Volume 9 - 2004
Editor: Giovanni Torello

 

Setembro de 2004 - Vol.9 - Nº 9

História da Psiquiatria

Nelson Pires (1910-1994)

Walmor J. Piccinini

 

Com a biografia do Professor Nelson Pires, concluímos o ciclo dos grandes psiquiatras baianos do passado. Nem todos nasceram na Bahia, Nina Rodrigues era paraense, Rubin de Pinho nasceu em Manaus e Nelson Pires no Rio de Janeiro. Juliano Moreira e Afrânio Peixoto eram legítimos baianos, os demais adotaram a Bahia e foram adotados pelos baianos.

A história da psiquiatria na Bahia pode ser contada através dos ocupantes da cátedra na Faculdade de Medicina da UFBA.

O primeiro catedrático foi o Professor Augusto Maia Bittencourt, em 1886. Oriundo da Clínica Médica, defendeu teses sobre Asma e sobre Paralisia Geral. Ocupou a cátedra por um período curto de tempo pois, faleceu quatro anos depois da sua posse.

O segundo foi o Dr. João Tillemont Fontes, também oriundo da Clínica Médica, foi um batalhador pela reforma do Hospício São João de Deus. Permaneceu um longo tempo (17 anos) como catedrático.

Sucedeu-o Dr. Luiz Pinto de Carvalho, sobre ele escreveu Nelson Pires, “Professor emérito, orador fluente, conferencista primoroso, jornalista e polemista de escol, membro da Academia de Letras da Bahia, paladino certo de todas as campanhas da Faculdade, o terceiro ocupante da cadeira de Psiquiatria é, talvez, a inteligência mais polimorfa, arguta e robusta de toda a série”.

O quarto foi o Dr. Mário Carvalho da Silva Leal. Venceu o concurso realizado em 1907, porém, só conseguiu assumir a cátedra de Psiquiatria em 1914. Nesse ano ocorreu o desmembramento da Cátedra de Neuropsiquiatria, a Neurologia foi à opção do Professor Luiz Pinto de Carvalho. O Professor Mário Leal ficou longos anos como catedrático, só saindo em 1946.

No período de 1946 até a realização do concurso de 1953, vencido por Nelson Pires, a cátedra foi ocupada interinamente pelos Drs. José Júlio Calazans e Nelson Pita Martins.

Nelson Soares Pires (1910-1994), nasceu no Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal. Filho de Eugênio M. Pires e Antonieta Soares Pires. Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal. Diplomado pela Faculdade Nacional de Medicina em 1931. Docente-Livre de clínica psiquiátrica da Faculdade Fluminense de Medicina. Foi médico militar e nessa condição viveu em vários Estados nordestinos. Sua formação psiquiátrica recebeu substancial estímulo por parte de Ulysses Pernambucano, no tempo que trabalhou em Recife. Radicou-se em Salvador onde na companhia de Luiz Cerqueira desenvolveu atividades hospitalares e clínicas.Em 1953, participou do concurso para a cátedra de psiquiatria, da Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia. Exerceu a cátedra até 1964, quando, por motivos político, foi afastado da vida universitária.

Construir a biografia do Professor Nelson Pires não é tarefa simples, trata-se de uma pessoa singular, de personalidade marcada pela paixão, pela contestação, pela rebeldia e por não ter um discurso suave, suas intervenções eram faiscantes, que fazia que brigasse com todo mundo, amigos e inimigos o que lhe deixava muito solitário. Segundo os alunos, comparando-o com Leme Lopes, diziam que, enquanto Leme Lopes dava aula sobre o que preparara na véspera, Nelson Pires dissertava contra o que na véspera havia lido.(NE)

Reuni dados de várias fontes, a principal foi do próprio biografado, depois foi de um amigo fiel, o Dr. Nikodem Edler (NE) e, a versão do Professor Isaias Paim.

