Volume 11 - 2006
Editor: Giovanni Torello

 

Junho de 2006 - Vol.11 - Nº 6

France - Brasil- Psy

SOMMAIRE (SUMÁRIO)

Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Sumário:

 

  1. 1. A HIPNOSE ERICKSONIANA (Segunda parte)
    Hélène FABRE
  2. 2. A HIPNOSE PARA FAZER FALAR O BOM INCONSCIENTE
    Ursula GAUTHIER
  3. 3. A CONVERSACÃO HIPNÓTICA: sucesso do Quarto Fórum da Confederação francesa de hipnose e terapias breves
  4. 4. LIVROS RECENTES
  5. 5. REVISTAS
  6. 6. ASSOCIAÇÕES

Quem somos (qui sommes-nous?)

France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de "psychiatry on line"oferto aos profissionais do setor da saude mental de expressão lusofona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de sites.

Qui sommes- nous ?

France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de "psychiatry on line"offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et d’associations, sélection de sites.

1. A HIPNOSE ERICKSONIANA (SEGUNDA PARTE)

Hélène FABRE (Psicóloga clínica)

Tradução : Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

 

A COMUNICAÇÃO HIPNÓTICA: O ENCONTRO COM ADOLFO

Segundo Erickson, a hipnose é a maneira pela qual duas pessoas reagem entre elas. «O resultado deste tipo especial de comunicação entre duas pessoas é um transe profundo», escreveu.

O modelo ericksoniano sobre o emprego terapêutico da comunicação abrange os diferentes modos de interação:

- O elemento verbal (=palavras)

- Parâmetros paraverbais (= tom da voz e suas modulações, rítmo, pausas, silêncios...)

- Parâmetros não-verbais (= respiração, movimentos do rosto e do corpo).

A comunicação hipnótica é uma comunicação com o inconsciente, mas esta noção, para Erickson, não comporta todas as características que lhe atribue a psicanálise. Aliás, Erickson prefere empregar muito mais os termos '"espírito inconsciente" e « espírito consciente ». Megglé (1) brinca ao batisar o inconsciente com o nome de «Adolfo», para evitar toda confusão teórica e semântica com o inconsciente freudiano. De que se trata ?

Esta distinção decorre da observação clínica de que um paciente pode contar uma história que lhe pareça realmente verdadeira ao nivel consciente e ao mesmo tempo contar uma outra história bem diferente, mas desta vez em nivel não-verbal. Exemplo : uma paciente encontra seu terapeuta e lhe diz que « ela não se sente muito bem », seus propósitos acompanhando-se ao mesmo tempo de uma grande gargalhada.Para Erickson, essa atitude paradoxal sublinha o quanto é importante considerar a pessoa em suas dimensões biológica, psicológica e social. Há realmente diversos níveis de comunicação que devem ser levados em conta.

Na concepção ericksoniana, a consciência restringe a informação e a realidade, na medida em que somos somente conscientes de poucas coisas ao mesmo tempo, por exemplo : de um som, de uma imagem e de uma idéia.

Ao contrário, o espírito inconsciente é muito criativo e possue uma maneira peculiar de tratar a informação, de associar imagens, sensações, idéias, símbolos segundo relações de analogia entre eles. A lógica do inconsciente desafia assim toda análise racional, e esta é a razão pela qual, segundo Erickson, a tentativa freudiana de compreensão do inconsciente é algo insuperável.

Para Megglé (1), Adolfo possue muito humor e gosta de brincar, o que explica sem dúvida em grande parte a eficiência do emprego de trocadilhos no quadro terapêutico.O terapeuta entra em contacto com Adolfo falândo-lhe de experiências agradáveis (porque os sentidos de Adolfo são muito finos: ele sabe mostrar-se muito sensível aos aromas, sons, lembranças e adora imagens mentais. Assim, para suscitar essas experiências, o terapeuta pedirá por exemplo ao paciente de se lembrar de uma cena de férias que muito lhe agradou.

