Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Maio de 2016 - Vol.21 - Nº 5 Psiquiatria na Prática Médica CORRELAÇÃO ENTRE ZUMBIDOS E PATOLOGIAS PSIQUIÁTRICAS Carolina Sorci Ferreira Pranuvi* O zumbido, som percebido
pelo indivíduo sem que haja estímulo externo, resulta da interação dinâmica de
centros do sistema nervoso central, incluindo vias auditivas e não auditivas. O resultado desta interação, especialmente sistema límbico e
sistema nervoso autônomo, seria responsável pelo desencadeamento de associações
emocionais negativas e reações de incômodo em pacientes com zumbido (4)".
O incômodo do zumbido tem sido associado a transtornos psiquiatricos. Entretanto
o quanto essas duas entidades estão relacionadas? Realizei uma busca em
diversos artigos para avaliar essa relação. Nesse artigo o zumbido tem sido
alvo de inúmeras pesquisas que focalizam aspectos neurofisiológicos,
audiológicos, terapêuticos, psicológicos e farmacológicos." No que diz
respeito às questões psicológicas, muitas apontam a incidência de doenças
mentais como a ansiedade e depressão em portadores de zumbido, assim como a
relação com a severidade do zumbido e o efeito aditivo destes, causando baixa
auto-estima e outros prejuízos."(4) Outro artigo em questão: "
Foi realizado em 68 pacientes com zumbido (Grupo Estudo) e em 46 pacientes sem
zumbido (Grupo Controle), com idade entre 20 e 45 anos e com o limiar auditivo
menor ou igual 25 dB nas frequências de 500 a 8000 Hz. Foi realizado o teste
das Emissões otoacústicas com o aparelho AuDX Plus da
Biologic, a avaliação do incômodo zumbido com o Tinnitus Handicap Inventory
(THI) e dos níveis de ansiedade e depressão com as Escalas de Beck. No Grupo
Estudo, 67% das EOAT foram alteradas, com diferença estatística significante
para todas as frequências testadas. Nas EOAPD, 65,2% dos exames foram
alterados, sendo frequências de 3000 Hz, 6000 Hz e 8000 Hz com diferença
estatística. Ainda verificou-se que 44,1% dos pacientes possuem ansiedade e
33,3% possuem depressão, com diferença estatística significante do Grupo
Controle. O incômodo do zumbido não mostrou correlação com os resultados das
EOA e com o tempo de zumbido, mas com a presença de ansiedade e depressão. Em
outras palavras, quanto maior o escore para ansiedade e depressão, maior o
incômodo do zumbido. Ainda observou-se que, quando comparados, dentro do Grupo
Estudo, os pacientes com EOA normais e alteradas, não houve diferença entre os
grupos para a ansiedade e a depressão, concluindo-se que as EOA não exercem
influência na presença ou na ausência de ansiedade e depressão. Por fim, parece
que o incômodo do zumbido pode ser desencadeado e interpretado por áreas
corticais e subcorticais de forma semelhante entre pacientes com e sem perda
auditiva, o que reforça a ideia de que o gatilho periférico do zumbido não
possui correlação com o seu incômodo. "¹ O segundo artigo lido se
tratava de uma revisão feita para avaliar a mesma questão :
"Realizada uma revisão sistemática nas bases: PubMed, Scielo e Lilacs.
Foram incluídos estudos com adultos, publicados em português, espanhol ou
inglês que correlacionaram o zumbido à depressão. " Tendo como resultado a
maioria dos estudos comprovou que a
depressão está relacionada ao zumbido, seja predispondo a uma má adaptação ao
zumbido ou como consequência da gravidade do zumbido. E de acordo com a
conclusão desse trabalho foi previsto que existem pelo menos três possíveis
associações entre depressão e zumbido: "depressão como um fator que afeta
o zumbido, o zumbido como um fator que pode predispor à depressão, e zumbido
como uma comorbidade em pacientes com depressão.²" Foi visto um artigo que
abordava a prevalência de transtorno do pânico em pacientes com zumbido e nele
encontrado que 40% dos pacientes apresentaram
transtorno de pânico, sendo uma parte deles com ou sem agorafobia; E, mais
interessante ainda que 82% dos pacientes em estudo apresentaram pelo menos um diagnóstico
psiquiátrico, sendo os mais prevalentes: transtorno de pânico (40%), depressão
maior (40%) e transtorno de ansiedade generalizada (34%). Esse trabalho reitera ainda mais a
necessidade de avaliação psiquiatrica em todos os pacientes que apresentam o
zumbido. ³ REFERÊNCIAS-- 1-Relação do incômodo do
zumbido com a função das células ciliadas externas e os transtornos de
ansiedade e depressão em indivíduos com limiar auditivo normal, Autor: Granjeiro, Ronaldo Campos 2-Revisão sistemática
sobre as evidências de associação entre zumbido e depressão / Systematic review
on the evidences of an association between tinnitus and depression; Geocze,
Luciana; Mucci, Samantha; Abranches, Denise Caluta; Marco, Mario Alfredo de;
Penido, Norma de Oliveira. 3- The prevalence of
panic disorder in patients with tinnitus; Kátia de Vasconcellos MathiasI; Marco Andre MezzasalmaI; Antonio Egidio NardiII 4-ZUMBIDO E ANSIEDADE:
UMA REVISÃO DA LITERATURA/Tinnitus and anxiety: a literature review/Marine
Raquel Diniz da Rosa , Anna Alice Figueirêdo de
Almeida Flávia Pimenta ,Caroline
Gonçalves Silva , Maria Aline Ribeiro Lima , Margareth de Fátima Formiga Melo
Diniz
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