O texto do Dr. Nikodem Edler é um primor, uma torrente de afeto que não evita as asperezas do caminho. Ele começa descrevendo o choque de saber da morte do Professor Nelson Pires lendo seu jornal matinal. Era um agradecimento da esposa aos que compareceram ao sepultamento e pedia, numa última homenagem que os parentes e amigos “elevem seu pensamento e suas preces em prol da boníssima alma do seu querido marido”. “Boníssima alma? Fascinante sim, certamente. Uma inteligência prodigiosa e uma extraordinária cultura médica, psiquiátrica, política. Corajoso também, esse Coronel do exército cassado pela ditadura, esse”falso baiano” em verdade carioca da gema, filho de um comerciante de chapéus com loja montada na rua Uruguaiana. Polêmico sim, esse gênio - talvez único- da psiquiatria brasileira, que conseguiu sair da cadeia onde estava detido por “atividades subversivas” para fazer e ganhar o concurso de professor catedrático da Universidade da Bahia”. Aqui me valho de uma informação do Professor Paulo Vaz Arruda que muito enriquece esse episódio. Conta ele que o presidente da banca examinadora do concurso era o Prof. Antonio Carlos Pacheco e Silva. Chegando em Salvador lhe informaram que um dos candidatos não iria realizar a prova por estar preso. Pacheco e Silva, disse que o concurso não seria realizado sem todos os candidatos e foi assim que Nelson Pires pode participar e ganhar. Antes desse concurso, em 1940, Nelson Pires defendeu tese de livre docência na Faculdade Fluminense de Medicina. O título da tese foi: Aspectos reflexológicos da impotência dos noivos.

As ligações de Nelson Pires com a Escola Psiquiátrica do Nordeste, diga-se Ulysses Pernambucano, José Lucena, René Ribeiro, Luiz Cerqueira era profunda e ele sempre procurava destacar esse fato. Sua vida de professor, psiquiatra, coronel do exército e comunista, ficou tremendamente complicada a partir de 1964. Foi para Buenos Aires onde recebeu a notícia de sua condenação a dois anos de prisão. Novamente vamos nos socorrer da pena de Nikodem Edler. “Pressentindo que seria inevitável a sua condenação pelos tribunais da ditadura, não compareceu ao julgamento e aguardou a sentença em Buenos Aires. Foi condenado a dois anos de prisão, menos por atividades políticas ou por ter presidido a Sociedade Cultural Brasil-Cuba em Salvador como foi alegado, e mais por ter “ passado pelas armas” as mulheres dos militares encarregados da repressão armada”. Nelson Pires não era um homem bonito, mas era conquistador, incansável, muitas mulheres, muitos casamentos até encontrar a paz com sua última esposa a Dra. Jurema Pires.

Nelson Pires refugiou-se no Chile onde era amigo de Salvador Alente e sua esposa. Quando irrompeu o golpe militar chileno ele teria entrado a tapa no último avião que saiu de Santiago, os estrangeiros que moravam no mesmo hotel que ele, foram fuzilados. Do Chile foi para a Espanha, onde trabalhou como professor estrangeiro da Universidade de Madrid (Serviço do Prof. Alonso Fernandes).

As pesquisas de Nelson Pires eram ecléticas: interessou-se pelas psicoses psicogênicas, pelas psicopatias que considerava, mais um desvio do que uma patologia psiquiátrica. Tinha uma posição crítica em relação à psicanálise, mas se nota a presença de algumas idéias psicanalíticas nos seus artigos sobre doença psicossomática. Do livro de Isaías Paim, “Grandes Psiquiatras Brasileiros”, extraímos um trecho em que discute as idéias de Nelson Pires sobre a tortura e torturadores. O prof. Nelson Pires foi o primeiro e talvez o único psiquiatra brasileiro a estudar o problema do torturador, e o seu interesse por este assunto talvez tenha sido despertado pelo fato de ter se encontrado muito próximo da situação de torturado.

Em virtude de ter permanecido muitos anos no estrangeiro, como exilado, teve oportunidade de entrar em contato expatriados políticos, o prof. Nelson Pires pode colher informações fidedignas através de pessoas que tinham sido torturadas. Através dessas pessoas, ele pode avaliar o comportamento dos torturadores. Considera que esses indivíduos não podem ser rotulados de “personalidades psicopáticas”, nem avaliados como sádicos, o que seria uma explicação superficial e simplista. De modo geral, procura-se “psiquiatrizar” o problema do torturador, isolando-o do contexto no qual teve origem e da situação histórica que motivou o seu aparecimento.

