![]() ![]() Volume 14 - 2009 Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini |
Março de 2009 - Vol.14 - Nº 3 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1. OS LOUCOS OU OS FANTASMAS DO MEDO (Segunda parte) Eliezer de Hollanda
Cordeiro Escrevemos na edição
de Fevereiro da Polbr
sobre a maneira como os doentes mentais, especialmente os esquizofrênicos, são
muitas vezes considerados como
criminosos potenciais ou perigosos psicopatas. E que, partindo destas
representações, o governo francês adotou uma política de segurança nos
hospitais psiquiátricos do país,
acentuando as reações de medo e desconfiança da população, agravadas pela
maneira lancinante com que as mídias relatam qualquer acontecimento dramático envolvendo um doente
mental. Pierre
Faraggi, presidente do Sindicato dos Psiquiatras dos Hospitais, notou que a ‘’finalidade contida nesta obra de
estigmatização do doente mental’’ conduz a aumentar o catálogo mórbido dos
medos sociais que assimila periculosidade e loucura. E ele ajunta
que o ‘’louco é confundido, neste imaginário do terror, com o predador sexual,
o estrangeiro, o selvagem, o terrorista’’. Vou dar alguns
exemplos concretos para ilustrar a
situação atual e o descontentamento que ela suscita numa grande
parte dos profissionais da saúde mental na França. 1)No dia 26 de dezembro
de 2008, Joël G.,39 anos, considerado um esquizofrênico perigoso, fugiu
do hospital psiquiátrico Edouard
Toulouse, situado em Marseille, onde fora
internado após haver cometido um
homicídio alguns anos atrás. Desde que fugiu, começou a ser procurado por centenas de policiais, enquanto as grandes
mídias escritas e audio-visuais noticiavam esta ocorrência de maneira
lancinante. E, quando Joël G. foi detido seis dias depois, as mesmas mídias
deram um enorme destaque à notícia. Só que o tom foi
diferente : após haver contribuido a despertar medos ancestrais numa população francesa já
abalada por tantas más notícias nestes tempos de crise econômica, desta vez as
mídias empenharam-se em tranquilizar as
mesmas pessoas que suas informações
alarmantes desassossegaram. Assim, desde o anúncio da detenção do
esquizofrênico, a Ministra do Interior, Michèle
Alliot-Marie, elegiou as forças de polícia que capturaram Joël G.,
aliás sem nenhuma violência nem reação
da parte do fugitivo. 2)Quando o esquizofrênico
Romain D. compareceu ao Tribunal de
Justiça da cidade de de Pau,
afim de ser julgado pelo assassinato de duas enfermeiras dentro do hospital
psiquiátrico da cidade (ver nosso artigo Distúrbio psíquico e irresponsabilidade
penal), dezenas de jornalistas, fotógrafos, repórteres
de televisão de vários países e centenas de pessoas curiosas esperavam-no
no local. É que o duplo assassinato havia
se tornado um aontecimento nacional e
mesmo europeu, embora tais ocorrências
sejam muito raras na França. Uma polêmica surgiu então
entre os sindicatos de psiquiatras dos serviços públicos e o governo sobre a melhor
maneira de tratar este problema, os psiquiatras considerando que dramas
como estes poderiam ter sido evitados se
o governo não tivesse adotado uma política de restrição, consistindo em
diminuir o número de enfermeiros,acompanhantes e médicos trabalhando nos hospitais
públicos. Por conseguinte, no hospital psiquiátrico de Pau. 3) No mês passado, as mesmas mídias anunciaram durante vários dias, especialmente
nas cadeias de rádio e de televisão que dão informações contínuas, que dois homens haviam fugido de um
hospital psiquiátrico. Ajuntaram que um
deles podia tornar-se perigoso
quando tomava bebidas alcoólicas. Dias depois, as mesmas mídias informaram que o paciente
foragido e considerado como perigos(quando bebia) havia se entregado à polícia. O jornalista ajuntou que serviços
especiais já tinham ido reforçar as
portas do hospital donde os pacientes fugiram! Foi necessário que a
comunidade psiquiátrica reagisse vigorosamente para que as mídias mudassem de
tom, em vez de dizer ‘’um esquizofrênico perigoso que fugiu de um
hospital psiquiátrico entregou-se à polícia’’, começaram a dizer
‘’um homem que fugiu do hospital psiquiátrico entregou-se à polícia’’. Assim, a relação que
fizeram entre esquizofrenia e loucura deixou de ser propagada, pelo menos nas
mídias estatais. 4)Por último, tomemos o exemplo da condenação do austríaco, Joseph
F. o pai incestuoso que manteve uma filha presa na sua casa durante anos, acusado
também de torturas às mais diversas: rádios
e televisões disseram inicialmente que
ele havia sido ‘’condenado a passar o resto da vida... num hospital psiquiátrico’’!
