Psyquiatry online Brazil
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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Giovanni Torello

 

Julho de 2014 - Vol.19 - Nº 7

História da Psiquiatria

DAVID EPELBAUM ZIMERMAN (1930-2014)

Walmor J.Piccinini

Ex-presidente da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. Depoimento em http://aprs.org.br/museu/historias-interessantes/dr-david-zimerman/

Introdução

O Doutor David Epelbaum Zimerman foi psiquiatra, psicanalista, conferencista e prolífico escritor de textos psicanalíticos. Seu

falecimento no dia 3 de julho pp. Foi lamentado por seus inúmeros amigos, colegas, alunos e pacientes.  Deixa a sua querida Guilhermina, mais conhecida como Guite, especialista e pioneira no trato com idosos. O David teve três  filhos, o Leandro,cardiologista, a Idete, psiquiatra e psicanalista e o mais jovem Alexandre, falecido precocemente em 1991.  David formou-se pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre em 1954. Especializou-se em Psiquiatria na Clínica Pinel de Porto Alegre onde foi diretor clínico por vários anos. Psicanalista da SPPA da qual tornou-se Membro Associado em 1976, Efetivo em 1987. Desde 1990 é Analista Didata.

Uma biografia informal

    Já escrevi inúmeras biografias para a Psiquiatria Online Brasil, alguns biografados conheci pessoalmente, outros de ouvir depoimentos e ler suas publicações. O David é especial, convivi com ele desde meus 18 anos quando fui bater às portas da Clínica Pinel de Porto Alegre procurando emprego para me manter como estudante de medicina. A Clínica Pinel iniciou em 28 de março de 1960 e eu fui admitido em junho do mesmo ano e lá estava o David Zimerman que depois colocou o E de Epelbaum para não ser confundido com o Professor David Zimmermann. A Clínica Pinel começou com três casas alugadas na Avenida João Pessoa em Porto Alegre. Em frente tinha uma parada de bonde e o pessoal ficava intrigado com as atividades da casa, inclusive animados bailes.

    Desde meu primeiro dia convivi com o David que ao longo do tempo foi tendo muitos papeis na minha vida, professor, orientador, mentor, padrinho, supervisor, amigo na melhor conotação que esta palavra pode ter. Ele foi capitão médico da Polícia Militar (Brigada Militar) do Estado do Rio Grande do Sul. Lá pelo ano de 1963 me indicou para ser interno no hospital da corporação, depois ele resolveu sair e, mesmo sendo estudante, fui convidado a substituí-lo. Ao me formar fui convidado a ser médico da corporação e lá fiquei algum tempo. Durante um bom tempo o David morou na própria clínica e mantinha um uniforme da PM em seu armário, eventualmente tinha que vesti-lo e ia enfrentar sua condição de capitão. Numa dessas, por ocasião da “Batalha da Legalidade”, teve que se deslocar com a tropa para a fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, mais precisamente para Tôrres. Contava ele que lá chegando, se dirigiu ao Hotel Farol, na ocasião, o melhor e, talvez, o único hotel da cidade. Por azar encontrou o Comandante da tropa que, rispidamente lhe perguntou o que fazia no hotel. Diante da sua resposta que iria se alojar por ali, foi mandado para o acampamento da tropa para dormir com os soldados. O argumento era de que oficial tinha que dar exemplo. A espera de um possível bombardeio da FAB, seu treino como psiquiatra foi útil para acalmar os soldados.

Num curto período foi professor da psicopatologia no Curso de Psicologia da PUCRS. A falta de tempo obrigou-o a interromper uma tarefa que adorava, ensinar. Novamente fui por ele indicado e permaneci por dez anos como professor de psicopatologia naquele curso.

O Roteiro para conecer David Zimerman será o seguinte:

1. Família

2. Os começos na Pinel por ele mesmo.

3. Atividades Psiquiátricas.

4. O Escritor e a Psicanálise

5. A homenagem de Luiz Ilafont Coronel por ocasião da entrega do Diploma ao Mérito Cyro Martins.

6. Sua experiência como Terapeuta de Grupo com vários livros publicados:

Fundamentos Básicos das Grupoterapias. Ed. Artes Médicas. Várias edições.

7. Resenha dos seus livros.

1. Família.

David foi o quarto filho de Jacob e Paulina. Jacob Zimerman começou como fotógrafo, fazia quadros de casais, emoldurava e distribuía por Porto Alegre e interior. Tempos depois começou a fabricar bonés e com isso criou os filhos. Num ambiente tranquilo, David foi criado e nunca teve problemas nos estudos. Formou-se me Medicina em 1954. No ano de 1958 começou a namorar a Guilhermina (guite) Iochpe que descendia de uma família abonada. Nunca esqueci uma história do namoro dos dois. O pai da Guite era formal, vestia-se com apuro. A primeira saida do David com os futuros sogros foi para ir ao teatro e fez questão de ir com seu Vanguard, carro inglês dos anos 50. No meio do caminho furou o pneu. O pai da Guite, não querendo desapontar o futuro genro, desceu do carro com seu terno de linho branco e dispô-se a trocar o pneu. Ao que David argumentou que não tinha macaco, diante da disposição do sogro de pedir um macado emprestado, o David confessou, não tinha stepe. Foram ao teatro com o pneu furado e o carro se arrastando.Este incidente mostra o jeitão do David, despreocupado com as coisas mundanas.

   O namoro seguiu e em 1963 casou-se com a Guite e vieram os filhos. O mais velho nasceu em 1964, o Leandro Zimerman que fez Medicina e é um reconhecido cardiologista de Porto Alegre. Depois veio a Idete Zimerman, também médica, mas seguiu os rumos do pai, é psiquiatrra e analista em formação. O terceiro foi o Alexandre que veio a falecer cedo em 1991. Varíos netos e dois estudando medicina.

    David teve um tumor de mandíbula e depois de um período difícil veio a falecer em 3 de julho pp.

2. Os começos na Pinel por ele mesmo.

Foi num cair de tarde de um dia primaveril de1960 que, num encontro casual com Marcelo Blaya, tomei conhecimento de que ele, recém chegado da Clínica Menninger, onde passara cerca de quatro anos fazendo uma importante formação em psiquiatria, criara e fundara a "Clínica Pinel", sediada em Porto alegre, na Rua João Pessoa, numa casa especialmente adaptada para a finalidade de funcionar como uma moderna Clínica Psiquiátrica.

