Junho de 2025 – Vol. 31 – Nº 6

Walmor J. Piccinini

Quais as possíveis diferenças entre Pagé, curandeiro e morubixaba?

Esses termos têm significados distintos, mas podem se sobrepor dependendo da cultura e do contexto:

  • Pagé: É uma figura espiritual e curandeira dentro das tribos indígenas, especialmente no Brasil. O Pagé é responsável por rituais, curas e comunicação com espíritos e deuses2. Ele pode ser visto como um xamã, tendo conhecimento profundo sobre ervas medicinais e práticas espirituais.
  • Curandeiro: Esse termo é mais amplo e pode se referir a qualquer pessoa que pratica a cura por meios naturais, espirituais ou tradicionais. Um curandeiro pode ser um Pagé, mas também pode ser alguém fora das tradições indígenas que usa ervas, rezas ou outras técnicas para tratar doenças.
  • Morubixaba: Esse termo vem do tupi e significa “chefe” ou “líder” de uma tribo indígena. Diferente do Pagé, que tem um papel espiritual, o morubixaba é mais voltado para a liderança política e social da comunidade, sendo responsável por decisões e organização da tribo.

Ou seja, enquanto o Pagé e o curandeiro têm funções ligadas à cura e espiritualidade, o morubixaba é um líder tribal.

Hipócrates defendia causas naturais para as doenças, já Platão descrevia a ideia da alma e seu sofrimento. esta dualidade seguiu pelos tempos que podes dizer a respeito

Hipócrates e Platão representam duas abordagens distintas para entender as doenças e o sofrimento humano. Hipócrates, conhecido como o “pai da medicina”, acreditava que as doenças tinham causas naturais e podiam ser tratadas através da observação e do estudo do corpo humano. Ele enfatizava a importância de fatores como dieta, ambiente e estilo de vida na saúde.

Por outro lado, Platão, um filósofo grego, tinha uma visão mais metafísica. Ele acreditava na existência da alma e que o sofrimento humano estava ligado ao estado da alma. Para Platão, a saúde do corpo estava intimamente relacionada à saúde da alma, e ele via a medicina como uma forma de cuidar tanto do corpo quanto da alma

Essa dualidade entre as causas naturais das doenças e a ideia da alma e seu sofrimento continuou a influenciar o pensamento médico e filosófico ao longo dos tempos. A medicina moderna, embora baseada principalmente em causas naturais e científicas, ainda reconhece a importância do bem-estar mental e emocional na saúde geral.

Como entra Aristóteles nesta ´dúvida entre alma e corpo?

Aristóteles, um dos mais influentes filósofos gregos, trouxe uma perspectiva única para a questão da relação entre a alma e o corpo. Diferente de Platão, que via a alma e o corpo como entidades separadas, Aristóteles acreditava que a alma e o corpo eram interdependentes e inseparáveis.

Para Aristóteles, a alma era a “forma” do corpo, o que significa que ela dava vida e função ao corpo. Ele via a alma como a essência que define a natureza de um ser vivo. Segundo Aristóteles, a alma não poderia existir sem o corpo, e o corpo não poderia funcionar sem a alma. Ele dividiu a alma em três partes principais: a alma vegetativa (responsável pelas funções básicas de vida, como crescimento e nutrição), a alma sensitiva (responsável pelas percepções e movimentos) e a alma racional (responsável pelo pensamento e raciocínio).

Essa visão holística de Aristóteles influenciou profundamente a filosofia e a medicina, destacando a importância de considerar tanto os aspectos físicos quanto os aspectos mentais e emocionais na compreensão da saúde e do bem-estar.

Porque a Igreja Católica não queria a medicina e a levou para os mosteiros

A relação entre a Igreja Católica e a medicina na Idade Média é complexa e multifacetada. Durante esse período, a Igreja Católica desempenhou um papel significativo na preservação e transmissão do conhecimento médico. No entanto, havia uma tensão entre a prática médica e as crenças religiosas.

