Volume 11 - 2006
Editor: Giovanni Torello

 

Julho de 2006 - Vol.11 - Nº 7

France - Brasil- Psy

SOMMAIRE (SUMÁRIO)

Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Sumário:

 

  • 1. NÃO SE PODE PREVER QUE UMA CRIANÇA DE TRÊS ANOS SE TORNARÁ DELINQÜENTE: entrevista de B. GOLSE ao jornal "Libération"
    Tradução: Maria do Carmo Camarotti
  • 2. SPF : O SINDICATO DE TODOS OS PSIQUIATRAS
    Editorial de Pierre STAEL
    Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro
  • 3. A DIFICIL IDENTIFICAÇÃO DOS JOVENS PSICOPATAS
    ([email protected])
  • 4. CONTROVÉRSIA SOBRE UM TESTE GENÉTICO
    ([email protected])
  • 5. HIPNOSE E DOR
    ([email protected])
  • 6. LIVROS RECENTES
  • 7. REVISTAS
  • 8. ASSOCIAÇÕES
  • Quem somos (qui sommes-nous?)

    France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de "psychiatry on line"oferto aos profissionais do setor da saude mental de expressão lusofona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de sites.

    Qui sommes- nous ?

    France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de "psychiatry on line"offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et d’associations, sélection de sites.

    1. NÃO SE PODE PREVER QUE UMA CRIANÇA DE TRÊS ANOS SE TORNARÁ DELINQÜENTE: entrevista de B. GOLSE ao jornal "Libération"
    Tradução: Maria do Carmo Camarotti

    Entrevista de Julie LASTERADE com Bernard GOLSE, chefe do Serviço de Psiquiatria Infantil do Hospital Necker-Enfants Malades de Paris, professor da Universidade de ParisV. Dossier Libération 28 février 2006

    Julie LASTERADE : Apoiando-se num recente relatório do INSERM, Nicolas SARKOZY propõe detectar os distúrbios do comportamento na escola para identificar as crianças que serão os futuros delinqüentes. Que pensa o senhor?

    Bernard GOLSE: É o exemplo mesmo dos riscos e de reações que temíamos depois da saída do relatório do INSERM. Segundo este relatório, identificando precocemente as crianças que apresentam distúrbios de comportamento e as tratando cedo, teríamos chances de diminuir bastante o risco de delinqüência na adolescência. Certamente é importante identificar as crianças que se encontram em risco, o problema é a distinção entre prevenção e predição. Ninguém no mundo pode predizer que uma criança de três anos que apresenta distúrbios de conduta será um delinqüente mais tarde. Esse salto epistemológico é inaceitável. Os tocs, os distúrbios de conduta correspondem a descrições comportamentais enquanto que a delinqüência é um conceito complicado. Não somente médico, mas aos confins nos limites do jurídico, do educativo, do sociológico.
    A delinqüência não é uma doença em si, é somente a descrição de uma situação.
    Dizer que podemos predizer a passagem de um a outro é extremamente abusivo, e é retirar o peso da família, da escola, do meio que podem remanejar as vulnerabilidades de uma criança. Nós vivemos um período onde a medicina preditiva está de vento em popa. Mas, acreditar que podemos fazer predições deste gênero no domínio da psiquiatria, no melhor dos casos é ilusório e no pior é desonesto e perigoso. O que a sociedade demanda à psiquiatria mudou muito. Após a Segunda Guerra Mundial, nós nos apegávamos a visar o cuidado. Hoje a sociedade demanda sobretudo aos psiquiatras da infância de aplainar os sintomas, os tocs, os tics, a violência e os abusos sexuais.
    Se, acreditamos no relatório do INSERM (Institut National de la Santé e de la Recherche Médicale) sobre « distúrbios de conduta na criança »,a questão não é mais de saber por que qualquer um se torna delinqüente e o que isto significa para ele, mas principalmente saber bloquear um sintoma desde a creche. Esse relatório é perigoso por uma segunda razão. Ele propõe passar rapidamente ao tratamento medicamentoso se as terapias cognitivo-comportamentais não funcionarem rapidamente.