“Marcelo e eu tínhamos sido colegas na turma que concluiu a formação médica pela faculdade de medicina da UFRGS em 1954 e, igualmente, fomos colegas como plantonistas do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Assim, no referido encontro, sabedor da forma como eu costumava encarar o ato médico, no que se referia ao relacionamento com o paciente, Marcelo me perguntou se eu ainda mantinha acesso o meu namoro com a psiquiatria. Em resposta, esclareci que estava fazendo um treinamento em pediatria no Hospital da Criança Santo Antonio, que vinha praticando clínica geral privada em consultórios alugados (junto a farmácias em Canoas e Porto Alegre), e que estava pensando na possibilidade de fazer residência na medicina interna em São Paulo; mas que, sim, embora tudo isso, eu continuava com firme namoro platônico coma psiquiatria. Marcelo, então, me  fez o convite para eu conhecer a Pinel, com vistas à possibilidade de me contratar, e foi realmente o que acabou acontecendo”.

Esta mesma história pode ser contada de maneira menos romântica. Decidido a iniciar uma Clínica Psiquiátrica, Marcelo Blaya se deparou com um grande problema, não existiam psiquiatras para trabalhar com ele. Os que existiam eram poucos e mais interessados na psicanálise do que no atendimento psiquiátrico. Na Av. Oswaldo Aranha existia o Bar do João, que reunia médicos do Pronto Socorro e era ponto de encontro de amigos do Bairro Bom Fim. Foi lá que Marcelo encontrou seus primeiros discípulos. Um deles foi o Davizinho, depois veio o Bernardo Brunstein, e a seguir o Isac Sprinz, cujo irmão tinha uma farmácia nas proximidades.

Continua o depoimento do David: “Naquele início de existência da Pinel, éramos três médicos: Marcelo, eu e Nelson Lemos que, após um breve tempo, desligou-se; de sorte que, juntamente com Marcelo, em dias alternados, nós dois nos revezávamos nos plantões, comumente muito movimentados, o que me fez tomar a decisão de adotar a Clínica como minha nova moradia. Assim, despertava cedo para dar início a insulinoterapia e, eventuais aplicações de eletroconvulsoterapia, mantínhamos uma movimentada atividade de praxiterapia para os pacientes, consultas diárias com cada um deles, com um estreito acompanhamento dos familiares; e, sobretudo, investíamos a maior parte do nosso tempo e afeto para o incremento em ambientoterapia, nossa menina dos olhos.

De fato, a ambientoterapia, ou seja, o próprio ambiente hospitalar funcionando como um dos mais importantes dos fatores terapêuticos, tomou um incremento extraordinário na Pinel, através de atividades de salão, jogos recreativos, esporte, sempre levando em conta o estímulo para um convívio comunitário. Já na época aplicávamos o hoje tão badalado “orçamento participativo”, no que se refere a tomada de decisões referente a vida na nossa comunidade hospitalar.

Para o êxito da ambientoterapia, a condição fundamental era de termos uma equipe de atendimento, em todos os níveis e escalões, suficientemente bem preparada. Para tanto, o recurso mais utilizado consistia no sistemático procedimento de reuniões de grupo. Assim, além das reuniões de “reflexão grupal” realizadas com os “atendentes” para treiná-los a uma melhor compreensão da dinâmica dos transtornos mentais dos pacientes, logo, de um manejo mais humanitário e fraternal, também mantínhamos “ assembleias gerais”, isto é, toda a comunidade – pacientes, atendentes, estagiários, pessoal da administração, paxiterapeuta, psicólogos, enfermeira, médicos, etc – debatia conjuntamente as melhores fórmulas de um convívio sadio, com os necessários direitos, limites e respeito recíproco de cada um e de toda a comunidade.

A essa altura, aumentava o número de pacientes, tanto dos que estavam em regime de internação integral, quanto os do hospital-dia e hospital-noite.

Impunha-se a necessidade de preenchermos a vaga deixada pelo Dr. Lemos, tarefa que na época não era nada facial, porque a especialidade na área da psiquiatria não despertava nos médicos algum atrativo especial. Só restava a alternativa de sair a busca de alguém que nos parecesse bom. Encontrei o Dr. Isaac Sprinz que, na ocasião estava batalhando por um lugar onde pudesse especializar-se em neurologia. Não foi difícil convencê-lo de que a neurologia e a psiquiatria eram irmãs-primas...e, assim, ganhamos um excelente colega, como pessoa, psiquiatra e com um notório talento administrativo.

“No início do ano seguinte, foi instituída oficialmente a residência em Psiquiatria, com um substancioso programa de ensino-aprendizagem, teórico, prático, e de pesquisa, essencialmente voltado para a psiquiatria dinâmica. Inicialmente, com uma nítida influência norte-americana, que em muitos aspectos, era novidade na época. Além da formação de psiquiatras, abrimos cursos de atualização para médicos em geral, psicólogos e assistente sociais. A cada ano, entravam novos médicos, candidatos a formação, numa sucessão que, nos primeiros tempos, exigia uma busca ativa e algo sedutora de nossa parte; porém, aos poucos, a Pinel foi gradativamente sendo reconhecida em todo o território nacional, de modo que possamos utilizar critérios de seleção mais exigentes.

Assim, o pioneiro corpo psiquiátrico da Pinel foi enriquecido com brilhantes figuras do nosso meio gaúcho (Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, etc) como podem ser mencionados, numa ordem seqüencial, e com inevitáveis omissões involuntárias, os nomes de Bernardo Brustem, Flávio R. Correa, Carlos Gari Faria, Milton Shansis, Hans J. Schreen, Harri Graeff, Eufrides Silveira, Paulo Juchen, Valter Daudt, Walmor Piccininni, Carmem Dametto (esses dois últimos, enquanto estudantes de medicina, tinham sido nossos atendentes) e muitos, muitos outros se seguiram.

Dentre os colegas que vieram, especialmente os de outros estados, do Sul, Centro, Norte e Nordeste, cabe recordar, unicamente a título de ilustração, os nomes de Marlene Araújo, Carmem Tuma , Fernando Rocha, Onildo Contel, Eduardo Afonso Junior...”

Dois fatores tiveram expressivo peso neste laudatório reconhecimento pelo Brasil todo: um, é a publicação “Arquivos da Clínica Pinel”, revista trimestral, criado por Marcelo Blaya, que publicava não só traduções de artigos de importantes autores internacionais, como também abria as portas para artigos modestos de residentes que estavam recém começando, como eu, ao que sempre serei grato, porque me representou um decisivo incentivo e gosto pelo estudo, criação e escrita dos conhecimentos adquiridos e de novas ideias.

