Psyquiatry online Brazil
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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello

Julho de 2016 - Vol.21 - Nº 7

France - Brasil- Psy

Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Quem somos (qui sommes-nous?)                                  

France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on  line”oferto aos  profissionais do setor da saúde mental de expressão  lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de sites.

Qui sommes- nous ?

France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais  concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et d’associations, sélection  de sites

SOMMAIRE (SUMÁRIO):

 

  • 1. O TERRORISMO SEGUNDO FHETI BENSLAMA
  • 2. ALDO NOARI: ESTE DRAMA SERÁ DETERMINANTE NA VIDA DAS CRIANÇAS
  • 3. RETORNO AO PENSAMENTO DE PIERRE JANET (Segunda parte)
  • 4. REUNIÕES E COLÓQUIOS
  • 5. LIVROS RECENTES
  • 6. ASSOCIAÇÕES


  • O TERRORISMO  SEGUNDO  FHETI  BENSLAMA

    Referência: entrevista dada aos jornalistas Catherine Golliau e Clément Petreault, da  revista Le Point,  em Junho de 2016

     

    *Tradução e resumo: Eliezer de Hollanda Cordeiro

     

    Para o psicanalista e professor  FHETI  BENSLAMA, “o fantasma da pureza  levou os islâmicos integristas aos atos terroristas”.

     

    LE POINT: PORQUE OS HOMOSSEXUAIS SÃO VISADOS PELOS DJIHADISTES ?

     

    FHETI  BENSLAMA: Para a maioria dos religiosos radicais, tudo o que não faz parte da heterossexualidade normativa é o mal e isto eles não podem tolerar. Tomemos o exemplo da reivendicação dos atentados de 13 de novembro, os autores invocaram a purificação da perversão. O que se passou em Orlando parece muito com o que ocorreu no Bataclan

    . O ataque desta discoteca frequentada  por homossexuais foi perpetrado  por um individuo pretendendo purificar o mundo dos perversos. Não é certo que esse massacre tenha sido comandado antes pelo Estado Islâmico; o massacre foi perpetrado por indivíduos perturbados que relacionam a loucura de seus atos à estratégia do djiadismo
    .      

     

    LE POINT: PORQUE ESTA BUSCA OBSESSIVA DA PUREZA ?

     

    Porquê  ela é um espectro fundamental em todos os religiosos extremistas. Eles se sentem, de maneira permanente, ameaçados  pela impureza, não somente do corpo, mas também das ideias. Pensar por si mesmo é uma corrupção que é preciso rechassar pela virtude de fórmulas fixas.

     

    OS RADICAIS QUE SE TORNAM  DJIADISTAS E TOMAM A DECISÃO EXTREMA DA MORTE, SERÁ QUE ELES TÊM PROBLEMAS PSICOLÓGICOS ?    

     

    Somente alguns. Sobre este ponto, eu não estou de acordo com a tese do psiquiatra americano Marc Sageman, pretendendo que os djiadistas não sofrem de distúrbios psicopatológicos. As perícias feitas em alguns jovens radicalizados,  mostram  que é preciso evitar a generalisação do estado deles e insistir mais sobre os seus percursos.  Encontramos tudo entre eles, mesmo se a maioria é reponsável pelos seus atos. Mas eles também não são idiotas, como certas pessoas dizem. Contudo, quando alguém é fanatizado, ele fala como um autômato, repetindo a mesma coisa, escamoteando sua singularidade para se desvencilhar  de seus tormentos. Eles parecem mais tolos do que não são realmente.

     

    LE POINT: PORQUE ESCOLHER UM ISLAMISMO RIGOROSO ?

     

    Por quê o comportamento é diferente segundo os tipos de convertidos, mesmo se alguns aspectos sejam comuns. Os « born again » (nascer novamente), os que vêm de uma família de origem islâmica secularizada, estão num processo de identificação  às  referências que seus pais abandonaram. Eles vivem isto como um abandono a restaurar, afim de se regenerar e poder enfrentar suas próprias  angústias. Para aqueles que vêm de famílias não islâmicas, o problema é, sobretudo, o de uma busca de sentido, de ideais e de engajamentos fortes.

     

    Nos dois casos, são frequentemente jovens isolados, às vezes vagabundos que não pertencem a um grupo social estruturante. Assim, muitos jovens radicalizados procuraram entrar no exército ou na  polícia, mas não foram aceitos. No caso de Omar Mateen, autor do atentado de  Orlando, ele trabalhava numa empresa de segurança. Essas pessoas têm a necessidade de se fixarem numa crença sólida, no meio de uma comunidade que lhes permitam de se enraizar e de serem reconhecidos. Esta religião oferece-lhes  este abrigo através duma fé que não conhece a dúvida e que tem regras estritas para todos os aspectos da vida. Muitos experimentam  sentimentos  de vergonha e de prejuízo. Eles se identificam aos muçulmanos que se consideram como humilhados. Eles vão assim reivindicar una nova filiação em nome de uma  certa  justiça.

