Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Novembro de 2014 - Vol.19 - Nº 11 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1)TRANSPOSIÇÃO DOS CONCEITOS PSICANALÍTICOS NA SEMIOLOGIA
PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA Doutor Eliezer de Hollanda
Cordeiro Poderíamos pensar que a psicanálise,que foi bem acolhida desde o início pela psiquiatria
oficial ou universitária através de seus
mais ilustres reprersentantes,poderíamos pensar que as relações entre as duas
disciplinas se desenvolveriam sem muitas dificuldades. De fato, as resistências
iniciais dos psiquiatras tendo sido vencidas, resistências que Freud
considerava como o maior obstáculo a um
bom entendimento entre a psicanálise e a psiquiatria, poderíamos concluir que
os conceitos psicanalíticos impregnariam mais facilmente a psiquiatria. Não foi o que aconteceu:
durante muitos anos, a psiquiatria brasileira pareceu não levar muito em conta
as contribuições psicanalíticas.Não se tratava de um
diálogo entre surdos, tratava-se da recusa de uma das partes de reconhecer a
outra como uma interlocutora verdadeira. Se estudarmos a classificação
oficial das doenças mentais em vigor no Brasil até 1948, constataremos que ela
conservou, desde 1910, data de sua aplicação, uma nosografia que ignorava os
enfoques psicanalíticos ou mesmo as contribuições de Eugen
Bleuler. De fato, podemos notar, por exemplo, que a psicastenia, a neurastenia e mesmo a cólera faziam parte de uma única entidade: a das “psicoses
neuróticas”. Notemos que esta classificação foi influenciada, de maneira bem
nítida, pelo grupo de neuroses descrito por Gilbert Ballet,
em 1903, como podemos verificar nas Conférences de psychiatrie( Conferências sobre a psiquiatria) de Guy Benoît, fascículo 7, 1966, pg. 131. Mais de cincoenta anos
passaram, antes que
a nosografia brasileira admitisse a neurose obsessiva, entidade portanto isolada
por Sigmund Freud nos
anos de 1894-1895. É verdade que a psicastenia havia sido classificada ou fazia
parte das ‘’psicoses neuróticas’’, neste caso poderíamos argumentar que as
obsessões e fobias estavam incluidas na entidade clínica descrita por Pierre Janet. Mas este
argumento não muda o fundo do problema, isto é que as fobias e as obsessões são
fenômenos diferentes, exprimem conflitos psíquicos particulares e que suas dinâmicas
subjacentes são específicas. Em compensação, poderemos
notar que a velha noção de degenerescência mental de Valentin Magnan manteve-se até 1948, a qual englobava também as
obsessões. Até esta data, predominava a entidade nosográfica
descrita por Emil Kraepelin, isto é, a demência precoce, ao lado de
outras entidades como a paranóia, a parafrenia e o delírio sistematizado
alucinatório crônico.A partir de 1948, ocorreu o desaparecimento da demência precoce
e a introdução do grupo das esquizofrenias, o qual, além das formas clássicas,
englobava também a paranóia e a parafrenia. Lembremos, entretanto, que a
psicanálise chegou ao Brasil relativamente tarde,o
primeiro trabalho de Freud, (Cinco lições sobre a psicanálise), tendo sido somente traduzido em português em 1931, época em que Freud já
havia quase acabado a sua obra, o que certamente tornou ainda mais dificil a sua implantação no
Brasil. Ainda a propósito das
traduções das obras de Freud em português, convém citar aqui as observações
feitas pela psicanalista Elsa Ribeiro Hawelka, autora das traduções dos
equivalentes portugueses e espanhóis dos artigos do livro Le
Vocabulaire de la
Psychanalyse, publicado por Jean Laplanche e Jean Bertrand Pontalis, sob a direção do Professor Daniel Lagache.