O segundo fator relevante para a construção sólida da imagem da Pinel consistiu na participação de muitos nós, da Pinel, entre outros psiquiatras gaúchos, em um Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início da década de 60, em Fortaleza-Ceará (a grande maioria de nós não tínhamos condições econômicas, mas a influência de um colega, Manuel Albuquerque, possibilitou um vôo gratuito num avião da FAB), que congregava a nata da psiquiatria brasileira e um grande contingente de jovens ávidos por aprender algo que contivesse uma proposta nova de entender e praticar a psiquiatria hospitalar. A bancada gaúcha plantou as sementes desta nova mentalidade de hospital psiquiátrico comunitário com ambientoterapia, no lugar de hospital-asilo, que virtualmente vigia até então.

Assim, a família da Pinel ia crescendo cada vez mais e tivemos que ampliar o número de casas alugadas para comportar a expressiva demanda de pacientes, até que Marcelo Blaya deu o grande e ousado passo da construção de um prédio próprio, que é justamente o da “Rua Santana”, onde funciona na atualidade a Clínica Pinel, passados mais de 40 anos.

Usei a expressa “Família Pinel” de modo deliberado, por quanto nos tempos pioneiros não só passávamos o tempo todo, de todos os dias úteis da semana, integralmente dedicados a Clínica, num convívio harmônico entre nós e os pacientes (almoçávamos e jantávamos nas mesmas mesas, sem distinção, ao que se seguia o ping-pong coletivo, o futebol de mesa...), como também nas tarde de sábado ou manhãs de domingo, ou em noites comemorativas, os familiares, cônjuges e filhos pequenos ( brilhavam as graciosas meninas Anete, Monica e Beatriz) nos acompanhavam e participavam dos jogos de vôlei, caçador, brincadeiras, teatro, saraus, cantorias (“serenôoo da madrugada”...), etc.

Era uma família unida, a da Pinel, que, embora os naturais e inevitáveis desgastes que o tempo promove, constitui-se como uma árvore frondosa, produzido intermináveis frutos e continuadas ramificações.

Redigi o presente texto com o título “evocações”; mas, a medida que ia escrevendo senti que o nome mais apropriado é o de “recordações”, levando em conta a etimologia desta palavra que deriva dos etmos latinos “re” (de novo, mais uma vez) + “cor,cordis” ( coração), por quanto tudo que aqui sumarizei provei, de forma muito saudosa e grata do fundo do meu coração.(Dr. David E. Zimermann  Porto Alegre, julho de 2000.”

As Atividades Psiquiátricas e Psicanalíticas

      A vida profissional de David E Zimerman pode ser divididas em etapas:

A primeira foi a de formação na Clínica Pinel onde foi o primeiro residente, diretor clínico, supervisor. Nesta etapa escreveu alguns artigos entre os quais destacamos:

Nossa Experiência no Tratamento Hospitalar de Jovens . Rev. Arq. Clin. Pinel. 1962; 2(4):149-152.

O Atendente  Psiquiátrico como fator Terapêutico Hospitalar                       Rev.Arq. Clin. Pinel. 1961; 1(3):123-126.

Zimerman, David E. and Sprinz, Isaac . Organização e estrutura dinâmica de um Hospital Psiquiátrico.  Rev. Neurobiologia, Recife. 1965; 28(3):263-268.

  Zimerman, David E. et al. Relações Familiar-Hospital . Rev.De Psiquiat. Dinâmica . 1967; 7(4):105-108.

A segunda foi na Divisão Pinel de Hospital Psiquiátrico São Pedro

para onde levou a sua experiência hospitalar e trabalhou para

implantar sua experiência como psiquiatra de orientação dinâmica.

Um dos trabalhos sobre este período foi o seguinte:

Araújo, Marlene S.; Cheffe, Ely A.; Faria, Carlos G.; Rotta, Carmen T.; Santos, Moacir G., and Zimerman, David E. Atendimento a uma grande área populacional: reformulação e considerações gerais. J.Bras.Psiquiat. 1970; 19(1-2):23-32.

A terceira foi no ambulatório da Vila São José do Murialdo onde

trabalhou em psiquiatria comunitária. Alguns dos trabalhos estão publicados:

1.-Busnello, Ellis A. D.; Thomaz, Theobaldo; Zimerman, David E.; Gerchman, S.; Cunha, Jurema A.; Averbuck, Clarice A.; Freitas, Carmen ; Prado, L. C.; Silva, Antônio Carlos V., and Cristóvão, Paulo. A Psiquiatria Comunitária no Centro Médico Social São José de Murialdo. J.Bras.Psiquiat. 1975; 24(4):443-478.

2. Busnello, Ellis A. D.; Zimerman, David E., and Rodrigues Neto, Fernando. A Equipe do Serviço Psiquiátrico de Comunidade : a equipe do ambulatório psiquiátrico. Rev.AMRIGS. 1973; 17(2):131-136

A quarta foi na AMRIGS num programa de educação continuada

para clínicos.

  Correa, Flávio R. and Zimerman, David E. Participação do Psiquiatra num programa de educação medica continuada. VII Jornada De Psiquiat. Dinâmica-Pelotas-RS. 1974.

 

Junto com sua atividade psiquiátrica iniciou sua formação

analítica. Seu primeiro analista foi Paulo Luis Viana Guedes que

faleceu em 1967, seguiu sua análise com Roberto Pinto Ribeiro.

Tornou-se membro associado em 1976 e Efetivo em 1987 e desde

1990 tornou-se Analista Didata da Sociedade Psicanalítica de Porto

Alegre (SPPA).

Após 1991 começou a escrever livros que o tornaram conhecido no

resto do país.

Acrescentamos uma quinta atividade na vida de David Zimerman,

palestrante e/ou conferencista. Nos últimos vinte anos atendeu

pedidos de palestras do Brasil e no exterior. Não importava a

distância, ou o meio de transporte.

No seu livro Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, Técnica e Clínica,

uma abordagem didática. Editado pela Artmed em 1998, o prefácio

foi escrito por Flávio Rotta Corrêa que começa com uma nota

pessoal sobre seu encontro com David E. Zimerman:

 “Em meados de 1961 doutorando da Faculdade de Medicina da UFRGS, tomei conhecimento de um curso, organizado pelo Livre-Docente Marcelo Blaya sobre Medicina e aspectos emocionais para médicos. Aceita minha solicitação de inscrição, no desenvolvimento do curso travei conhecimento com David E. Zimerman, na época iniciando sua formação psiquiátrica depois de uma passagem pela Clínica Médica. Passagem que certamente já demonstra sua capacidade profissional, pois fez parte de um seleto e reconhecido grupo médico da época que trabalhava e ensinava na Enfermaria 2 da Santa Casa, sede da cadeira de Clinica Médica do Professor Thomaz Mariante. No ano seguinte, iniciei residência na Clínica Pinel, retornando ao contato com o David, que então foi meu professor e supervisor, junto com o diretor da residência, Marcelo Blaya. Desenvolveu-se então uma amizade dentro do trabalho da Clínica, onde ele foi, durante vários anos, Diretor Clínico, e eu exercia funções clínicas e de ensino. Desde os primeiros contatos, fui capaz de perceber um dos aspectos que considero fundamental na personalidade do ?David e que tem papel significativo na sua carreira profissional. Refiro-me à sua capacidade de estimular o debate, o livre pensar e a criatividade dos que com ele convivem, trabalham e estudam. Alguns anos depois, já em formação analítica, tivemos oportunidade de trabalhar juntos novamente numa experiência pioneira em nosso estado, e talvez no Brasil, que foi o Programa de Educação Continuada da Associação Médica do Rio Grande do Sul. Novamente sua característica maneira de trabalhar e de relacionar-se com os demais participantes da tarefa – no caso os professores e alunos do Programa – foi de capital importância para o desenvolvimento e sucesso da ideia inovadora, como forma de ensino e estudo da prática médica.”