     

    LE POINT: NÃO É PRECISO PROIBIR O QUE FAZEM ? 

     

    Sua interdição na escola bem como a lei contra o véu integral são justificadas. Mas o combate  contra o véu pode amplificar o recurso a ele como a marca desta submissão.  Quanto mais for reprovado, tanto mais será aprovado.

     

    LE POINT:  MAS NÃO  EXISTE UMA PARTE  DE MASOQUISMO  NESTE  RETORNO A UMA RELIGIOSIDADE MAIS AUSTERA ?

     

    Efetivamente, a severidade consigo mesmo pode se aparentar como  um gozo sacrificatório e trágico da existência. Vejam essas mulheres que querem se tornar  viúvas de mártires e dar à luz a crianças destinadas a uma morte heroica. É também uma maneira de cumprir com o seu dever  para com a comunidade e de ser glorioso. Nós esquecemos, mas durante séculos exaltamos as mães que davam seus homens à pátria. Elas eram as matrizes dos combatentes mortos. 

     

    LE POINT: O SENHOR  NÃO  PARECE ACREDITAR NAS CHANCES  DUM  ISLAMISMO RADICAL. PORQUÊ ?

    A secularização do mundo é um processo muito avançado e irreversivel, que ocorre em todas as religiões e essa reação que é o fundamentalismo, cujo islamismo é um caso particular entre tantos outros. O fundamentalismo é um sintoma da modernidade que tornou caduca a tradição religiosa. Donde os movimentos do retorno às origens e aos antepassados afim de encontrar uma direção. É o que está ocorrendo atualmente  com grupos evangélicos, com o budismo birmano, coms os judeus ultra-ortodoxos, etc.

     

    A particularidade do fundamentalismo islâmico, é que ele foi armado  num contexto de guerra. pelos  Americanos no Afganistão, pela Arábia saudita, pelo Irã ; Israel sustentou os islâmicos palestinos ,no início, para enfraquecer os leigos. Amanhã, se os fundamentalistas de outras religiões fossem armados, nós teríamos violências comparáveis.

     

    2. ALDO  NAOURI : ESTE  DRAMA SERÁ DETERMINANTE NA VIDA DAS CRIANÇAS            

                   

    *Entrevista dada por Aldo Naouri ao jornalista  Jérôme Cordelier

    LE POINT : inúmeras  crianças  foram mortas, muitas ficaram feridas e deverão viver com as cenas aterrorizantes gravadas em suas  memórias. O que o senhor  ressente como pediatra ? 

     

    Aldo Naouri : É uma tragédia. As crianças são o símbolo do futuro. Neste 14 de julho de 2016, em Nice, diante do Mediterrâneo, foi o futuro que mataram. Isto dito, a criança é um pessoa que não tem ainda acesso ao que nutre o afrontamento entre as sociedades. Nós fomos todos marcados  pelo fato de que crianças foram feridas e outras mortas. Mas, para mim, que a vítima seja uma criança ou um adulto, o horror é equivalente.

     

    QUAL VAI SER O FUTURO DAS CRIANÇAS QUE SOBREVIVERAM ? 

     

    Aldo Naouri :No que diz respeito às crianças feridas, o traumatismo é muito importante, por isso não é fácil evacuá-lo. Em todo o caso, ele vai perseguir essas crianças durante toda a vida : elas foram atingidas por um acontecimento muito brutal, embora elas não tivessem nada a haver com isso. No que diz respeito às crianças que presenciaram essas ocorrências, o choque que sofreram é também considerável.

     

    COMO TRATAR ESSES TRAUMATISMOS ?

     

    É essencial avaliar, da melhor maneira possível, a relação da criança com esse acontecimento. O que foi vivido deve ser falado. A criança é ligada de maneira natural  ao inconsciente parental, como uma verdadeira esponja:  ela percebe a angústia de seus pais, embora estes nem sempre o saibam .Por conseguinte, a circulação da palavra faz bem à criança e aos pais. Mas, para tanto, é necessário que os pais possam  verbalizar o que eles sentem  e evitem  falar de maneira aterrorizada. Se os pais não forem capazes de responder às questões da criança, é preciso que eles temporizem e digam que falarão com elas quando puderem.