Uma das razões pelas quais a Igreja Católica tinha reservas em relação à medicina era a associação desta com práticas pagãs e supersticiosas. Muitos tratamentos médicos antigos envolviam rituais e crenças que eram incompatíveis com a doutrina cristã. Além disso, a Igreja valorizava a cura espiritual e acreditava que a fé e a oração eram fundamentais para a saúde e o bem-estar.

Para proteger e controlar o conhecimento médico, a Igreja Católica levou a prática da medicina para os mosteiros. Os monges eram frequentemente os únicos alfabetizados e tinham acesso aos textos médicos antigos. Nos mosteiros, eles copiavam e preservavam esses textos, além de praticar a medicina de forma compatível com os ensinamentos cristãos. Os mosteiros se tornaram centros de aprendizado e cuidado médico, onde os monges ofereciam tratamentos baseados tanto na medicina antiga quanto na fé cristã.

Essa dualidade entre a medicina e a espiritualidade continuou a influenciar a prática médica durante a Idade Média, até que a Renascença trouxe uma maior separação entre ciência e religião.

Doença vista como pecado e castigo dos céus

A visão de doenças como pecado e castigo dos céus tem raízes profundas na história da humanidade e é especialmente prevalente em várias tradições religiosas. Durante a Idade Média, essa perspectiva era comum na Europa, onde a Igreja Católica desempenhava um papel central na vida das pessoas.

A crença de que doenças eram punições divinas por pecados cometidos era baseada na ideia de que Deus controlava todos os aspectos da vida humana, incluindo a saúde. Quando alguém adoecia, muitas vezes se acreditava que era um sinal de desagrado divino ou uma forma de purificação espiritual. Essa visão era reforçada por passagens bíblicas que associavam doenças e sofrimentos a punições por transgressões.

Essa perspectiva influenciou a forma como as pessoas buscavam tratamento. Em vez de procurar apenas soluções médicas, muitos recorriam a práticas religiosas, como orações, penitências e peregrinações, na esperança de obter cura divina. Os mosteiros, como mencionei anteriormente, tornaram-se centros de cuidado médico onde os monges ofereciam tratamentos que combinavam medicina e espiritualidade.

Com o avanço da ciência e da medicina, essa visão começou a mudar. A partir da Renascença, houve uma separação crescente entre ciência e religião, e as doenças passaram a ser entendidas principalmente como fenômenos naturais que podiam ser estudados e tratados de forma científica.

Doença vista como pecado e castigo dos céus

A visão de doenças como pecado e castigo dos céus tem raízes profundas na história da humanidade e é especialmente prevalente em várias tradições religiosas. Durante a Idade Média, essa perspectiva era comum na Europa, onde a Igreja Católica desempenhava um papel central na vida das pessoas.

A crença de que doenças eram punições divinas por pecados cometidos era baseada na ideia de que Deus controlava todos os aspectos da vida humana, incluindo a saúde. Quando alguém adoecia, muitas vezes se acreditava que era um sinal de desagrado divino ou uma forma de purificação espiritual. Essa visão era reforçada por passagens bíblicas que associavam doenças e sofrimentos a punições por transgressões.

Essa perspectiva influenciou a forma como as pessoas buscavam tratamento. Em vez de procurar apenas soluções médicas, muitos recorriam a práticas religiosas, como orações, penitências e peregrinações, na esperança de obter cura divina. Os mosteiros, como mencionei anteriormente, tornaram-se centros de cuidado médico onde os monges ofereciam tratamentos que combinavam medicina e espiritualidade.

Com o avanço da ciência e da medicina, essa visão começou a mudar. A partir da Renascença, houve uma separação crescente entre ciência e religião, e as doenças passaram a ser entendidas principalmente como fenômenos naturais que podiam ser estudados e tratados de forma científica.

Existe parapsicologia ou é a penas uma forma disfarçada de religião?

A parapsicologia é um campo de estudo que investiga fenômenos paranormais e experiências que não podem ser explicadas pelas ciências naturais convencionais. Isso inclui telepatia, clarividência, psicocinese, experiências fora do corpo e outros fenômenos que parecem desafiar as leis conhecidas da física e da biologia.

