por Eduardo Mazzetti Subtil

 

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um diagnóstico comum na
prática psiquiátrica clínica. Pacientes borderline utilizam bastante os serviços de
saúde e por isso são um grupo de importante responsabilidade social e econômica.
Enquanto o tratamento medicamentoso desses pacientes é comum, usualmente é
realizado em associação com tratamento psicoterápico, empiricamente e não se
utilizando de dados baseados em evidência. Este trabalho tem o objetivo de revisar
os artigos publicados nos últimos dez anos em inglês na base de dados do PubMed
sobre o tratamento farmacológico do TPB. Nas últimas décadas houve uma mudança
de paradigma em termos de psicopatologia e tratamento do TPB, foram identificados
prováveis fatores neurobiológicos subjacentes ao transtorno, levando a um aumento
no reconhecimento da efetividade de abordagens psicofarmacológicas e
consequentemente de pesquisas no intuito de identificar possíveis fármacos que
sejam benéficos para esses pacientes. O tratamento de primeira linha para o TPB
continua sendo a psicoterapia. No entanto, o tratamento para comorbidades ou
direcionado a sintomas já tem evidências de eficácia e pode ser considerado. O perfil
dos medicamentos estudados vem mudando, enquanto estudos mais antigos incluem
antipsicóticos de primeira geração e citam os ISRS como medicamentos de escolha,
as evidências mais modernas indicam maior eficácia para os estabilizadores de humor
e antipsicóticos atípicos. As pesquisas mais recentes também incluem os ácidos
graxos ômega-3 e a ocitocina. É importante lembrar que até o momento nenhum
fármaco foi aprovado para utilização no TPB nos Estados Unidos da América, na
Europa ou em qualquer outro local do mundo e a utilização de fármacos em pacientes
borderline, por se tratar de indicação “off-label”, deve ser criteriosa e consentida.
Palavras-chave: Transtorno de Personalidade Borderline. Tratamento

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