Volume 14 - 2009 Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini |
Dezembro de 2009 - Vol.14 - Nº 12 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1."PSYCHOTHÉRAPIE ET SOCIÉTÉ " (Psicoterapia e Sociedade,entrevista dada por Françoise Champion a Léa Monteverdi, publicada no Le journal Cnrs. Tradução e resumo: Eliezer de Hollanda Cordeiro, psiquiatra inscrito na Ordem Nacional dos Médicos da França. Françoise Champion é socióloga da saúde mental, responsável de pesquisas no Centro de pesquisa « Psychotropes, santé mentale, société » (Cesames, CNRS / Inserm).
Vários acontecimentos parecem explicar as razões do primeiro encontro sobre a situação histórica, social e antropológica da psicoterapia como fenômeno social. Quais são estas razões ? ‘’Antes de tudo, notemos que a psicoterapia se tornou um fenômeno social que cresceu de maneira ininterrupta desde o início do século XX. Contudo, nenhum trabalho sociológico sobre este assunto havia sido publicado até agora na França. Em seguida, responsáveis da administração e políticos defenderam desde os anos de 1990 o controle das psicoterapias, mas sem levar em conta trabalhos que lhes permitissem um melhor conhecimento dos clientes e dos psicoterapeutas.Os projetos de regulamentação e de controle inspiraram uma lei em 2004, definindo o título de psicoterapeuta, e determinaram que o Inserm fizesse a avaliação dos métodos psicoterápicos. As duas decisões desencadearam uma violenta « guerra entre os psy ». Os conflitos continuam ainda hoje mas os decretos de aplicação da lei ainda não sairam… Como explicar esta guerra entre Psys ? ‘’As ‘’discórdias’’ sempre foram a característica do mundo psicoterápico, primeiro porque a psicoterapia é uma prática e uma disciplina mal definidas desde o início. Atualmente,ela é exercida por quatro categorias profissionais: psiquiatras,psicólogos, psicanalistas e psicoterapeutas qualificados que não pertencem a nenhuma dessas categorias. Estes últimos reivindicaram a criação de uma título de psicoterapeuta desde 1990. Existe uma oposição entre médicos e psicólogos sobre a natureza do atendimento psicoterápico: este cuidaria de uma doença, de um mal-estar, de um ‘’sofrimento psico-social’’? Existe também um conflito sobre a formação dos psicoterapeutas. Será que só os psiquiatras e psicólogos podem se declarar psicoterapeutas embora seus cursos universitários não incluam uma formação específica em psicoterapia? Existe outra desavença sobre a maneira de considerar os distúrbios psíquicos: estes são circunscritos e isolados uns dos outros ou exprimem um mal-estar geral ? Por último, a psicoterapia pode ser uma prática padronizada e codificada ou ela se apoia essencialmente na relação entre o « psy » e o « paciente », seu « cliente »… ? ‘’ Qual é o futuro da psicoterapia ? ‘’Penso que ela vai continuar se desenvolvendo porque as questões da saúde mental tornaram-se um problema de saúde pública altamente importante. Assim, em outubro de 2007, ocorreu a primeira campanha para a educação e a prevenção da depressão. Se a resposta ‘’’psy’’ exclusiva está desaparecendo, a tendência atual é a dos cuidados combinando medicamentos e psicoterapias. Os clientes compreenderem muito bem as oportunidades que lhes são assim ofertas com esta abertura do mercado psicoterápico. Mesmo se uma parte do livro aborda as transformações no domínio da saúde mental, não esqueci a reflexão antropológica sobre as mudanças de funcionamento do individualismo contemporâneo. Doravante, a noção de autonomia é para cada pessoa a possibilidade de escolher uma maneira de viver e de assumir a responsabilidade de sua pr ópria saúde mental.” 2. QUE CRIANCAS DEIXAREMOS EM NOSSO PLANETA? Eliezer de Hollanda Cordeiro Minha filha Hélène, psicóloga na cidade de Nantes, me escreveu algumas linhas sobre a jornada ‘’QUESTION SOCIALE, RÉPONSE PSY ?’’(Questão Social, Resposta Psy?), organizada em novembro último pela associação Psypol . O argumento foi que ‘’a vida social engendra muitos sofrimentos, especialmente psíquicos. Desta forma, porque os psy não poderiam propor respostas políticas ?’’Donde o objetivo consistindo em favorecer intercâmbios e enriquecimentos mútuos entre dois universos separados: o mundo psy(psicologia, psiquiatria, psicanálise, psicoterapia) e os mundos político, sindical e associativo, sem esquecer a filosofia, as ciências sociais e a cultura quando elas levam em conta questões relacionadas com o viver juntos e o engajamento do cidadão”. Hélène coordenou um dos grupos de trabalho e me contou que ‘’A jornada foi muito rica e interessante; o tempo passou muitíssimo depressa, especialmente nos grupos de trabalho. De fato, encontrei pessoas muito interessantes e vindas dos horizontes os mais diversos, todas engajadas em diferentes causas humanas’’. Uma frase nutriu especialmente minhas interrogações: a de uma psicóloga que conheci como professora quando eu estava no primeiro ano de psicologia : ela interpelou os representantes eleitos dos Verdes, presentes na jornada , invertendo a frase que conhecemos - Que mundo deixaremos aos nossos filhos? - da seguinte maneira : "Que crianças deixaremos em nosso planeta?". 3. LIVROS *Valérie Brunel, Les managers de l’âme, La Découverte,2004 *François Champion (dir), Psychothérapie et société, A.Colin, 2008) *Claude Coquelle, Le psy et le politique, Mardaga, 2003 *Didier Fassin (dir), Des maux indicibles. Sociologie des lieux d’écoute, La Découverte,2004 *Emilie Hermant, Clinique de l’infortune. La psychothérapie àl’épreuve de la détresse sociale, Empêcheurs de penser en rond, 2004 *Eva Illouz, Les sentiments du capitalisme, Seuil, 2006 *Pierre Mannoni, La malchance sociale, Odile Jacob, 2000 *Marcelo Otero, Les règles de l'individualité contemporaine :Santé mentale et société, PU deLaval, 2003 *François de Singly, Les adonaissants , A. Colin, 2006 *Didier Vrancken, Claude Macquet, Le travail sur Soi.Vers une psychologisation de lasociété ?, Belin, 2006 4. REVISTAS *La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale *L’encephale 5. ASSOCIAÇÕES *Mission Nationale d’Appui en Santé Mentale *Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp) *Association française de musicotherapie (afm) *Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc) *Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump *Association pour la fondation Henri Ey *Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep) *Groupement d’études et de prevention du suicide (geps) *Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap *Société française de thérapie familiale (sftf) *Société française de recherche sur le sommeil (sfrs) *Société française de relaxation psychotherapique (sfrp) *Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française *Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam) *Association Psychanalytique de France (apf) *Société Psychanalytique de Paris (spp)
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