A parapsicologia se apresenta como uma disciplina científica, utilizando métodos de pesquisa rigorosos, como experimentos controlados e análises estatísticas, para investigar esses fenômenos. No entanto, a parapsicologia é frequentemente vista com ceticismo pela comunidade científica mais ampla, que argumenta que muitos dos fenômenos estudados não têm evidências suficientes para serem considerados reais ou que os resultados obtidos podem ser explicados por outros fatores, como fraudes, erros experimentais ou efeitos psicológicos.

Por outro lado, algumas pessoas veem a parapsicologia como uma forma disfarçada de religião ou espiritualidade, uma vez que muitos dos fenômenos estudados têm conotações espirituais ou místicas. A crença em fenômenos paranormais muitas vezes está ligada a sistemas de crenças pessoais e culturais que envolvem a existência de uma realidade além do mundo físico.

Em resumo, a parapsicologia é um campo controverso que tenta abordar questões que estão na fronteira entre a ciência e a espiritualidade. Enquanto alguns a consideram uma disciplina legítima, outros a veem com ceticismo e a associam mais à religião e à crença pessoal do que à ciência rigorosa.

O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu no século XIX, principalmente associada ao filósofo francês Auguste Comte. Ele propôs que o conhecimento humano deveria ser baseado em fatos observáveis e verificáveis, rejeitando explicações metafísicas e teológicas. Aqui estão algumas das bases do positivismo:

  1. Empirismo: O positivismo enfatiza a importância da observação e da experiência sensorial como fontes de conhecimento. Acredita-se que todo conhecimento válido deve ser derivado de dados empíricos.
  2. Ciência e Método Científico: O positivismo valoriza a ciência como a forma mais elevada de conhecimento. O método científico, que inclui observação, experimentação e verificação, é considerado a única maneira válida de adquirir conhecimento.
  3. Rejeição da Metafísica: O positivismo rejeita explicações metafísicas e teológicas, considerando-as especulativas e não verificáveis. A filosofia deve se concentrar em questões que podem ser empiricamente investigadas.
  4. Progresso e Ordem: Comte acreditava que a sociedade progride através de estágios de desenvolvimento, culminando em uma era científica e positiva. Ele também enfatizou a importância da ordem social e da harmonia.
  5. Classificação das Ciências: Comte propôs uma hierarquia das ciências, começando com as mais gerais e abstratas (como a matemática) e progredindo para as mais complexas e concretas (como a sociologia). Ele acreditava que a sociologia, ou “física social”, era a ciência mais elevada, pois estudava a sociedade como um todo.

Esses princípios formam a base do positivismo e influenciaram profundamente o desenvolvimento das ciências sociais e naturais. 

Como o positivismo influenciou a medicina moderna?

O positivismo teve uma influência significativa na medicina moderna, moldando a forma como a prática médica é conduzida e entendida. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o positivismo impactou a medicina:

  1. Ênfase na Ciência e no Método Científico: O positivismo promoveu a ideia de que o conhecimento deve ser baseado em observações empíricas e verificáveis. Isso levou ao desenvolvimento da medicina baseada em evidências, onde tratamentos e diagnósticos são fundamentados em pesquisas científicas rigorosas e dados experimentais.
  2. Rejeição da Metafísica: Ao rejeitar explicações metafísicas e teológicas, o positivismo ajudou a separar a medicina da religião e da superstição. Isso permitiu que a medicina se desenvolvesse como uma disciplina científica independente, focada em causas naturais e tratamentos baseados em evidências.
  3. Classificação e Especialização: Inspirado pela hierarquia das ciências proposta por Auguste Comte, o positivismo incentivou a classificação e a especialização dentro da medicina. Isso levou ao desenvolvimento de diversas especialidades médicas, cada uma focada em diferentes aspectos do corpo humano e suas doenças.
  4. Progresso e Inovação: A crença no progresso contínuo e na melhoria da sociedade, característica do positivismo, incentivou a inovação e o avanço tecnológico na medicina. Isso resultou em descobertas importantes, como a teoria dos germes, a descoberta de antibióticos e o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas avançadas.
  5. Educação e Formação Médica: O positivismo também influenciou a educação médica, promovendo a ideia de que os médicos devem ser treinados em métodos científicos e baseados em evidências. Isso levou à criação de currículos médicos mais rigorosos e à ênfase na pesquisa científica nas escolas de medicina.

