Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Janeiro de 2012 - Vol.17 - Nº 1 Psiquiatria Forense ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA NO BRASIL: APLICAÇÕES CLÍNICAS E ASPECTOS LEGAIS Pedro Shiozawa (1) 1. INTRODUÇÃO Na era da psicofarmacologia, marcada pelo surgimento das medicações
psicotrópicas, atenção especial tem sido dada à elucidação de mecanismos de
ação dos medicamentos, às interações entre eles, à neurobiologia dos circuitos
cerebrais envolvidos nos diferentes transtornos psiquiátricos, a questões como
a neuroplasticidade, a farmacogenômica e outros. No entanto, se por um lado o
desenvolvimento da psicofarmacologia foi marcado por avanços no campo da
neurociência, também se fizeram marcantes as dificuldades inerentes ao uso dos
psicofármacos, como os efeitos colaterais das drogas e as dificuldades de
adesão ao tratamento. Neste cenário, desenvolvem-se as técnicas de
neuromodulação, visando à otimização de respostas clínicas por meio de
estratégias terapêuticas e diagnósticas complementares. Diferentes estudos têm
sido apresentados no cenário científico internacional com o uso da
neuromodulação para abordagem de transtornos neuropsiquiátricos. Em nosso meio,
é atual a discussão desta temática, tendo em vista a recente regulamentação da
Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) superficial no tratamento da
depressão (uni e bipolar), das alucinações auditivas (esquizofrenia) e no
planejamento neurocirúrgico. Assim, o presente trabalho
tem como objetivo apresentar e discutir os aspectos técnicos e clínicos que dão
suporte à utilização terapêutica dessa técnica em nosso meio, cuja
regulamentação foi realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Parecer
CFM no 37/11. 2. ASPECTOS TÉCNICOS E CLÍNICOS DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA
(EMT) 2.1 VISÃO GERAL Dentre as diferentes técnicas de
neuromodulação, destaca-se a EMT como estratégia terapêutica para diferentes
transtornos neuropsiquiátricos. Recentemente a técnica foi regulamentada em
nosso meio. 2.2
TÉCNICA Os princípios gerais da EMT baseiam-se na estimulação do córtex cerebral
humano por meio de um campo magnético pulsante, de maneira indolor e
não-invasiva. Uma
bobina pequena, que recebe uma corrente elétrica alternada extremamente
potente, é colocada sobre o crânio humano. A mudança constante da orientação da
corrente elétrica dentro da bobina é capaz de gerar um campo magnético que
atravessa alguns materiais isolantes, como a pele e os ossos, gerando a
corrente elétrica dentro do crânio, onde é capaz de ser focalizada e restrita a
pequenas áreas, dependendo da geometria e da forma da bobina (Hallet, 2000). Os
efeitos da EMT podem transitoriamente interromper ou facilitar a rede neuronal,
dependendo do padrão de conexões neuronais entre as diversas áreas cerebrais e
as vias córtico-corticais e subcorticais que se pretende estimular
(Pascual-Leone et al., 1999). A EMT foi introduzida na
pesquisa clínica e básica por Baker et al., em 1985, mostrando que, ao se
colocar a bobina sobre a região escalpena próxima ao córtex motor, um movimento
da perna e do braço opostos era produzido (Baker et al., 1985). Desde essa
época, vários autores têm utilizado essa técnica não-invasiva para mapear e
estudar o córtex humano, tanto normal como patológico. O princípio geral envolvido
na técnica de EMT decorre da constatação física de que uma corrente elétrica
variável (como a que passa por dentro de uma bobina) produz um campo magnético
variável, que por sua vez, induz nova corrente elétrica em materiais