O torturador seria uma “sub-especies-hominis”, uma variedade negativa do gênero humano? Não. Não acredita que se possa alcançar, apenas com ajuda psiquiatria, uma explicação para a personalidade do torturador. Admite que são indispensáveis algumas condições preliminares, pois sem elas não poderá existir o indivíduo torturador. Considera o torturador como um indivíduo “fabricado” pela situação circunstancial do momento. E, ao fabricá-lo, percebe-se que o sadismo não era uma condição preexistente. “A configuração psíquica do torturador não tem figurino psicológico fixo, próprio, prévio, inconfundível, nem mesmo começara a carreira com algum patente sadismo tido como possível e provável”. Nesse caso, é possível admitir que é uma “contaminação secundária”. Tornam-se indispensáveis algumas premissas e “ingredientes” para a produção em série de torturadores.

Enumera os seguintes requisitos: 1)certeza de impunidade garantida (cumplicidade com superiores); 2)estímulo e prestígio conferidos ao torturador;3)adestramento e habilitação;4)ascensão funcional, prestígio, dinheiro;5)vivência de poder na impunidade;6)vantagens secundárias de vários tipos inclusive sexual;7)alcance do poder na intimidação com a cobertura dos chefes;8)apoio mantido em círculo fechado;9)silêncio das vítimas muitas vezes conseguido por intimidação;10)ampliação das prerrogativas e prestígio de “cargo”;11)liberação tácita das coerções;12)autonomia no agir;13)exploração polidimensional e individual do temor que inflige;14)publicidade que é difusamente “vazada”, irradiada na população ;15)onipotência do torturador.

A situação social-histórica que contribuiu para o aparecimento do torturador é extremamente complexa, sobretudo do ponto de vista político e administrativo, para configurar a tortura, o mandante e o torturador. O fato não é possível de ser explicado pela psiquiatria, colocando-o sob o diagnóstico de personalidade psicopática. Há além dos problemas sociais evidentes: ditadura, regime colonialista, tensão sócio-econômica, guerra civil.

Os regimes ditatoriais prolongados contribuem para gerar infra-estruturas repressivas, que se transformam em pilares do sistema repressor, que se hipertrofiam e podem se emancipar como um “poder paralelo” e até chegar a alcançar atividade autônoma, chegando mesmo a contestar ordens superiores. Qualquer torturador, cúmplice ou mandatário, sente-se gratificado com o desfrute do “poder paralelo” e a sua segura impunidade por conveniência do poder oficial.

As vantagens são notórias: a) a satisfação de participar do poder reinante, fato que valoriza o funcionário anônimo que passa a ser considerado como o “homem necessário” à elite no poder; b) em conseqüência, abre-se para cada torturador novas oportunidades, sobretudo as da corrupção: o tráfico de influência das drogas; c) apego à posição, procurando perpetuar-se nela: d) interdependência com as elites no poder, garantidas da impunidade e até estimuladora do torturador; e) a “especialização” em algumas tarefas no vasto campo da repressão: hábito, “eficiência”, insensibilidade; f) especialização e direção das operações, táticas e estratégicas de perpetuação do estado de coisas.

Os agentes dos órgãos de segurança recebiam prêmios mensais muitas vezes superiores a seus salários oficiais. E esses prêmios eram ainda mais reforçados quando ocorria a eliminação de algum dirigente de esquerda considerado particularmente perigoso.

Desde épocas remotas a tortura tem partidários que a justificam: gregos e romanos consideravam normal o suplício infligido aos escravos em casa dos senhores. Para muitos autores, o escravo não era um homem, mas um bem material, pelo menos um ser diferente a quem se pode martirizar, pois suas reações fisiológicas são evidentemente diferentes dos demais seres humanos.(apud Pam,I.)

A psiquiatria brasileira teve na pessoa do prof. Nelson Pires um dos seus maiores representantes. Profissional estudioso, culto, dotado de extraordinário brilho intelectual, sempre foi considerado como um dos maiores professores de psiquiatria do nosso país. Homem lúcido, inteligente, tinha uma visão realista dos problemas sociais do país, o que talvez justifique a sua posição de rebeldia. Em sua atividade intelectual dedicou-se aos mais variados temas e assuntos, sempre com muita eficiência e objetividade.