Somente
dias depois começaram a precisar que ele
seria tratado num hospital psiquiátrico e que, em função dos resultados, seria
transportado para uma prisão. O LUGAR DO LOUCO NA SOCIEDADE Pierre
Faraggi, no mesmo artigo
acima citado, colocou a questão
do lugar do doente mental numa sociedade intolerante e implacável. Ele também
perguntou se não defendeu um ponto de vista angelical ao considerar um doente mental
como um sujeito de direito, uma pessoa digna não somente de estima pelo que ela
é, mas também merecedora de cuidados apropriados e aplicados da melhor maneira
possivel. E ele martelou que os profissionais da saúde mental recusavam todo projeto que quizesse transformar os hospitais
psiquiátricos em prisões. Por fim, lembrou que nenhum enfoque da psiquiatria
devia ser calcado a partir de uma
concepção maniqueista ou determinista. E
que a resposta terapêutica se encontrava no enfoque individual de cada paciente e na elaboração de projetos
de cuidados recusando todo postulado de exclusão. PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO Porque as sociedades
modernas toleram cada vez menos a
loucura ? Porque julgar os loucos custe o que custar?Como esquecer que o louco
que vai ser acusado faz parte da sociedade, tem direitos e deveres como qualquer cidadão ? Porque
esta tendência consistindo em ressuscitar
e intensificar medos ancestrais, fazendo dos loucos figuras monstruosas e
perigosas devendo ser afastadas da sociedade ? Hoje, o problema para os
psiquiatras não é o louco, mas a maneira como a sociedade o acolhe. De uns anos para cá,
as sociedades mais avançadas começaram a
exigir a aplicação do Principe de précaution
[http://fr.wikipedia.org/wiki/Principe_de_pr%C3%A9caution] que deve ser
diferenciado do princípio de prevenção, como podemos ler na Wikipedia
francesa : -A prevenção leva em conta os riscos
provados, podendo ser demonstrados ou que são conhecidos. Exemplos : o
risco atômico, o tabagismo, etc. -A precaução leva em conta os riscos prováveis, ainda não confirmados
cientificamente, mas para os quais existe a possibilidade de
identificá-los a partir de conhecimentos
empíricos e científicos. Exemplos : o desenvolvimento de organismos
modificados genéticamente, os riscos do uso dos telefones celulares, etc. Em poucos anos, o
princípio de precaução foi estendido ao domínio da saúde, notadamente aos
loucos, sem levar em conta que a imensa
maioria é inofensiva. Mas, obsecados por
este princípio, bastam tres ou quatro acontecimentos
dramáticos envolvendo esquizofrênicos que cometeram crimes de morte-alguns tendo fugido de hospitais, outros tendo tido alta mas que,
por não terem sido acompanhaos, deixaram
de seguir os tratamentos que lhes foram prescritos-
para que o governo adotasse novas
leis reforçando a segurança nos hospitais psiquiátricos, ignorando certos direitos dos pacientes. CONCLUSÃO Pierre
Faraggi diz que é chegado o tempo da reflexão, o tempo para tratar as
raízes dos problemas enfrentados pela psiquiatria de maneira serena e sem
precipitação. Entre os problemas, as relações entre psiquiatria e precariedade,
psiquiatria e prisão, psiquiatria e justiça, o lugar da perícia e o papel da perícia, etc. Todos estes assuntos
merecem um enfoque global, uma reflexão coletiva com os representantes dos
usuários, com os políticos, a organização administrativa e os profissionais da saúde mental. 2. OS CEM ANOS DO NASCIMENTO
DO PROFESSOR JOSÉ LUCENA Eliezer de Hollanda
Cordeiro No livro
intitulado ''Apport de la psychanalyse à
la sémiologie psychiatrique", dirigido pelos psiquiatras franceses Georges Daumezon e Guy Benoit(Editora Masson, Paris,
1970), tive a ocasião de escrever um artigo abordando a maneira como a psiquiatria brasileira, ou
seja como alguns eminentes psiquiatras brasileiros compreenderam, acataram,
integraram ou rejeitaram as inovadoras
contribuições da psicanálise. Comecei apresentando
um curto resumo da história da psicanálise no Brasil, onde ela chegou desde 1919, quando Francisco Franco
da Rocha, pronunciou uma conferência mostrando a importância dos trabalhos
de Freud para a compreensão do delírio,
