Volume 11 - 2006 Editor: Giovanni Torello |
Dezembro de 2006 - Vol.11 - Nº 12 France - Brasil- Psy Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites Referência : FAMILIA E EDUCACÃO, número 244, novembro-dezembro 2006 Lisa David Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro
Muitas pessoas consideram a sociedade francesa atual como permissiva, indulgente, marcada pela ideologia de maio 1968 e seu prolongamento durante as décadas de 1970 e 1980, notadamente sob a influência das “ idéias psicanalíticas de tolerância difundidas por F. Dolto”, conforme Lisa David. Durante os acontecimentos de maio de 1968, um dos slogans mais significativos não foi foi o célebre : É proibido proibir ? Assim, os adolescentes atuais teriam sido, de uma certa maneira, vítimas dessa « pedagogia » erigida em dógma, fundada na compreensão excessiva dos filhos e numa tolerância que não lhes deu o sentimento dos limites. Dessa forma, não é de se extranhar que Lisa David examinasse a questão e procurasse entender o julgamento de uma parte da opinião pública francesa que considera o excesso de tolerância dos professors e dos estabelecimentos escolares como uma das razões do mal estar da juventude do país. Nessa percepão, a sociedade francesa sofre de uma crise geral da autoridade: parental, professoral, judiciária, governamental. No domínio escolar, que nos interessa aqui, assiste-se a uma ofensiva, notadamente dos meios ditos conservadores, que “reclamam a volta ao sistema escolar antigo, que sabia impor o respeito e lidar com os alunos recalcitrantes”. Aliás, como escreveu Lisa David, mesmo após a “ Revolução de maio de 1968, os castigos perduraram nas escolas francesas, embora não fosse politicamente correto reconhecer essa realidade”. Mais ainda, a partir de 1990, como escreveu Eirick Prairat, filósofo e professor de Ciências da educação na Universidade de Nancy, “ a legitimidade do castigo foi reconhecida (…) muito embora haja a preocupação de explicar a decisão ao aluno ”. O governo, sensivel a tais argumentos- e a uma realidade que mostra um acréscimo dos atos de violências e incivilidade intra-escolares- restabeleceu, em 2004, a punição coletiva que havia sido banida da escola. Outra inovação : “as notas concernando a vida escolar nos colégios e que sancionam a assuidade do aluno, o respeito do regulamento interior e sua participação à vida do estabelecimento, parece ser um retorno às notas disciplinares de outrora”, segundo Lisa David. Na realidade, as punições dos alunos nunca desapareceram, só as formas mudaram. Por exemplo: “os castigos mais frequentes são copiar linhas, geralmente o fastidioso regulamento interno”, critica Bernard de France, professor de Filosofia. Ele considera que, “do ponto de vista pedagógico, o interesse dessa punição é nulo”. Outra forma de punição, muito frequente : o aluno é privado de recreação. Outra punição surpreendente : no curso primário, 15% dos professores dariam palmadas nas crianças, o que é ilegal. Notemos ainda a denúncia éfeita por Pierre Merle, sociólogo e professor, “que observou a persistência de práticas humilhantes, as vítimas mais frequentes dessas humilhações sendo os alunos mais fracos”, ponto de vista defendido também por Eirick Prairat : (…)“ Os alunos estrangeiros, de meio familiar modesto ou que apresentam um atrazo escolar são mais frequentemente punidos do que os outros, independentemente das besteiras que fazem”. Notemos que “ as punições e sanções aplicadas na escola - pauladas, bolos com palmatória, bofetadas, pancadas nos dedos, castigos corporais e humilhações - foram oficialmente proibidas em 1887”. Lisa David pergunta “se os professores são formados para impor a disciplina aos alunos”. Ela cita de novo, Eirick Prairat, (…) “para quem a formação atual é insuficiente por deixar o educador em proa às suas fragilidades, suscitadas pelo poder de punir que eles receberam”.Lisa David ajunta que a “solidão do professor, único mestre a bordo, sem contraditor para ajudá-lo a tomar a decisão” relativa à uma eventual punição é um fator que deve ser levado em conta. Sobre o valor da punição, Eirick Prairat mostra-se um tanto cético e adverte que uma “sanção excessiva ou vivida como pura reação de violência do adulto, pode romper a relação de confiança com a criança e provocar bloqueios do aprendizado escolar”.Para ele, “ a boa sanção é aquela que permite a reabilitação das regras do grupo e não do poder do adulto”. 2. TERAPIAS DA FAMILIA PARA NEUTRALIZAR CRISESUrsula Gauthier et Véronique Radier Nouvel Observateur Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro Dois adolescentes que