As contradições de nossa época, no campo da psiquiatria, contribuíram sem dúvida para que não tivesse tido paciência para fazer uma revisão completa e atualizada de sua importante monografia “Personalidades Psicopáticas”.

Ele foi vítima de incompreensões e de mesquinharias de alguns dos seus contemporâneos, que não toleravam a sua atitude de independência intelectual. Por isso, teve de passar pelo “purgatório” do exílio em plagas distantes. Essa afirmação de Isaías Paim pode ser desdobrada de outra forma. Nelson Pires considerava Freud um revolucionário nas idéias psicológicas, desdobrava-se em elogios a Julio Porto Carrero, em outros momentos investia pesadamente contra as instituições psicanalíticas comparando-as com a “Ciência Cristã, o Espiritismo e o Exército da Salvação. Todos se referem ao seu brilho intelectual e a sua coragem em defender suas idéias, mesmo que estivesse errado. Destacou a participação de Luiz Cerqueira, José Leme Lopes e José Lucena na introdução do teste de Rorschach no Brasil e mesmo sabendo que magoaria muitos amigos afirmava que os testes eram como o ouro dos tolos; “Somos dos que pensam que na psicotécnica há bem mais ouropel do que ouro.”Amparava-se nas palavras de Eugen Bleuler reafirmadas por seu filho Manfred em 1950, no Congresso Mundial de Psiquiatria; “inúmera vezes, o teste, na verdade, testa mais o testador que o examinando e revela sua falta de senso.”

Com sua maneira de se expressar conseguia desagradar amigos e inimigos e acho que isso, de certa forma, provocou um certo retraimento de muitos psiquiatras em relação a sua pessoa. Seu nome foi escolhido para ser o patrono do Centro de Estudos do Hospital Juliano Moreira de Salvador Bahia. Esperamos que essa pequena introdução sobre a vida de Nelson Pires seja o estímulo para mais estudos sobre sua vida e obra.

