Volume 9 - 2004
Editor: Giovanni Torello

 

Maio de 2004 - Vol.9 - Nº 5

France - Psy

Atualidades

Eliezer de Hollanda Cordeiro

Sumário:

  1. A psicanálise no século XXI (quando as TCC desafiam a psicanálise).
  2. Fenomenologia do espaço-tempo do melancólico
  3. Esperançaa de futuras terapias celulares regeneradoras do cérebro? uma descoberta francesa.
  4. Calendário científico.
  5. Seleção de sites

 

PREÂMBULO

“O dogma esconde-se na clínica “subjetiva” da mesma maneira que o fantasma se deixa entrever no discurso que se diz científico”(J.B.PONTALIS)).

Em France-Psy do mês de Abril , escrevemos que a psicanálise encontrava-se em presença de um desafio inédito lançado simultâneamente pelas neurociências , as psicoterapias breves e os psicotrópicos: o de demonstrar a pertinência de suas teorias e a eficiência terapêutica de sua técnica.

Para evitar qualquer malentendido, precisemos nossa posição sobre o assunto. Se os progressos da ciência nos parecem indiscutíveis - permitindo de aprimorar os conhecimentos sobre a neurofisiologia cerebral e os fenômenos psíquicos normais e patológicos- a idealização desses progressos é contestável, sobretudo quando eles são considerados como capazes de objetivar inteiramente os fenômenos que constituem o objeto da psicanálise. Ao mesmo tempo, é necessário evitarmos de cair no excesso contrário consistindo em pensar que nada pode ser objetivado em psicanálise, uma tal postura nos levando a caucionar um subjetivismo sem limites. Por conseguinte, não devemos esquecer que toda teoria é, por definição, provisória, destinada a ser suplantada e recusada. Em suma, observamos neste debate a clássica oposição entre o subjetivismo da psicanálise e o objetivismo científico, uma oposição que pode conduzir a impasses , a posições ideológicas inabaláveis, a crenças irredutíveis. Nossa posição pessoal seria a do psicanalista francês, J.B. Pontalis, quando ele escreve : “O dogma esconde-se na clínica “subjetiva” da mesma maneira que o fantasma se deixa entrever no discurso que se diz científico”(1).

Assim, em nosssa última coluna abordamos as relações entre psicanálise e biologia, privilegiando uma reflexão sobre os psicotrópicos, os instrumentos terapêuticos mais importantes da psiquiatria biológica. Esta preocupação encontra- se presente na obra de Freud desde o seu começo, por exemplo em seu famoso manuscrito “L'Esquisse d'une psychologie scientifique”(Esboço de uma psicologia ceintífica) , no qual “Freud tenta chegar a uma concepção global da fisiologia do cérebro e da psicologia”(2). Agora queremos dar um ponto de vista, provisório e parcial, sobre o desafio lançado à psicanálise pelas TCC( Terapias Cognitivas e Comportamentais).

1. QUANDO AS T.C.C. DESAFIAM A PSICANÁLISE

Em FRANCE-PSY de Novembro 2003, examinamos o projeto de lei propondo a criação de um diploma definindo o estatuto do psicoterapeuta e que deu lugar a debates acalorados na França. A idéia central deste projeto era que só os detentores de um diploma de psicólogo ou de psiquiatra poderiam intitular-se psicoterapeutas, o que deveria permitir um melhor enquadramento das práticas psicoterápicas , de lutar contra charlatões e de combater seitas religiosas. Ao mesmo tempo, o projeto de lei estabelecia que só as terapias feitas por psicoterapeutas diplomados pelo Estado seriam reembolsadas pela Previdência Social. De fato, a idéia de um controle da eficiência das práticas psicoterápicas contida no projeto suscitou debates não somente entre psicoterapeutas e legisladores, mas também entre os próprios psicoterapeutas e psicanalistas.

Foi durante este período que vários psiquiatras exercendo a terapia comportamental e cognitiva(TCC) entraram em cena . Assim, Christophe André(3) do famoso hospital Sainte-Anne, lembrou que muitos psicanalistas consideram a psicanálise somente como «  um instrumento de desenvolvimento pessoal, de conhecimento de si mesmo e do mundo” . Ele defende a idéia de que “a psicoterapia é antes de tudo um tratamento destinado a aliviar um sofrimento, a concertar ou reparar entraves à liberdade de um pessoa. E, como tal, ela deve ser avaliada como os outros tratamentos”.Assim, para ele, os psicanalistas devem fornecer “as provas científicas do deslocamento ( conceito freudiano de um mecanismo de defesa do ego) que tornaria o tratamento dos sintomas não somente inoperante mas perigoso, uma fobia podendo esconder, por exemplo, distúrbios mais importantes”. Enfim, ele pediu que a maneira de trabalhar dos psicanalistas pudesse ser estudada, controlada e questionada”.

