pessoas internadas (nome, estado civil, data da admissão, decreto do Prefeito ordenando a hospitalização, certificados médicos), Hélène Mouchard-Zay encontrou uma, datada de 1942, sobre uma paciente internada e separada de seu filho : ‘’Sem papel de identidade, com uma etiqueta da Cruz Vermelha onde se pode ler o nome, G., bem como o do filho, Ló, escrito entre parênteses’’. E no mesmo ‘’Livro da Lei’’, outra nota, datada de abril de 1943, precisa que Georges Daumézon escreveu ao comandante do campo de Beaune-la-Rolande pedindo-lhe para ‘’mandar dar buscas e localizar a criança’’ (Idem, pág. 5).
Datado de 10 de dezembro de 1941, podemos ler um documento assinado por Damézon (Idem, pág.106) ‘’chamando a atenção da comissão de vigilância para o aumento anormal do número de mortes no hospital de Fleury’’. Sem cessar, Daumézon, Caron e Léculier ‘’alertam as autoridades e os serviços de abastecimento sobre a situação dramática dos doentes’’ (…) Lembram que em 1940 já haviam assinalado ‘’as consequências inquietantes da fome : 232 mortos (…) um índice de mortalidade superior ao pior ocorrido na história do hospital, em 1918, por ocasião das epidemias de gripe’’. Os tres médicos vão mais longe, falam até de ‘’hecatombe’’ ao escreverem ao diretor regional da Família e da Saúde, esperando que ‘’ os gritos de aflição de todos os alienistas que assinalaram aos poderes públicos a hecatombe pavorosa que atingiu os seus doentes, serão entendidos. E que eles esperavam obter em favor dos doentes afamados, suplementos de porções alimentares (Idem, págs.106-107).
Isabelle von Bueltzingsloewen escreveu ainda que os tres médicos do hospital psiquiátrico de Fleury-les-Aubrais,’’Determinados a salvar seus doentes mas constatando que a pressão que exerciam sobre as autoridades locais só produziam poucos resultados, mobilisaram-se ao lado de colegas de outros hospitais psiquiátricos. Numa intervenção muito engajada, no Congresso dos médicos alienistas e neurologistas da França e dos países de língua francesa, em Montpellier (outubro de 1942), denunciaram vigorosamente a situação dos doentes internados e interpelaram as autoridades’’ (…) declarando que comunicariam os dados constatados quando da hecatombe de Fleury e que exigiriam que os poderes públicos fornecessem os suplementos alimentares aos doentes internados (Idem, pág.108).A Société Médico-Psychologique da qual fazia parte Georges Daumézon, empreendeu ações coroadas de sucesso : ‘’em 4 de dezembro de 1942, o secretário de Estado para a Família e a Saúde satisfez as reivindicações dos médicos dos hospitais psiquiátricos’’(idem), o que melhorou imediatamente a situação dos prisioneiros, como Daumézon constatou num relatório publicado no ano seguinte.
Mas devemos notar que neste período sombrio da história da França, mais de 40 000 pessoas internas em hospitais franceses morreram entre 1940 e 1944 (tese de Max Lafon, 1980), citada por C. Koupernik, conforme ‘’Eugénisme et psychiatrie’’, in« Symposium du jubilé de L'Association mondiale de psychiatrie). Para este e muitos outros autores, esta hecatombe foi o resultado da aplicação da ideologia eugênica nazista que preconizava a supressão dos ‘’tarados’’ e dos ‘’inúteis’’, entre os quais os ‘’doentes mentais’’. Semelhante atitude para com os doentes mentais e os criminosos teria sido a origem da ‘’morte suave’’ (na realidade : morte de fome), escreveu C. Coupernik. Para maiores informações sobre a história do eugenismo na França, os leitores são convidados a ler o artigo que publicamos na Polbr de Dezembro de 2004 E poderão encontrar também uma biografia que escrevemos sobre Georges Daumézon na Polbr de de Novembro de 2006. 2. O Carnaval da Guiânia : Uma questão de identidade cultural- Esboço de uma interpretação socio-cultural e psicológica do carnaval guianês Por Singaïny Erick J-Daniel¹ Tradução: Eliezer de Hollanda Cordeiro Resumo : Por meio da « Touloulou », personagem mítica do carnaval guianense, o autor procura tornar bem visível a « sombra transportada » deste carnaval a partir de um enfoque socio-cultural e psicológico do fenômeno. Palavras chaves : carnaval guianense – enfoque socio-cultural e psicológico –Touloulou ¹ Psicólogo clínico Endereço N°3, chemin Eliard-Laude. Basse-Terre 97410 Saint-Pierre (REUNION) e-mail : [email protected] Introdução É muito banal constatar que o Carnaval não se reduz a um « simples folclore » de uma sociedade que visitamos. Básta-nos observar a maneira como este acontecimento suscita uma verdadeira frenesia cromática, musical e comportamental nas pessoas que dele participam ou seja, uma grande parte da própria população.Tentaremos dar conta deste fenômeno popular, não em sua totalidade empírica (em seus aspectos econômicos ou políticos por exemplo) - não temos esta pretenção -, mas em sua dimensão socio-cultural e psicológica. « Touloulou », personagem mítica do carnaval guianense, servirá de exemplo original para ilustrar o que queremos mostrar aqui, isto é que o carnaval revela através de mecanismos de comunicação aceitos culturalmente, uma idéia da relação entre um sujeito e um grupo à sua própria história. « Touloulou » : uma personagem mítica do carnaval guianense O Touloulou é uma figura central do carnaval guianense. Esta denominação designa uma personagem feminina enfeitada com ornamentos vestimentários geralmente cintilantes e muito bem cuidados, recobrindo inteiramente o corpo do interessado e conferindo-lhe um caráter misterioso.1. Os Touloulous têm seu próprio espaço de expressão aceitos cultural e tradicionalmente, eles desfilam nos « bailes de gala dos mascarados », verdadeiras « Casas» traditcionais 2. Um público numeroso, especialmente de criolos, vem assistir e participar do espetáculo. Com efeito, os Touloulous têm suas próprias regras, são elas que « dirigem a dansa », escolhem seus cavaleiros que desfilam somente com o rosto descoberto.3 Este comportamento codificado, objeto de uma verdadeira veneração da parte dos adeptos, (há nele um verdadeiro tabu, uma interdição de desvendar a identidade do Touloulou) e contido num universo « sacralizado »4, dá-nos elementos para a compreensão do estado das relações sociais entre homens e mulheres assim como entre os sexos. Esboço de uma interpretação socio-cultural e psicológica do carnaval guianense Do ponto de vista sociocultural, poderíamos dizer que o Touloulou é o fruto do encontro entre as classes sociais e o processo histórico guianense. Disto decorre uma recriação que permite de maneira simbólica, pelo menos uma vez ao ano, formas particulares de relações interpessoais fundadas na iniciação5 e num novo tipo de relação de poder entre homens/mulheres, pobres/ricos, brancos/negros.Com efeito, nos « bailes de gala dos mascarados » encontramos mulheres que vivem , segundo a expressão de Servulo Augusto Figueira [1], uma « situção familiar com cartographie emaranhada »6 mas também indivíduos que pertencem ao meio popular ou à classe média, indivíduos para os quais o futuro resta problemático.A abertura do carnaval é pois um momento esperado que permite, num espaço preciso, num intervalo de tempo sagrado - a realização de « todos os possíveis», isto é a criação de novos comportamentos e de novas identidades7 que acarretam não só um sentimento de exaltação comunitária mas também, para aquele que está em situação de sofrimento ou suporta une provação social, um estatuto de prestígio e de poder (sentimento todo poderoso), estatuto que não pode ser obtido numa sociedade civil. Assim, aderir à « comunidade carnavalesca» assegura ao indivíduo atravessando uma provação psicosocial, uma integração na sociedade e uma diferenciação com relação à mesma. O « baile de gala dos mascarados » é pois um espaço grupal que permite ao indivíduo de se exprimir e ter acesso a uma maior liberdade pessoal.O visitante de passagem que penetra neste recinto fica certamente surpreso pela atmosfera que ali se manifesta : uma mistura sufocante de calor, suores, rítmos subjugantes que acompanham corpos entrelaçados cujas posturas evocam às vezes, um ato sexual. Que ninguém se engane, trata-se mesmo de um processo metonímico induzido pelas músicas e canções carnavalescas compostas, essencialmente, de simbolos fálicos ( «Pica-enganosa », « cortador de cana », etc.) e de movimentos de dansa evocadores («picado», « tremor », etc.) aos quais participa a comunidade inteira. Este recinto com sua forte carga emocional e simbólica desempenha, no plano psicológico, o papel de um receptáculo que contém e elimina no participante, tendências instintivas inconscientes. Quais são pois os processos individuais que estão em jogo neste carnaval ? À luz dos dados precedentes, podemos pensar que os espaços de expressão carnavalesca são suscetíveis de agir no sujeito, no sentido de sua reorganização psicológicaa e social. A inserção no espaço social do carnaval permite ao iniciado de escapar à tirania da « Túnica de Nessus »8 que a sociedade cola sobre a sua pele, convertendo suas dificuldades psicológicas e sociais num fenômeno culturalmente aceito. O carnaval, os « bailes de gala dos mascarados » dá lugar a atos unitivos [2]. Estes consistem « em pensar, agir, sentir na mesma direção (...) », em criar « um centro de gravidade no indivíduo, origem de um segurança interna permitindo-lhe auto-regul ar-se isto é de controlar a sua emotividade, sentimentos como o tédio, a culpabiliade e eliminar as respostas mecânicas habituais, inventar novos papéis, agir com coerência na direção por ele escolhida ». Dito de outra maneira, o carnaval garante uma função criadora e sublimatória, permitindo ao participante em proa a um mal estar psicológico ou social, de elaborar o seu