mergulharam na toxicomania, uma mocinha de13 anos que começou a quebrar tudo
dentro de casa ... Para resolver tais situações preocupantes, nada de
psicoterapia longa, mas algumas discussões coletivas dirigidas por
especialistas das « terapias de famílias »... Com decisões muitas
vezes surpreendentes, visto que a origem dos sofrimentos pode ser encontrada
em outras pessoas da família. Assim, no caso dos dois adolescentes
toxicomaníacos incapazes de dialogar, era a atitude do pai que estava em
causa. « Obrigado a trabalhar muito jovem, o pai não poude vivenciar a
adolescência e suas transgressões. Ele angustiava-se demais com os filhos que
fumavam um pouco de marijuana. E retrancava-se numa atitude excessivamente
rígida », conta Françoise Rougeul, psiquiatra e psicóloga pioneira das
terapias de família na França. Foi necessário que o pai se exprimisse, se preocupasse
menos com as dificuldades dos filhos, aprendesse a ter confiança neles e
compreendesse o comportamento violento dos mesmos. E quanto a mocinha que
quebrou tudo na casa dela ? «Seus pais estavam separados há cerca de dez
anos. Desde que sentaram-se, recomeçaram uma briga diante do terapeuta, como se
o tempo não houvesse passado.Era esta violência persistente e não exprimida a
responsável pela situação», explica Françoise Rougeul. As terapias de família são
terapias « sistêmicas » : elas consideram a família como um sistema em si
que é necessário modificar por uma tomada de consciência coletiva afim de
resolver as tensões. « Trata-se de reunir todos os membros implicados e fazer
com que eles possam tentar novas relações», explica Françoise Rougeul. Sobretudo
útil para adolescentes em dificuldade, este enfoque é também interessante em
terapias de casal, ou para enfrentar um luto. Sobretudo quando um aspcto do
problema está relacionado com a relação familiar e não somente ligado ao
indivíduo, resume Marie-Liesse de Lanversin, psiquiatra que trabalha numa
estrutura pública. O dispositivo é simples: sentados num lugar sem mesa, o pai,
a mãe, os filhos, os irmãos e irmãs falam sob o contrôle do terapeuta que se
encontra ao lados deles, de um supervisor ou de uma equipe de apoio que segue a
sessão detrás de um espelho transparente. As sessões, geralmente mensais, duram
cerca de uma hora. Elas são filmadas para que a equipe possa rever tal ou tal
reação, tal gesto significativo. 3. O MES DE FRANCE-BRASIL-PSY I) A PSICANÁLISE SERIA UMA PSICOTERAPIA? Bruxelas (de 7 a 10 de Julho 2006) Le Journal des psychologues Abril 2006 Tradução e resumo : EHC « A psicanálise seria uma psicoterapia ? » define da melhor maneira possivel a razão de ser da terceira edição dos Estados gerais da psicanálise. A reunião ocorre num momento de crise bastante grave. De fato, na maioria dos países onde a prática da psicanálise desenvolveu-se, ela está enfrentando diversas resistências ideológicas e sociopoliticas : uma ideologia pragmatista procura desconsiderá-la pela preferência dada às terapias curtas e ilusórias ; outra corrente de pensamento, neo-positivista, procura submetê-la às avaliações e medidas alheias ao seu método. Tudo leva a crer que existe uma tentaiva de retorno a um pensamento anterior ao de Freud, apoiado pelos poderes públicos. É uma fraca restauração da autoridade exclusiva da consciência e da moral normativas, instalando uma vigilância tecnológica generalisada. Diante dos perigos crescentes que amaeaçam a liberdade subjetiva, os Estados gerais da psicologia querem afirmar ao mesmo tempo a especificidade da teoria e da prática psicanalíticas, a formação dos analistas clínicos, sem esquecer o papel que o seu pensamento pode e deve desempenhar na análise do mal-estar que reina atualmente no mundo. II) SER PSICÓLOGO: DA DIVERSIDADE DAS PRÁTICAS À UNIDADE DA PSICOLOGIAL Le Journal des psychologues, Abril 2006XXI Forum profissional organizado pelo Jornal dos