Essas influências ajudaram a transformar a medicina em uma prática mais científica, rigorosa e baseada em evidências, melhorando significativamente a qualidade dos cuidados de saúde e os resultados para os pacientes.

Como o positivismo influenciou a medicina moderna?

O positivismo teve uma influência significativa na medicina moderna, moldando a forma como a prática médica é conduzida e entendida. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o positivismo impactou a medicina:

  1. Ênfase na Ciência e no Método Científico: O positivismo promoveu a ideia de que o conhecimento deve ser baseado em observações empíricas e verificáveis. Isso levou ao desenvolvimento da medicina baseada em evidências, onde tratamentos e diagnósticos são fundamentados em pesquisas científicas rigorosas e dados experimentais.
  2. Rejeição da Metafísica: Ao rejeitar explicações metafísicas e teológicas, o positivismo ajudou a separar a medicina da religião e da superstição. Isso permitiu que a medicina se desenvolvesse como uma disciplina científica independente, focada em causas naturais e tratamentos baseados em evidências.
  3. Classificação e Especialização: Inspirado pela hierarquia das ciências proposta por Auguste Comte, o positivismo incentivou a classificação e a especialização dentro da medicina. Isso levou ao desenvolvimento de diversas especialidades médicas, cada uma focada em diferentes aspectos do corpo humano e suas doenças.
  4. Progresso e Inovação: A crença no progresso contínuo e na melhoria da sociedade, característica do positivismo, incentivou a inovação e o avanço tecnológico na medicina. Isso resultou em descobertas importantes, como a teoria dos germes, a descoberta de antibióticos e o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas avançadas.
  5. Educação e Formação Médica: O positivismo também influenciou a educação médica, promovendo a ideia de que os médicos devem ser treinados em métodos científicos e baseados em evidências. Isso levou à criação de currículos médicos mais rigorosos e à ênfase na pesquisa científica nas escolas de medicina.

Essas influências ajudaram a transformar a medicina em uma prática mais científica, rigorosa e baseada em evidências, melhorando significativamente a qualidade dos cuidados de saúde e os resultados para os pacientes.

Positivismo: Proposto por Auguste Comte, o positivismo é uma filosofia que enfatiza o conhecimento baseado em fatos observáveis e verificáveis, rejeitando explicações metafísicas e teológicas. Comte acreditava que a ciência era a forma mais elevada de conhecimento e que a sociedade deveria ser organizada com base em princípios científicos.

Embora o mesmerismo e o espiritismo tenham uma abordagem mais espiritual e metafísica, enquanto o positivismo é estritamente científico, todos eles surgiram em um período de grande transformação social e intelectual. O século XIX foi marcado por uma busca intensa por novas formas de entender o mundo e a natureza humana.

O mesmerismo e o espiritismo podem ser vistos como respostas às limitações da ciência tradicional, oferecendo explicações alternativas para fenômenos que a ciência da época não conseguia explicar. Por outro lado, o positivismo representava uma tentativa de estabelecer uma base sólida e científica para o conhecimento, rejeitando qualquer forma de explicação que não pudesse ser empiricamente verificada.

Em resumo, enquanto o mesmerismo e o espiritismo exploravam aspectos espirituais e metafísicos da existência humana, o positivismo buscava uma compreensão científica e empírica. Essas correntes refletem a diversidade de pensamentos e a busca por respostas em um período de grandes mudanças.

Explique mais sobre a relação entre essas correntes

Vamos explorar mais a relação entre mesmerismo, espiritismo e positivismo, que surgiram no século XIX.