Bibliografia de Nelson Pires

  1. Pires, Nelson. Aspectos reflexológicos da impotência dos noivos. Docência Livre, Tese-Fac.Fluminense De Medicina. 1940.
  2. Pires, Nelson. Clínica Psicossomática. Rio De Janeiro. Gráfica Olímpica. 1965:133.
    Keywords: Clínica psicossomática
  3. Pires, Nelson. Contribuição ao estudo da pseudologia fantástica. Rev. Neurobiologia, Recife. 1947; 10(1):1-12.
  4. Pires, Nelson. Estudo de um tipo de cidade - o malandro. Rev. Neurobiologia, Recife. 1938; 1(1): 46-591.
  5. Pires, Nelson. Estudo do Delírio. Rev. Neurobiologia, Recife. 1942; 5(2): 49-61.
    Notes: Aula didático-oral. Concurso de Livre-docência na Escola Fluminense de Medicina
  6. Pires, Nelson. Estudo sobre a paranóia sensitiva de Kretschmer. Rev.Neurobiologia, Recife. 1941; 4(1):25-43.
  7. Pires, Nelson. Fisiologia e terapêutica neuro-vegetativa em clínica psicossomática. Rio De Janeiro, Ed. Part. 1966.
  8. Pires, Nelson. Manifestações psicóticas ocorridas no dia do casamento.Pedido de anulação do vínculo.O ponto de vista psiquiátrico-legal. Arq.Manicômio Judiciário Do Rio De Janeiro. 1942; 13-14:73-83.
  9. Pires, Nelson. Manobras anticoncepcionais, as neuroses e o adultério. Rev.Neurobiologia, Recife. 1938; 1(3): 288-31.
  10. Pires, Nelson. Os mecanismos de defesa na neurose obsessional. Rev.Neurobiologia, Recife. 1939; 2(3): 213-236.
  11. Pires, Nelson. Personalidade psicopática.Surtos delirantes reacionais.Comportamento anti-social e sua psicogênese. Arq.Manicômio Judiciário Do Rio De Janeiro. 1941; 12(1-2):158-165.
  12. Pires, Nelson. Personalidades Psicopáticas. Rio De Janeiro, Marcelo Gráfica e Editora. 1981.
  13. Pires, Nelson. Psicose de Reação. Tese Para Concurso De Cátedra; Fac. Med.UFBA. 1947.
  14. Pires, Nelson. Psicoses Psicógenas - Psicoses de Reação. Arq. De Neuro-Psiquiatria. 1943; 1(2):151-165.
  15. Pires, Nelson. Reação Delirante Induzida. Estudo de Epidemia Mental Coletiva. Arq. De Neuro-Psiquiatria. 1946; 4(1): 34-42.
  16. Pires, Nelson. Reflexões sobre o valor terapêutico da psicanálise. Rev. Neurobiologia, Recife. 1940; 3(1): 130-146.
  17. Pires, Nelson. Relatório sobre o Primeiro Congresso Internacional de Psiquiatria. Rev. Neurobiologia, Recife. 1951; 14(2): 134-145.
    Abstract: Seis temas principais foram: Psicopatologia dos delírios, Indicações respectivas dos métodos de choque. Ensinamentos de fisiologia cerebral à luz das leucotomias, Genética, Valor dos testes mentias em Psiquiatria e Psicanálise. Sessão sobre Cibernética pouco assistida.
  18. Pires, Nelson. Síndromes mentais e doenças cerebrais. Arq.De Neuro-Psiquiatria. 1953; 11(1): 41-52.
  19. Pires, Nelson. Sintomas sem Doenças. Distúrbios da Homeostase e Surgimento de Sintomas Preferenciais. Arq. De Neuro-Psiquiatria. 1963; 21(1): 25-34.
    Abstract: Discute a aparição de sintomas "aprendidos" com certas doenças e que, depois da extinção destas perduram e reaparecem facilmente, já agora sem causa. Pequeno agravo a homeostase enseja a reaparição dos sintomas aprendidos e gravados.”“.
  20. Pires, Nelson. Sobre Karl Jaspers. Bol. Centro Estud. Pesqui. Psiquiatr. (Santa Casa,SP.). 1983; 1(2):15-24.
  21. Pires, Nelson. Sobre narcoanálise (resultado de 12 casos). Rev. Neurobiologia, Recife. 1946; 9(3):193-206.
  22. Pires, Nelson. Sobre o diagnóstico e a perícia dos traumatizados neuróticos. Arq.Do Manicômio Judiciário Do Rio De Janeiro. 1940; 11(1): 13-30.
  23. Pires, Nelson. Valor e limite do "compreender" em clínica psiquiátrica. Revista De Psiquiatria. 1966; 5(10): 117-152.
  24. Pires, Nelson and Castelo Branco, Alípio. Hipertensão e Desordens Mentais. Rev. Neurobiologia, Recife. 1951; 14(2): 125-126.
  25. Pires, Nelson; Cerqueira, Luiz, and Guerreiro, Manoel. Esquizofrenias influenciáveis e não influenciáveis pelas terapêuticas de prova. Arq. De Neuro-Psiquiatria. 1950; 8(2): 115-130.
  26. Pires, Nelson and Novaes Filho, Érico. Contribuição ao estudo das neuroses. Rev.Neurobiologia, Recife. 1949; 12(3): 211-234.
  27. Pires, Nelson; Novaes Filho, Érico; Alakija, George; Guerreiro, Manoel; Nery, Gabriel Cedraz, and Coelho, Jacques. Malarioterapia com terçã maligna; estudo de 11 casos. Rev. Neurobiologia, Recife. 1950; 13(2): 103-110.