As vezes, segundo os próprios termos de Megglé, Adolfo « parece realmente débil », porque ele responde de maneira literal às questões do terapauta, que se encontra então na obrigação de reformular sua interrogação; por exemplo, se o terapeuta pergunta há quanto tempo o problema o preocupa, Adolfo pode responder de maneira lacônica por um « sim »… Ou então, se o terapeuta pergunta-lhe se ele pode dizer qualquer coisa, Adolfo vai responder : « qualquer coisa ».Segundo Megglé, a aparente idiotice de Adolfo é na realidade um logro: ele é um sábio que possue muita experiência, seu espírito consciente tendo- lhe confiado a memória.

Megglé compara também Adolfo ao personagem da criada ladina nas peças de Molière: «ela compreende tudo, vê tudo, está ao par de tudo, e, numa situação complexa, capta muito rápido o essencial e a direção que deve seguir graças a seu bom senso. Quando o patrão obstina-se num projeto absurdo, ela encontra um meio para levá-lo ao fracasso, edificando estratagemas com cúmplices que consegue encontrar, ou então se disfarçando. Se ela é levada a lutar contra seu mestre ou patrão, é porque ele a ama muito, que ele seja misantropo, avarento, ridículo ou mesquinho.Ela presta-lhe serviço, é-lhe totalmente dedicada. Portanto, seu reino visível é somente a cozinha, a arrumação da casa e a roupa… »

(E Megglé ajunta: « Numa casa, muitas regulações entre as pessoas da família são obtidas na cozinha, com a porta fechada, enquanto papai lê o jornal na sala de visita »!).

Assim projetos conscientes os mais afinados podem abortar, porque a criada ladina julgou-os idiotas!

Com esta analogia, Megglé quer justificar porque o terapeuta conta tantas histórias e anedotas ao paciente em situação de hipnose ; para ele, embora isto pareça primário, falar desta forma com Adolfo ou a criada ladina é mais caloroso, mais realista e mais tranquilo do que conversar com o espírito consciente, que não dispõe de instrumentos suficientes para perceber a complexidade do espírito inconsciente. Desta forma, é preferível deixar o inconsciente agir, fornecer-lhe o contexto terapêutico apropriado, mesmo se devemos correr o risco de não compreender tudo o que está em jogo… ( conforme o exemplo de George o esquizofrênico e da salada de palavras:formidável ilustração pela qual Erickson prova sua adaptação ao paciente e a seu funcionamento mental).

Assim, o terapeuta constrói um espaço capaz de facilitar o aparecimento da hipnose. Ele o faz por meio de uma linguagem especial endereçada ao inconsciente, e que este reconhece como lhe sendo destinada.

A INDUÇÃO HIPNÓTICA

Já vimos que a principal crítica feita à hipnose diz respeito a um problema ético, o paciente ficando sob a dependência do terapeuta durante o transe.

É claro que isto ocorre em qualquer quadro terapêutico e em toda forma de relação humana: antes de tudo, trata-se de uma questão de confiança. A maneira de entrar em transe decorre dessa confiança do paciente no terapeuta.De fato, entra-se no estado hipnótico por desejo e por necessidade, e não por exigência do terapeuta.

O terapeuta escolhe o meio mais fácil capaz de permitir ao paciente de entrar em transe ; isto pode ser, por exemplo, a evocação de um assunto que interesse o paciente de maneira especial. Assim, entrar em transe não decorre da vontade do terapeuta, mas de sua manobra consistindo em acentuar um funcionamento mental natural no sujeito. Para o terapeuta, o mais importante é entrar em contacto com o sujeito, adotar uma atitude física um tanto parecida com a dele, respirar ao mesmo rítmo, diminuir o débito verbal e ligar suas mensagens entre elas.

INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS HIPNÓTICAS

Zeig (2), que foi aluno de Erickson, salientou que « mais do que as próprias técnicas, o importante é a filosofia na qual fundam-se os métodos e as técnicas do enfoque interpessoal, cuja finalidade é de liberar no paciente as potencialidades que lhe permitirão de melhorar o seu estado ».

Existe entretanto um painel de técnicas variadas, «aprendidas durante uma formação médica, passadas de um terapeuta para outro ou ainda oriundas da imaginação do prático.Este conjunto de técnicas é o que Megglé chama « o tricô », denominação que exprime muito bem o minucioso trabalho do terapeuta, sua seriedade, sua concentração e seu respeito total pela pessoa. Juntos, eles aprendem a construir, de maneira minuciosa, o caminho que os conduzirá à solução do problema do paciente ou à melhora de seu estado.