     

    QUAIS OS CONSELHOS QUE O SENHORA DARIA AS VÍTIMAS ?

     

    Não há conselhos a dar. É um acontecimento que será determinante nas vidas delas. As crianças, como seus pais e as outras vítimas, farão o que eles puderem para organizar sua  “résilience, segundo a expressão de meu amigo Boris Cyrulnik. Células psicológicas  foram criadas, permitindo a elaboração do traumatismo.

    Muitos viveram  esses momentos com a família, e o fato de não estarem sozinhos permitiu o advento dos laços de solidariedade. Isto é muito importante.Quando se cai no horror, isto pode provocar um estado de sideração. Durante muito tempo, não será  possivel falar do que se viveu. Mas o fato de que essas emoções individuais se inscrevam numa emoção coletiva, ajuda a sobrepujar o trauma afetivo que sofreram.. 

     

    COM ESSAS NUMEROSAS CRIANÇAS VÍTIMAS, SERÁ QUE O ATENTADO DE NICE REPRESENTE UM GRAU SUPLEMENTAR  NA ESCALADA DO HORROR ?

     

    As pessoas que foram metralhadas nos terraços dos bares em Paris, eram amigas como se fosse uma família .Todos esses atos são horriveis, qualquer que eles sejam. Eu não penso que, em Nice, o terrorista tenha escolhido uma população em particular, ele aproveitou a presença de uma multidão tumultuosa como a do Bataclan para agir. Vejo ,novamente,_ as imagens do que eu vivi durante minha adolescência na Argélia, durante a guerra. Eu tinha 17 anos e me encontrava numa praia de Mostaganem, quando militantes do FLN desembarcaram, disfarçados com uniformes de soldado francês, atirarando na multidão com suas metralhadoras. Eu me lembro também do baile, em Relizane, onde uma orquestra tocava, quando surgiu detrás do muro os mesmos que atiraram balas nos convidados .Cenas horrorosas, como as de 14 deJulho em Nice.      

     

    3. RETORNO  AO  PENSAMENTO  DE PIERRE JANET  (Segunda parte)

    Referência : Elsa RIBEIRO HAWELKA

     

    Para Janet, a metodologia psicoterapêutica devia ser uma disciplina livre, e não estreitamente ligada à associação de ideias, à análise dos sonhos, ao divã e aos honorários. Janet recorria à entrevista directiva, à sugestão, à hipnose. Não era apenas uma testemunha das expressões do seu paciente, era um educador, um guia.

    -Buscava as recordações intervindo de modo ativo.   

    -Provocava estados de transe, escrutava os sonanbúlicos.

    -Preconizava tratamentos pelo repouso e induções morais.

    -Utilizava medicamentos, antecipando assim as descobertas da farmacologia moderna.

    -Aplaudia a descoberta da narcose química.

    -Previa o advento da electro-hipnose. Janet escreve em O Automatismo psicológico: “ Estou convencido de que os aparelhos elétricos serão, num futuro próximo, o verdadeiro instrumento científico para produzir, quando se queira e regularmente, todas as variedades do sonambulismo” (redação de 1973, p. 121).

     

    Para resumir, Janet afirmava que “[...] a única psicoterapia verdadeira é a que recusa os modelos, e que, aplicar a psicanálise a todos os neuróticos seria como dar digitalina a todos os doentes’’.

    Ele exibia o mesmo ecletismo a propósito da formação do psicoterapeuta: “Deve o terapeuta[...] analisar-se a si mesmo ou fixar como condição preliminar sua própria análise?” A resposta é aqui francamente negativa: “Trata-se de fazer parte integrante do devaneio do outro”.

    Nessas condições, compreende-se melhor as raízes profundas da luta entre Janet e Freud. Pierre Janet era inimigo de qualquer sistema imutável, e a psicanálise o rejeitou. Mas o fato é que a história das ideias se prolonga, assim como a Evolução dos Seres e das Coisas, da qual Janet disse tanto bem na Evolução da memória e da noção do tempo.

     

    A  PSICANÁLISE,  NA FRANÇA,  ENTROU  NA  FASE  DAS  DIFICULDADES.

     

    -As decepções terapêuticas traduzem-se por um retorno às psicoterapias mais flexíveis e matizadas.

    -As insatisfações dogmáticas transparecem através dos choques entre escolas rivais.

    -A aridez das correntes de pensamento “ortodoxas” convida a um retorno às origens. É então que se redescobre Pierre Janet!

    Assim, após meio século de olvido, vem o despertar; como nesses contos em que se vê o herói adormecer, às vezes até desvanecer-se, para ressurgir com uma nova auréola.     