    JL : O que o senhor pensa do uso de psicotrópicos em crianças de dois ou três anos?

    BG : Antes de quatro anos é uma loucura. E grande número de meus colegas são da mesma opinião. Dar psicotrópicos longo tempo a uma criança de menos de quatro anos é na verdade brincar de aprendiz de feiticeiro, agir na cegueira total. Os antidepressivos, ansiolíticos ou soníferos vão se fixar sobre as células nervosas. Ora, antes de quatro anos, a estrutura cerebral da criança não está ainda totalmente estabelecida. Nenhum estudo disponível no homem nos permite afirmar que perturbando a instalação do aparelho cerebral nesta idade não arriscamos de induzir efeitos a longo termo.
    Nós poderemos somente nos permitir de prescrevê-los em casos verdadeiramente extremos e por um curto tempo. Por exemplo, quando a criança está num grande sofrimento alucinatório. Nestes casos, um neuroléptico durante alguns dias, ou mesmo algumas semanas pode permitir de restabelecer o contato. Mas as anfetaminas, os antidepressivos e os neurolépticos são utilizados em tratamentos a longo termo. Na França, a prescrição de produtos semelhantes às anfetaminas como a Ritalina triplicou em quatro anos. Devemos ter cuidado com isso.
    Ora, eu temo que os laboratórios farmacêuticos se sirvam do relatório do INSERM para dizer: "Vejam vocês, é necessário ampliar nossa zona de prescrição até os três anos visto que, segundo os especialistas, reduzindo os distúrbios de conduta aos três anos, teremos menos delinqüentes".

    JL: Na sua prática o senhor vê mais a mais crianças usando psicotrópicos?

    BG : Eu começo efetivamente a ver crianças de 3-4anos para as quais foi prescrito antidepressivos. A demanda por anfetaminas aumenta um pouco, mas isso continua ainda razoável na França. Em revanche, eu vejo bem a tentação nos profissionais de prescreverem neurolépticos de terceira geração às crianças pequenas. Essas moléculas são admitidas para atacar sintomas psicóticos nas crianças que não têm forçosamente uma verdadeira estrutura psicótica.
    Em outras épocas, quando prescrevíamos um neuroléptico, era necessário fazer antes um diagnóstico bastante preciso. Como esses neurolépticos de terceira geração não têm aparentemente efeito secundário, o tratamento é simples a prescrever. O psiquiatra pode lhes dar sem acrescentar corretores contra efeitos secundários, faz-se a economia da reflexão psicopatológica e trata-se de maneira extensível.

    JL:Em suma, espera-se da psiquiatria infantil que ela possa reduzir os sintomas sem pensar que o meio e os pais podem também agir?

    BG:Sim, mas não se poderá transformar os pais ou escola em auxiliares medicais. Penso em particular na hiperatividade. Solicita-se aos pais e à escola para preencher escalas de avaliação. Faz parte do trabalho do professor de nos informar sobre as prescrições médicas? É papel dos pais de preencher auto-questionários em casa? Acho que deturpamos a relação.
    Por outro lado, toda uma série de consultas nos é solicitada à escola "ele é hiperativo, nós não podemos ficar com ele se ele não estiver tomando Ritalina", enquanto que os pais não demandaram nada. Isso acontece cada vez mais. Não é função da escola. Nos Estados Unidos, existem mesmo famílias que foram condenadas porque não deram anfetaminas aos seus filhos. Isso foi considerado não assistência a uma pessoa em perigo. A escola não deve impor uma consulta aos pais, isso não tem nenhum sentido.

    JL : Mas isso pode explicar em parte os prazos de espera que se alongam para uma consulta em psiquiatria infantil?

