Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Março de 2012 - Vol.17 - Nº 3 Artigo do mês
RESENHA DO LIVRO: O USO DE ANTIDEPRESSIVOS NA CLÍNICA MÉDICA
Walmor J. Piccinini
Antidepressivos estão
entre os produtos farmacêuticos mais vendidos em todo o mundo. Seu marketing não
está focado na depressão clássica, e sim nas misérias do dia a dia como
estresse, desmotivação, angústia, tristeza, falta de produtividade, desempenho
escolar e tantos outros. Muitas destas "indicações" heterodoxas aos
padrões tradicionais da clínica médica situam-se na dificílima fronteira ética
entre o medicamento para a doença e o novo produto integrante de
um estilo de vida pós-moderno (espécies novas de tônico para produtividade,
suplemento para stress, "mother’s litttle helper", cf.
Jagger-Richards 1966). (citado por Serson, B.). A
prescrição de antidepressivos é ampla, geral e irrestrita e frequentemente
inadequada. O paciente utiliza doses sub-clínicas, abandona o tratamento e
cronificação do seu estado depressivo. O fato é que a prescrição de
antidepressivos deixou de ser uma tarefa exclusiva dos psiquiatras e, de acordo
com estratégias da indústria, os clínicos, neurologistas e os médicos em geral
tem sido estimulados na sua utilização. Muitos questionamentos são feitos a
respeito dessa prática, mas a realidade é a ampla utilização dos
antidepressivos em várias áreas da clínica médica. O uso dos antidepressivos na
vida contemporânea, o marketing envolvido a sutileza dos efeitos nas
subjetividades, vai além da indicação convencional dos medicamentos. Os autores
reafirmam o aspecto subjetivo da participação do médico nos efeitos positivos
dos medicamentos. Atentos a
esta realidade saudamos um livro que se propõe a discutir o uso de
antidepressivos na clínica médica. Tarefa difícil, exigindo grande cultura médico-psiquiátrica
e principalmente, um grande trabalho de revisão sobre tudo que se publicou
sobre o assunto. O Professor Doutor Carlos Alberto Crespo de Souza, junto com
colegas do Centro de Estudos Barros Falcão e da psiquiatria e medicina gaucha
produziu um livro com 406 páginas. O livro é abrangente ao abordar o uso de antidepressivos em diversas
situações clínicas, que incluem: - Antidepressivos na pediatria/adolescência.
Dra. Gilda Maria Possap da Rocha -
Antidepressivos nas dependências químicas. Dr. Mauro Barbosa Terra No
prefácio, o Professor João Romildo Bueno saúda o lançamento deste livro e
destaca o uso racional e correto dos antidepressivos. Carlos Alberto Crespo de Souza, além de
organizar o livro, é o responsável por quase metade das suas 406 páginas. O Capítulo 5 foi escrito
pela Dra. Gipsi Maria Possap Rocha que examina os riscos e as vantagens do uso
de antidepressivos em crianças e adolescentes. Ela responde baseada na sua
experiência, diante da grande oferta de substancias antidepressiva, quais as
que são mais indicadas para crianças e adolescentes. O Dr. Mauro Barbosa Terra,
no capítulo 7 examina o uso de antidepressivos em dependentes químicos. No
capítulo 8 o Dr. Alfredo Cataldo Neto e
equipe da PUCRS, discute o uso de antidepressivos Qual
seria o melhor antidepressivo a ser empregado em determinada situação clínica,
a melhor resposta, segundo as pesquisas aqui realizadas, é aquele capaz de ser
eficaz em seus efeitos terapêuticos e com mínimo de para-efeitos. Este livro é de leitura fácil, uma revisão
cuidadosa que levou em conta as publicações brasileiras e internacionais sobre
o assunto. O livro pode ser obtido online e custa R$ 50,00 em diferentes
livrarias.
|