dos sonhos e das obras literárias. Citei também o Doutor
Durval Marcondes (http://www.sbpsp.org.br/800x600/default.asp?link=hist3),
o qual, sensibilizado pela conferência
de Franco da Rocha, fundou em No referido artigo,
referí-me também a outros psiquiatras de renome, como Antônio Austregésilo( http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-282X1999000500030&script=sci_arttext&tlng=pt)
, Maurício
de Medeiros http://www.pep-web.org/document.php?id=psar.041.0377,
Darcy Uchôa (http://www.unifesp.br/dpsiq/historic.htm),
Pacheco e Silva (http://www.unifesp.br/dpsiq/historic.htm), Prado Galvão, William Asmar, Mário Yahn e
Nelson Pires (http://www.polbr.med.br/arquivo/wal0904.htm),
citados no trabalho mencionado por suas contribuições à nossa disciplina e suas posições com relação
à psicanálise. Por último, destaquei
importantes contribuições de figuras
representativas da Escola de Psiquiatria
de Recife, especialmente José
Otávio de Freitas e José Lucena, sem
esquecer Galdino Loreto e Zaldo Rocha. Quero relembrar agora
haver escrito o referido artigo em 1969, dois anos após a minha chegada em
Paris, e que, por razões óbvias, não pude evocar os trabalhos de outras colegas
pernambucanos como Paulo Sette, Othon Bastos, José Lins de
Almeida, fundador da Sociedade
Psicanalítica de Recife, Tácito Medeiros,
Affonso Barros de Almeida, Cheops, Arnaldo Di Lacio, etc. Dito isto, gostaria de evocar agora,por ocasião do
centenário do nascimento do Professor José Lucena, um aspecto pouco estudado de
sua trajetória psiquiátrica, isto é sua relação com a psicanálise. Em primeiro lugar
porque ele cercou-se de uma equipe de psiquiatras abertos às idéias freudianas
e que praticavam psicoterapias dinâmicas, como Galdino Loreto, Zaldo Rocha ou
Paulo Sette. Em segundo lugar,
porque o Professor José Lucena integrou conceitos psicanalíticos de maneira
muito pertinente, utilizando-os em seus trabalhos, inclusive em sua tese
para professor catedrático. Refiro-me ao
artigo:‘’Modificações psicológicas observadas no decorrer do choque
hipoglicêmico de Sakel’’, trabalho publicado em Neurologia, n° 2, tomo XV, páginas 343-344, Recife, 1952. Sua tese foi escrita
em grande parte no Hospital Henri Rousselle, em
Paris, segundo as informações que me foram dadas por nosso colega
Affonso Barros de Almeida. Que disse José Lucena neste trabalho, marcado pela idéia
freudiana de regressão ?
Ele empregou a expressão ‘‘regressão ontogênica’’ para
explicar a observação que fizera em pacientes despertando do coma insulínico.
Assim, durante um certo tempo, estes pacientes apresentavam uma linguagem regressiva,
infantil. Mas José Lucena falou também de outro tipo de regressão,
observada nos mesmos pacientes, consistindo num
retorno a um tipo de personalidade primitiva. Outra noção
psicanalitica empregada por José Lucena é a de repressão, como podemos ler no trabalho que ele fez com Zaldo
Rocha :‘’Aplicação do teste de Szondi em pacientes que apresentam convulsões
no decurso da insulinoterapia’’(Neurobiologia, n° 4, páginas 343-344, Recife,
1953). Neste artigo, José Lucena e Zaldo Rocha escreveram que ‘’os epilépticos fazem um
esforço considerável para reprimir a exteriorização da agressividade, isto é para
não se deixar levar por uma explosão emocional’’, É evidente que a ‘’explosão emocional’’, à qual se refer,
corresponde à ‘’repressão afetiva’’ ou dos afetos, segundo Freud, isto é, ‘’uma operação psíquica consistindo em
inibier ou suprimir determinados afetos ressentidos como insuportáveis’’. Homem de grande
cultura geral, aberto às correntes mais
diversas da psiquiatria,autor de uma obra teórica não somente abundante mas de
valor, o Professor José Lucena se
exprimia muito bem em várias línguas, donde as frequentes referências em seus artigos, a trabalhos
escritos em inglês, francês, alemão e espanhol. Francófilo, foi várias vezes a Paris,encontrando Georges Daumézon,então
diretor do Hospital Henri Rousselle. Foi assim que José
Lucena apresentou em francês, no
Congresso Internacional de Psiquiatria realizado em Zurique em 1957, o trabalho
‘’Modifications des données du test de Rorschach pendant la phase de réveil du
