Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Maio de 2015 - Vol.20 - Nº 5 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites 1. PSICANALISTAS TENTARAM SABER POR MEIO DO TESTE DE RORSCHACH SE OS NAZISTAS ERAM DOENTES MENTAIS. Tradução: Eliezer de Hollanda Cordeiro Conhecem o teste de Rorschach? Elaborado
pelo psiquiatra suisso de memo nome, esta técnica permite saber se um indivíduo sofre de doença mental.
Para isto, psicanalistas
pediram que uma pessoa dissesse o que ela via em várias manchas de tinta. Este
teste foi utilizado em 1945, durante
os processos de Nuremberg, em
criminosos de guerra nazistas. Publicado em 11 de abril de 2015
no Journal of Psychosomatic Research, o artigo
assinado por Joel E. Dimsdale, membro da
universiade de San Diego(Califórnia) ,
conta este episódio surpreendente. Retomado pelo site Discover, o
professor emérito conta a fascinação dos pesquisadores da época diante do
horror nazista: «O julgamento de
Nuremberg não colocava a questão “Quem fez isto?”, mas “Porque eles
fizeram isso?”.» Na busca de uma resposta a esta
questão, o coronel Douglas McGlashan Kelley –o psquiatra de Nuremberg– procedeu
estes testes em vários
criminosos nazistas. O psiquiatra que escutou Hermann Goering MANCHAS DE TINTA O que foi que os criminosos nazistas viram nessas manchas de tinta? Coisas bem
diferentes, segundo o artigo de Joel E. Dimsdale. Este retomou um trabalho
publicado no qual Florence Miale e
Michael Seltzer utilizam os resultados
obtidos durante o processo de Nuremberg. Diante de uma das pranchas, Hermann Göring, comandante-chefe
de Hitler, disse
haver visto dois homens dansando. Esta
interpretação seria a prova,
segundo Florence Miale e Michael Seltzer, de que
Göring sofria de hipomania, um
distúrbio podendo causar saltos de humor mas não vinculados aos distúrbios psicóticos.
Por sua vez, Rudolf Hess, representante oficial do partido nazista, viu outra coisa totalemente
diferente: «O corte microscópico das
partes de um inseto com manchas
de sangue... A pata de uma mosca com
manchas de sangue encarnado; um espaço no meio da moela... Uma máscara. Uma máscara da savage
island [uma ilha situada no Oceano pacifico também chamada Niue]... A
abertura representa a boca... Ele é diabólico, é por isso que os olhos e a barba são
vermelhos.» Para esta interpretação, a análise feita por Florence Miale e Michael Seltzer,
retomada por Joel E. Dimsdale, se mostra
mais categórica sobre o estado da saúde mental do amigo de Hitler: este continha nele «os
vestígios de uma emotividade violenta, excitante, não racional, sempre intensa mas desligada de toda e qualquer realidade». CRIMES DIABÓLICOS Isto basta para provar que os
criminosos nazistas sofriam de
distúrbios mentais? Na verdade, não, se agente acredita no que diz Joel E.
Dismale. Ele se baseia no trabalho
feito por Molly Harrower, a autora de The Quest for the Nazi Personality. Retomando
os resultados do processo de Nuremberg, ela não viu diferenças
entre os resultados obtidos com os criminosos nazistas e os obtidos com indivíduos escolhidos de maneira aleatória na
população. A psicóloga não conseguiu identificar um estado psicológico comum nos nazistas que pudesse explicar seus atos.
Numa entrevista dada em 2013, Joel E. Dimsdale retoma essas
considerações para concluir que não existem
provas de qualquer loucura
nesses criminosos: «Embora muitas pessoas possam pensar que nós somos capazes de concluir,
definitivemente, que os nazistas eram exatamente monstros
–diferentes de vocês e de mim–, o teste não permitiu de provar isso. Os resultados sugerem sobretudo que a maioria das pesssoas são capazes
de cometer crimes diabólicos e
atos violentos em determinadas situações.» 2. OS ANTIDEPRESSIVOS
SÃO REALMENTE EFICIENTES Entrevista dada à
jornalista LOUISE
CUNEO pelo Professor
Pierre Thomas Le Point.fr : Os antidepressivos são as vezes acusados como
responsáveis de suicídios, como afirmou o Dr Bernard Debré recentemente, a propósito de uma possivel explicação do gesto suicida do piloto da
Germanwings. Em sua qualidade de presidente do Collège national des universitaires de
psychiatrie(Colégio nacional dos universitários de psiquiatria), o que é que
o senhor acha? Pr Pierre Thomas
: Não são os antidepressivos
que provocaram os suicídios, mas a depressão. Ocorre na França uma
morte por suicídio a cada três horas. E muitos
poderiam ser evitados. De que maneira ? Identificando
melhor a depressão e evitando a estigmatização
do acompanhamento dos pacientes, dos psiquiatras, dos medicamentos e pela
divulgação de uma informação precisa apoiada nos estudos científicos. É
preciso evitar custe o que custar as idéias comuns sobre este assunto. Donde vem esta
desconfiança dos antidepressivos? A Food and Drug Administration (FDA) americana (equivalente da agence
du médicament en France,) lançou uma
advertência , informando os médicos e
pacientes sobre o aumento do risco de suicídios em crianças e adolescentes. Esta
advertência provocou desconfiança com
relação a tais medicamentos, levando a uma diminuição do uso de antidepressivos e, infelizmente, provocando
o aumento do número de suicídios. São os mais vulneráveis que pagam o preço desses preconceitos, às
vezes admitidos pelos próximos
parentes, que podem criticar a tomada
desses medicamentos controversos. A FDA continua
mantendo este ponto de vista? Não, a FDA mudou
seu ponto de vista sobre esta questão
em 2007, após as pressões da comunidade científica internacional. Inúmeros trabalhos, que sejam americanos, escandinavos, britânicoss e
franceses, mostram que existe uma correlação
entre prescrição de antidepressivos
e diminuição da taxa de suicídios. Nós dispomos de dados incontestáveis que confirmam esta afirmação. Existe entretanto
algum risco ? A depressão mata muito mais do que os antidepressivos. O efeito descrito no "black
box" de 2004 pode ser às vezes observado no início do tratamento, mas ele diminue
muito depressa com o tempo. É sobretudo possivel prescrever um tratemento
associado para evitar tais efeitos.