Mesmerismo: Desenvolvido por Franz Anton Mesmer, o mesmerismo propunha a existência de um “magnetismo animal” ou uma força vital que podia ser usada para curar doenças. Mesmer acreditava que essa força podia ser manipulada através de passes magnéticos e que tinha um impacto direto na saúde física e mental das pessoas. O mesmerismo foi uma tentativa de explicar fenômenos que a medicina tradicional não conseguia abordar, oferecendo uma perspectiva alternativa baseada em forças invisíveis e espirituais.

Espiritismo: Fundado por Allan Kardec, o espiritismo é uma doutrina que acredita na comunicação com espíritos e na reencarnação. Kardec propôs que os espíritos podiam influenciar o mundo físico e que a comunicação com eles podia proporcionar conhecimento e cura espiritual. O espiritismo, assim como o mesmerismo, buscava respostas para questões que a ciência da época não conseguia explicar, oferecendo uma visão espiritual e metafísica da existência humana.

Positivismo: Proposto por Auguste Comte, o positivismo é uma filosofia que enfatiza o conhecimento baseado em fatos observáveis e verificáveis, rejeitando explicações metafísicas e teológicas. Comte acreditava que a ciência era a forma mais elevada de conhecimento e que a sociedade deveria ser organizada com base em princípios científicos. O positivismo representava uma tentativa de estabelecer uma base sólida e científica para o conhecimento, rejeitando qualquer forma de explicação que não pudesse ser empiricamente verificada.

Embora o mesmerismo e o espiritismo tenham uma abordagem mais espiritual e metafísica, enquanto o positivismo é estritamente científico, todos eles surgiram em um período de grande transformação social e intelectual. O século XIX foi marcado por uma busca intensa por novas formas de entender o mundo e a natureza humana.

O mesmerismo e o espiritismo podem ser vistos como respostas às limitações da ciência tradicional, oferecendo explicações alternativas para fenômenos que a ciência da época não conseguia explicar. Por outro lado, o positivismo representava uma tentativa de estabelecer uma base sólida e científica para o conhecimento, rejeitando qualquer forma de explicação que não pudesse ser empiricamente verificada.

Em resumo, enquanto o mesmerismo e o espiritismo exploravam aspectos espirituais e metafísicos da existência humana, o positivismo buscava uma compreensão científica e empírica. Essas correntes refletem a diversidade de pensamentos e a busca por respostas em um período de grandes mudanças.

Vamos explorar mais a relação entre mesmerismo, espiritismo e positivismo, que surgiram no século XIX.

Mesmerismo: Desenvolvido por Franz Anton Mesmer, o mesmerismo propunha a existência de um “magnetismo animal” ou uma força vital que podia ser usada para curar doenças. Mesmer acreditava que essa força podia ser manipulada através de passes magnéticos e que tinha um impacto direto na saúde física e mental das pessoas. O mesmerismo foi uma tentativa de explicar fenômenos que a medicina tradicional não conseguia abordar, oferecendo uma perspectiva alternativa baseada em forças invisíveis e espirituais.

Espiritismo: Fundado por Allan Kardec, o espiritismo é uma doutrina que acredita na comunicação com espíritos e na reencarnação. Kardec propôs que os espíritos podiam influenciar o mundo físico e que a comunicação com eles podia proporcionar conhecimento e cura espiritual. O espiritismo, assim como o mesmerismo, buscava respostas para questões que a ciência da época não conseguia explicar, oferecendo uma visão espiritual e metafísica da existência humana.

Positivismo: Proposto por Auguste Comte, o positivismo é uma filosofia que enfatiza o conhecimento baseado em fatos observáveis e verificáveis, rejeitando explicações metafísicas e teológicas. Comte acreditava que a ciência era a forma mais elevada de conhecimento e que a sociedade deveria ser organizada com base em princípios científicos. O positivismo representava uma tentativa de estabelecer uma base sólida e científica para o conhecimento, rejeitando qualquer forma de explicação que não pudesse ser empiricamente verificada.

Embora o mesmerismo e o espiritismo tenham uma abordagem mais espiritual e metafísica, enquanto o positivismo é estritamente científico, todos eles surgiram em um período de grande transformação social e intelectual. O século XIX foi marcado por uma busca intensa por novas formas de entender o mundo e a natureza humana.