psicólogosAvignon : de 23 a 25 de novembro 2006 Tradução: EHC Argumento : Psicólogo deixou de ser um adjetvo desde 1985, tornando-se uma profissão reconhecida, com funções definidas, responsabilidades reivindicadas e assumidas.E portanto… vinte anos depois, que podemos dizer sobre a mesma ? O precedente Forum mostrou uma evolução indubitável da maneira como os psicólogos assumem sua profissão, com seus obstáculos e suas ambiguidades, mas também com sua vitalidade e competência. O Forum é o lugar por excelência onde as práticas entrecruzam-se, exprimem-se, sem posição sectária, mas com força e convicção.Se as necessidades da intervenção psicológica não precisam mais ser demonstradas, o fato é que o acolhimento, a escuta e o acompanhamento devem ser interrogados.A prática do psicólogo continua sendo aquela de uma « outra cena », confrontada ao social , que deve ser reinventada sem cessar.Ela será colocada no centro de nosso trabalho e será questionada no próximo forum. III) PSIQUIATRIA E LOUCURA SOCIAL Le Journal des Psychologues, N°235, Mars 2006 Jean-Paul Arveiller Érès, 2006-12-11 Tradução : EHC Toda sociedade secreta um certo tipo de loucura que ela procura ao mesmo tempo combater. A psiquiatria pública é um dos instrumentos dessa luta ao lado do sistema de assistência social. Contudo, poderíamos perguntar : o modelo que funcionou de maneira eficaz no passado pode ser ainda uma referência pertinente no futuro ? Com efeito, o edifício nosográfico médico, organizado em torno da noção de doença, não estaria sendo danificado pelas novas formas de sofrimentos psíquicos engendradas notadamente pela exclusão social ? Os dispositivos de assistência e de ajuda social, que aumentaram em número e em volume financeiro, ajudariam a socializar ou, ao contrário, aumentariam a fratura social ? A partir de sua experiência clínica de trinta e cinco aos num seviço público de saúde mental, o autor recoloca o cuidado psicológico no contexto histórico e sociológico atual. Ele propõe redefinir os campos e as missões duma psiquiatria preocupada com o humano, mas adaptada ao tempo presente. IV) A SAUDE MENTAL EM ATOS. Da clínica ao politico Jean Furtos e Christian Laval(sob a dieção) Erès, 2005 Tradução : EHC Os autores deste livro testemunham de uma preocupação coletiva relativa à saúde mental, exprimindo-se de diferentes maneiras, através de práticas concretas : é a saúde mental em atos A clínica é questionada a partir de duas opções contemporâneas que levam em conta seus efeitos psíquicos : a do indivíduo realizado enquanto valor social e a da espiral do economismo como nova ordem do mundo, produtora de precariedade e de pobreza. Nesta configuração, a preocupação com a saúde mental abre um espaço de discussão entre clínica e política, com suas múltiplas interrogações sobre as respostas coletivas às novas formas de injustiça social. Ao apresentar o desenvolvimento das idéias e das mentalidades em torno das práticas de saúde mental ; ao referir-se aos campos da clínica, da psicanálise, da economia, da filosofia, da sociologia, da medicina do trabalho, da antropologia… este livro tece um enredo complexo bem distante das perfeições utópicas. A REVISTA PSYCHIATRIE FRANÇAISE, em sua edição de novembro, propõe a leitura dos seguintes livros : *Revue Française de Psychanalyse, N°3, (2006) Jacques ANGELERGUES, Marina PAPAGEORGIOU (sob a direção) L’après coup PUF, 31 euros *La psychiatrie en péril : en dépit des états généraux Hervé BOKOBZA, Anaïs BOKOBZA(sob a direção) Erès, 23 euros *La dignité Bernard DORAY LA Dispute ? 26 euros *100 mots pour comprendre la psychiatrie Jean GARRABE Les empêcheurs de tourner en rond, 18 euros *L’éternel retour de l’eugénisme Jean GAYON, Daniel JACOBI (sob a direção) PUF, 24 euros *Femmes sous emprise : les ressorts de la violence dans le couple Marie-France HIRIGOYEN Pochet, 6,60 euros *Ethique médicale interculturelle Regards francophones Nicolas KOPP, Marie-Pierre RETHY, Claudine BRELET et François CHAPUIS(sob a direção) L’Harmattan, 21 euros *Les rituels familiaux :essais de systémique appliquée Robert NEUBURGER Payot, 7,50 euros *Les dangers du on-dit : et autres réflexions, abord analytique de la parole de l’autre Gisela PANKOW Campagne Première, 15 euros *Accompagner les personnes atteintes par la maladie d’Alzheimer Michel PERSONNE Chronique sociale, 16,90 eros *Lalibi éthique Didier SICARD Plon, 19 euros *Revue Française de Psychanalyse, N°4(2006) Psychanalyse et institutions PUF, 31 euros *Abstrac psychiatrie : www.impact-medecin.fr *La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale : www.mfgroupe.com *L’encephale:www.encephale.org *Les actualités en psychiatrie: www.vivactis-media.com *Neuropsy : www.neuropsy.fr *Nervure : rédaction: Hôpital Sainte-Anne, 1 rue cabanis, 75014 paris. Téléphone: 01 45 65 83 09 fax. 01 45 65 87 40 *Neuronale (revista de neurologia do comportamento) [email protected] *PSN :(psychiatrie, sciences humaines, neurosciences) : rue de la convention, 75015 paris. Fax : 0156566566 *Psychiatrie française : [email protected] *Psydoc-broca.inserm.fr/cybersessions/cyber.html *Synapse : [email protected] *Evolution psychiatrique *Association française pour l’approche integrative et eclectique en psychotherapie (afiep) *Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp) *Association française de musicotherapie (afm) *Association art et therapie *Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc) *Association francophone de formation et de recherche en therapie comportementale et Cognitive (afforthecc) *Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump) *Association nationale des hospitaliers pharmaciens et psychiatres (anhpp) *Association scientifique des psychiatres de secteur (asps) *Association commission des hospitalisations psychiatriques france (cdhp france) *Association promotion defense de la psychiatrie a l’hopital general (psyge) *Association karl popper *Association pour la fondation Henri Ey *Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep) *Collectif de recherche analytique (cora) *Ecole parisienne de gestalt *Ecole française de sexologie *Ecole de la cause freudienne www.causefreudienne.org *Groupement d’études et de prevention du suicide (geps) *Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap) *Groupe de recherches pour l’application des concepts psychanalytiques a la psychose (grapp) *Regroupement national en psychiatrie publique (renepp) *Société française de gérontologie *Société française de thérapie familiale (sftf) Société francophone de medecine psychosoma *Société française de psychopathologie de l’expression et d’art-therapie(sfpe) *Société française de recherche sur le sommeil (sfrs) *Société française de relaxation psychotherapique (sfrp) *Société française de sexologie clinique (sfsc) *Société française de psycho-oncologie/association psychologie et cancers *Société d’addictologie francophone *Société ericksonienne *Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française *Société médicale Balint *Union nationale des associations de formation médicale continue (unaformec) *Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam) *Association Psychanalytique de France (apf) *Société Psychanalytique de Paris (spp) *Ecole Freudienne de Paris *Mediagora:http://perso.wanadoo.fr/christine.couderc/ *Agoraphobie.com:http://www.agoraphobie.com/ *Sitesfrancophones:http://www.churouen.fr/ssf/pathol/etatanxiete.html *Distúrbios do humor (afetivos) : www.depression.ch *Estados limites em psiquiatria: tratamento (d. Marcelli): suicidio escuta - 24/24 http://suicide.ecoute.free.fr *Informações sobre o suicidio e as situações de crise: http://www.suicideinfo.org/french *Centro de prevenção do suicidio: http://www.preventionsuicide.be *Associação alta ao suicidio: http://www.stopsuicide.ch *Suicídio : http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/suicide.html *Drogas : http://www.drogues.gouv.fr/fr/index.html *S.o.s. Réseaux : http://www.sosreseaux.com/ *Ireb – Instituto de pesquisas cientificas sobre às bebidas: http://www.ireb.com/ *Addica : addictions precarité Champagne Ardenne : http://www.addica.org/ *Internet addiction : conceito de dependência à internete: http://www.psyweb.net/addiction.htm *Estupefiantes e conduta automobilistica;
as proposições da sfta: http://www.sfta.org/commissions/ Coordination (coordenador): Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO
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