    BG : Atualmente, em consulta para uma avaliação de distúrbios de linguagem, a agenda está completa até junho. A Unidade de Dia (Tipo de instituição de cuidados) feita para as crianças em risco autístico ou psicótico, demanda quatro meses de espera. Quatro meses quando a criança tem dois anos é dramático. As consultas banais são cheias também, os prazos bem longos.
    É necessário todo um sistema para chegar a guardar a cada semana vagas para as urgências, senão ninguém estará disponível. É paradoxal.
    Quando se trata de coisas graves, como os abusos sexuais por exemplo, os pais nos solicitam principalmente de reduzir os sintomas, com risco de aumentar as prescrições medicamentosas. E ao contrário, alguns pais vêm nos perguntar até quando eles podem tomar banho com o filho. Antes de 18 meses, até 18 meses, após 18 meses? Se devem apagar a luz ou deixa-la acesa. Existe uma espécie de psiquiatrização da vida cotidiana. Como se os pais não se autorizassem mais a pensar e a agir por eles mesmos. Precisaria de terceiros para tudo. Entre as duas coisas, onde está verdadeiramente nosso trabalho?

    JL : O senhor pensa que algumas demandas não são justificadas?

    BG: Se alguém está inquieto é preciso responder, mas não há necessidade de ir ao psiquiatra para ouvir coisas tão simples. Nesta nossa época, cada problema tem que ter seu especialista. Há especialistas dos tocs, da linguagem, etc. É preciso rotular as coisas? Os pais não têm mais confiança nas suas próprias respostas. Por um mesmo problema eles vão procurar quatro ou cinco consultas. O inconveniente é que os cuidados (tratamento) não começam e que as filas de espera se alongam.

    JL:Por que tal ansiedade, as crianças pequenas estão piores do que antes?

    BG : De maneira nenhuma. Nem os adolescentes, aliás. Mas os pais lhes apresentam geralmente um mundo negro. Eles insistem falando diante deles sobre sua fadiga, seus cansaços, trabalhos. Se eles perderam o trabalho, é muito chato; se eles trabalham demais, é chato também.
    Difícil se tornar adulto nessas condições. Como investir na escola se dizem: "Se você não for o primeiro, você não será nada." O que tem de bom crescer? Quando tudo pode desmoronar. Podemos também dizer que tendo em vista o índice de desemprego, não são os diplomas que garantem um emprego, e que, se for necessário um ou dois anos a mais para ter o bacharelado, onde está o problema? Mas na nossa sociedade, a criança tornou-se rara, cada família tem de menos a menos filhos. E eles chegam cada vez mais tarde. Muitos pais que conheceram o diagnóstico pré-natal, a ultra-sonografia e inúmeros exames antes do nascimento pensam que eles têm o direito de ter um filho perfeito. Uma criança a quem se pede também de ser autônoma cada vez mais rápido. Caricaturando, isto dá mais ou menos nisso: a criança está na Maternal e fala-se de matemática superior. Se ela tem a infelicidade de haver perdido o interesse, é necessário um especialista. Como podemos tornar a criança a mais performática possível? Isto também aumenta as consultas.
    Ora, nós não podemos queimar as etapas. Um bebê a quem não se deixou o tempo de sê-lo se tornará uma criança vulnerável. Se não se foi uma criança o tempo suficiente,ela será um adolescente vulnerável. A tendência atual é de colocar ao máximo crianças de dois anos na escola no lugar dos três anos habituais.
    Em 2005, não temos muitos lugares de qualidade para acolher os bebês. Ora, a maioria do tempo, aos dois anos a criança tem necessidade de outras coisas que não a escola. Com isso tudo, nós mesmo criamos condições de distúrbios de conduta. Será muito fácil dizer em seguida que os bebês se tornaram delinqüentes.

    2. SPF : O SINDICATO DE TODOS OS PSIQUIATRAS
    La Lettre de Psychiatrie Française, N° 156, Juin 2006
    Editorial de Pierre STAEL
    Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro

    O "SPF"( Sindicato dos Psiquiatras Franceses) é desde a sua origem o sindicato que representa todas as práticas psiquiátricas (universitária, hospitalar pública e privada, liberal e médico-social) mas também todos os psiquiatras, quaisquer que sejam suas formações e referências teóricas. Porque todas as práticas psiquiátricas merecem respeito e reconhecimento, desde que elas sejam científicas e universitárias. A pluralidade das referências teóricas e condutas terapêuticas que elas subtendem são uma riqueza para a psiquiatria. Elas permitem uma diversidade de apreensão e de compreensão da patologia psiquiátrica assim como uma multiplicidade e complementaridade dos cuidados terapêuticos. Nenhum enfoque teórico pode ter a pretenção de explicar, sozinho, a complexidade do psiquismo que sofre.Nenhuma terapêutica isolada pode esperar tratar todas as patologias.