choc thérapeutique’’(conforme Walmor J. Piccinini, em ‘’A Psiquiatria pernambucana à luz de suas Publicações’’, editado
no livro de Othon Bastos ‘’História da
Psiquiatria em Pernambuco e outras Histórias’’, Lemos Editorial, São
Paulo,2002). José Lucena também
encontrou no referido hospital, Jacques
Lacan, o conhecido psicanalista que desejava ir a Recife naquela época, projeto
que não poude ser realizado.Ele encontrou ainda Henri Ey no hospital
dirigido por Georges Daumézon. Como explicar de
outra maneira a importância adquirida pelos trabalhos de Henri Ey e o sucesso
de seu famoso ‘’Manuel de Psychiatrie’’ no serviço dirigido pelo Professor José Lucena ? Como explicar o interesse de
Othon Bastos pelos trabalhos de Henri Ey ? E o estágio que fez no serviço
do Mestre francês ? Henri Ey ia a cada
semana dar cursos, apresentar ‘’casos’’ e animar seminários no hospital Henri
Rousselle. Ele era amigo de Daumézon,
que conhecia muito bem José Lucena. Foi assim que Affonso Barros de Almeida e
eu mesmo fomos estagiar no serviço do doutor Georges Daumezon, graças a influência do Professor
José Lucena. E foi assim que outros colaboradores do Professor começaram a se
interessar pela psicanálise e foram
fazer cursos em Paris, entre eles
José Lins de Almeida e as
psicólogas Ivone Lins e Edilnete Sampaio. Naquele período em
que estagiei no serviço do Professor José Lucena, a psicanálise já havia
adquirido uma grande importância, inspirando os jovens estagiários mas também
os docentes, assistentes e psicólogos que faziam parte da equipe que ele
dirigia. E não foi por acaso que a pedopsiquiatria, que deve tanto à
psicanálise, tivesse adquirido sob a égide de Zaldo Rocha, o estatuto que hoje
é o seu, suscitando inúmeras vocações. Por todas essas
razões, associo-me aos colegas que, em Recife, prestaram uma justa e merecida
homenagem ao homem de cultura, ao psiquiatra,
ao humanista e ao professor José Lucena.
JOSÉ LUCENA: 100 ANOS Nesta ocasião, A Sociedade
Pernambucana de Psiquiatria (SPP), a Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP), a Associação Médica de Pernambuco (AMP) e o Conselho Regional de
Medicina de Pernambuco (Cremepe) juntaram-se para homenagear uma das figuras
mais importantes da história da psiquiatria brasileira na segunda metade do
século passado. Para tanto, um
programa científico foi elaborado afim
de examiner sua trajetória psiquiátrica em seus aspectos mais significativos. Segue o programa científico ocorrido no evento: 8h45 - Abertura *La revue française
de psychiatrie et de psychologie medicale *L’encephale 4. ASSOCIAÇÕES *Mission Nationale d’Appui en
Santé Mentale *Association
française pour l’approche integrative et eclectique en psychotherapie (afiep) *Association française de
psychiatrie et psychologie legales (afpp) *Association
française de musicotherapie (afm) *Association française de therapie comportementale
et cognitive (aftcc) *Association de langue
française pour l’etude du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de
recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump) *Association nationale
des hospitaliers pharmaciens et psychiatres (anhpp) *Association
scientifique des psychiatres de secteur (asps) *Association pour
la fondation Henri Ey *Association internationale
d’ethno-psychanalyse (aiep) *Collectif de recherche analytique
(cora) *Groupement d’études et de prevention du
suicide (geps) *Groupe de recherches
sur l’autisme et le polyhandicap (grap) *Groupe
de recherches pour l’application des concepts psychanalytiques a la psychose
(grapp) *Société française de
gérontologie *Société française de thérapie
familiale (sftf) *Société française de recherche sur le sommeil
(sfrs) *Société française de relaxation
psychotherapique (sfrp) *Fédération française
d’adictologie *Société de
psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française *Union nationale des amis et familles de malades
mentaux (unafam) *Association
Psychanalytique de France (apf) *Société Psychanalytique de Paris (spp) ![]()
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