     

    QUAIS  FORAM  AS  CIRCUNSTÂNCIAS  QUE  FAVORECERAM,  NA FRANÇA, O  RETORNO  AO  PENSAMENTO  DE  PIERRE JANET? 

     

    Foi na organização universitária da Sorbonne que se originou essa  renovação. É certo que os neuro-psiquiatras clássicos ( Georges HEUYER, Jean DELAY, Henri BARUK, Paul SIVADON, Henri EY e outros) jamais deixaram de citar JANET.

    Mas foi o Bulletin de Psychologie da Sorbonne que, em 1960, tomou a iniciativa de resumir os artigos escritos por umas trinta notabilidades em homenagem a Pierre JANET, por ocasião do seu centenário.

    Ulteriormente, o Laboratório de Psicologia da Sorbonne,  fundado pelo professor  Daniel LAGACHE, reinseriu os textos de JANET no programa dos estudos de psicologia.

    Finalmente, a Sociedade Pierre Janet foi constituída por um grupo de médicos e universitários que se propuseram como tarefa reimprimir as obras de Pierre Janet. Assim, o Automatismo psicológico foi reeditado.

    Por outro lado, foram empreendidas na Sorbonne teses de doutoramento tomando por tema o estudo de Pierre Janet. Já foram defendidas duas delas:

    -Uma,  em  1971, pelo Doutor Henri-Jean BARRAUD: ‘’Freud et Janet:Étude comparée”.  

    -Outra, em 1975, por Claude PRÉVOST, sobre “La Psycho-Philosophie de Pierre JANET”.

     

    O Automatismo  Psicológico é uma obra de uma atualidade surpreendente. Objeto de uma Tese de Filosofia na Sorbonne em 1889, o livro teve  um êxito imenso nos meios médicos, universitários e  psicológicos, tendo sido reeditado dez vezes em quarenta anos. Depois, foi por outros tantos anos abandonado, até reencontrar o favor atual.

     

    Sob o aparente polimorfismo da obra, é possível  distinguir três temas principais que foram decisivos  para a história da psicologia, da psicopatologia e da terapia psiquiátrica;

     

    1-A personalidade humana possui rica disposição latente feita de duas instâncias: ‘ uma que conserva as organizações do passado, outra que sintetiza e organiza os fenômenos atuais’’. Que  essa simultaneidade da alternância seja considerada sob o aspecto dos “desaparecimentos” e dos “retornos” da memória; que ela seja  observada no decurso de estados de sonambulismos “naturais” ou “induzidos” , ou durante o decorrer de sugestões pós-hipnóticas; que ela se traduza por anestesias, pela escrita automática, por discursos estranhos, percepções insólitas, e toda uma gama de atos aparentemente involuntários; que ela seja interpretada como o resultado dum estreitamento momentâneo do campo da consciência ou um fenômeno que se assemelhe ao sono, pouco importa: sempre estão presentes fatos da mesma ordem, que nos obrigam a supor a existência de uma “segunda consciência” que “persiste sob o pensamento normal”.

     

    2- A personalidade humana pode perder sua coesão quando uma  fração da mesma se “autonomiza”, quando um sistema parcelar se “desprende” do conjunto. O doente entrega-se então às ideias fixas, ao delírio, à alucinação.   

     

    3- Pierre Janet desenvolveu largamente o estudo das clivagens da personalidade e das principais manifestações psicossensoriais: as existências simultâneas, com o ‘’secondary self”  e a autonomia do ‘’outro’’; as existências psicológicas sucessivas, com as alucinações negativas e as anestesias sistematizadas; as ilusões coletivas do espiritismo, com os ‘’movimentos’’ das mesas giratórias, as ‘’vidências’’ dos  médiums,  as “divinações’’, a leitura dos pensamentos; os estados de ‘’loucura impulsiva’’, as alucinações psicomotoras verbais, as possessões, entre outros trabalhos.

    Todas as categorias  desses síndromes, todos esses estados, afirma Pierre Janet, são outras tantas formas de desagregação psíquica.

     

    4-A personalidade humana, quando perturbada na sua harmonia e na coesão de sua mente, dos seus pensamentos, dos seus desejos, das suas recordações, pode ser tratada, melhorada e eventualmente curada pelo desencadear de processos psicológicos.

    A sugestão hipnótica?  De fato, diz ele “[...] é ainda com a persistência dum  pensamento subconsciente  que relacionarei a ação da maioria das sugestões pós-hipnóticas com efeito terapeutico .”

     

    4. REUNIÕES E COLÓQUIOS

    FÉVRIER 2016

    * PARIS, le 18 :l’ASM 13 organise le 2ème Colloque Lantéri-Laura sur «Antichambre de la folie –Histoire, épistémologie et psychopathologie ».