Maria dos Prazeres de Azevedo Albuquerque é membro do Instituto da Sociedade Psicanalítica do Recife/Núcleo Psicanalítico de Maceió. Assim escreveu sobre David.

http://febrapsi.org.br/biografias/david-e-zimerman/

 "Pensador original e estudioso sem preconceitos, David E. Zimerman foi capaz de desenvolver uma sólida cultura psicanalítica que lhe conferiu uma posição pluralista, com base em distintas vertentes teóricas e técnicas, abertas, mas sempre dentro dos conceitos fundamentais da psicanálise. Comunicou suas experiências através de trabalhos que estão publicados em revistas e livros. A forma peculiar com que ele expõe suas idéias, com profundidade, mas sem excluir um modo didático, simples, de falar e escrever, estabelece uma intimidade com o leitor, que sente a curiosidade estimulada. Ele nos convida a refletir, dá dicas, transmite com emoção sua rica experiência profissional e de vida, que como ele diz, alcança mais de 40 anos, tanto de prática clínica quanto de ensino e supervisão."

Bibliografia

1. Araújo, Marlene S.; Cheffe, Ely A.; Faria, Carlos G.; Rotta, Carmen T.; Santos, Moacir G., and Zimerman, David E. Atendimento a uma grande área populacional: reformulação e considerações gerais. J.Bras.Psiquiat. 1970; 19(1-2):23-32.

2. Busnello, Ellis A. D.; Thomaz, Theobaldo; Zimerman, David E.; Gerchman, S.; Cunha, Jurema A.; Averbuck, Clarice A.; Freitas, Carmen ; Prado, L. C.; Silva, Antônio Carlos V., and Cristóvão, Paulo. A Psiquiatria Comunitária no Centro Médico Social São José de Murialdo. J.Bras.Psiquiat. 1975; 24(4):443-478.

3. Busnello, Ellis A. D.; Zimerman, David E., and Rodrigues Neto, Fernando. A Equipe do Serviço Psiquiátrico de Comunidade : a equipe do ambulatório psiquiátrico. Rev.AMRIGS. 1973; 17(2):131-136.

4. Correa, Flávio R. and Zimerman, David E. Participação do Psiquiatra num programa de educação medica continuada. VII Jornada De Psiquiat. Dinâmica-Pelotas-RS. 1974.

5. Faria, Carlos G.; Zimerman, David E.; Correa, Flávio R.; Sprinz, Isaac, and Blaya Marcelo. Organização e Funcionamento Hospitalar como Fator Terapêutico . Rev. De Psiquiat. Dinâmica. 1967; 7(4):67-80.

6. Pechansky, Isaac; Santos, Moacir G.; Zimerman, David E.; Pellanda, Luiz E., and Cheffe, Ely A. Reformulação de Atendimento e Estruturação de uma Grande Área Populacional do Hospital Psiquiátrico São Pedro . Rev. De Psiquiat. Dinâmica . 1966; 6(4):151-164.

7. Pechansky, Isaac; Santos, Moacir G.; Zimerman, David E., and Vieira, Eurilice E. A experiência com Tioridazida num Serviço de Agudos. Rev. O Hospital. 1967; 71 (3).

8. Zimerman, David E. Aspectos Psiquiátricos na Pratica Medica. R. Psiquiatr.RS. 1981; III(1):36-40.

9. Zimerman, David E. Atendente Psiquiátrico: Elemento Básico no Tratamento Hospitalar . Rev. De Psiquiat.Do CELG. 1961; 1(1,2,3):39-40.

10. Zimerman, David E. Bion - Da Teoria a Prática. Porto Alegre, Edit .Artemed. 1995. Notes: 2a Ed. 2003. 350 pág.

11. Zimerman, David E. Consultoria Psiquiatrica. Rev. AMRIGS. 1983; 27(2):271-274.

12. Zimerman, David E. "Desenvolvimentos atuais da teoria psicanalítica"-Contribuições da escola francesa de psicanálise. R.Psiquiatr.RS. 1996; 18(Supl.)(Supl.):79-82.

13. Zimerman, David E. Estado atual das grupoterapias. Rev. Bras. Psicoterapia. 1999; 1(2).

14. Zimerman, David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica, uma abordagem didática. Apresentação na  R. Psiquiatr.  RS. 1998; 20(1):55-57.

15. Zimerman, David E. Grupoterapias: uma atualização. R.Psiquiatr.RS. 1992; 14(3):149-154.

16. Zimerman, David E. Manual de Técnica Psicanalítica: uma Re-Visão. Porto Alegre. Edit. Artmed. 2003:1-472.

17. Zimerman, David E. Nossa Experiência com Esquizofrênicos Crônicos. Rev. De Psiquiat.Do CELG. 1962; 2(3,4):31-35.

18. Zimerman, David E. Nossa Experiência no Tratamento Hospitalar de Jovens . Rev. Arq. Clin. Pinel. 1962; 2(4):149-152.

19. Zimerman, David E. O Atendente  Psiquiátrico como fator Terapêutico Hospitalar . Rev.Arq. Clin. Pinel. 1961; 1(3):123-126.

20. Zimerman, David E. A viabilidade de aplicação de grupoterapia num caso clínico. Rev. Bras. Psicoterapia. 2007; 9(2).

21. Zimerman, David E. Vocabulário Contemporaneo de Psicanálise. Porto Alegre. Edit. Artmed. 2001:1-464.

 22.   Zimerman, David E.; Faria, Carlos G.; Rocha, Fernando J. B.; Mylius, Ruth, and Groisman, Themis. Grupo Operativo. Rev. De Psiquiat. Dinâmica. 1967; 7(4):100-104.

