1. A HIPNOSE DE MILTON H. ERICKSON (I)
Hélène FABRE(Psicóloga clínica)
Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro
O termo « hipnose » podendo engendrar
confusão, começaremos tentando definir sua significação na prática
éricksoniana, bem diferente da clássica concepção da hipnose, facilmente
compreensível: imaginemos por exemplo uma sessão, geralmente pública, onde uma
personagem carismática e misteriosa faz, de maneira quase mágica e misteriosa,
uma demonstração hipnótica num pobre diabo. Como se estivesse enfeitiçada e perdido
seu contrôle voluntário, a cobaia fica à mercê do hipnotisador, realiza qualquer
coisa de espetacular, provando estar sob a influência do mesmo.
Outro ponto importante para a nossa demonstração: não devemos esquecer que Milton H.Erickson
era psiquiatra de formação; ora, a hipnose foi sobretudo praticada por grandes
nomes da psiquiatria clássica, como Charcot (que
tratava assim seus casos de histeria) ou o próprio S.Freud (...).
Veremos também que a prática ericksoniana se distingue de maneira nítida dos
métodos clássicos, embora se situe, de uma certa forma, na continuação dos
mesmos. Nosso objetivo não é de dar um curso sobre a história da hipnose mas
simplesmente apresentar de maneira sucinta tres personagens - Mesmer, Braid et Bernheim-
que embora não sejam os mais conhecidos podem permitir-nos talvez de melhor
apreciar a singularidade do enfoque ericsoniano.
A ) OS PRECURSORES
1/ Franz Anton Mesmer
(1734-1815)
Mesmer, médico vienense do fim do Século 18, foi um dos primeiros a utilisar a
hipnose como procedimento terapêutico, postulando a idéia dum fluido universal,
que ele comparava ao magnetismo mineral e animal, impossivel de ser captado
pelos órgãos dos sentidos, e cuja má repartição dentro do corpo humano seria
responsável pelas doenças e bloqueios internos. Temos pois neste caso um
enfoque muito particular da hipnose.
No decurso de suas sessões espetaculares (com uma encenação e uma bagagem de
accessórios ritualisados: todos os pacientes eram ligados entre eles por uma
corda destinada a provocar a livre circulação do fluido, Mesmer tocando em cada
um com uma haste de ferro articulada e magnetizada saindo de uma pia...), Mesmer
provocava nos individuos estados e condutas até então interpretados como
sobrenaturais ( que ele chamava “crise magnética” ), oferecendo ao mesmo tempo
uma alternativa física às concepções religiosas reinantes: a partir daí
tornou-se possivel abordar de uma maneira técnica certas mudanças de conduta e
de funcionamentos psíquico, outrora atribuidos a ações de entidades
espirituais.
Embora se reconhecesse nessas práticas virtudes curativas, a prática de Mesmer,
foi julgada pela corte de Louis XVI como
“perigosa para os costumes” por conter fortes componentes sexuais.
Proibiram-no de praticá-la. Contudo, ele conseguiu mais tarde precisar e
desenvolver seu método terapêutico: foi assim por exemplo que organizou
terapêuticas de grupo, que apresentavam a vantagem de decuplicar a potência do
fluido; ele abandonou ulteriormente os ímans e invocou o efeito de um fluido
próprio ao operador, eficaz no processo da cura (este é um ponto importante, na
medida em que Mesmer atribuiu um lugar central ao papel desempenhado pela
implicação do hipnotisador no processo de cura do paciente).
Le
Marquis de Puységur, discípulo de Mesmer, colocou por sua vez em evidência
a capacidade de certas pessoas magnetisadas a agir e comunicar durante o estado
magnético ; ele sublinhou também que, mergulhados neste estado, os indivíduos pareciam
mais aptos para ter acesso a conhecimentos e aumentar suas capacidades (foi por
isso que nomeou este estado “ o sono lúcido").
2/ James Braid
(1795-1860)
A teoria mesmeriana foi somente abandonada com os trabalhos do cirurgião
escossês James Braid, a quem devemos o termo “hipnotismo"e a reintrodução
dos fenômenos hipnóticos no campo da medicina, sem referir-se a uma teoria dos
fluidos.
Braid estudou o fenômeno dito do “sono crítico”, diferente do sono noturno
normal, durante o qual pode-se observar fenômenos de anestesia, alucinação e
sugestionabilidade.
Ele aplicou um método capaz de provocar tais estados, pedindo ao sujeito para
fixar uma superficie brilhante e concentrar a sua atenção na mesma.