Contudo, é indispensável que um
médico siga a evolução da depressão. É válido para os
antidepressivos como para os outros
medicamentos: a partir do momento em que há um acompanhamento, precauções devem ser
tomadas bem como uma avaliação do benefício/risco que é muito favorável no
caso dos antidepressivos. Não se deve pois
ter medo dos antidepressivos ? O tratamento medicamentoso
e psicológico da depressão constitue uma das melhores pistas para a
prevenção do suicídio. Os antidepressivos
são realmente eficazes, e progressos consideráveis foram obtidos concernando
seus efeitos indesejáveis. Estes medicamentos não são muito receitados:
somente 30 % das pessoas sofrendo de depressão são tratadas de maneira
adequada. Existe ainda muita coisa para ser feita neste domínio. 3.REUNIÕES E COLÓQUIOS JUNHO 2015 *PARIS(dia1) :
Enfance et Psy organise un colloque
sur sur « L’intersubjectivité » : un nouveau paradigme
développemental , ,clinique et
thérapeutique ? » -Informations
et inscriptions : Enfances et Psy,
1 bd du Montparnasse- 75006
PARIS- Tél. : 01 46 33 70 47 – Mail : [email protected]
Site : www.enfancesetpsy.fr *TOULOUSE,
le 4: Psy Clé Déclic organise une formation à la « WAIS- IV». Informations et inscriptions : Psy Clé
Déclic, 76, rue des Sables, 31220 TOULOUSE – Téléphone : 06 07 31 31 61
–Mail : [email protected] – Site : www.psycledeclic.fr *LILLE, les 4
et 5 : La Fédération addiction organise sa 5ème journée nationale sur « Addictions,
aux marges de nos mondes ? » -Informations
et inscriptions : Fédération addiction –
Site :www.federationaddiction.fr *MARSEILLE, les
5 et 6 : VALFOR organise les septièmes rencontres du Centre Hospitalier
Valvert sur « Chut ! c’est un secret… » -Informations
et inscriptions : VALFOR Madame D. BASSO - Tél. : 04 42 03 82
13 – Fax : 04 42 18 98 23
Mail : [email protected] Site : www.ch-valvert.fr/valfor/rencontres.asp *FONTEVRAUD, le
19 : La Psychiatrie du Val de Loire organise sa XXXème Journée de FONTEVRAUD
sur « Corps et psychiatrie ».
-Informations
et inscriptions : Service de psychiatrie et d’addictologie, CHU ANGERS,
4, rue Larrey, 49933 ANGERS Cedex 9 -
Tél. : 02 41 35 32 43 -
Fax : 02 41 35 49 35 Mail : [email protected] Site : http://psyfontevrauld.free.fr 4. LIVROS
RECENTES *Différences
et variabilités en psychologie Jacques
JUHIEL et Géraldine ROUXEL Rennes :
Presses Universitaire-2015- Br. 20,00 Euros *Le
discours vivant : la conception psychanalytique de l’affect André GREEN Paris :PUF- 2015-Br.-27,00 Euros * La perversion
ordinaire : vivre ensemble sans autrui Jean-Pierre LEBRUN Paris :Flamarion-2015-
Br.-12,00 Euros *Revue des collèges de clinique psychanalytique du
champ lacanien. 14, L’inconscient et le corps Sous la direction de François TERRAL Paris: Hermann -2015- Br. 25,00 Euros *Revue française de psychanalyse.1(2015)
Mensonge Dossier Michel de MUZAN Paris :PUF- 2015-Br.-31,00 Euros *Prescrire les antipsychotiques ; propriétés et
modalités d’utilisation Nicolas FRANCK, Fabien FROMAGER, Florence THIBAUT Issy-les-Moulineaux : Elsevier Masson-2015-Br. 33,00 Euros *De l’art-thérapie à la médiation artistique. Quels
professionnels pour quelles pratiques ? Martine COLIGNON Erès- 2015-Br.-14,00 Euros 5.REVISTAS 6.
ASSOCIAÇÕES *Association Française De
Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française de Thérapie Comportementale et
Cognitive
(Aftcc) *Association Scientifique des Psychiatres de Secteur ASPS
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