23. Zimerman, David E. and Sprinz, Isaac . Organização e estrutura dinâmica de um Hospital Psiquiátrico.  Rev. Neurobiologia, Recife. 1965; 28(3):263-268.

24. Zimerman, David E. et al. Relações Familiar-Hospital . Rev.De Psiquiat. Dinâmica . 1967; 7(4):105-108.

Do site do Grupo A (Artmed) encontramos os seguintes livros, impressos ou em ebook.

 Vivências de um Psicanalista

Autor: David E. Zimerman

Editora: Artmed Este é um livro ímpar, no qual o leitor irá se deparar com as vivências de um dos principais nomes da psicanálise brasileira. Poucos autores têm a consistência teórica, a larga experiência clínica e a respeitabilidade de David E. Zimerman, que o permitem encarar o desafio de compartilhar sua história de vida e de formação como médico, psiquiatra e psicanalista com seus leitores.
Num gesto generoso e audaz, o psicanalista se deita no divã do leitor, para quem se desnudam as principais questões da psicanálise atual em um contexto vivo, humano e emocionante.

Psicanálise em Perguntas e Respostas: Verdades, mitos e tabus

Autor: David E. Zimerman Editora: Artmed  Escrito de forma clara, direta e envolvente, trata-se de uma fonte singular de informação, atualização e compreensão da psicanálise, tanto para o público leigo como para profissionais.

Manual de Técnica Psicanalítica: uma re-visão

Autor: David E. Zimerman  Editora: Artmed Além de revisar os conceitos clássicos e os avanços contemporâneos referentes à técnica analítica, relaciona-os com as experiências e vivências emocionais e técnicas desse autor amplamente reconhecido no país.

Bion da Teoria à Prática: Uma leitura didática

2ª Edição Autor: David E. Zimerman Editora: Artmed Este livro aborda os sete elementos de psicanálise, os vínculos e suas configurações, o período religioso-místico, a função de continente e os subcontinentes, além de trazer um glossário e um roteiro de leitura das obras de Bion

Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise

Autor: David E. Zimerman Editora: Artmed  O autor reúne cerca de 900 verbetes sobre teoria, técnica, além de biografias sumarizadas dos principais autores psicanalíticos.

Os Quatro Vínculos

Amor, Ódio, Conhecimento e Reconhecimento na Psicanálise e em Nossas Vidas

Autor: David E. Zimerman Editora: Artmed   O autor, um dos principais nomes da psicanálise brasileira e reconhecido internacionalmente, desvenda os quatro vínculos que permeiam nossas vidas do ponto de vista da psicanálise, criando um espaço potencial no qual o leitor pode emergir como pensador em seus referenciais teóricos despertados pelo conteúdo e pelos movimentos do fio condutor da escrita.

Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática

Autor: David E. Zimerman Editora: Artmed  O propósito deste livro é o de sintetizar os princípios fundamentais do método psicanalítico – teoria, psicopatologia, técnica e prática clínica – com uma abordagem didática sem, no entanto, perder uma necessária simplicidade e acessibilidade.

Contratransferência: Teoria e prática clínica

Autor: Jacó HYPERLINK "http://www.grupoa.com.br/autor/jaco-zaslavsky.aspx"Zaslavsky; Manuel J. P. dos Santos; Colaboradores

Editora: Artmed Este livro é uma contribuição significativa ao estudo da Contratransferência, que nos dias de hoje é um conceito cuja compreensão tornou-se fundamental para o entendimento de toda relação que implique, em maior ou menor medida, o envolvimento entre paciente e terapeuta. Os autores, terapeutas experientes, orientam seus colegas a fazer do afeto uma ferramenta terapêutica da mais alta importância, que proporcionará aos psicanalistas, psicoterapeutas, psiquiatras, psicólogos e estudantes em formação o conhecimento necessário para enfrentar seus próprios sentimentos e o enriquecimento da compreensão da mente humana.

Pela Editora Millenium participou de um livro sobre Aspectos Psicológicos nas Práticas Jurícias que está na sua terceira edição: Contribuições à prática jurídica que traz como subtítulo “Aspectos psicológicos gerais” e “Algumas reflexões”, o livro Aspectos Psicológicos na Prática Jurídica, 2002, organizado por David E. Zimerman, Antônio Carlos Mathias Coltro e colaboradores, tem como pretensão solidificar uma integração humanista da atividade jurídica com o encontro de uma visão psicológica e psicanalítica.Juntos, respaldados pelo incentivo de pessoas interessadas, decidem enfrentar o desafio de atender a uma demanda por conhecimentos da influência psicológica na atividade jurídica cotidiana. Sistematizam e ampliam o tema, reunindo um expressivo conjunto de estudos altamente pertinentes à prática jurídica, conservando o enfoque que vêm a abordar e privilegiam os fatores da psicologia individual e grupal, notadamente aquela que emana de mandamentos provindos do inconsciente do psiquismo de cada um ou de todos.(Albuquerque,M.)

Resenha por Margot Aguzzolli e Luciana Saraiva Schmal http://febrapsi.org.br/biografias/david-e-zimerman/

RESENHAS DOS LIVROS DE DAVID ZIMERMAN

Fundamentos Psicanalíticos (Poa, Artmed, 1999)

Esta publicação reúne em uma única obra as quatro principais áreas de interesse da psicanálise: teoria, técnica, psicopatologia e clínica, permitindo ao leitor percorrer os diferentes e complexos temas da ciência psicanalítica de forma simples e abrangente. Sempre partindo de Freud, o autor nos apresenta sua forma de articular os conceitos dos vários autores e escolas de psicanálise (Freud, Klein, Bion, Winnicott, Kohut, Lacan…).

Os temas apresentados ao longo dos 42 capítulos são estudados em íntima conexão com a prática clínica. E o texto inclui ainda, o que podemos chamar de marca registrada de David Zimerman, que é apresentar a procedência etimológica de vários termos psicanalíticos.

Fundamentos Básicos das Grupoterapias – 2ª edição (Poa, Artmed, 2000)

Este livro é resultado do interesse do autor pelo assunto, embasado em mais de quatro décadas de experiência clínica e de supervisões com grupos.

O texto tem o propósito pedagógico de oportunizar uma grande exploração dos temas e das diversas possibilidades de intervenções grupais. No entanto, o grande diferencial que encontramos nesta obra é a ênfase na grupoterapia psicanalítica. Para David, o entendimento e trabalho com grupos dentro de bases analíticas torna-se um multiplicador de saúde mental.

Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise (Poa, Artmed, 2001)

O Vocabulário é um guia que estimula e facilita a pesquisa para leituras mais aprofundadas. Em função de sua abordagem didática, pode ser usado tanto por analistas experientes, que queiram revisitar conceitos ou esclarecer temas, quanto por jovens leitores que estão iniciando sua formação.