O mesmerismo e o espiritismo podem ser vistos como respostas às limitações da ciência tradicional, oferecendo explicações alternativas para fenômenos que a ciência da época não conseguia explicar. Por outro lado, o positivismo representava uma tentativa de estabelecer uma base sólida e científica para o conhecimento, rejeitando qualquer forma de explicação que não pudesse ser empiricamente verificada.

Em resumo, enquanto o mesmerismo e o espiritismo exploravam aspectos espirituais e metafísicos da existência humana, o positivismo buscava uma compreensão científica e empírica. Essas correntes refletem a diversidade de pensamentos e a busca por respostas em um período de grandes mudanças.

Freud poderia ter sido influenciado por Mesmer e seu magnetismo animal ao criar a ideia da Libido?

Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, desenvolveu a teoria da libido como uma energia psíquica que impulsiona os desejos e comportamentos humanos, especialmente os relacionados à sexualidade. Embora Freud não tenha diretamente creditado Franz Anton Mesmer como uma influência, é possível que as ideias de Mesmer sobre magnetismo animal tenham tido um impacto indireto no desenvolvimento das teorias de Freud.

Mesmer acreditava na existência de uma força vital, ou “magnetismo animal”, que podia ser manipulada para curar doenças e influenciar o comportamento humano. Essa ideia de uma força invisível que afeta a mente e o corpo pode ter ressoado com Freud, que também estava interessado em explorar as forças ocultas que moldam o comportamento humano.

Além disso, o trabalho de Mesmer influenciou o desenvolvimento da hipnose, que foi uma prática importante nos primeiros anos da carreira de Freud. Freud utilizou a hipnose para tratar pacientes antes de desenvolver suas técnicas de associação livre e análise dos sonhos. A hipnose, como praticada por Mesmer e seus seguidores, envolvia a ideia de que uma força invisível podia ser usada para influenciar a mente, o que pode ter contribuído para a concepção de Freud sobre a libido como uma energia psíquica.

Portanto, embora não haja evidências diretas de que Freud foi influenciado por Mesmer ao criar a ideia da libido, é possível que as ideias de Mesmer sobre forças invisíveis e magnetismo animal tenham tido um impacto indireto no pensamento de Freud.

Explique mais sobre a influência de Mesmer na hipnose

Franz Anton Mesmer, um médico alemão do século XVIII, é frequentemente considerado o precursor da hipnose moderna devido à sua teoria do “magnetismo animal”. Mesmer acreditava que havia uma força invisível, semelhante ao magnetismo, que podia ser manipulada para influenciar a saúde e o comportamento das pessoas. Ele utilizava passes magnéticos e outros métodos para induzir estados de transe em seus pacientes, acreditando que isso ajudava a equilibrar essa força vital e curar doenças.

A prática de Mesmer, conhecida como mesmerismo, envolvia a indução de estados de transe profundo, onde os pacientes exibiam comportamentos e respostas que pareciam estar além do controle consciente. Embora a teoria do magnetismo animal de Mesmer tenha sido eventualmente desacreditada, suas técnicas de indução de transe continuaram a ser estudadas e desenvolvidas.

James Braid, um cirurgião escocês do século XIX, foi um dos primeiros a reconhecer o valor das técnicas de Mesmer, mas rejeitou a ideia do magnetismo animal. Braid cunhou o termo “hipnose” e começou a estudar os estados de transe induzidos de uma perspectiva mais científica. Ele descobriu que esses estados podiam ser usados para tratar uma variedade de condições médicas e psicológicas, e desenvolveu métodos mais sistemáticos para induzir o transe.

A influência de Mesmer na hipnose moderna é evidente na forma como suas técnicas de indução de transe foram adaptadas e refinadas por pesquisadores subsequentes. Embora a teoria original de Mesmer tenha sido abandonada, suas práticas abriram caminho para o desenvolvimento da hipnose como uma ferramenta terapêutica reconhecida.

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