condutores. (Kirkcaldie et al., 1997). A bobina magnética é colocada sobre a
região escalpena a ser estimulada. O campo magnético decorrente é perpendicular
à direção da corrente elétrica que o produz. No caso de uma bobina circular, o
campo magnético é mais forte próximo à circunferência externa da bobina e mais
fraca próximo ao centro; não há campo magnético no ponto central da bobina
(Hallet, 2000). O campo magnético pode ativar neurônios a uma profundidade de
20 mm a 30 mm e a uma área de 30 mm de comprimento por 20 mm de largura a
partir da superfície da bobina, alcançando, desse modo, a superfície branca
mais externa na transição com o córtex, e ativando, portanto, tanto a
substância branca quanto a cinzenta dos giros mais superficiais (Bohning,
2000). A forma da bobina é responsável
pelas características do campo magnético. Existem diferentes formatos de
bobina, com diferentes resultados sobre a distribuição da corrente induzida. As
bobinas circulares são relativamente poderosas. As bobinas em formato de oito
(dois círculos com uma intersecção entre eles) são as mais freqüentemente
usadas por produzirem um campo magnético mais focal, dando um controle maior
sobre a área estimulada (Hallet, 2000). O limiar motor (LM, ou
motor threshold – MT), isto é, a mínima energia requerida pela EMT para
produzir uma reação motora observável, varia de acordo com o sujeito. O LM é
definido como a intensidade de estímulo mínimo para produzir, a partir de dez
estimulações consecutivas, cinco potenciais maiores que 50 mV no músculo
abdutor breve do polegar contralateral na eletroneuromiografia, administradas a
0,2 Hz (Rossini et al., 1994). Mesmo quando a região cortical a ser estimulada
não é o córtex motor, o limiar motor é um nível de referência adotada pela
maioria dos estudos de EMT, por ser confiável e facilmente determinado. Existem dois tipos de EMT:
a EMT de pulso único e a EMT repetitiva (EMTr ou repetitive transcranial
magnetic stimulation – rTMS). A EMT de pulso único foi a primeira a ser
desenvolvida. Nesse caso, em cada aplicação, uma corrente única é levada ao
córtex. 2.3 - DEPRESSÃO Desde o primeiro estudo
sobre EMTr e depressão, publicado por Höflich et al., em 1993, vários
pesquisadores têm concluído que a EMT pode se tornar uma boa ferramenta no
tratamento da depressão. Vários estudos em animais têm sido apresentados para
mostrar o efeito antidepressivo da EMT. Para avaliação desse efeito, os
pesquisadores têm adotado as variáveis normalmente usadas para aferir os
efeitos das descargas eletroconvulsivas (DEC ou electroconvulsive shock – ECS)
em camundongos. O teste da apomorfina (Apomorphine induced stereotypy), o teste
do nado Porsolt (Porsolt swin test), a regulação beta (b -down regulation) e a
inibição de convulsão induzida por eletrochoque são exemplos de modelos usados
para avaliar os efeitos da DEC. Alguns autores encontraram resultados
semelhantes nesses parâmetros após a aplicação EMTr ou DEC em camundongos. Uma
outra abordagem é a avaliação de alterações nas monoaminas e nos receptores de
NMDA após uma sessão de EMTr. Foram encontradas alterações significativas na
concentração de dopamina, serotonina e receptores NMDA que são compatíveis com
os efeitos antidrepressivos no cérebro. Os estudos em animais mostram um
panorama promissor para EMT (Fleischmann, 1995; Zyss, 1997; Bem-Shacar, 1997;
Kole, 1999; Fleischmann, 1999). O córtex pré-frontal
dorsolateral (CPFDL) tem sido apontado como importante sítio de disfunção em
quadros depressivos: hipoatividade do CPFLD esquerdo e hiperatividade do CPFDL
direito. George et al. (1994), em um artigo de revisão, correlataram a