Além dos comentários pessoais sobre os clássicos e os atuais conceitos psicanalíticos, o livro apresenta uma série de verbetes com concepções originais do autor como: “Contra Ego”, ”Estados Psíquicos de Desistência”, “Prazer sem Nome”, “Objeto Tantalizador”, que traduzem a forma do David pensar e integrar as diversas teorias com a clínica psicanalítica.

Aspectos Psicológicos na Prática Jurídica (Campinas, Millenium, 2002)

David Zimerman e Antônio Carlos Mathias Coltro (Juiz de Direito Criminal de SP) são os organizadores deste inédito livro que trata da interlocução entre o direito e a psicologia.

A obra é composta de 42 capítulos divididos em cinco partes que abordam e privilegiam a influência dos fatores da psicologia individual e grupal, que emanam de mandamentos provindos do inconsciente e que necessitam ser conhecidas, pensadas e refletidas no trabalho diário do direito.

Manual de Técnica Psicanalítica – uma revisão (Poa, Artmed, 2004)

Nesta obra, além de retomar e ampliar temas já apresentados em outras publicações, David Zimerman brinda os leitores com uma série de trabalhos inéditos.

O fio condutor do texto é a ampla experiência clínica e a formação pluralista e integradora do autor. Percebe-se que ao longo de sua trajetória profissional, foi transitando por distintas vertentes teóricas e técnicas e selecionando criteriosamente os conhecimentos que efetiva e afetivamente contribuem com seu jeito autêntico de ser e com o trabalho da dupla analista-paciente. Para exemplificar, basta lembrar que os textos apresentam não só os aspectos transferenciais e contratransferenciais, mas incluem a pessoa real do analista.

De modo sugestivo e instigante as palavras finais apresentam uma “Carta íntima para os leitores que estão se iniciando como terapeutas psicanalíticos”.

Bion da teoria à prática – uma leitura didática (2ª Ed. Poa, Artes Médicas, 2004)

David Zimerman destaca-se e é reconhecido no cenário psicanalítico brasileiro como um estudioso, conhecedor e divulgador da obra de Bion. Este livro nos apresenta de forma sumária, didática e descomplicada o texto bioniano. É uma leitura capaz de estimular reflexões e relações com a prática clínica, além de capturar o desejo do leitor pelos textos originais.

Em um dos muitos acréscimos desta segunda edição, o autor propõe uma aproximação entre a moderna psicanálise e muitas das posições espirituais encontradas no Zen-Budismo, que tem como um de seus princípios norteadores “Conhecer o passado é ficar seguro no presente e saber onde ir no futuro”.

Psicanálise em Perguntas e Respostas (Poa, Artmed, 2005)

É um livro-roteiro que virtualmente sintetiza quase toda a psicanálise, tornando-se assim uma obra dirigida tanto ao público leigo e intelectualmente sofisticado, que tenha interesse pelos conhecimentos do inconsciente, como aos psicanalistas. O autor utiliza como recurso o diálogo com o interlocutor, apresentando com cientificidade as generalidades teóricas, técnicas e da prática psicanalítica. As vinhetas são sempre seguidas de reflexões, onde David mostra como entende e maneja psicanaliticamente as situações narradas. Nesta obra, mais uma vez nos deparamos com marcas registradas do autor, que são a sensibilidade clínica e o compromisso em melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Pode-se dizer que é uma obra que ajuda o leitor a conhecer os sofrimentos neuróticos e/ou traumáticos, pelo qual todo ser humano transita e ,assim, refletir sobre seus próprios conflitos, inibições, relacionamentos que estabelece etc.

Vivências de um Psicanalista (Poa, Artmed, 2008)

Os ingredientes motivacionais desta publicação são os desejos do autor de compartilhar com os leitores sua longa experiência clínica, aliado à necessidade de desmistificação da imagem e da prática da psicanálise.

Dificilmente encontramos outro autor psicanalítico que compartilhe com o público, de maneira tão direta e sensível, sua longa experiência clínica entremeada de aspectos pessoais. Nesta leitura, pode-se conhecer a trajetória deste conhecido psicanalista, como estudante, médico, psiquiatra, psicanalista, supervisor e professor.

Através de relatos parciais das situações clínicas mais comuns, é possível desvendar a intimidade das psicoterapias analíticas. Estes relatos incluem algumas situações amenas e outras muito dolorosas. Os resultados positivos com profundas transformações na estrutura psíquica e os fracassos terapêuticos também são abordados.

Margot Aguzzolli é psicanalista em formação pelo Instituto da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre e Luciana Saraiva Schmal é psicanalista em formação pelo Instituto da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre.

Outros livros com resumo do autor.:

FundamentosHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/034358991" HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/034358991"báHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/034358991"sicosHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/034358991" das grupoterapias por David Epelbaum Zimerman 
1a. edição em 1993  

AplicacaoHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/070006646" da HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/070006646"dinamicaHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/070006646" de grupo a escola por David Epelbaum Zimerman 
1a. edição em 2004  
O presente trabalho pretende enfatizar a importancia que a dinamica de grupos representa nos processos de ensino-aprendizagem em qualquer instituicao de ensino, principalmente nas escolas primarias. A dinamica de grupos e enfocada do ponto de vista das contribuicoes psicanaliticas, mais particularmente, a integracao e interacao dos alunos, familiares, professores, cupula diretiva da instituicao, a ideologia do ensino, etc. Apos enfatizar a importancia dos fatores inconscientes de todos participantes, e a natureza dos vinculos que caracterizam as inter-relacoes grupais, o trabalho destaca a possivel aplicacao pratica de grupos de reflexao na escola, em diversos niveis.

Manejo HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069702707"tecnicoHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069702707" do paciente de HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069702707"dificilHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069702707" acesso por David Epelbaum Zimerman ( ) 
1a. edição em 1988  
A partir de uma livre utilizacao de conceitos da literatura psicanalitica, o autor deste trabalho traca o perfil medio caracteristico do "paciente de dificil acesso". As consideracoes de ordem tecnica sao vistas separadamente nos diversos elementos que compoem o processo analitico (setting; resistencia; transferencia; contratransferencia; atividade interpretativa; elaboracao). E dada uma enfase especial na interacao do vinculo analitico e na importancia da atitude analitica e sao destacados alguns requisitos basicos dessa ultima. O trabalho finaliza com uma ilustracao clinica.

