Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Fevereiro de 2015 - Vol.20 - Nº 2 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites 1)ENTREVISTA DE BORIS CYRULNIK SOBRE TERRORISTAS ISLAMISTAS: « É A MESMA MECÂNICA QUE AS DOS NAZISTAS » Referência : Journal Sud-Ouest Tradução: Eliezer de Hollanda Cordeiro O neuropsiquiatra Boris Cyrulnik estima que os terroristas islâmicos são deliberadamente moldados segundo um mecanismo idêntico àquele que levou ao regime nazista. De passagem em Bordeaux, na sexta-feira, quando do lançamento de seu mais recente livro "As almas feridas" (Odile Jacob) e a comemoração do aprisionamento dos judeus, o neuropsiquiatra Boris Cyrulnik participou no programa "Ponto de vista" TV7 Bordéus. Ele comentou longamente a atualidade, o dramático atentado contra Charlie Hebdo e a captura dos reféns de Vincennes. Eis aqui os principais trechos. Como o Senhor explica essa violência em nome de uma religião? Isso já se viu no passado. Isso existe há muito tempo. O ódio é suscitado nos bairros em dificuldade, detectam crianças, oferecem-lhes estágios de formação. São grupos políticos que usam o terrorismo como uma arma. Quando o ódio é semeado, localizam-se as crianças que podem ser mais facilmente fanatizadas e enviam-nas para o sacrifício. Esta organização é financiada por pessoas que lidam com petróleo e drogas, pessoas que têm intenções políticas no Médio Oriente e no Ocidente. É um pouco a teoria da conspiração? Isto não é uma teoria. Isto já foi feito antes. A Inquisição cristã faz parte do mesmo processo. O nazismo faz parte da bela cultura germânica alemã,a qual levou poucos anos para incendiar o mundo.Slogans gradualmente entraram na cultura comum. A população se submeteu a uma representação desprovida de julgamento. A sociedade foi impregnada com essas idéias. O que fazer agora? Podemos fazer desta tragédia uma solidariedade ou um massacre. Os muçulmanos franceses correm perigo. Eles podem ser agredidos.Aliás, 99% dos árabes mortos no mundo são vítimas de outros árabes. Esses fenômenos já ocorreram na história e poderão se reproduzir. Os terroristas são por conseguinte formatados e não loucos? Eles não são loucos, nem monstros. São crianças normais e em perigo, formadas de maneira intencional por uma minoria que quer tomar o poder. Essas crianças são abandonadas, sofrem dificulades psicológicas, sociais e educacionais. É preciso, antes de tudo, educá-las. A Internete veicula uma representação fácil da realidade, um pensamento preguiçoso que é a origem de todas as teorias totalitárias. Com uma minoria de homens formados, pagos e armados, manipulados e fabricados, pode-se destruir uma civilização.Isto já foi feito. A inquisição e o nazismo já o fizeram. Não é a mesma mecânica que existe na cabeça de um neonazista e dum islamista fundamentalista? Sim, claramente. É o mesmo método. Freud dizia que as palavras designam as coisas no início, depois as coisas que não estão presentes, e isto é a função do símbolo, e por último elas não designam mais nada do real.Neste momento preciso,submetêmo-nos a um slogan. Quando uma cultura proibe o encontro e o debate, tornâmo-nos presas e a internete multiplica o poder desses manipuladores. Ao dizer isso, o Senhor também não inocenta esses terroristas? Mas eu quero falar da responsabilidade de nossos governantes que abandonaram culturalmente as crianças dos bairros e submeteram-nas aos manipuladores. A Alemanha nazista era muito culta, mas a base da sociedade não era de maneira nenhuma culta. É exatamente a mesma coisa nos países do Oriente-Médio. 2)MICHEL BOUJENAH E A DOENÇA DE ALZHEIMER Entrevista publicada em 20/09/2013 10h27 O autor do artigo é diretor de cinema, artista e humorista Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro
France Alzheimer Muitas vezes tive de enfrentar questões de morte, de sofrimento e de cura. E
primo de médicos,
regularmente sou confrontado às questões sobre a
vida, a morte, a doença, a cura, o sofrimento. Estas noções
fazem parte de minha vida íntima. Tanto mais porque
cheguei a uma idade na qual vemos nossos anciãos, nossos
parentes partirem. Eu deveria até dizer, ausentar-se,porque
na minha cultura, não se morre, ausênta-se.No que diz
respeito mais precisamente a doença de Alzheimer, estou
seguramente mais sensivel a ela no dia de hoje do que há 20