Dona Elsa Hawelka, comparou muitas vezes as traduções das obras completas de
Freud em português e em espanhol com os artigos originais escritos por ele em alemão.Ela
concluiu que “a tradução brasileira das Obras Completas de Freud pela editora
Delta S.A., Rio de Janeiro-São Paulo 18 volumes, não datada, teve na época em
que apareceu, a vantagem de existir. A coleção editada continha, efetivamente, todos os trabalhos de Freud que haviam sido
publicados naquela época pela Gesammte WERKE, exceto as edições póstumas.Entretanto,podemos
dizer com certeza que essa tradução
deixou muito a desejar, tanto por causa da ausência de rigor da terminologia adotada,
como por conta da incorreção da língua portuguesa. De fato, a tradução foi
feita em grande parte por pessoas cuja
língua materna não era o português e ela parece ter se inspirado da tradução
espanhola, que data de 1923, aliás uma
tradução também muito imperfeita.Podemos verificar, por exemplo, qua as duas
traduções espanhola e portuguesa comportam os mesmos erros e as mesmas omissões”,
conclui Elsa Ribeiro Hawelka. Eu disse mais acima que,
trabalhando como Residente estrangeiro no hospital de psiquiatria Henri
Rousselle, em Paris, hospital cujo diretor era Georges DAUMÉZON, um dos
pioneiros da psiquiatria dita de setor na França, que este importante
psiquiatra me
pediu para escrever algo sobre a ‘’Contribuição da psicanálise à semiologia
psiquiátrica”, título de um relatório de 290 páginas que ele apresentou, juntamente com o psiquiatra Guy
BENOIT, no Congresso de Psiquiatria e de Neurologia de língua francesa,
ocorrido em Milão no ano de 1970. Ora, foi precisamente a partir desta data que começou a ser publicada, uma nova tradução brasileira das obras de Sigmund Freud, graças a Luiz Alberto Hanns, doutor em psicologia clínica,professor,psicanalista, editor e autor do artigo A NOVA TRADUÇÃO BRASILEIRA DAS OBRAS DE SIGMUND FREUD, uma referência neste domínio, notadamente porque o autor esclarece questões sobre o dificil trabalho que requer a tradução de uma obra como a de Freud. Ou mesmo de qualquer obra, como diz o adágio :Traduttore, traitore - Toda a tradução é uma traição | Facebook .*La violence
fondamentale : l’inépuisable Œdipe Paris:
Dunod-2014-Br-15,00 Euros *L’enfant et
la souffrance de la séparation : divorce, adoption, placement Paris:
Dunod-2014-Br-19,90 Euros Le Coq
Héron.216,Wilfred R. Bion Toulouse :Erès-2014-Br-
19,00 Euros *Les théories
psychanalytiques du groupe *Manuel de la
pratique clinique en psychologie et psychopathologie Issy-les-Moulineaux :
Elsever Masson-2014-Br-29,00 Euros *Le
remords : psychanalyse d’un meurtrier Paris :
Payot-2014-Br-17,00 Euros *Consentement
et contrainte dans les soins en psychiatrie Sous la
direction de Jean-Charles PASCAL et Cécile HAMON Rueil
Malmaison :Doin-2014-Br-28,00 Euros *Le traumatisme
psychique : chez l’adulte Bruxelles/ De
Boeck-Br.-25,00 Euros *La pensée
naufragée : clinique psychopathologique des parents cérébro-lésés Paris :Economica-Anthropos-2014-29,00 Euros *Jacques
Lacan, un psychanalyste Paris-Erès-2014-Br-18,00
Euros Toulouse :Erès-2014-Br-
13,00 Euros *Le vrai
« drame de l’enfant douce » Sous la
direction de Patrick CHEMLA Toulouse :Erès-2014-Br-
23,00 Euros *Association Française De
Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française De
Therapie Comportementale Et Cognitive (Aftcc) *Association De Langue
Française Pour L’etude Du Stress Et Du Traumatisme (Alfest)
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