Esta recapitulação das técnicas não é completa porque ela não menciona todas as astúcias ulteriores que os hipnoterapeutas inventaram para trabalhar com os pacientes que eles encontram ao longo de suas carreiras. Contudo, podemos dizer que todas as técnicas têm o mesmo objetivo: ajudar o paciente a abandonar de maneira passageira o seu espírito consciente e racional, provocando-lhe uma sorte de estupefação por meio de um trocadilho, de uma anedota, de uma metáfora... Este procedimento consiste, todas as vezes, em sugerir ao paciente de entrar em transe, dândo-lhe ao mesmo tempo a ilusão de decidir ou não de escutar o terapeuta. Convencido de seu livre arbítrio, o paciente colaborará mais facilmente e o transe será obtido com mais facilidade.

 

O QUADRO TERAPÊUTICO

A) FUNDAMENTOS DEONTOLÓGICOS DA TERAPIA ERICKSONANA

A atitude do terapeuta para com o paciente deve ser aquela da página branca, isto é o prático deve estar desprovido de qualquer a priorí com remação ao sujeito. Mesmo se é o paciente que vem consultar, cabe ao terapeuta ir ao encontro das necessidades dele.

Esta atitude fundamenta-se em regras e noções que devem ser respeitadas :

- Cada indivíduo é único: o enfoque se talha em consequência, conjugando flexibilidade e abertura de espírito.

- Todo comportamento responde a um objetivo (este objetivo serve antes de tudo à nossa adaptação ao meio ambiente.

- Cada um possue a capacidade de adquirir os recursos necessários e suficientes para viver como ele deseja (o terapeuta apoia-se nos recursos do paciente).

- É a resposta, verbal ou não, de nosso interlocutor que informa sobre o sentido de nosso discurso (trata-se aqui de uma alusão a uma sorte de feedback que retorna do paciente ao terapeuta e esclarece-o sobre o bom funcionameno da terapia que está sendo aplicada; encontramos novamente aqui a idéia de que a terapia se faz à dois, em interação).

- A comunicação existe em dois níveis : consciente e inconsciente.

- Não se pode deixar de influenciar, da mesma maneira que não se pode deixar de comunicar.

- Os obstáculos à terapia devem ser considerados como informações, por conseguinte o terapeuta adapta-se e readapta-se constantemente às mesmos.

- E preciso preservar o equilíbrio do complexo sistema constituido pelo sujeito (se um delírio for interrompido bruscamente, por exemplo, poderá haver perigo de vida para o paciente).

- A verdade do sujeito é a única coisa que conta.

 

 

B) TENTATIVA DE DEFINIÇÃO DA TERAPIA ERICKSONIANA

Jay Haley considera Erickson como um formidável jogador de xadrez. Ele possue uma idéia do jogo de seu partenário, tira uma estratégia global e adota táticas para dar o xeque-mate.

Por isso Haley qualifica a maneira de trabalhar de Erickson de « estratégica »; mas na verdade, a técnica dele e de todos aqueles que ele inspirou comporta diferentes aspectos:

- Com relação ao interesse que ele tinha pela experimentação e ao valor que dava ao aprendizado, a terapia ericksoniana lembra as terapias comportamentais.

- As diferentes maneiras que ele adotava no tratamento da informação (em função de referências feitas ao consciente ou ao inconsciente), devem ser atribuidas às terapias cognitivas.

- A maneira como ele abordava as associações mentais e os símbolos inconscientes, o modo como Erickson levava também em conta a economia psíquica, mostram a influência da psicanálise em seu trabalho.

- Enfim, e eu diria « mas sobretudo », seu interesse pelo crescimento da pessoa humana e não por seus défices, situam sua orientação na filiação das terapias humanistas.

C) MÉTODO E DESENROLAR DA TERAPIA

O terapeuta ericksoniano, se ele avança muito de maneira intuitiva, trabalha igualmente a partir de um quadro bem preciso, no qual ele prevê um enfoque particular para cada problema e pode assim provocar o que se passa dentro da terapia.

Eis como o terapeuta organiza uma sessão: 

- Identificar os problemas que devem ser resolvidos.

