Fevereiro de 2023 – Vol. 28 – Nº 2

Walmor J. Piccinini

A apresentação do ChatGPT por ele mesmo:

O ChatGPT é uma inteligência artificial desenvolvida pela OpenAI, que se destaca pelo
seu avançado processamento de linguagem natural. Com uma grande capacidade de
compreensão e geração de texto, o ChatGPT é capaz de responder perguntas, escrever
histórias e até mesmo criar diálogos como se fosse uma pessoa real. O modelo foi
treinado com milhões de exemplos de texto, o que lhe permite entender e se
comunicar com uma variedade de tópicos e estilos. Isso o torna uma ferramenta
valiosa em muitos campos, como atendimento ao cliente, criação de conteúdo e até
mesmo no desenvolvimento de jogos. O ChatGPT é alimentado por uma rede neural
treinada com milhões de exemplos de texto. Ele pode ser usado para responder a
perguntas, escrever histórias, conversar com humanos, e muito mais. É possível utilizar
o ChatGPT de diversas formas, desde uma simples conversa até a criação de diálogos
para jogos ou assistentes virtuais. A possibilidade de interação é quase infinita, o que o
torna uma ferramenta valiosa em muitos campos. Em resumo, o ChatGPT é uma das
inteligências artificiais mais avançadas no quesito processamento de linguagem
natural, com capacidade de compreensão e geração de texto, é uma ferramenta
valiosa para diversas aplicações, como atendimento ao cliente, criação de conteúdo e
desenvolvimento de jogos.”

Foi exatamente isso, sem edições, que a inteligência artificial respondeu quando pedi
para que escrevesse um texto de apresentação sobre o que ele é. Do site da OpenAI.
Tive algumas dificuldades de acessar o ChaptGPT porque devo ter sido confundido com
algum robô, o fato é que me era negado o acesso. Estamos nessa, ora me aceitam ora
fico sem acesso. Mesmo assim, consegui colocar algumas questões. Tem me
preocupado o ataque sistemático ao Diagnostic Statistical Manual of Psychiatry feito
por motivos vários, desde a ignorância pura até interesse político.

Primeira questão:

Por que tantos são contra o DSM5?

Há uma série de razões pelas quais alguns indivíduos e grupos se opõem à quinta
edição do Manual Estatístico de Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5). Alguns
críticos argumentam que o manual se baseia em uma compreensão falha da doença
mental e pode levar a diagnósticos e tratamentos excessivos. Outros levantaram
preocupações sobre a influência das empresas farmacêuticas no desenvolvimento do
manual e o potencial de o manual ser usado para justificar o reembolso do seguro para
certos tratamentos. Além disso, alguns argumentam que os critérios para certos
distúrbios no manual são muito amplos e podem levar a diagnósticos excessivos e
diagnósticos incorretos.

Como será um mundo sem os critérios de Feighner para diagnóstico?

Um mundo sem o DSM e os Critérios de Feighner para diagnóstico provavelmente
seria aquele em que os profissionais de saúde mental dependeriam de métodos
diferentes para diagnosticar e tratar doenças mentais. Sem essas ferramentas de
diagnóstico amplamente utilizadas, os profissionais poderiam usar sistemas de
diagnóstico alternativos ou desenvolver seus próprios critérios para identificar
condições de saúde mental. Isso pode levar a uma maior variação na forma como a
doença mental é diagnosticada e tratada em diferentes profissionais e ambientes.
Também pode levar a um maior foco em planos de tratamento individualizados, em
vez de depender de um conjunto de critérios diagnósticos predeterminados. No
entanto, também pode trazer alguns desafios, como menor padronização no
diagnóstico, maior dificuldade em comparar e compartilhar resultados de pesquisas e
maior possibilidade de subtratamento ou diagnóstico incorreto. Portanto, um mundo
sem o DSM e os Critérios de Feighner seria um mundo diferente, com benefícios e
desvantagens potenciais, e exigiria consideração cuidadosa e adaptação de novas
abordagens e métodos para diagnóstico e tratamento de saúde mental.
No julgamento de Siran Bishara Siran, o assassino de Bob Kennedy, a ajuda
de psicanalistas foi criticada por ausência de critérios diagnósticos. O mesmo ocorreu
com o Exército nas seleções de conscritos. O que você diz sobre No caso de Sirhan
Sirhan, o assassino de Robert F. Kennedy, o uso da psicanálise como meio de entender
suas motivações e comportamento tem sido criticado por falta de critérios
diagnósticos?
Sirhan foi diagnosticado com esquizofrenia aguda por alguns psiquiatras que
testemunharam em seu nome durante o julgamento, mas esse diagnóstico foi
posteriormente questionado por outros especialistas que argumentaram que os
critérios usados ​​para fazer o diagnóstico não eram apropriados. Isso destaca a
importância dos critérios de diagnóstico no campo da psiquiatria e a necessidade de
padrões claros e acordados para garantir diagnósticos precisos e consistentes. A
mesma questão também ocorreu com o Exército dos EUA na seleção de conscritos
durante a Guerra do Vietnã. Muitos soldados receberam diagnósticos psiquiátricos
como “distúrbio de ajuste” ou “distúrbio de personalidade” para dispensá-los do
serviço, mas esses diagnósticos foram posteriormente criticados por falta de critérios
diagnósticos claros e por serem usados ​​como meio de evitar o recrutamento. Isso
destaca a importância dos critérios de diagnóstico no campo da psiquiatria e a
necessidade de padrões claros e acordados para garantir diagnósticos precisos e
consistentes.