disfunção do córtex pré-frontal esquerdo com depressão maior. Estudando imagens
anatômicas do cérebro e neuroimagem funcional também encontraram relações
importantes entre anormalidades no lobo pré-frontal tanto em depressão primária
quanto em depressão secundária (Coffey,1993; George, 1994; Baxter, 1985; Bench, 1995). Vários estudos clínicos
têm sido realizados no intuito de avaliar a real eficácia da EMTr no tratamento
da depressão. Pascual-Leone et al. (1996) realizaram um dos primeiros estudos
randomizados com EMTr para o tratamento da depressão. Os autores estimularam
diversas regiões e obtiveram melhores resultados no córtex pré-frontal
esquerdo, apesar da pequena duração dos efeitos. Diferentes grupos de pesquisa
têm demonstrado evolução clínica
favorável com uso da EMT em ensaios clínicos replicados em diferentes centros
(Pascual-Leone,1996; Conca,1996; Grunhaus, 2000; Fitzgerald, 2011). 2.4 - ALUCINAÇÕES
AUDITIVAS A presença de alucinações
auditivas em quadros psicóticos como a esquizofrenia são elemento responsável
por aumento da morbi-mortalidade da doença. Fisiopatologicamente estão
associadas com maior ativação do córtex têmporo-parietal aos exames de
neuroimagem funcional. A resposta ao tratamento psicofarmacológico é precária
em 25% dos casos. A EMT tem sido utilizada para casos refratários com
resultados clínicos satisfatórios em diferentes estudos. O mecanismo específico
de ação da técnica para o quadro de alucinação auditiva não foi completamente
elucidado, havendo tendência dos resultados em apontar para uma ação inibitória
cortical em áreas temporoparietais como o giro temporal superior, tálamus
esquerdo, giro pós-central esquerdo e o cerebelo (Tracy, 2010; Hoffman, 2005;
Hoffman, 2003; Hoffman 2000; Poulet, 2005; Lee, 2005). 2.5 - PLANEJAMENTO
NEUROCIRÚRGICO A EMT apresenta-se também
como relevante ferramenta no auxílio do planejamento de cirurgias cerebrais. O
aparelho é disposto na calota craniana do paciente em pontos pré-estabelecidos
de modo a gerar estímulos em regiões específicas do córtex cerebral. Um
mapeamento local do cérebro é então criado com base nas diferentes respostas
motoras e sensitivas das áreas estimuladas. Os dados podem complementariamente
ser processados digitalmente e reconstruídos com técnicas gráficas em 3D com
uso de imagens de ressonância magnética (Duffau, 2005; Schiffbauer, 2002;
George, 1996). 2.6 - SEGURANÇA DA TÉCNICA Vários autores concluíram
que a EMTr sobre o córtex pré-frontal esquerdo no tratamento da depressão é uma
técnica segura. Loo et al. (1999) também consideraram que essa técnica não
causa prejuízos na função cognitiva. Crises convulsivas chegaram a ser
relatadas com a estimulação única, ou estimulação repetitiva, ou ainda com a
estimulação repetitiva com um intervalo curto entre os estímulos
(Pascual-Leone, 1993). Com o uso da EMT de pulso único, alguns pacientes com infartos cerebrais
extensos ou outras lesões cerebrais estruturais apresentaram convulsões. Pacientes com epilepsia e sem lesões
cerebrais extensas também podem apresentar pequeno risco com o uso de EMT de
pulso único. Alguns estudos, conduzidos com pacientes
que apresentavam quadros clínicos distintos, relataram
que a EMT podia, ocasionalmente, induzir convulsões ou ativar focos epilépticos
eletroencefalográficos. No entanto, a maioria dos estudos atuais sobre EMTr
utiliza estimulação magnética subconvulsiva. Desde que foram fixados limites de
segurança para os parâmetros de estimulação, não têm sido mais descritos casos