Braid provou assim que era o próprio individuo que mergulhava no estado de sono
crítico, somente pelo seu poder de concentração, e não por intervenção do
operador ou da circulação do fluido. Ele batizou então a sua prática
“neuro-hipnotismo", depois “hipnotismo"e atribuiu o fenômeno
hipnótico a uma impressão produzida sobre os centros nervosos. Então compreendeu
que poderia utilizá-lo afim de tratar distúrbios funcionais geralmente
incuráveis, obteve resultados bem satisfatórios nos tiques dolorosos(aplicando
seu método no que seria mais tarde denominado síndrome de Gilles de
la Tourette), em paralisias, afasias, reumatismos, cefaléias, palpitações,
doenças da pele,...etc.
Os trabalhos de Braid foram ampliados ² por Charcot na Salpêtrière
de Paris, e por Liébeault e Bernheim na escola de Nancy.
3/ Hippolyte Bernheim
(1840-1919)
Bernheim por sua vez, distanciou-se do hipnotismo, dedicando-se sobretudo aos
fenômenos de sugestão, mencionados por Braid em seus estudos sobre o sono
crítico.
Segundo Bernheim, os fenômenos não resultam de maneira obrigatória de um estado
hipnótico provocado, mas constituem uma propriedade fisiológica cerebral
através da qual o cérebro pode receber ou evocar idéias e tentar realisá-las.
Podemos notar aqui que os fenômenos de sugestão são banalizados, na medida em
que aparecem como fatos normais, presentes em todo comportamento humano.
Em De la suggestion (1916), Bernheim definiu a sugestão como tudo o que diz
respeito aos « nossos instintos naturais, educação, exemplo, imitação,
persuasão, sentimento, emoções, paixões, ilusões, erros, impressões, trazidos
pelos nossos sentidos, excitações cerebrais pelo álcool, tóxicos, toxinas,
impressões viscerais ... numa palavra, todo o nosso meio exterior e nosso meio
interior »; finalmente, podemos dizer que para Bernheim, toda forma de relação
é sugestão.
Se Bernheim realça as tendências ou propensões particulares em certas pessoas,
que tornam-nas mais sensiveis à sugestão, (por exemplo: uma fé religiosa
intensa ou paixões muito vivas),a diferença entre tais situações particulares e
o estado habitual do indivíduo só pode ser colocada com relação à questão da
sugestionabilidade, que resta uma propriedade psicofisiológica normal e
natural.
Podemos reter alguns pontos interessantes sobre as diferentes concepções que
acabamos de expor, começando pelo fato de que o estado hipnótico é um estado
fisiológico e natural que permite ao indivíduo o acesso a um nivel de consciência
superior ao que ele utilisa de maneira habitual, podendo engendrar modificações
psicobiológicas tangíveis.
B ) A HIPNOSE HOJE
Vou dar agora um grande salto no tempo para evocar a maneira como a hipnose é
atualmente praticada.
E preciso inicialmente saber-se que se a hipnose permitiu à psiquiatria
dinâmica de elaborar um modelo do espírito humano baseado na diferenciação
entre o ego consciente, e o ego subconsciente (= dotado do poder de percepção e
de criação), sua utilização foi um tanto desprezada pelos médicos durante toda
a primeira parte do século 20 : a hipnose era sobretudo criticada por colocar o
paciente sob a dependência total do terapeuta (trata-se de uma crítica que
continua sendo feita ainda hoje ).
Se a hipnose voltou à moda, Erickson contribuiu muito neste sentido.
1/ O FUNCIONAMENTO HIPNÓTICO MENTAL
Erickson nutriu a sua prática e habilidade a partir de uma experiência pessoal
na vida cotidiana; foi precisamente essa experiência que lhe inspirou a maneira
tão peculiar de praticar hipnose: afim de financiar seus estudos de medicina,
Erickson trabalhou durante certo tempo como estagiário num jornal .Este
episódio marcou assim o encontro de Erickson com a auto-hipnose; desde então,
jamais cessou de aprendê-la e experimentá-la até o momento em que o hospital
proibiu-lhe a prática. Mas a interdição, em vez de freiar os ardores de
Erickson, estimulou-lhe a imaginação e permitiu-lhe o desenvolvimento de uma
prática disfarçada e pessoal da hipnose.
Antes disso, porém, Erickson muito aprendera teoria com Clark Hull, especialista
da hipnose, com quem terminou brigando, após um desacordo radical sobre a
maneira de conceber a hipnose : enquanto Hull, em sua qualidade de pesquisador
puro e duro,utilizava um protocolo de indução hipnótica universal, válido para
todos, Erickson considerava o transe hipnótico como um trabalho pessoal e
específico a cada um,só podendo ser provocado em função de cada caso.E e como
expressão de um fenômeno da vida cotidiana que Ernest Lawrance Rossi,
colaborador de Erickson, chamou de “transe comum de todos os dias”.
