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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Giovanni Torello

Dezembro de 2012 - Vol.17 - Nº 12

Psiquiatria na Prática Médica

SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS EM AIDS/HIV

Renata Nunes Corrêa
Prof. Dra. Márcia Gonçalves


INTRODUÇÂO

 

Uma revisão bibliográfica sobre e acometimentos e sintomas psiquiátricos mais proeminentes sobre o complexo AIDS /HIV foi realizado para uma melhor compreensão dos fatore envolvidos.

                                                DEMÊNCIA – AIDS/HIV

  O complexo Aids-demência é a complicação neurológica mais comum da síndrome da imunodeficiência adquirida. Pode ser uma das apresentações iniciais da Aids.¹ Com a progressão pode haver ataxia, disartria, mutismo, delírios e alucinações visuais.²

  A demência pode ser manifestação inicial da Aids em 5% dos casos, mas geralmente aparece nos estágios avançados da infecção.³

DEPRESSÃO - AIDS/HIV

   Algo que foi observado foi o fato da depressão maior em indivíduos infectados pelo HIV está associada a fatores como descoberta da infecção, início dos sintomas físicos, progressão da doença e das limitações por ela impostas, infecções oportunistas no sistema nervoso central e as complexas questões psicossociais envolvidas.4

  Outro estudo nos mostra que o impacto da condição da soropositividade sobre os cuidadores é imensurável, sendo necessário também a oreintação dos familiares, pessoas da rede social informal, como amigos e voluntários que compartilham dos cuidados à saúde de crianças e adultos soropositivos, para que esses sejam instruídos sobre a doença e incentivem o tratamento do paciente.5

  Para Carvalho (2004), o suporte social compreende cinco dimensões: a) suporte emocional: sentimentos, aceitação, apoio e segurança; b) suporte instrumental: ajuda concreta em termos de serviços específicos; c) assistência material: prestação ou troca de bens tangíveis; d)suporte informativo: informações e conselhos para maior compreensão dos problemas; e) suporte de convívio social: atividades sociais que visam a um maior bem-estar.6

   Desta forma, Straub (2005) destaca-se  que os psicólogos da saúde cumprem  importante papel no combate à epidemia do HIV/Aids. Nos primeiros anos, os psicólogos eram os principais profissionais que trabalharam na projeção e implementação de esforços de prevenção primária e secundária para diminuir a disseminação do HIV/Aids e a tratar seus sintomas psiquiátricos.7

    Segundo o trabalho de Reis & Haas (2011), a avaliação pelo  inventário de depressão de Beck permitiu identificar que de 228 paciente HIV +, 63 (27,6%) indivíduos apresentavam sintomas de depressão; sendo 13 (5,7%) com sintomas leves, 29 (12,7%) moderados e 21 (9,2%) graves. Quando se comparou a presença de sintomas de depressão entre os gêneros, verificaram-se diferenças estatisticamente significantes entre homens e mulheres, visto que as mulheres apresentaram sintomas de depressão de intensidade mais grave que os homens.8

 Os principais transtornos psiquiátricos encontrados na literatura foram: depressão, transtorno do pânico e ansiedade.  Sendo o mais comum foi a depressão. Os fármacos utilizados para o tratamento destes transtornos interferem com a maior parte dos anti-retrovirais e seus efeitos colaterais podem ser responsáveis pelo aparecimento ou agravamento destes transtornos.9

  Foi mostrado no estudo de, que o vírus da Aids apresenta, além do tropismo pelo sistema linfocitário, um forte tropismo pelo sistema nervoso central causando assim sua degeneração podendo se manifestar com transtornos neurocognitivos e manifestações psiquiátricas.10

                                                 CONCLUSÃO

Com essa revisão bibliográfica podemos concluir que os pacientes HIV positivos (assim como muitos com doenças crônicas) tem maior probabilidade de sofrerem com distúrbios psiquiátricos, pois se sentem excluídos e discriminados pela sociedade.

Além disso existe o fato do vírus do HIV atingir diretamente o sistema nervoso central, lesando o mesmo, causando também, sintomas psiquiátricos.

Ou seja, a fonte dos sintomas pode ter tanto origem psicológica, bem como  relacionadas com a neuro-transmissão e fisiológica, e ambas devem ser tratadas adequadamente e separadamente.

REFERÊNCIAS

Com o autor.

 

*: Renata Nunes Corrêa – acadêmica do 4º ano médico UNITAU

** Coordenadora da disciplina de psiquiatria UNITAU – [email protected]


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