- Fixar em seguida os objetivos a alcançar.

- Planificar as intervenções permitindo alcançar os objetivos.

- Levar em conta as respostas e as reações do paciente para retificar seu proceder, se necessário.

- Verificar enfim os resultados da terapia para provar a sua eficiência.

- Vemos muito bem através este pequeno exemplo metodológico que a terapia ericksoniana não procura, custe o que custar, a explicação do problema, ao contrário ele privilegia a solução do mesmo.O terapeuta não se empenha também em explorar o passado do paciente, seu objetivo é de conduzir a pessoa a viver o mais rápido possivel, uma existência autônoma, apoiando-se em suas aptitudes pessoais: por conseguinte, ele procura alcançar uma mudança duradoura, mudança que constitue o processo da cura, cuja fonte verdadeira escapa aos dois autores do quadro terapêutico ( isto é , não se pode saber se o processo emana do terapeuta ou do paciente,aliás, ninguém dá bola pra isso!).

A noção de mudança é realmente primordial na terapia ericksoniana.

1) Dominique MEGGLÉ : « ERICSON, Hypnose et Psychothérapie », Retz, Paris, 1998

2) Jeffrey K. ZEIG : « La Technique D’Ericson », Hommes et Groupes Éditeurs, Paris, 1985.

 

2. A HIPNOSE PARA FAZER FALAR O BOM INCONSCIENTE

« Revista « Le Nouvel Obsevateur » Artigo de Ursula GAUTHIER

Tradução:Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

Desde os tempos imemoriais, feiticeiros e curandeiros sabem criar um estado de transe benéfico. Mesmer chamava-o« fluido animal », Charcot, « sugestão », um dom que lhe permitia criar sintomas histéricos espetaculares...Diante do olhar admirativo de Sigmund Freud.

Recentes trabalhos sobre psicoterapias revelam que esta boa e velha sugestão – isto é o encontro do transe e do prestigio do terapeuta – resta a base de toda cura, através da mobilização das capacidades íntimas do paciente. A hipnoterapia conta com esta aptidão natural à saúde. Ela considera o consciente e sua rigidez adquirida como a fonte dos bloqueios que geram sintomas e sofrimentos. A solução ? Não é ter « mais consciente », mas o recurso às vastas reservas inconscientes –uma concepção que se opõe de maneira radical ao inferno pulsional do inconsciente freudiano.

A técnica, indicada nas adicções, fobias, crises de pânico, depressões, problemas sexuais… foi modificada completamente, nos anos de 1950, pelo psiquiatra americano Milton Erickson. A hipnose é hoje uma disciplina que permite, graças a um pequeno transe (que não leva jamais o paciente a perder o contacto com a realidade), contornar o consciente afim de dar livre acesso ao « espírito inconsciente ». « Trata-se de uma terapia muito individualizada, que ajusta-se ao material e aos instrumentos fornecidos pelo paciente », explica o psiquiatra Dominique Megglé (1). « Eu falo muito com eles e utilizo um tipo muito particular de comunicação, cheia de sugestionabilidade, por meio de analogias oblíquas, anedotas deslocadas. »É a famosa linguagem ericksoniana que «fala ao inconsciente » e conduz a curas duradouras, as vezes em menos de 10 sessões. Exemplo : Janine, que sobrepujou o traumatismo de um acidente que a levou às portas da loucura e a tornar-se « dependente dos medicamentos. «Eu tinha virado um zumbi. Desde que eu deixava de tomar os comprimidos, os pesadelos voltavam-me, de noite e de dia... Quase lancei-me no mar, tão grande era meu desespero, disse-me a paciente. Em 6 sessões de hipnose, cessou de tomar medicamentos e de ter crises de terror. »

3. A CONVERSACÃO HIPNÓTICA: sucesso do Quarto Fórum da Confederação Francesa de Hipnose e Terapias Breves

MEDISCOOP

[email protected]

Tradução : Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

Eric Favereau escreveu no jornal Libération que « está aumentando cade vez mais o número de médicos e psiquiatras que utilizam uma técnica terapêutica suave, a conversação hipnótica ».O jornalista explicou que  se trata de uma técnica « comportando sugestões lançadas de maneira pouco diretiva.[…]Há quase 20 anos que esta técnica está tendo sucesso na França. De tal maneira que, na semana passada à Sant-Malo (Ille-et-Vilaine), cerca de 600 práticos participaram do « Quarto Fórum da confederação francófona de hipnose e de terapia breve », constatou Eric Favereau.