de indução acidental de convulsões. Vale ressaltar que o número de casos descritos, nos quais houve
convulsão, é proporcionalmente insignificante em relação às milhares de
aplicações da técnica em todo o mundo. A maioria das convulsões ocorreu com estimulação do córtex motor
primário, no entanto há relatos de poucos casos nos quais aconteceram com
estimulação da região pré-frontal. 3- REGULAMENTAÇÃO No dia 06 de outubro de
2011, o Conselho Federal de Medicina publicou o Parecer CFM no 37/11, que regulamenta o uso da EMT na
prática clínica em nosso país. Antes
de o conselheiro do CFM, Dr. Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, emitir seu parecer
sobre a questão, a Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM manifestou-se como
segue, em 26-08-2010: “O grande
número de publicações científicas recomenda sua validação para uso pela
medicina brasileira, acrescentando ao arsenal terapêutico equipamento e técnica
que só poderá ser administrada por médico que também se obrigue a possuir
equipamentos de suporte a emergências e os saiba manejar para prestar os
primeiros socorros destacando, entre outros, as convulsões”. Desse modo, seguindo as recomendações de sua Câmara Técnica, o CFM assim
conclui seu parecer sobre a regulamentação do uso clínico da EMT no Brasil: 1- “A estimulação
magnética transcraniana superficial deva ser adotada como ato médico
reconhecido como válido e utilizável na prática médica nacional, com indicações
para depressões (uni e bipolar), alucinações auditivas (esquizofrenia) e
planejamento de neurocirurgia; 2- A operação dos aparelhos de EMT
deve ser realizada exclusivamente por médico, haja
vista tratar-se de técnica que, além dos conhecimentos de biofísica, exige
conhecimentos de anatomia, fisiologia e fisiopatologia do cérebro humano, bem
como das doenças mentais. A operação dos aparelhos requer plena capacidade
para identificar imediatamente as possíveis complicações, e tratá-las; 3- O ambiente onde se realiza a EMT deve ser específico e dispor
de condições para assistência a possíveis complicações, entre elas as crises
convulsivas; 4- Para outras indicações, a
estimulação magnética transcraniana superficial deve continuar sendo um
procedimento experimental, por ainda carecer de dados que comprovem sua
validade, praticados mediante protocolos de pesquisa, em caráter gratuito, e
em estabelecimentos de reconhecida finalidade de pesquisa; 5- A estimulação magnética
transcraniana profunda, por ainda não ter definidos os limites de seu
emprego e critérios de segurança, deve continuar sendo ato médico experimental
e praticado mediante protocolos de pesquisa, em caráter gratuito, em
estabelecimentos de reconhecida finalidade de pesquisa.” 4- REFERÊCIAS Avery, D.H.; Claypoole, K.; Robinson, L.; Neumaier, J.F.; Dunner, D.L.;
Scheele, L.; Wilson, L.; Roy-Byrne, P. Repetitive Transcranial Magnetic
Stimulation in the Treatment of Medication-Resistant Depression: Preliminary
Data. J Nerv Ment Dis 187: 114-7, 1999. Baxter, L.R.; Phelps, M.E.; Mazziotta, J.C.; Schwartz, J.M.; Gerner, R.H.;
Selin, C.E.; Sumida, R.M. Cerebral Metabolic Rates for Glucose in Mood
Disorders. Studies with Positron Emission Tomography and Fluorodeoxyglucose F
18. Arch Gen Psychiatry 42: 441-7, 1985. Bem-Shacar, D.; Belmaker, R.H.; Grisaru, N.; Klein, E. Transcranial
Magnetic Stimulation Induces Alterations in Brain Monoamines. J Neural Transm
104: 191-7, 1997. Bench, C.J.; Frackowiak, R.S.; Dolan, R.J. Changes in Regional Cerebral
Blood Flow in Recovery from Depression. Psychol Med 25: 247-61, 1995. Bohning, D. E., Shastri, A., Wassermann, E. M., Ziemann, U., Lorberbaum, J.