Você conhece algum fato sobre a Psiquiatria Brasileira?

O Brasil tem um campo robusto e dinâmico da psiquiatria, com uma longa história de
pesquisa, treinamento e tratamento de transtornos de saúde mental. Um aspecto
notável da psiquiatria brasileira é sua ênfase no atendimento comunitário e na
integração das práticas tradicionais de cura com a medicina ocidental. Essa abordagem

é conhecida como “atenção psicossocial” e se baseia na ideia de que a saúde mental
está intimamente ligada a fatores sociais e econômicos, e que o tratamento deve levar
em consideração o contexto cultural e comunitário do indivíduo. O Brasil também
possui um grande número de clínicas públicas de saúde mental, que fornecem
tratamento gratuito ou de baixo custo para indivíduos com transtornos de saúde
mental. Essas clínicas são compostas por uma mistura de psiquiatras, psicólogos e
assistentes sociais, e oferece uma variedade de serviços, incluindo gerenciamento de
medicamentos, terapia individual e em grupo e programas comunitários. O Brasil
também tem uma forte tradição de psicanálise, com muitos institutos de treinamento
e praticantes em todo o país. Essa abordagem influenciou a formação do sistema de
saúde mental do país e continua a ser uma parte importante das opções de
tratamento disponíveis. Além disso, a psiquiatria brasileira teve um impacto
significativo no desenvolvimento do conceito de “psiquiatria cultural”, que é o estudo
da relação entre cultura e saúde mental. Este campo foi desenvolvido no Brasil por
psiquiatras e antropólogos que propuseram que os profissionais de saúde mental
levassem em consideração o contexto cultural de seus pacientes para oferecer
cuidados mais eficazes e sensíveis. É importante notar que, como qualquer outro país,
o Brasil também tem seu próprio conjunto de desafios e problemas em relação à saúde
mental, como falta de recursos, estigma e discriminação e um sistema de saúde
mental inadequado que não atende às necessidades de a população.
Notei certa alteração da informação quando se referiu a guerra do Vietnã.
Na verdade foi na Segunda Guerra Mundial quando o Exército Americano exigiu a
criação de Manual Diagnóstico, pois a psiquiatria americana dominada pela
influência psicanalítica não se preocupava com diagnóstico clínico, era feito o
“diagnóstico genético dinâmico”, mais subjetivo e impreciso. A grande conquista
foi o DSM3 que passou a utilizar a filosofia dos critérios de Feighner e do grupo de
Saint Louis para estabelecer diagnóstico. A aceitação do DSM pelas Forças
Armadas, companhias de Seguro, Universidades e Escolas em geral, na Medicina,
Psicologia, Serviço Social e outros o tornaram imprescindível para o funcionamento
de todos os envolvidos no campo da chamada Saúde Mental.
Recentemente Brasil Paralelo lançou uma série de três filmes nesta área e
fiquei surpreso com o grau de ignorância do assunto apresentado por uma série de
profissionais, a maioria não psiquiatras.

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