Maio de 2013 - Vol.18 - Nº 5 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Maio de 2013 - Vol.18 - Nº 5 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
2) 1) PSIQUIATRIA, DSM-5, O MANUAL QUE CAUSA LOUCURA LE MONDE SCIENCE ET TECHNO | 13.05.2013 à 17h35 • Mis à
jour le 13.05.2013 à 20h41 Autora do
artigo : Sandrine Cabut Abonnez-vousTradução
e resenha: Eliezer de Hollanda Cordeiro O título do artigo evoca as petições,
declarações e livros publicados por especialistas denunciando um obra ‘’perigosa’’
que fabrica doenças mentais sem fundamento científico e incita o mundo inteiro
a consumir psicotrópicos... Nos Estados-Unidos e em muitos outros países,
inclusive a França, a tensão está aumentando na comunidade dos psy,às
vésperas da apresentação oficial da nova
edição do DSM (Manual diagnóstico e estatístico dos distúrbios mentais), no congresso anual da
Association de psychiatrie américaine (APA) que será realizado, entre 18 e
22 de maio, na cidade de São Francisco. No fundo, não se deve esperar muitas novidades deste
congresso. O essencial do conteúdo desta quinta edição da ‘’bíblia’’ da
psiquiatria já foi anunciado pelo editor e sponsor do compêndio, l'APA. Aliás,
uma versão prelilinar do DSM-5 já foi
publicada pela Internete em 2010, levando
em conta sugestões, críticas e e
eventuais revisões. CONTROVÉRSIAS Se as revisões anteriores - as duas últimas
ocorreram em 1980 e em 1994 - provocaram polêmicas, estas nunca foram tão
importantes como as suscitadas por esta nova versão. Como salienta, com
humor, um artigo publicado no dia 25 de abril na revista Nature, uma das únicas sugestões que não levantou gritos de protestos
durante o processo de revisão foi... a mudança de nome, DSM - IV para DSM - 5. Foi o psiquiatra Allen Frances o iniciador do movimento anti-DSM nos Estados Unidos,
embora ele tenha dirigido a edição anterior ( o DSM - IV), publicada em
1994. Organismos profissionais, incluindo uma filial da Associação americana de Psicologia, também
protestaram. E, em 4 de maio, o prestigioso Instituto americano de saúde mental
(Instituto Nacional de Saúde Mental, NIMH), o maior financiador da pesquisa de saúde mental em todo o mundo, também desaprovou o DSM-5. "Os pacientes
que sofrem de doenças mentais valem mais do que isso", justificou o seu
diretor, Thomas Insel, num comunicado, explicando que a NIMH reorientava suas pesquisas
sem levar em conta as categorias de DSM, considerdas como muito fracas do ponto de vista científico. Na França, a luta contra o DSM-5 começou
há tres anos com o coletivo intitulado ‘’stop
DSM’’, constituido de profissionais próximos da área psicanalítica. Eles protestaram contra o
"pensamento único" do manual,muito mais presente do que na sua última edição. CRÍTICAS VIRULENTAS Mas como entender que um livro, antes de tudo destinado aos especialistas e pesquisadores,
esteja suscitando tantas preocupações e críticas virulentas? Publicado pela
primeira vez em 1952, com uma lista de menos de 100 patologias (de inspiração freudiana, como a
segunda edição em 1968), o manual diagnóstico e estatístico evoluiu para uma abordagem
mais classificatória da doença mental
desde 1980. Assim fazendo, tornou-se uma espécie de livro de conversação entre
especialistas e uma ferramenta indispensável ao mundo da saúde mental. A
linguagem do DSM passou até para o
domínio público, termos como "TOC" (transtorno
obsessivo-compulsivo) ou mesmo "fobia social" tornaram-se banais. Nos Estados Unidos e em muitos outros países,
incluindo a França, a tensão dos psiquiatras e psicólogos foi aumentando, dias antes da apresentação
oficial da nova edição do DSM. A atual edição, o DSM - IV , lista 297
patologias, classificadas em grandes categorias. É essa classificação que se tornou
uma referência para as pesquisas sobre as patologias mentais, que se trate de estudos epidemiológicos ou de trabalhos realizados pelos laboratórios para avaliar seus medicamentos (antidepressivos, ansiolíticos ou
outros neurolépticos). INSTRUMENTO CLÍNICO "Nos Estados Unidos e na Austrália, o DSM , de
uma certa maneira, dita a lei para os
reembolsos pelas companhias de
seguros. E isso é o que é ensinado, por exemplo, nas faculdades de medicina ou de psicologia francesas. Hoje, se referir ao
DSM é uma passagem obrigatória para se
fazer uma carreira", afirma Patrick Landman, psiquiatra e psicanalista, inventor
do movimento Stop DSM e autor do livro ‘’Tristesse business. O escândalo do DSM
5’’ (Max Milo, p. 128, 12 euros).Habituado ao DSM - IV durante seus estudos, Richard