P., Nahas, Z., Lomarev, M. P. and George, M. S. BOLD-f MRI response to
single-pulse transcranial magnetic stimulation (TMS). Journal of Magnetic
Resonance Imaging 11: 569–574, 2000. Coffey, C.E.; Wilkinson, W.E.; Weiner, R.D.; Parashos, J.A.; Djang, W.T.;
Webb, M.C.; Figiel, G.S.; Spritzer, C.E. Quantitative Cerebral Anatomy in
Depression: a Controlled Magnetie Ressonance Imaging Study. Arch Gen Psychiatry
50: 7-16, 1993. Conca, A.; Koppi, S.; Konig, P.; Swoboda, E.; Krecke, N. Transcranial
Magnetic Stimulation: a Novel Antidepressive Strategy? Neuropsychobiology 34:
204-7, 1996. Duffau, H.; Lopes, M.; Arthuis, F.; Bitar, A.; Sichez, J.P.; Van Effenterre,
R.; Capelle, L. Contribution
of intraoperative electrical stimulations in surgery of low grade gliomas: a
comparative study between two series without (1985-96) and with (1996-2003)
functional mapping in the same institution. Journal of neurology,
neurosurgery, and psychiatry 76:845-51, 2005. Fitzgerald PB, Brown TL, Marston NA, Daskalakis ZJ, De Castella A, Kulkarni
J. Transcranial magnetic stimulation in the treatment of depression: a
double-blind, placebo-controlled trial. Arch Gen Psychiatry 60:1002–100, 2003. Fleischmann, A.; Prolov, K.; Abarbanel, J.; Belmaker, R.H. The Effect of
TranscranialMagnetic Stimulation of Rat Brain on Behavioral Models of
Depression. Brain Res 699: 130-2, 1995. Fleischmann, A.; Hirschmann, S.; Dolberg, O.T.; Dannon, P.N.; Grunhaus, L. Chronic
Treatment with Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation Inhibits Seizure
Induction by Electroconvulsive Shock in Rats. Biol Psychiatry 45: 759-63, 1999. George, M.S.; Ketter, T.A.; Post, R.M. Prefrontral Cortex Dysfunction in
Clinical Depression. Depression 2: 59-72, 1994. George, M.S.; Wassermann, E.M.; Williams, W.; Steppel, J.; Pascual-Leone,
A.; Basser, P.; Hallet, M.; Post, R.M. Changes in Mood and Hormone Levels After
Rapid-Rate Transcranial Magnetic Stimulation of Pre-Frontal Cortex. J
Neuropsychiatry Clin Neurol 8: 172-80, 1996. George, M.S.; Wassermann, E.M.; Kimbrell, T.A.; Little, J.T.; Williams,
W.E.; Danielson, A.L.; Greenberg, B.D.; Hallett, M.; Post, R.M. Mood Improvement
Following Daily Left Pre-Frontal Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation
in Patients with Depression: a Placebo-Controlled Crossover Trial. Am J
Psychiatry 154: 1752-6, 1997. Grunhaus, L.; Dannon, P.N.; Schreiber, S.; Dolberg, O.H.; Amiaz, R.; Ziv,
R.; Lefkifker, E. Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation is as Effective
as Electroconvulsive Therapy in the Treatment of Nondelusional Major Depressive
Disorder: an Open Study. Biol Psychiatry 47: 314-24, 2000. Hallett M.
Transcranial magnetic stimulation and the human brain. Nature. 2000 Jul 13;406:147-50. Hoffman, R.E.; Boutros, N.N.; Hu, S.; Berman, R.M.; Krystal, J.H.; Charney,
D.S. Transcranial Magnetic Stimulation and Auditory Hallucinations in
Schizophrenia. Lancet 355: 1073-5, 2000. Hoffman RE, Hawkins KA, Gueorguieva R. Transcranial magnetic stimulation of
left temporoparietal cortex and medication-resistant auditory hallucinations.
Arch Gen Psychiatry 60:49–56, 2003. Kole MH, Fuchs E, Ziemann U, Paulus W, Ebert U. Changes in 5-HT1A and NMDA
binding sites by a single rapid transcranial magnetic stimulation procedure in
rats. Brain Res 826:309-12, 1999. Kirkcaldie, M.T.; Pridmore, S.A.; Pascual-Leone, A. Transcranial Magnetic
Stimulation as Therapy for Depression and Other Disorders. Aust N Z J
Psychiatry 31: 264-72, 1997. Lee SH, Kim W, Chung YC, Jung KH, Bahk WM, Jun TY, Kim KS, George MS, Chae JH. A
double blind study showing that two weeks of daily repetitive TMS over the left
or right temporoparietal cortex reduces symptoms in patients with schizophrenia
who are having treatment-refractory auditory hallucinations. Neurosci Lett.