Ele precisou que «  os pacientes consultam por queixas as mais diversas, indo da depressão às dores crônicas, passando pela condutas adictas como o tabagismo e o alcoolismo. A prescrição de medicamentos é rara ».

Eric Favereau citou especialmente Claude Virot, 47 anos, médico psiquiatra em Rennes, que declarou : « Há sempre clichês manipulados sobre a hipnose, embora só deva existir de 4 a 5 % de pessoas que correspondem a este tipo de hipnose total.Conosco, é diferente. […]Com a conversação hipnótica, a pessoa se sente acordada, muito acordada e completamente focalizada em seu problema, contra o qual vai ativar todas os seus recursos internos ».

A propósito da formação, Claude Virot foi muito claro : « Nós permanecemos firmes sobre o fato de que nossas formações devem ser reservadas aos profissionais da saúde".

4.LIVROS E REVISTAS

Seleção da « Lettre de Psychiatrie Française »

*Psychiatrie et folie sociale

Jean-Paul ARVEILLIER

Eres-23 Euros

*Le criminel endurci : récidive et récidivistes du Moyen Age au XXème siècle

Etudes réunies et présentées par Françoise BRIEGEL, Michel PORET

Droz-40,04 Euros

*La folie au naturel : le premier colloque de Bonneval comme moment décisif de l’histoire de la psychiatrie

Jacques CHAZAUD, Lucien BONNAFE

L’Hamattan-13 Euros

*LACAN : y a-t-il une philosophie de LACAN ?

Jean-Pierre-CLERO

Elipses- 7,50 Euros

*Un peu de cocaïne pour me délier la langue

Sigmund FREUD

Max Milo-10 Euros

*La mort d’un enfant : fin de vie de l’enfant, le deuil des proches

Michel HANUS (sous la direction)

Vuibert-35 Euros

*L’enfant, chef de la famille : l’autorité de l’infantile

Daniel MARCELLI

LGF-6 Euros

*La psychogériatrie

Jean-Claude MONFORT

PUF-8 Euros

*L’être-là du schizophrène : contribution à la méthode de structuration dynamique dans les psychoses

Gisela PANKOF

Flammarion-8,50 Euros

*L’aliénation mentale ou la manie : traité médico-philosophique

Philippe PINEL

L’Harmattan-35 Euros

*La vie inconsciente

Théodule RIBOT

L’Harmattan-19,50 Euros

*Né de l’homme et de la femme, l’enfant : chronique d’une structure Dolto

Denis VASSE

Seuil-24 Euros

*Emmanuel LEVINAS

Ed. Collège international de philosophie

PUF-12 Eur

Seleção do « LE JOURNAL DES PSYCHOLOGUES »

 

*Les Cahiers du GRAPPAF

 Dossier : « De S. FREUD au trauma africain »

Diversos autores

L’Harmattan, 2005

230 p., 20 euros

*Bulletin de Psychologie

Dossier ‘Psychopathologie de l’agir: entre vulnérabilité et dangerosité »

Diversos autores

ISSN,Tome 59, 2006

22 euros

*Révue de psychothérapie psychanalytique de groupe

Dossier : « La groupalité et le travail de lien »

Érès, 2005, 45

21 euros

*La Lettre de l’enfance et de l’adolescence 

Revue du GRAPE

Dossier : «Encore moi »

Érès, 2005, 62

13 euros

*La Revue française de service social

Dossier : »Travailleurs sociaux sous contrôle ? Loi Perben et travail social »

ANAS, 2005, 219

*SPIRALE

Dossier : « La vie avant la vie. L’anténatal ».