Segundo Ernest
Lawrance Rossi, atravessamos um estado hipnótico aproximadamente todos os
90 minutos, isto é um momento em que largamos a situação fóra de nós para
absorvermos a que se passa dentro de nós. Cada um pode se reconhecer neste
exemplo: quando deixamos o domicílio e vamos de carro à faculdade, passando
bastante tempo em engarrafamentos, sinais do trânsito e cruzamentos de ruas, ao
chegarmos à faculdade já esquecemos o trajeto que acabamos de percorrer…
Erickson fez em si mesmo a experiência de que o indivíduo é capaz de provocar
um estado autohipnótico.
O estado hipnótico aparenta-se assim a um estado de devaneio, de distração,
análogo ao estado do sono noturno paradoxal; ainda segundo Ernest Lawrence Rossi,
ele estaria relacionado com o ciclo ultradiano que ritma outros parâmetros
fisiológicos.De fato, o estado hipnótico modifica o sistema nervoso vegetativo,
desativa o sistema simpático em favor do parasimpático, relaxa o tônus muscular
ou o reequilíbra (por exemplo, um paciente em hipnose pode conservar seu braço
no ar durante muito tempo sem se fatigar nem sofrer as desagradáveis sensações
de formigamento…).
Nos planos perceptivo e psicológico,os fenômenos mais comuns se traduzem em
modifações relativas ao tempo e ao espaço e numa atenção bastante seletiva: o
espaço pode ser percebido como apertado ou dilatado, os barulhos exteriores ou
a voz do terapeuta podem parecer longínquos , abafados ou pelo contrário mais
fortes que na realidade; o tempo é frequentemente percebido como encurtado ou
aumentado ( o sujeito pode ter a impressão que dez minutos somente se passaram
quando na realidade a sessão durou duas horas...).
Ao contrário de Clark Leonard
Hull, Milton Erickson sabia, por havê-lo experimentado pessoalmente, para
que servi este estado: ele encarna uma capacidade criadora proveniente do
interior da pessoa, que se exprime quando o contexto se lhe apresenta de maneira
favoravel. O terapeuta está presente, num primeiro tempo, somente para
facilitar os reencontros do paciente com um estado que ele conhece bem.Este
varia de uma pesosa a outra, e na mesma pessoa, de um instante a outro, segundo
suas necessidades, seus desejos, suas motivações atuais. Assim, a hipnose
ericksoniena distingue-se das outras formas de hipnose por um ponto de vista
capital, que faz dela uma comunicação com duplo sentido, à qual o sujeito
participa de maneira ativa.
Resumindo a idéia principal de Erickson, podemos dizer que a hipnose exprime a
singularidade da pessoa, vista como única uma concepção que Erickson verificou
em milhares de sessões por ele praticadas). Podemos ajuntar, em oposição às
teorias clássicas sobre a hipnose, que a prática ericksoniana não leva em conta
as pessoas refratárias à mesma (“não hipnotisáveis"); para ele, se a
hipnose é uma questão de personalidade, será por conseguinte à técnica de
indução hipnótica escolhida pelo terapeuta que o paciente pode se mostrar resistente
; incumbe assim ao terapeuta adaptar-se ao paciente : esta é a base da terapia
ericksoniana.
1) Dominique MEGGLÉ : ERICSON, Hypnose et Psychothérapie,
Retz, Paris, 1998
2) Jeffrey K.
ZEIG : La
Technique D’Ericson, Hommes et Groupes Éditeurs, Paris, 1985.
(A seguir)
2.DELINQUENTES SEXUAIS E
OBRIGAÇÃO DE TRATAMENTO
Tema do Congresso da Association Française de
Psychiatrie
Tradução e
comentários:Eliezer de Hollanda Cordeiro
QUESTÕES “IMPERTINENTES”
A pedofilia é uma doença? Se
é, é uma doença mental?E, se for o caso, qual é a sua psicopatologia?Quais são
os tratamentos eficazes afora a castração química ou cirúrgica?Se não é uma doença
mental, é então o quê?Um distúrbio endócrino? Uma variante da neurose
traumática? Um comportamento humano normal culturalmente rejeitado?Ou então
culturalmente encorajado apesar da aparente rejeição dos pedófilos?A injunção
terapêutica acerca dos pedófilos é uma medida pertinente?Ainda mais, trata-se
de uma característica sexual anormal-no sentido de Laurenz- de um trauatismo
infantil precoce, de uma anomalia endócrina, etc?
ARGUMENTO
A delinquência sexual está
aumentando muito, a não ser que uma maior atenção dada a este tipo de delito
multiplique as inculpações. De qualquer maneira, os delinquentes sexuais presos
são muito numerosos e seguí-los quando são soltos é problemático por causa do
importante risco de recidiva. Por outro lado, os delitos sexuais são
múltiplos, e não existe quase nenhum ponto comum entre o pedófilo que se
satisfaz com algumas carícias e os criminosos assassinos como Fourniret
et Dutroux.