  28. Pires, Nelson; Novaes Filho, Érico, and Alakija, George et al. Distúrbios mentais concomitantes em três irmãs. Arq.Assist.A Psicopatas Da Bahia. 1950; 1(1): 125-131.
  29. Pires, Nelson; Novaes Filho, Érico; Castelo Branco, Alípio; Rubim de Pinho, Álvaro; Guerreiro, Manoel; Nery, Gabriel Cedraz, and Coelho, Jacques. Subdivisão Clínica do grupo das Esquizofrenias. Arq.De Neuro - Psiquiatria. 1951; 91:56-58.
    Keywords: esquizofrenias; curáveis e incuráveis; subdivisão clínica
    Notes: Trabalho do Sanatório Bahia (Salvador-Bahia), apresentado ao Primeiro Congresso Internacional de Psiquiatria (Paris, setembro de 1950)
    Abstract: Trabalho curioso que começa assim: "reconhecendo a atual imprestabilidade da subdivisão kraepeliniana, a dificuldade e a falacidade de Carl Schneider, a inespecificidade de todas em geral e da de Carl Schneider em particular ( sintomas de primeira e segunda categoria, observados igualmente fora da esquizofrenia ), abandonamos as doutrinas e estudamos cerca de 80 casos, dos quais a metade curou. tentamos a subdivisão considerando o prognóstico, quer dizer a evolução em face dos tratamentos de choque... Nossos casos cuidados permanecem em remissão de 3 a 6 anos. É proposta a seguinte subdivisão: 1 Primeiro Grupo: Esquizofrenias que sobrevêm antes dos 30 anos, com sintomatologia axial de introversão verdadeiramente inafetiva, patoplastia acentuadamente pobre, personalidade anterior sem sintonia, sem estenia, sem hipertemia. São em regra incuráveis.
    Segundo Grupo: Esquizofrenias que sobrevêm em qualquer idade, com sintomatologia variável desde quadros aparentemente psicógeno-reativos (no sentido de jaspers) aos exógenos (Bonhoeffer), às psicoses da motilidade (Kleist), ricos de traços onírico-paranóides e de estados crepusculares obscuros. São em geral curáveis. Lembram as psicoses de reação e as exógenas.
    Terceiro Grupo - Esquizofrenias em surtos: a) formas nitidamente depressivas b) formas com inclusões diversas ( paranóides, degenerativas etc.) c) Esquizofenias tardias. Conclusão: unicamente os grupos 2 e 3a são benignos. O 3b tem restrito número de curas os demais são de mau prognóstico.
  30. Pires, Nelson and Novaes Filho, Érico et al. Subdivisão clínica das esquizofrenias. Arq.De Neuro-Psiquiatria. 1951; 9(1): 56-58.
  31. Pires, Nelson and Pinto Filho, Heitor. Psicoses Puerperais. Arq.De Neuro-Psiquiatria. 1950; 8(1):47-64.
  32. Pires, Nelson; Rubim de Pinho, Álvaro; Alakija, George, and Nery, Gabriel Cedraz. Psicoses de Involução: Estudo clínico de 50 casos com vistas ao prognóstico. Arq.De Neuro-Psiquiatria. 1949; 7(2): 179-210.
  33. Pires, Nelson and Tavares, Dulce Sampaio. Desajustamento conjugal em psiquiatria. Rev. Neurobiologia, Recife. 1947; 10(4): 231-281.
  34. Pires, Nelson e col. Personalidades psicopáticas. Rev. Neurobiologia, Recife. 1950; 13(4).
    Notes: Sobre a base da Classificação de K.Schneider
  35. Yahn, Mário and Pires, Nelson. Sobre a erotomania. Arq. Assist. A Psicopatas Do Estado De São Paulo. 1943; 8(1-2):3-53.
  36. O Professor Isaias Paim cita ainda alguns trabalhos sem referência e vou cita-los para futura busca.O prof. Nelson Pires publicou os trabalhos: “ Os mecanismos de defesa na neurose obsessiva”(1939); “Personalidade Psicopática - Surtos Delirantes Reacionais” (1941); “Sintomas mentais da epilepsia”(1942); “Estudos dos Delírios”(1942); “Reações exógenas psicogênicas” (1945); “ Anomalias induzidas na percepção”(1945);(1951); “Contribuição aos estudos das neuroses”(1949); “Problemática de las neuroses”(1958); “As psicoses nos oligofrênicos” (1959); “ Revisão clínico-prática das depressões” (1960); “ Clínica psicossomática” (1965); “ Valor e limites de compreender em clínica psiquiátrica” (1966); Fisiologia e terapêutica neuro-vegetativa em clínica psiquiátrica” (1966);“Tortura e Torturadores”(1981); “ Sentir-se doente” (1981); “ Clínica Psiquiátrica - debates em reuniões clínicas internas e em Congressos Nacionais e Internacionais(s/data)

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