    A "velha guerra" entre biologistas, farmacologistas, psicanalistas, comportamentalistas, cognitivistas, sistemistas, etc., é uma guerra anacrônica que esperamos terminada. São as trocas de idéias e experiências, de maneira honesta e respeito mútuo, que permitiram e continuam permitindo avançarmos em conhecimento e competência. Para o bem dos pacientes.

    Foi com esta intenção que nossos Anciãos fundaram o Sindicato dos Psiquiatras Franceses e propuseram, no preâmbulo de seus estatutos, que ele fosse "uma formação da união dos psiquiatras".

    Então, psiquiatras de todos os horizontes e de boa vontade, trabalhemos juntos.

    3. A DIFICIL IDENTIFICAÇÃO DOS JOVENS PSICOPATAS
    ([email protected]) 23/06/2006
    Le Figaro, Libération, La Croix
    Resenha de revistas redigidas por Laurent FRICHET
    Tradução : Eliezer de Hollanda Cordeiro

    Catherine Petitnicolas nota no Le Figaro que uma «informação da HAS (Haute Autorité de la Santé, Alta Autoridade da Saúde) denuncia o amalgama entre distúrbios da personalidade e delinquência em pacientes de todas as idades ».

    A jornalista destaca que « os peritos insistem muito sobre o fato de que a psicopatia não é uma doença mental. «Ela é um distúrbio complexo da personalidade que só pode ser reconhecido a partir da idade adulta, em personalidades já constituidas.» Este distúrbio atinge de 0,2 % a 3,7 % da população».

    A jornalista cita Nicole Maestracci, presidente da comissão de audiência da HAS, que precisa : « Defendemos de maneira muito clara a idéia de que não se trata de procurar futuros delinqüentes mas da necessidade de cuidar das crianças que sofrem».

    Catherine Petitnicolas acrescenta que, «ao contrário do uso comum que considera o psicopata um indivíduo violento e perigoso, até mesmo um serial killer, os psiquiatras preferem utilisar a terminologia organização da personalidade à expressão psicopática». Ela constata que « no capítulo da prevenção e dos tratamentos dessas personalidades problemáticas, a comissão está bem consciente do risco de condenação inerente a toda política de diagnóstico precoce. Mas ela estima que «o risco de deixar crianças sofrendo, sem proposição de cuidados, é muito mais importante ».

    Eric Favereau, no jornal Libération, escreve que «a HAS preconisa um tratamento precoce de certos distúrbios da personalidade (…) e propõe pesquisas para melhor delimitá-los. No entanto, na infância, «apesar das incertezas, os dados levam a comissão a preconisar ações preventivas precoces, acompanhadas de cuidados individuais ».

    O Jornal « La Croix » nota por sua parte que na criança, a HAS aconselha uma « estratégia de identificação e de prevenção» abrangendo todas as manifestações de sofrimento psíquico».

    « No que diz respeito aos adultos psicopatas, Nicole Maestracci considera muito necessário que seja adotada uma « extrema prudência »antes de evocar uma «relação causal » entre psicopatia e delinquência ».

    4. CONTROVÉRSIA SOBRE UM TESTE GENÉTICO
    ([email protected])

    Rezenha de revistas redigida por Laurent FRICHET
    Jornal « La Croix »
    Tradução : Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

    Denis SERGENT indica no jornal « La Croix » que o comité de ética do INSERM (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica), presidido pelo imunologista Jean-Claude Ameisen, «acaba de publicar um «parecer » crítico sobre a próxima comercialização de um teste genético para o autismo ».