anos. Isto por três razões: Meu primeiro sentimento para com essas pessoas doentes é a empatia. Porque minha reflexão me leva sempre a pensar como é que essas pessoas doentes fazem para viver cotidianamente, a partir do momento em que elas não se lembram disto ou daquilo. Sempre tive a impressão de que as pessoas doentes com quem convivia habitavam num outro mundo, numa outra realidade que as vezes cruzavam a minha. Eu considero que o momento mais dificil da vida para essas pessoas é este período onde você deve enfrentar não somente perdas de memória mas também quando você está ainda muito lúcido para medir a perda. Deve ser muito difícil de viver e ter consciência de sua doença. Esta questão do sofrimento em torno da doença de Alzheimer me questiona. Se eu avalio efetivamente todo o sofrimento e as dificuldades que enfrentam os que auxiliam, eu tenho ainda hoje muita dificuldade de perceber as dificuldades das pessoas doentes, o gráu de consciência do sofrimento que têm.Elas sofrem ou não por viverem alhures? Eu me coloco ainda esta questão porque a memória é algo central em todos os aspectos da minha vida, especialmente na minha atividade profissonal. A memória é, de fato, um dos meus instrumentos de trabalho.Anos de trabalho com a memória permitiram-me adquirir reflexos, experiência e muito simplesmente de me construir como criador e como ator. Então, naturalmente, detrás da memória, temos de nos lembrar do que faremos no palco, o que faremos do nosso texto. Mas
é preciso também
levar em conta outros tipos de memória: a memória
da emoção que devemos jogar; a memória dos
gestos – fala-se frequentemente da memória do corpo,
da memória coletiva que se enriquece do que você viu,
leu ou ouviu, compartilhou. Eu pertenço a um povo cuja
memória é importante. Aliás, todos os povos
precisam de memória. Não sabemos onde iremos se não
sabemos donde viemos. Com quinze personalidades públicas, Michel Boujenah decidiu engajar-se pelo projeto de France Alzheimer : Des mots pour Alzheimer (Palavras para Alzheimer). Foi assim que, muito naturalmente, por ocasião da Jornada mundial Alzheimer, Michel Boujenah aceitou de por à disposição sua voz e sua imagem para sensibilizar a opinião pública sobre os constrangimentos causados por esta doença e pelas necessidades das famílias.Mais do que uma simples resposta à solicitação de France Alzheimer,isto deve lhe haver parecido uma evidência porque ele concebe "seu estatuto de artista como um meio de passar mensagens de fraternidade e de solidariedade".
3. LIVROS RECENTES *Loi, éthique et psychanalyse CLAVREUL, Jean Paris : Hermann-Br.- 30,00 Euros *La honte : psychanalyse d’un lien social TISSERON Serge Paris :Dunod -2014- Br-, 14,00 Euros *Les blessés psychiques de la Grande Guerre CROCQ Louis Paris : O. Jacob – 2014-21,90 Euros *Les paranoïas MELMAN Charles Toulouse : Erès – 2014 – Br. 22,00 Euros *Adolescence.89- Parents dans les MDA Sous la direction de Marie-Rose MORO, A. BIRRAUX, SCHUMBERGER et al. Le Bouscat(Gironde) : L’Esprit du temps – Br - 23,00 Euros *La psychanalyse BLONDEL Charles Paris : L’Harmattan-– 2014 – Br. 28,00 Euros *Ouvrir la parole FEDIDA Pierre St-Martin-de- Blagny (Calvados) : MJW Éditions -2014 – Br. 25,00 Euros *La psychanalyse avec Wilfrid R. Bion LEVY François Paris : Compagnie première- 2014- Br.- 24,80 Euros *La main, l’œil, nl’image TISSERON Serge Bry-sur-Marne : INA- 2014- Br- 10,00 Euros *Petite enfance et psychopathologie Sous la direction d’Antoine GUEDENEY Issy-les-Moulineaux : Elsevier Masson-2014-Br. 30,00 Euros *Psychiatrie phénoménologique TATOSSIAN Arthur St-Martin-de- Blagny (Calvados) : MJW Éditions -2014 – Br. 26,38 Euros *Structure des psychoses : une synthèse post-lacanienne BERCHERIE Paul Paris : L’Harmattan– Br. 16,50 Euros *La violence et son contexte- L’Évolution psychiatrique (2014) Issy-les-Moulineaux : Elsevier Masson-2014-Br. 28,00 Euros *Une psychanalyse avec les parents : et trois enfants autistes se mettent à parler Toulouse : Erès – 2014 – Br. 18,00 Euros 4.REVISTAS 5.ASSOCIATIONS *Association Française De Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française de Thérapie Comportementale et Cognitive (Aftcc) *Association de Langue Française Pour l’etude du Stress et du Traumatisme (Alfest) *Association pour La Fondation Henri Ey *Association Scientifique des Psychiatres de Secteur ASPS
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