Volume 14 - 2009 Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini |
Setembro de 2009 - Vol.14 - Nº 9 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1.ECONOMIA MENTAL E FINANCEIRA:QUE FAZ A PSIQUIATRIA? Doutor Cân-Liém LUONG, « La Lettre de Psychiatrie Française » n° 181, janvier 2009. Tradução e resumo :Eliezer de Hollanda Cordeiro, médico-psiquiatra inscrito na Ordem Nacional dos Médicos da França. Quando a medicina cuida da saúde e da doença, parece até simples pensarmos que a psiquiatria cuida também da saúde e das doenças mentais.Ora, em medicina, a nítida distinção da fronteira entre saúde e doença é muito recente(1947), como é muito recente a data em que a psiquiatria se separou da neurologia (1968). Depois disto, a pressão da economia provocou um aceleração epistemológica dos pontos de vistas, desde que ela conseguiu impor seus critérios de eficiência na definição do sintoma, fazendo deste um índice do custo entre a saúde e a doença.Desde logo surgiram conceitos como “promoção da saúde”, “cuidados de saúde primários”, “medicina prognóstica”, esta suscitando uma grande excitação diante da possibilidade de tratar os casos estatísticos afim de prevenir a eventualidade de um caso clínico! Quando afirmamos que a psiquiatria é uma disciplina médica, nós entrevemos que a linha separadora da saúde e da doença em medicina não é a mesma em psiquiatria, embora todas se banhem no mesmo oceano da dor humana. PAPEL DA PSICANÁLISE A psicanálise contribui imensamente para o conhecimento do funcionamento mental.Seu impacto no pensamento leigo é também muito grande. Mas ela apagou a linha entre o normal e o patológico-que não faz parte de seu campo- de tal modo que suas contribuições ultrapassaram uma psiquiatria ainda jovem, nascida em 1968 e que continuou fiel à sua filiação médica. A psiquiatria foi então retida como refém pela velha, experiente e muito hábil economia: como faremos para avaliar o custo do valor da pessoa? Isto já ocorre com a medicina técnica, que resolveu o problema pela definição das “provas evidentes”, o sintoma se transformando, no final das contas, em índice dos preços do desencadeamento e da eficiência dos cuidados.Mas o fato é que nunca haverá-felizmente ou infelizmente segundo as opções ideológicas-outras provas evidentes do sofrimento psíquico do que aquelas ditas pela pessoa(doente?). Por isso acho necessário fazermos uma profunda reflexão sobre a dimensão médica da psiquiatria, além da perspectiva da filiação disciplinar. A MEDICINA SERIA UMA ESPECIALIDADE DA PSIQUIATRIA? Talvez que Henri Ey tivesse razão ao dizer que a medicina é uma especialidade da psiquiatria, quando começamos a escutar o doente antes de receitar-lhe alguma coisa. Cân-Liém LUONG lêmbra-nos que o médico dispõe de um receituário que não é apenas farmacêutico: ele pode decidir não receitar um medicamento, pode prescrever apenas pequenas doses de um produto farmacêutico, pode receitar uma psicoterapia, recomendar um psicoterapeuta e até mesmo optar pelo silêncio. Contudo, se o médico só dispuser do receituário farmacêutico para responder às situações clínicas que ele encontra, ele será inevitavelmente levado a receitar psicotrópicos de maneira excessiva e desnecessária, por conseguinte prejudicial ao paciente. MINHA CONCLUSÃO Entendemos então porque Henry Ey afirmou que a medicina é uma especialidade da psiquiatria, invertendo a fórmula habitual. Ele queria salientar que o psiquiatra que escuta, aconselha, percebe os elementos psicológicos e sociais subjacentes ou concomitantes ao sofrimento do paciente, pode servir de paradígma para todos aqueles que exercem a medicina, qualquer que seja a sua especialidade. 2.O PESO DAS PALAVRAS Lí no Bulletin d’information de l’Ordre national des médecins de France(n°6, Julho-Agosto 2009), a entrevista da Doutora Suzanne Tartière: “Déceler la détresse sous le masque médical”. Diretora médica do Samu social, sua vocação lhe veio durante os cincos anos que passou no serviço de urgências de l’Hôpital Necker, antes de ser nomeada para o Samu. ”Foi então que aprendi o valor das palavras: pelo telefone,que o médico pode acalmar a angústia, interrogar, guiar uma ausculta, resolver problemas e orientar um diagnóstico. Para tanto, é preciso reservar o tempo necessário à escuta do paciente e ao aconselhamento, o que muitas vezes pode evitar o emprego desnecessário de cuidados pesados. A doutora Suzanne Tartière explica sua filosofia: ‘’Seria possivel tratar uma pessoa sem compreendê-la?A miséria social pode muitas vezes se manifestar por trás da aparência médica da queixa”. Sobre as suas qualidades humanas e competência profissional, o Doutor Xavier Emmanuelli, fundador do Samu Social de Paris, afirmou que ‘’ Suzanne é uma formidável urgentista, lúcida e rápida, sempre pronta para resolver os problemas daqueles que estão em situação precária”. E, de fato, ela foi muito influenciada pela maneira de trabalhar de Xavier Emmanuelli, fundador do Samu Social, um psiquiatra humanista, isto é que não perde de vista a necessidade de escutar os pacientes, especialmente os deixados por conta da sociedade. 3. LIVROS RECENTES *La terreur d’exister: fonctionnements limites à l’adolescence Maurice CORCOS Paris : Dunod, 2009—23 € *Manifeste pour une psychiatrie de la personne : pour une personne, par une personne, avec des personnes Direction : Simon-Daniel KIPMAN Rueil-Malmaison(Hauts-de-Seine) : Doin, 2009—27 € *Handicap mental profond et musique Paris : Campagne première, 2009—16 € *La sexualité féminine Paris : PUF, 2009—9 € Pierre FÉDIDA Paris : PUF, 2009—15 € Pierre FÉDIDA Paris : PUF, 2009—15 € *Les 100 mots de la psychanalyse Jacques ANDRÉ Paris PUF, 2009—9 € *Les phobies : agoraphobie, phobies sociales, phobies simples Jean-Louis PEDINELLI , Pascale BRETAGNE Paris :Armand Colin, 2009—9,40 € *La névrose infantile dje la psychanalyse Gérard POMMIER Ramonville-Saint Agne(Haute Garonne) : Erès, 2009 – 12 € *L’amour en plus : histoire de l’amour maternel, XVII-XX siècle Elisabeth BADINTER Paris : LGE, 2009—6,50€ *L’insertion en question—Sécret et Signalement Stéphene LELONG Collection Études psychanalytiques Paris : L’Harmattan, mars 2009—29,50 € 4. REVISTAS *La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale *L’encephale 5. ASSOCIAÇÕES *Mission Nationale d’Appui en Santé Mentale *Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp) *Association française de musicotherapie (afm) *Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc) *Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump *Association pour la fondation Henri Ey *Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep) *Groupement d’études et de prevention du suicide (geps) *Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap *Société française de thérapie familiale (sftf) *Société française de recherche sur le sommeil (sfrs) *Société française de relaxation psychotherapique (sfrp) *Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française *Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam) *Association Psychanalytique de France (apf) *Société Psychanalytique de Paris (spp)
|