    O jornalista lembra que « o comitê de ética tinha sido encarregado [de dar o parecer] pela Direção da pesquisa clínica e terapêutica do INSERM, bem como pela Associação para a pesquisa sobre o autismo e a prevenção das inadaptações». Denis Sergent explica que «o comitê fez várias observações de natureza ética ». Sobre o fundo do problema : não seria simplificador reduzir a causa de uma doença à presença de um, ou mesmo de alguns genes modificados ? ».

    Denis Sergent ajunta que, «sobre a forma, afora o conflito de interesses entre pesquisadores e industriais, é preciso notar que nenhum contrôle da comercialização dos testes genéticos existe até agora ».

    O jornalista realça, enfim, que «os equívocos diagnósticos » não podem agravar a carência de cuidados para com os autistas e suas famílias, um domínio no qual a França está ainda muito atrasada». (O texto pode ser consultado no site: www.inserm-actualites.com)

    5.HIPNOSE E DOR
    ([email protected])
    L'Express número 2867
    Resenha de revistas redigidas por Laurent FRICHET
    Tradução : Eliezer de Hollanda CORDEIRO

    A hipnose utilizada para combater a dor é uma técnica « muito eficiente » mas que ainda encontra reticências do corpo médico. Foi o que escreveu a revista L'Express em recente artigo.

    A revista lembra que a hipnose « permite aos pacientes gerir a dor e evita a obstinação em usar tratamentos antiálgicos com os seus pesados efeitos secundários.».

    L'Express nota contudo que«somente 15 das 100 unidades francesas de cuidados paliativos são formadas nesta prática ».

    O hebdomadário nota assim que « do lado dos médicos e enfermeiros, os preconceitos persistem. A hipnose resta freqüentemente ligada à histeria. Embora a técnica não provoque nem espasmos nem olhos revulsos ».

    L'Express destaca que « certos terapeutas, diplomados em hipnose médica, preferem praticá-la abrigando-se na «sofrologia » ou na «relaxação». Sem dúvida para não desacreditar a profissão deles».

    6.LIVROS RECENTES

    Seleção feita a partir da  « LETTRE DE PSYCHIATRIE FRANÇAISE »  

    *Introduction à une sociologie critique : lire Pierre BOURDIEU

    Alain ACCARDO, Agne Éditeur, 10 euros

    *Leçons clermentoises

    Henri BERGSON, L’Harmattan, 26 euros

    *Essai de psychologie (1755)

    Charles BONNET, L’Harmattan, 30euros

    *François DAGOGNET, médecin et philosophe

    Gérard CHAZAL et Christian SALOMON, L’Harmattan, 25 euros

    *Psychanalyse, dermatologie, prothèses : d’une peau à l’autre

    Sylvie CONSOLI, Silla CONSOLI, PUF, 19 euros

    *Sémiotique et philosophie du langage

    Umberto ECO, PUF, 14 euros

    *L’autisme infantile

    Pierre FERRARI , PUF, 8 euros

    *L’être-bebé : les questions du bebé à la théorie de l’attachement, à la psychanalyse, à la phénoménologie

    Bernard GOLSE, PUF, 30 euros

    *Constructivisme et psychanalyse : débat entre Mikkel Borch-Jacobsen et Georges Fischmann, animé par

    Bernard GRANGER, Le Cavalier Bleu, 10 euros

    *Associations (presque) libres d’un psychanalyste

    André GREEN,(Entretiens avec Maurice CORCOS)

    Coll. Itinéraires du Savoir, Abin >Michel, 22,50 euros

    *Clinique du travail

    Dominique LHUILLIER, Erès, 13 euros

    *La pensée naufragée : clinique psychopathologiqaue des patients cérébro-lésész

    Hélène OPPENHEIM-GLUCKMAN, Economia, 25 euros

    *La dépression, une traversée spirituelle

    Yves PRIGENT, Stan ROUGIER, Desclée de Brouwer, 15 euros  

    7.REVISTAS

    *Abstrac psychiatrie : www.impact-medecin.fr

    *La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale : www.mfgroupe.com

    *L’encephale:www.encephale.org

    *Les actualités en psychiatrie: www.vivactis-media.com

    *Neuropsy : www.neuropsy.fr

    *Nervure : rédaction: Hôpital Sainte-Anne, 1 rue cabanis, 75014 paris. Téléphone: 01 45 65 83 09 fax. 01 45 65 87 40