Novas ideias acerca da HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069683180"analisabilidadeHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069683180" por David Epelbaum Zimerman ( ) 
1a edição em 1991 
O presente artigo se propoe a levantar algumas reflexoes e questionamentos acerca do controvertido problema da analisabilidade. No principio, sao assinaladas as profundas modificacoes que ao longo deste ultimo seculo tem sofrido a teoria; a tecnica, o perfil do paciente; a identidade e atitude do psicanalista; e a propria ideologia da Psicanalise, especialmente quanto aos seus objetivos. Em relacao ao conceito e criterios de analisabilidade, o autor parte de quatro referenciais, dos quais estuda algumas particularidades: 1) a posicao pessoal de cada psicanalista em relacao a como este entende a psicanalise; 2) a pessoa do paciente; 3) a pessoa do psicanalista; 4) o vinculo entre ambos. Este ultimo aspecto e o mais valorizado e dai se considera a importancia de relevar o conceito de "acessibilidade analitica", bem como o de encontro analitico" )match) que resulta da combinacao entre as caracteristicas reais do paciente e as do seu psicanalista

Grupoterapias: uma HYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069845854"atualizaçãoHYPERLINK "http://worldcat.org/oclc/069845854" por David Epelbaum Zimerman  
1a edição 1992. 
Este trabalho pretende fazer uma atualizacao sobre as grupoterapias e para tanto aborda os seguintes aspectos: - em nosso meio, ha uma visivel desproporcao entre o grande potencial do recurso grupoterapico e a sua real utilizacao; - e feito um esboco de classificacao das multiplas e diferentes
modalidades grupais; - sao descritos os requisitos minimos que caracterizam a conceituacao de um grupo propriamente dito; - e dada enfase aos "fenomenos de campo grupal"; - e feita breve apreciacao sobre o atual momento de utilizacao das principais modalidades grupoterapicas; - o autor da algumas sugestoes quanto a possibilidade de incrementar o aproveitamento dos recursos advindos da dinamica grupa.

5. A homenagem de Luiz Ilafont Coronel

DIPLOMA AO MÉRITO CYRO MARTINS

Reconhecimento da Ciência e Cultura

Homenageado: David Epelbaum Zimerman (RS)

Orador: Luiz Carlos Illafont Coronel (RS)

 

 

 

 

 

 

            INTRODUÇÃO:

          “Leio um artigo de um escritor de teatro, Arkadi Rajkin, publicado numa revista de Moscou. O Poder Burocrático, diz o Autor, faz com que os atos, as palavras e os pensamentos jamais se encontrem: Os atos ficam no local de trabalho, as palavras nas reuniões e os pensamentos no travesseiro”. (Celebração das Bodas entre a Palavras e o Ato – Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços, L&PM, 2011)

 

     1.       Boa parte da força de D. E. Z. , penso, essa misteriosa energia que vai muito além de sua pessoa e obra, vem de um fato muito simples: Ele é um raro exemplo dos que dizem o que pensam e fazem o  que dizem.

              A obra completa de D. E. Z. cobre praticamente, os grandes campos da teoria, da técnica e da Clínica Psicanalítica. Irrigando de modo generoso e fecundo a chamada Psiquiatria Dinâmica, as Psicoterapias, os Tratamentos Integrados, as Grupoterapias, a Aplicação das Técnicas Grupais no ensino, na formação Humanista do  Médico, no Trabalho em Instituições e Comunidades.

              Outra característica marcante de seu trabalho, além da extensão antes mencionada, é a autoria “solo”, evidentemente, da maior parte de seus livros, pois existem aqueles aos quais emprestou seu nome e capacidade para ser um dos organizadores ou ser co-autor.

              Em vários de seus livros insiste que este fato não significa a inexistência de autores outros capazes, e, até muito capazes para desenvolver tal ou qual tema, mas, simples e definitivamente, a busca quase obsessiva da coerência conceitual, da honestidade intelectual e da boa ética de suas convicções – Max Weber – em respeito ao Outro, seja leitor, aluno, paciente, ou simplesmente amigo.

              A consideração e respeito ao Outro tinge, indelevelmente, seu discurso e seus desenvolvimentos teóricos, técnicos e clínicos.

              Assim “procura traduzir em linguagem simples e acessível a complexidade do significado dos termos e conceitos psicanalíticos evitando a linguagem, incompreensível  para grande parte dos leitores da língua portuguesa.”.

              “O trabalho de David Zimerman está alicerçado no mérito da divulgação da psicanálise, através de seus livros, artigos publicados, conferências, participação ativa em congressos, atividade didática e da prática clínica. Sempre procurou transmitir os conhecimentos psicanalíticos de forma a desmistificar a psicanálise, apresentando-a como uma ciência que trata da alma humana e não como um conjunto de seitas, em busca de adeptos.”.

              “...uma clara tendência para priorizar uma abordagem didática, sistemática e de integração, de sorte a contemplar tanto os analistas veteranos e experientes que necessitam uma rápida consulta para relembrar ou esclarecer algum determinado termo, quanto para os leitores que estão iniciando sua formação...”. (Bernardo Brunstein, prefácio do Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise, Artmed, 2009).

             

2.  Revolução Pacífica:

                        D E Z realiza em sua já longa obra de ensino, e publicações e, especialmente, de exemplos militantes, uma verdadeira revolução pacífica no amplo campo da Psicanálise, Psiquiatria e Saúde Mental. Este conceito refere-se à experiência melhor sucedida de reforma da atenção psiquiátrica que foi aquela que aconteceu no Canadá. Houve uma profunda alteração no Sistema Público de Assistência ao Doente Mental e seus familiares. As mudanças foram no sentido da ampliação e qualificação do atendimento especializado, ao contrário, do resto do mundo onde prevaleceu a desestruturação dos insuficientes recursos existentes (“Hospitalocêntrico”) e a não construção da chamada Rede Alternativa de Atenção (“CAPScêntrica) em termos quantitativos e qualitativos.

                        A nosso juízo D E Z produz uma mudança sem alardes nem “espetacularização” quando desloca de modo sutil e profundo alguns dos Paradigmas – científicos e outros – nos quais estávamos todos imersos e por assim dizer, muitas vezes, “engessados”, ou como prefiro, “manietados”. Vejamos a seguir dois deles:

                        1º - Educar ao invés de Ensinar:

                                  Sabe deixar espaço para que aflore o conhecimento nascente do supervisionado (do Outro), não impondo aprioristicamente, seus pontos de vista, e, - talvez sua característica mais marcadamente pessoal – sempre extraindo algo de positivo do mais caótico e inadequado de nossos procedimentos”. (Luiz C. Osório, prefácio Fundamentos Básicos das Grupoterapias, ARTMED 1993).

                                  Neste componente básico de sua atitude – como pessoa e autor – revela-se o extremo cuidado e respeito ao Outro (paciente, aluno, grupo, instituição, etc...), assim como, uma valorização de capacidades e habilidades, muitas e muitas vezes não identificadas nem valorizadas. Boa parte, certamente, de seu êxito deve-se a esta característica.