    -Informations et inscriptions : www.asm13.org.rubriqueEnseignement /Colloques

    MARS 2016

    *MONTÉLÉGER, le 4 : dans le cadre du Séminaire de phénoménologie clinique, l’AssociationFrançaise de Psychiatrie  et le Pôle Centre de Psychiatrie générale propose un séminaire sur le thèmeTemporalité et psychopathologie phénoménologique  « Temporalité et depressivité ».

    -informations et inscriptions : Docteur Jean-Jouis GRIGUER -  [email protected]

    *PARIS, le 11 : L’Association Française de Psychiatrie organise un colloque sur «  Le désir mimétique : entre psychopathologie et neurosciences ».

    -Informations et inscriptions : AFP- Téléphone 01 42 71 47 11 secretariat@psychiatrie-française.com

    *Lille, le 12 : l’Association pour l’Étude de la Psychanalyse et de son histoire( (ALEPH)  et le Collège de Psychanalystes de l’ALEPH organisent leur 17ème colloque sur « Fantasmes d’enfant- Enfants du fantasme ».

    -Informations et inscriptions : www.aleph-savoirs-et-clinique.org

    *Paris, le 19 : L’Association Française de Psychiatrie organise un DPC sur « Violences conjugales et terrorisme ».

    -Informations et inscriptions :  AFP- Téléphone 01 42 71 47 11 secretariat@psychiatrie-française.com

     *Paris, du 23 au 25 : l’Association de Recherche et de soutien de Soins en Psychiatrie Générale organise  leur 14ème congès annuel sur le thème : ‘’Vers un renouveau de la clinique en psychiatrie- apports des neurosciences et des tchnologies

      -Informations et inscriptions : www.arspg.org

    5. LIVROS  RECENTES

    *Au plus près du mal : une psychologue à la Brigade criminelle

    BALLAND Frédérique

    Paris :Grasset- 2015- Br.- 17 Euros

    *Jouer à La Borde: théâtre en psychiatrie

     CACHIA Henri

    Saint-Georges- d’Oléron : Ed. Libertaires-2015-Br.-13 Euros

    *Corps et symptômes

    ASSOUN Paul-Laurent

    Paris ; Anthropos-2015-Br :-28 Euros

     *La vieillesse en analyse

    HERFRAY Charlotte

    Toulouse : Érès-2015 -Br. – 13 Euros

    *L’idéal et la cruauté : subjectivité et politique de la radicalisation

    Sous la direction de BENSLAMA Fathi

    Paris : Nouvelle Éditions Lignes – 2015- Br. – 20 Euros

    *Vers l’identité : cours 2014-2015

    SOLFER Colette

    Paris : Éddu Champ lacanien  - 2015 – 15 Euros

    *Regards sur la civilisation eodipienne : désir et finitude

    SAFOUAN Moustapha

    Paris : Hermann – 2015- Br. 24 Euros

    *Winnicott, notre contemporain

    Sous la direction de

    DETHIVILLE Laura

    Paris : Campagne Première -  2015- Br.- 21 Euros

    *Promenades dans le Paris de la folie : les êtres et les lieux

    GARRABÉ Jean,  SEYDELL Freddy

    Montrouge : 2015- Br.- 28 Euros

    *Tous fous ou La psychiatrie 5.0

    ZDANOWICZ Nicolas

    Louvain-la-Neuve-(Belgique) : Éditions Academia – 2015- Br.- 14 Euros

    *Cours au Collège de France, 1981-1983

    BOURDIEU Pierre

    Paris : Seuil -  2015- Br.- 30 Euros

    *La Musique de Melody

    STAMMLER Annie

    Paris : Harmattan  -  2015- Br.- 17,50 Euros

    *Le cerveau expliqué à mon petit-fils

    VINCENT Jean-Didier

    Paris : Seuil -  2015- Br.- 8 Euros

    Vieillir, risques et chances : petit traité de psycho-gérontologie

    MONTFORT Jean-Claude

    Paris : Lavoisier médecine   -  2015- Br.- 49 Euros

    5. REVISTAS

    L’Evolution psychiatrique

    L’Information psychiatrique

    La Lettre de Psychiatrie Française

    6. ASSOCIAÇÕES  CIENTÍFICAS  MEMBROS DA FFP

    *Association Française de Psychiatrie et Psychologie Légales (Afpp)

    *Association Française de Thérapie Comportementale et Cognitive (Aftcc)

    *Association Francophone se Formation et de Recherche en Thérapie Comportementale et Cognitive  (Afforthecc)


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