    *Neuronale (revista de neurologia do comportamento) [email protected]

    *PSN :(psychiatrie, sciences humaines, neurosciences) : rue de la convention, 75015 paris. Fax : 0156566566

    *Psychiatrie française : [email protected]

    *Psydoc-broca.inserm.fr/cybersessions/cyber.html

    *Synapse : [email protected]

    *Evolution psychiatrique

    8. ASSOCIAÇÕES

    *Association française pour l’approche integrative et eclectique en psychotherapie (afiep)

    *Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp)

    *Association française de musicotherapie (afm)

    *Association art et therapie

    *Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc)

    *Association francophone de formation et de recherche en therapie comportementale et Cognitive (afforthecc)

    *Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest)

    *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump)

    *Association nationale des hospitaliers pharmaciens et psychiatres (anhpp)

    *Association scientifique des psychiatres de secteur (asps)

    *Association commission des hospitalisations psychiatriques france (cdhp france)

    *Association promotion defense de la psychiatrie a l’hopital general (psyge)

    *Association karl popper

    *Association pour la fondation Henri Ey

    *Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep)

    *Collectif de recherche analytique (cora)

    *Ecole parisienne de gestalt

    *Ecole française de sexologie

    *Ecole de la cause freudienne www.causefreudienne.org

    *Groupement d’études et de prevention du suicide (geps)

    *Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap)

    *Groupe de recherches pour l’application des concepts psychanalytiques a la psychose (grapp)

    *Regroupement national en psychiatrie publique (renepp)

    *Société française de gérontologie

    *Société française de thérapie familiale (sftf)

    Société francophone de medecine psychosoma

    *Société française de psychopathologie de l’expression et d’art-therapie(sfpe)

    *Société française de recherche sur le sommeil (sfrs)

    *Société française de relaxation psychotherapique (sfrp)

    *Société française de sexologie clinique (sfsc)

    *Société française de psycho-oncologie/association psychologie et cancers

    *Société d’addictologie francophone

    *Société ericksonienne

    *Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française

    *Société médicale Balint

    *Union nationale des associations de formation médicale continue (unaformec)

    *Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam)

    *Association Psychanalytique de France (apf)

    *Société Psychanalytique de Paris (spp)

    *Ecole Freudienne de Paris

    *Mediagora: http://perso.wanadoo.fr/christine.couderc/

    *Agoraphobie.com:http://www.agoraphobie.com/

    *Sitesfrancophones:http://www.churouen.fr/ssf/pathol/etatanxiete.html

    *Distúrbios do humor (afetivos) :    www.depression.ch

    *Estados limites em psiquiatria: tratamento (d. Marcelli): suicidio escuta - 24/24 http://suicide.ecoute.free.fr

    *Informações sobre o suicidio e as situações de crise:       http://www.suicideinfo.org/french

    *Centro de prevenção do suicidio: http://www.preventionsuicide.be

    *Associação  alta ao  suicidio:     http://www.stopsuicide.ch

    *Suicídio : http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/suicide.html

    *Drogas :    http://www.drogues.gouv.fr/fr/index.html

    *S.o.s. Réseaux :   http://www.sosreseaux.com/

    *Ireb – Instituto de pesquisas cientificas sobre às bebidas: http://www.ireb.com/  

    *Addica : addictions precarité Champagne Ardenne : http://www.addica.org/

    *Internet addiction : conceito de dependência à internete:    http://www.psyweb.net/addiction.htm

    *Estupefiantes e conduta automobilistica; as proposições  da sfta: http://www.sfta.org/commissions/
    *stupefiantsetconduite.htm

     Coordination (coordenador): Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

    [email protected]


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