Delorme, jovem pedopsiquiatra no hospital Robert-Debré (Paris), vê este manual como uma ferramenta clínica. "O
DSM é um modelo sem teoria, não-ideológico. Para mim, ele ajuda a hierarquizar um raciocínio intelectual, mas
não é uma finalidade." Iniciado há uma década, o processo que deu lugar ao
DSM - 5 mobilizou centenas de
profissionais de todos os países, divididos em 13 grupos de trabalho. "A
ambição inicial dos responsáveis da revisão era a de integrar dados das
neurociências. Esta missão não poude ser totalmente realizada porque os critérios
biológicos ainda não são muito sólidos’’, salienta o doutor Delorme. Mesmo assim, o DSM-5 é mais preciso do que o DSM - IV porque leva em conta estudos genéticos e mostra que os limites nosográficos habituais
são permeáveis. AQUISIÇÃO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Esta nova edição, que custou à Associação Americana
de Psiquiatria, 25 milhões de dólares (19 milhões de euros), ainda deixa muito
a desejar em termos de qualidade científica, acusam os críticos do DSM-5. Uma
das principais críticas, já bastante antiga, refere-se à influência da indústria farmacêutica sobre os peritos que
participam da elaboração do DSM. Isto
foi bem demonstrado pelo historiador americano Christopher Lane, em seu livro “Comment la psychiatrie et l'industrie pharmaceutique
ont médicalisé nos émotion” (Como a psiquiatria e a indústria farmacêutica medicamentaram
nossas emoções)(Flammarion, 2009), e, mais recentemente, pelo filósofo de Quebec Jean-Claude St-Onge, no
livro “Tous fous” (Todos loucos)? (Écosociété, p. 236, 19 euros). Esta influência dos laboratórios levou o professor Allen Frances, da
Universidade de Duke (Carolina do Norte), que havia aliás coordenado o DSM - IV,
a denunciar "os conflitos de
interesses intelectuais" que atingem especialistas dos grupos de trabalho: eles somente vêm
os benefícios possíveis, mas ignoram certos riscos". Acima de tudo,
lamenta Allen Frances, "o procedimento é secreto, fechado, incapaz de autocorreção eS
de incorporar respostas vindas de fora.
Assim, os peritos rejeitaram o apelo de 57 associações de saúde mental que propunham
um exame científico independente." DISTÚRBIOS COGNITIVOS MENORES Há quatro anos atrás, Allen Frances disse
haver encontrado um colega e amigo numa
noitada, que então ele se deu conta da extensão dos perigos e começou uma cruzada. "Esse médico estava muito excitado com a idéia de integrar uma
nova entidade no DSM- Finalmente, este item de risco psicótico não foi adotado
na versão atual do DSM-5. Mas Allen Frances e os outros que eram também contra,
estão agora inquietos por causa de outras entidades que foram adotadas no novo manual. É o caso dos "transtornos
cognitivos menores". "A perda
da memória fisiológica com a idade vai se tornar uma patologia em nome da
prevenção da doença de Alzheimer, prevê o coletivo Stop DSM. Muitas são as pessoas que os médicos
enviarão fazer testes desnecessários e
caros com medicamentos cuja eficácia não é validada e cujos efeitos a longo
prazo são desconhecidos." "PATOLOGISAÇÃO DO LUTO " Patrick Landman e seus colegas, também combatem com
muito afinco o que eles chamam "a
patologisação do luto”. "Ao fim de duas semanas, a aparência depressiva do
enlutado poderá ser diagnosticada como um episódio depressivo maior e, por
conseguite, devendo ser tratado com antidepressivos". Terceiro exemplo: a disruptive mood dysregulation disorder, segundo eles, comporta o risco de introduzir no DSM, banais cóleras
infantis. "É uma interpretação errônea, avalia o doutor Viviane Kovess,
psiquiatra epidemiologista, professor da Ecole des hautes études en santé publique (EHESP)( Escola de estudos avançados de saúde
pública) . O disruptive mood dysregulation disorder (transtorno de desregulação do
humor) leva em conta uma irritabilidade importante e permanente, e cóleras violentas e frequentes. "O critério( uma irritabilidade perceptivel
importante e três grandes cóleras por semana durante mais de um ano) não é tão
comum, e isto é feito de propósito para evitar que essas crianças sejam colocadas na categoria
dos transtornos bipolares." Além disso, segundo Viviane Kovess, o DSM não
diz que todo luto que dura mais de 15
dias seja uma depressão. "Pelo contrário, ele diferencia melhor do que
antes o fenómeno do luto do transtorno depressivo maior." RISCOS DO DIAGNÓSTICO EXCESSIVO Para Allen Frances, os riscos causados pelo excesso
de diagnóstico e, por conseguinte, de medicalisação excessiva são bem reais, especialmente em crianças.