                        Este aspecto é desenvolvido em sua vida e obra como já dissemos sem espalhafatos nem arroubos narcísicos, fazendo eco a uma cultura – pós moderna – que exige “If it bleeds, it leeds” (Se sangra, acontece). Qualquer notícia, evento, científico ou cultural, sofre esta pressão, se quer “acontecer”. Nem vou mencionar que a única coisa de importância que falta à obra de D E Z é que seja escrita em Inglês para que tenha presença “global”. Senão será limitada a região lingüística portuguesa.

                        Como ele próprio diz: “... sou eclético, porém faço questão de ressaltar que não cabe confundir, como muitos fazem, ecletismo com ecleticismo. O primeiro alude ao fato de o Analista ter uma formação pluralista, com base em distintas vertentes teóricas e técnicas, sem obedecer cegamente a qualquer uma delas, por mais consagrado que seja o nome do autor, e, tampouco, sem rechaçar imediatamente, antes de fazer uma reflexão crítica, de forma a poder selecionar e adotar aquilo que, efetivamente, “fecha” com o seu jeito autêntico de ser e com a sua experiência clínica pessoal. Ao mesmo tempo, dá-se o direito de dispensar leituras que não lhe tocam, de modo que gradativamente vai criando o seu autêntico sentimento de identidade de terapeuta psicanalítico, com uma liberdade de assumir o seu estilo pessoal de trabalhar” (DEZ, prefácio Manual de Técnica Psicanalítica, ARTMED 2004).

                        Então é um trabalho sem concessão no essencial à cultura contemporânea. E, em consideração definidora do vínculo ao Outro. Não precisamos destacar que em nosso campo – Psi – desgraçadamente, ainda é muito forte a Psiquiatria de Autoridade (Russler, Psiq. Suíço). Centrada, predominantemente, no que a Autoridade pensa e não na necessidade e demanda do outro.

                        2º - “Onde está a Verdade?”

                        D E Z desenvolve largamente, e, enfaticamente, a idéia de que a  importância teórica e clínica para compreender os meandros da alma humana está “... no todo que resulta da forma de combinação e dos arranjos das diversas partes constituintes da totalidade, cada uma delas desempenhando algum tipo de função”.

                        Este posicionamento epistemológico permite uma visão  total dos fenômenos humanos, individuais e grupais. Fornece elementos decisivos para a superação e entendimentos parciais, dissociados, e, não raramente, desumanizadores. Privando o sujeito humano de seus vínculos constituintes e determinantes.

                        Devido a esta atitude, pode integrar e criar conceitos oriundos de variadas linhagens científicas. Advêm deste fato a riqueza de seu pensamento e o descortino de novas vias de acesso terapêuticas, aulas, problemas emocionais da atualidade, tão difíceis quanto complexos em sua abordagem.

                        Penso, entre tantas inovações conceituais – teóricas, técnicas e clínicas – que uma se destaca, sei que estou correndo o risco de que esteja equivocado, e este é o Vínculo do Reconhecimento. Pena que não tenhamos tempo para desenvolver os argumentos confirmatórios deste posicionamento. Fica para outra ocasião.

                        André Green já afirmava, na década de 80, que o principal na chamada Escola das Relações Objetais, era a Relação e não os objetos. Além de uma intuição, sobre o rumo que assumia o entendimento da mente humana, era um “aponte”, um indicativo de região a ser desbravada e conhecida. Se pudesse em uma frase sintetizar o mais relevante da obra Davidiana, diria que ela nos dá a bússola e o mapeamento das principais componentes das Relações Intrapsíquicas, Interpessoais e Transpessoais.

  

3. Conclusão:

                        “Para concluir este misto de recordações e pensamentos, citarei uma passagem que o “Dr. Cyro” escreveu por ocasião de uma homenagem póstuma ao seu colega e amigo Mário Martins, que representa muito de seu sentimento em estar presente neste livro como uma homenagem muito especial de seus autores:

              “Certa vez – faz isso muitos anos, vinte e cinco talvez – estávamos ainda no Edifício Godoy, conversávamos, Mario, Laura Pichard, visitante, e eu. Foi um entardecer, pós-tarefa. A conversa abordava o futuro de nossas Sociedades, a de Porto Alegre e a de Montevideo. Como soe acontecer nessas conversas vadias, fomos ladeando os problemas institucionais e chegamos às nossas pessoas. Por certo, outros nos substituiriam. E os nossos retratos – disse eu – iriam um dia encher o vazio das nossas paredes do auditório. ‘Ele está muito otimista’ – atalhou Mario, dirigindo-se a Laura.

              Não, eu estava dentro do meu ‘realismo esperançoso de sempre’. Prova-o o retrato e a placa que inauguramos hoje, festivamente...”. (Cláudio Martins, prefácio de “Como trabalhamos com Grupos”, Artmed 1997).

              Meu caro David considere esta homenagem “um retrato e placa” festejando sua vida e obra porque tal como o “Dr. Cyro” és um incorrigível realista esperançoso e por isto mesmo não me ocorre outro pensamento que não seja aquele do Bertold Brecht: “Há homens que lutam por um dia e são bons. Há outros que lutam por um ano e são melhores. Há os que lutam por muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda vida  e estes são imprescindíveis.”. És imprescindível David por isto não tenhas dúvida a que se destina esta salva de palmas: é para ti.

Nota final:

Em Porto Alegre-RS viveram dois Davids, o Davizão e o Davizinho, não era levada em conta a altura dos dois, o Davizinho era bem mais alto que o outro. Os dois foram formados pela Faculdade de Medicina da UFRGS, o Davizão em 1947 e o Davizinho em 1954. Ambos se dedicaram à psiquiatria e a psicanálise. Sobre o primeiro publicamos em Psiquiatria Online (http://www.polbr.med.br/anoHYPERLINK "http://www.polbr.med.br/ano04/wal0804.php"04HYPERLINK "http://www.polbr.med.br/ano04/wal0804.php"/walHYPERLINK "http://www.polbr.med.br/ano04/wal0804.php"0804HYPERLINK "http://www.polbr.med.br/ano04/wal0804.php".php).

O Professor David Zimmermann (1917-1998) foi professor da UFRGS, criou o Curso de Formação em Psiquiatria, fundou a Fundação Mário Martins e foi presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria entre outras atividades. Foi casado com a Ainda e teve três filhos, Sérgio, Jaques e Heloisa.

Mesmo tendo o mesmo nome, com grafia diferente, os dois se destacaram na psiquiatria e psicanálise do Brasil.

 


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