Do ponto de vista terapêutico,
foram criados vários grupos de pesquisas que tentam aplicar diferentes
métodos, não obstante as dificuldades relacionadas com as incertezas das novas
técnicas. Na prática, os resultados das injunções de tratamentos são medíocres,
poucos pedófilos procurando um terapeuta de maneira espontânea, poucos médicos
se interessam pelo assunto e menos ainda são formados, o seguir judiciário é
difícil, e os honorários dos especialistas colocam numerosos problemas.
Ao que parece, seria oportuno
se organizar possibilidades de acolhimento e de tratamento dos pedófilos, de
tornar o que já existe mais conhecido afim de ajudá-los a se reinserir na
sociedade e de lhes permitir de não realizar novamente seus desejos
impulsivos.
Atualmente,existem duas
formas possíveis de tratamento:biológico e psicoterápico, isolados ou
combinados. Mas o número de pedófilos efetivamente tratados é muito reduzido,
donde a dificuldade de apreciar os resultados.
Desta forma, é necessário
facilitar a demanda de tratamento da parte dos pedófilos e de tornar mais
deles os terapeutas e os serviços sociais. Esta é uma das finalidades do
congresso de 22 de novembro 2008. Com este propósito, recomenda-se que as
equipes interessadas se manifestem e participem do_
congresso.
Este se propõe de esclarecer um
problema muito atual, contando para tanto com a participação de eminentes
especialistas especialmente convidados .
3. CONGRESSOS
La Lettre de
Psychiatrie Française du mois de juin 2008 nous propose les Réunions et
Colloques suivantes :
SETEMBRO 2008
*Paris, le 5: ‘’Psychanalyse
et criminologie : recherches antérieures et actuelles’. Congrès
organisé par la Société Psychanalytique de Paris avec la collaboration de l’Institut
de Criminologie de Paris.
-Lieu : 12, Place du Panthéon, 75005, Paris
-Renseignements et
inscriptions auprès du Dr.
France Paramelle: [email protected]
*Paris, le 13 :
‘’L’image de la psychanalyse’’, organisé par L’Association
Internationale d’Histoire de la Psychanalyse (AIHP)’’.
-Renseignements :
AIHP-Tél/Télécopie :01 43 37 39 26 , [email protected] ,
www.aihp-iahp.org
*Montpellier (du 17 au 19) : first
‘’ Conference Clinical trials on Alzheimer’s disease’’, organisé par l’EADC
(European Alzheimer’s Disease Consortium) .
-Renseignements :alliance
médicale, Tél. : 04 67 63 43 95 Courriel : [email protected]
*Lyon (du 18 au 19) : ‘’24ème
Congrès Internationale de la Société de Psychogériatrie de Langue
Française’’, organise par l4Ecole Normale Supérieure.
-Renseignements :
Agence PARAKALO- Tél. : O4.72.71.53.52 Courriel : [email protected]
*Marseille (les 29 et
30) :’’Santé Mentale et psychiatrie : le défi de la liberté ;
regard sur des logiques contradictoires’’.
-Informations :
FASM CROIS Marine 31, rue Amsterdam 75008 Paris, Tél :01 45 96 06 36 Mél :
[email protected] Internet :
www.croixmarine.com
*Toulouse (30 septembre) :13ème
journée toulousaine de Psychiatrie de l’Enfant et de l’Adolescent : ‘’Quoi
de neuf autour du bébé’’.
-Renseignements :
SUPEA Pr. JP Raynaud, CHU de Toulouse - Courriel : [email protected]
Tél : 05 61 77 80 54.
4.REVISTAS
*L’Information
Psychiatrique
*Impacte medecine
*La revue française
de psychiatrie et de psychologie medicale
*L’encephale
*Neuropsy
*Psychiatrie
française
*Evolution
psychiatrique
5. ASSOCIAÇÕES
*Association
française de musicotherapie (afm)
*Association
art et therapie
*Association française de therapie comportementale
et cognitive (aftcc)
*Association francophone de formation et de
recherche en therapie comportementale et Cognitive (afforthecc)
*Association pour
la fondation Henri Ey
*Association internationale
d’ethno-psychanalyse (aiep)
*Ecole parisienne de gestalt
*Ecole française de sexologie
*Ecole de la cause freudienne
*Groupement d’études et de prevention du
suicide (geps)
*Groupe de
recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap
*Société française de thérapie
familiale (sftf)
*Société française de recherche sur le sommeil
(sfrs)
*Société française de
relaxation psychotherapique (sfrp)
*Société de
psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française
*Société médicale Balint
*Union nationale des amis et familles de malades
mentaux (unafam)
*Association Psychanalytique
de France (apf)
*Société Psychanalytique de Paris (spp)
*Coordination (coordenador):
Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO
[email protected]