"Quando nós introduzimos a síndrome de Asperger no DSM – IV- uma forma menos grave de autismo- estimamos
que isto multiplicará o número de casos por três. Na verdade, eles foram
multiplicados por quarenta, principalmente porque este diagnóstico
permite o acesso a serviços específicos na escola e fora dela. Assim o diagnóstico
foi colocado em crianças sem levar em conta todos os critérios." Levando em conta esses perigos, o psiquiatra americano convida os
médicos a boicotar o DSM, e os pacientes
a se tornarem consumidores bem informados.
"Coloquem questões e esperem respostas
claras. Não aceitem medicamentos prescritos de maneira negligente para sintomas leves e transitórios que vão
provavelmente ser resolvidos sem auxílio de ninguém", aconselhou. Dicas de
bom senso que podem ser aplicadas além das doenças mentais. *Idéologie et religion : une passion amoureuse-Mémoires, Histoire,
Inconscient GLOPPE Dominique Paris, L’Harmattan, Collection Psychanalyse et civilisations 2012 - 20 € *À la vie, à la mort : euthanasie : le grand malentendu BATAILLE Philippe Paris, Autrement, 2012- 12 € *Sommes-nous libres ATLAN Henri, VERGELEY, Bertrand Paris, Salvator, 2012- 14 € *L’autre moi-même : les nouvelles cartes du cerveau, de la conscience et des émotions DAMASIO Antônio Paris, Odile Jacob, 2012 -
10,90 € *Correspondance : 1904-1938 FREUD Sigmund, FREUD, Anna Paris, Fayard, 2012- 35€ *Lettres à ses enfants FREUD Sigmund Paris, Aubier, 2012 – 27 € *Prisonniers du grand Autre : Jacques LACAN, Marc-François LACAN, Bernard SICHERE, Jean-Luc MARION, Jean-Christophe BAILLY, Pier-Paolo PASOLINI, Romeo CASTELLUCI Paris, EPEL, 2012- 23 € *Le discours mélancolique : de la phénoménologie à la métapsychologie Marie-Claude LAMBOTTE TOULOUSE, Erès, 2012, 22 € *Le packing avec les enfants autistes et psychotiques Pierre DELION TOULOUSE, Erès, 2012- 12 € *La clinique psychanalytique contemporaine André GREEN Paris, Les Éd. D’Ithaque, 2012- 22 € *Souffrance psychique des sans abris : vivre ou survivre Alain MERCUEL Paris, Odile Jacob, 2012 - 21,90 € *Médecins st sorciers NATHAN Tobie, STENGERS Isabelle Paris, Les empêcheurs de tourner en rond : 2012- 16 € *Le langage, l’inconscient, le réel Centre culturel international (Cerisy-la-Salle, Manche), Paris, Éd. du Champ lacanien, 2012 -
20 € *L’organo-dynamisme en psychiatrie : la modernité d’Henri Ey PALEM Robert Paris, L’Harmattan, 2012
- 218 € 3) RÉUNIÕES E COLÓQUIOS JUNHO 2013 *Em PARIS, dia 3: 20h 30, o
Séminaire Babylone organiza um seminário sobre a arte, cujo tema é “Manet et
Narcisse”, dirigido por Paul Denis. Informações e inscrições:
Corinne DUGRÉ-LE BIGRE, 01-56 61 69 19 Endereço eletrônico: [email protected] de noite, a partir de 20 h JULHO 2013 *Em PARIS, dias 4 e 5: Psy et
Crimino organiza um colóquio sobre o tems “Distúrbios da personalidade”. Informações e inscrições : Association Française de Thérapie du
Traumatisme des Violences Sexuelles et familiales et de Prévention (AFTVS) Contactar Madame Valérie HERBST, 3
bis rue de l’Aigle, 92250, Telefone: 01 56 47 03 49 Endereço eletrônico: [email protected] Site internete: www.psylegale.com 4) REVISTAS La Revue
Française De Psychiatrie Et De Psychologie Médicale *Mission
Nationale d’Appui En Sante Mentale *Association
Française De Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française De Therapie
Comportementale Et Cognitive (Aftcc) *Association
De Langue Française Pour L’etude Du Stress Et Du Traumatisme (Alfest) *Association
Pour La Fondation Henri Ey * Association Française de Thérapie du Traumatisme des Violences Sexuelles
et familiales et de Prévention (AFTVS) Site internete: www.psylegale.com *Association Aquitaine pour L'information Médicale et l'Epidémiologie en
Aquitaine AAPIMEP *Association Française des Psychychiatres. d'Exercice Privé AFPEP *Association pour *Association Scientifique des
Psychiatres de Secteur ASPS *Association Francophone de Formation et de Recherche en Therapie
Comportementale et Cognitive (A.F.FOR.THE.C.C.)
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