Érès, 2005, 36

12 euros

*Imaginaire et Inconscient

Dossier : «Passer à l’acte »

L’Esprit du Temps, 2005,16

21 euros

5.REVISTAS

*Abstrac psychiatrie : www.impact-medecin.fr

*La revue française de psychiatrie et de psychologie medicale : www.mfgroupe.com

*L’encephale:www.encephale.org

*Les actualités en psychiatrie: www.vivactis-media.com

*Neuropsy : www.neuropsy.fr

*Nervure : rédaction: Hôpital Sainte-Anne, 1 rue cabanis, 75014 paris. Téléphone: 01 45 65 83 09 fax. 01 45 65 87 40

*Neuronale (revista de neurologia do comportamento) [email protected]

*PSN :(psychiatrie, sciences humaines, neurosciences) : rue de la convention, 75015 paris. Fax : 0156566566

*Psychiatrie française : [email protected]

*Psydoc-broca.inserm.fr/cybersessions/cyber.html

*Synapse : [email protected]

*Evolution psychiatrique

 

6. ASSOCIAÇÕES

*Association française pour l’approche integrative et eclectique en psychotherapie (afiep)

*Association française de psychiatrie et psychologie legales (afpp)

*Association française de musicotherapie (afm)

*Association art et therapie

*Association française de therapie comportementale et cognitive (aftcc)

*Association francophone de formation et de recherche en therapie comportementale et Cognitive (afforthecc)

*Association de langue française pour l’etude du stress et du trauma (alfest)

*Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump)

*Association nationale des hospitaliers pharmaciens et psychiatres (anhpp)

*Association scientifique des psychiatres de secteur (asps)

*Association commission des hospitalisations psychiatriques france (cdhp france)

*Association promotion defense de la psychiatrie a l’hopital general (psyge)

*Association karl popper

*Association pour la fondation Henri Ey

*Association internationale d’ethno-psychanalyse (aiep)

*Collectif de recherche analytique (cora)

*Ecole parisienne de gestalt

*Ecole française de sexologie

*Ecole de la cause freudienne www.causefreudienne.org

*Groupement d’études et de prevention du suicide (geps)

*Groupe de recherches sur l’autisme et le polyhandicap (grap)

*Groupe de recherches pour l’application des concepts psychanalytiques a la psychose (grapp)

*Regroupement national en psychiatrie publique (renepp)

*Société française de gérontologie

*Société française de thérapie familiale (sftf)

* Société francophone de medecine psychosoma

*Société française de psychopathologie de l’expression et d’art-therapie(sfpe)

*Société française de recherche sur le sommeil (sfrs)

*Société française de relaxation psychotherapique (sfrp)

*Société française de sexologie clinique (sfsc)

*Société française de psycho-oncologie/association psychologie et cancers

*Société d’addictologie francophone

*Société ericksonienne

*Société de psychologie medicale et de psychiatrie de liaison de langue française

*Société médicale Balint

*Union nationale des associations de formation médicale continue (unaformec)

*Union nationale des amis et familles de malades mentaux (unafam)

*Association Psychanalytique de France (apf)

*Société Psychanalytique de Paris (spp)

*Ecole Freudienne de Paris

*Mediagora:http://perso.wanadoo.fr/christine.couderc/

*Agoraphobie.com:http://www.agoraphobie.com/

*Sitesfrancophones:http://www.churouen.fr/ssf/pathol/etatanxiete.html

*Distúrbios do humor (afetivos) : www.depression.ch

*Estados limites em psiquiatria: tratamento (d. Marcelli): suicidio escuta - 24/24 http://suicide.ecoute.free.fr

*Informações sobre o suicidio e as situações de crise: http://www.suicideinfo.org/french

*Centro de prevenção do suicidio: http://www.preventionsuicide.be

*Associação alta ao suicidio: http://www.stopsuicide.ch

*Suicídio : http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/suicide.html

*Drogas : http://www.drogues.gouv.fr/fr/index.html

*S.o.s. Réseaux : http://www.sosreseaux.com/

*Ireb – Instituto de pesquisas cientificas sobre às bebidas: http://www.ireb.com/

*Addica : addictions precarité Champagne Ardenne : http://www.addica.org/

*Internet addiction : conceito de dependência à internete: http://www.psyweb.net/addiction.htm

*Estupefiantes e conduta automobilistica; as proposições da sfta: http://www.sfta.org/commissions/
*stupefiantsetconduite.htm

 

Coordination (coordenador): Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO

[email protected]


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