sintoma até um certo ponto, sintoma do qual muitas vezes não tem consciência e que que não pode ser tratado em outro lugar. Mas aqui o procedimento psicológico é efêmero e custoso, o apaziguamento das tensões internas que se trata de obter é estreitamente ligado (fenômeno de dependência) à participação repetitiva no carnaval. Para servir de conclusão Decididamente, o carnaval é uma enorme projeção rítmica, dansada e cantada das dificuldades psicológicas e sociais da sociedade guianense, praticamente sobre a totalidade de seus composantes culturais.9 Mas é também uma afirmação identitária verdadeira. Com efeito, através do carnaval, o Guianense se percebe como o produto de uma história que o constitue e que encontra seus fundamentos num passado longínquo, (neste caso o mito é a Obra). Esta experiência interna se acompanha de uma revelação, a saber que o carnaval forma a raiz do seu ser profundo, frequentemente determinada por ele. Sente-se pertencer não mais à comunidade dos que compartilham sua vida cotidiana mas àquela com a qual compartilha- num dado momento-uma história, isto é, a sua. Referências : [1] Laplantine. F., : L'ethnopsychiatrie. Paris : Editions PUF, Coll Que sais-je ? 1988 : 60 (cité par). [2] Hamid Sallmi , : « La communication défensive dans un groupe sectaire ». Nouvelle Revue d'Ethnopsychiatrie, 1987 ; n°7 : 86. _______________________ 1 O mistério é também mantido por um ritual preparatório onde os homens são completamente excluidos (inversão dos papéis/desequillíbrio simbólico) 2 « Nana » e« Polina » são os dois lugares míticos. Notemos que são símboloes femininos. 3 Os homens retomam o « direito fálico» nas noites « Tololos » (figura masculina da Touloulou). Este fenômeno popular toma atualmente um amplor muito grande (inversão dos papéis /reequilíbrio simbólico). 4 Na medida em que ele engaja a existência da totalidade da comunidade carnavalesca. Nestas casas (ou Templos), cada um tem seu grupo, seus músicos fetiches, sua cor de ambiência, sua população, etc. E cuidado para a mulher que não se disfarçar ! 5 Os Guianenses utilizam o termo Universidade para qualificar este rito de passagem. O iniciado obtém um « diploma » simbólico (outorgado geralmente durante a noite da «terça-feira gorda ») marcando a sua adesão à comunidade carnavalesca. O candidato transforma-se então de maneira verdadeira. 6 Coexistência contaditória de um modelo identitário (aqui matriarcal) e das formas « modernas » de existência». 7 Trata-se bem de uma metamorfose identitária verdadeira permitindo ao sujeito de satisfazer todos os seus fantasmas. 8 Nessus é um Centauro da mitologia Grego-romana. Após os 12 trabalhos, Hércules que havia esposado Déjanire, teve de se exilar com ela, após um acidente grave. Durante a viagem, o Centauro Nessus quis violar a jovem. Hércules matou-o com as suas flechas. Mas agonizante, Nessus ofereceu a Dyanis um filtro de fidelidade que, na realidde, era um veneno.Dyanis derramou-o em cima da túnica de Hércules, ela pegou fogo e matou o herói.A túnica de Nessus representa pois várias coisas : presente envenenado, símbolo das paixões, constrangimento. 9 Concordamos com a análise psicológica feita por Laplantine sobre o Umbanda no Brasil [1].
3. REVISTAS *La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale *PSN :(psychiatrie, sciences humaines, neurosciences) : rue de la convention, 75015 paris. Fax : 0156566566 *Psydoc-broca.inserm.fr/cybersessions/cyber.html
4. ASSOCIAÇÕES
*Association française pour l’approche integrative et eclectique en psychotherapie (afiep) *Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp) *Association française de musicotherapie (afm) *Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc) *Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump) *Association nationale des hospitaliers pharmaciens et psychiatres (anhpp) *Association scientifique des psychiatres de secteur (asps) *Association pour la fondation Henri Ey *Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep) *Collectif de recherche analytique (cora) *Groupement d’études et de prevention du suicide (geps) *Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap) *Groupe de recherches pour l’application des concepts psychanalytiques a la psychose (grapp) *Société française de gérontologie *Société française de thérapie familiale (sftf) *Société française de recherche sur le sommeil (sfrs) *Société française de relaxation psychotherapique (sfrp) *Fédération française d’adictologie *Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française *Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam) *Association Psychanalytique de France (apf) *Société Psychanalytique de Paris (spp)
*Coordination (coordenador): Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO ![]()
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