16;376:177-81, 2005. Loo, C.; Mitchell, P.; Sachdev, P.; McDarmont, B.; Parker, G.; Gandevia, S.
Double- Blind Controlled Investigation of Transcranial Magnetic Stimulation for
the Treatment of Resistant Major Depression. Am J Psychiatry 156: 946-8, 1999. Padberg, F.; Zwanzger, P.; Thoma, H.; Kathmann, N.; Haag, C.; Greenberg, B.D.;
Hampel, H.; Moller, H.J. Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS) in
Pharmacotherapy-Refractory Major Depression: Comparative Study of Fast, Slow
and Sham rTMS. Psychiatry Res 88: 163-71, 1999. Pascual-Leone, A.; Houser, C.M.; Reese, K.; Shotland, L.I.; Grafman, J.;
Sato, S.; Valls- Sole, J.; Brasil-Neto, J.P.; Wassermann, E.M.; Cohen, L.G.;
Hallett, M. Safety of Rapid- Rate Transcranial Magnetic Stimulation in Normal Volunteers.
Electroencephalogr Clin Neurophysiol 89: 120-30, 1993. Pascual-Leone, A.; Rubio, B.; Pallardo, F.; Catala, M.D. Rapid-Rate
Transcranial Magnetic Stimulation of Left Dorsolateral Pre-Frontal Cortex in
Drug-Resistant Depression. Lancet 348: 233-7, 1996. Pascual-Leone A, Bartres-Fz D, Keenan J. Transcranial magnetic stimulation:
studying the brain-behaviour relationship by induction of ‘virtual lesions’.
Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci 354:1229-38, 1999. Poulet E, Brunelin J, Bediou B, Bation R, Forgeard L, Dalery J, d'Amato T,
Saoud M. Slow transcranial magnetic stimulation can rapidly reduce resistant
auditory hallucinations in schizophrenia. Biol Psychiatry. 57:188-91, 2005. Reid, P.D.; Shajahan, P.M.; Glabus, M.F.; Ebmeier, K.P. Transcranial
Magnetic Stimulation in Depression. Br J Psychiatry 173: 449-52, 1998. Rosa M.A.; Odebrecht, M.;
Rigonatti, S.P.; Marcolin, A.M. Estimulação
Magnética Transcraniana: revisão dos casos de convulsões acidentais. Rev Bras Psiquiatr 26:131-4, 2004. Rossini, P.M.; Barker, A.T.; Berardelli, A. Non-Invasive Electrical and
Magnetic Stimulation of the Brain, Spinal Cord and Roots: Basics Principles and
Procedures for Routine Clinical Aplication. Report of an IFCN Committee.
Electroencephalogr Clin Neurophysiol 91: 70-92, 1994. Schiffbauer H, Berger MS, Ferrari P, Freudenstein D, Rowley HA, Roberts TP.
Preoperative magnetic source imaging for brain tumor
surgery: a quantitative comparison with intraoperative sensory and motor
mapping. J Neurosurg 97:1333-42, 2002. Tracy, D. K., ODaly, O., Joyce, D. W., Michalopoulou, P. G., Basit, B. B.,
Dhillon, G., McLoughlin, D. M., & Shergill, S. S. An evoked auditory
response fMRl study of the effects of rTMS on putative AVH pathways in healthy
volunteers. Neuropsychologia, 48: 270-277, 2010. Triggs, W.J.; McCoy, K.J.; Greer, R.; Rossi, F.; Bowers, D.; Kortenkamp,
S.; Nadeau, S.E.; Heilman, K.M.; Goodman, W.K. Effects of Left Frontal
Transcranial Magnetic Stimulation on Depressed Mood, Cognition, and
Corticomotor Threshold. Biol Psychiatry 45: 1440-6, 1999. Zyss, T.; Gorka, Z.; Kowalska, M.; Vetulani, J. ñ Preliminary Comparison of
Behavioral and Biochemical Effects of Chronic Transcranial Magnetic Stimulation
and Electroconvulsive Shock in the Rat. Biol Psychiatry 42: 920-4, 1997.
|