Por sua vez, Jean Cottraux(3), psiquiatra e perito do INSERM (Institut National de la Santé et des Recherches médicales ) declarou que «  nenhum domínio da medicina pode escapar a uma avaliação. Na França, a psicanálise escondeu seus fracassos desde o início (...) e impediu a avaliação da eficiência das psicoterapias por métodos rigorosos.. Estes mostraram que terapias são ativas em certos distúrbios e ineficazes em outros”.

Notemos a importância do aspecto financeiro, se  a “Previdência Social viesse a recusar o reembolso de psicoterapias sem valor terapêutico demonstrado”, ajunta o pesquisador, que pede, aos poderes públicos de incentivarem o ensino das TCC nas faculdades de medicina francesas.

Por sua vez, Yvan Berlin(3), farmacólogo no hospital da Pitié-Salpêtrière de Paris , afirma que a eficiência de uma psicoterapia pode ser avaliada como um medicamento . Como sabemos, o protocolo de verificação da eficiência de um medicamento consiste em tomar-se uma amostra da população , sorteá-la em dois grupos distintos, distribuir o placebo a um grupo e a substância estudada ao outro , enfim comparar-se os resultados obtidos.

“A dificuldade em aplicar um tal método resulta da natureza subjetiva das psicoterapias: o psicoterapeuta sabe qual é o método que ele utiliza, a duração das sessões, o número de sessões feitas ao mês, etc. Contudo, é possivel objetivarmos os resultados de maneira satisfatória, avaliarmos e compararmos as psicoterapias se os coordenadores da experiência não tiverem nenhum contacto com os psicoterapeutas e ignorarem a maneira como as psicoterapias foram efetuadas”. Porém, Yvan Berlin acha necessário dar-se uma melhor formação aos profissionais da saúde para evitar-se a confusão entra a avaliação individual( se o método funciona para um determinado paciente) e sistêmica( que implica a comparação da eficiência relativa de dois métodos).”

O problema da eficiência das psicoterapias foi relançado na França após a publicação pelo INSERM (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica) dos resultados de um estudo sobre as psicoterapias comportamentais, psicodinâmicas e sistêmicas. Isto deu lugar a uma virulenta reação de dois psiquiatras-psicanalistas (Yannich Cann e Jean-Louis Chassaing) na “Lettre de Psychiatrie Française”, órgao informativo do “Sindicato dos Psiquiatres Franceses” e da “Associação Francesa de Psiquiatria”(4). Os autores deste artigo lembram-nos que as TCC têm por finalidade exclusiva a supressão do sintoma; que as psicoterapias psicodinâmicas partem do sintoma como expressão do sujeito para permitir-lhe um trabalho de elaboração; enfim, que as terapias sistêmicas levam em conta a maneira como as relações num grupo ou numa família se constituem e se exprimem por meio dos sintomas apresentados por um de seus membros.

Uma das críticas feitas por Yannich Cann e Jean-Louis Chassaing é que não haveria nada de realmente científico no método utilizado nessa pesquisa, muito pelo contrário, teria havido da parte dos peritos, uma vontade deliberada de estabelecer correspondências entre os resultados obtidos e o formulário prealável que lhes serviu de referência. Outra crítica é que o método empregado procurava “determinar os bons métodos terapêuticos a serem aplicados no quadro do Plano de Saúde Mental estabelecido pelo Ministéro da Saúde da França em 2001”. Os autores denunciam também os pesquisadores por terem privilegiado o critério de eficiência a partir de uma definição relativa às TCC. Enfim, a última objeção dos autores concerne o problema muito conhecido - que tivemos a ocasião de abordar na coluna FRANCE-PSY de Dezembro (5)- das dificuldades em medir-se os “efeitos sobre a subjetividade” de uma experiência psicoterápica.O artigo conclui que o relatório do INSERM é contestável porque ele não apresenta provas científicas quanto a superioridade da eficiência das TTC sobre as outras psicoterapias estudadas na pesquisa!

Sem negarmos a pertinência das críticas de Yannich Cann e Jean-Louis Chassaing sobre o relatório do INSERM, devemos salientar, entretanto, que eles não responderam à idéia principal contida no inquérito: a da eficiência terapêutica dos métodos utilizados pelas PIP( Psicoterapias de Inspiração Psicanalítica).

Daniel Widlöcher- ex-professor de psiquiatria na Salpêtrière e ex-presidente da Associação Internacional de Psicanálise, autor de inúmeros livros e trabalhos científicos- não recusa o diálogo com as outras correntes psicanalíticas e psicoterápicas, sem renunciar à psicanàlise. Por exemplo, numa entrevista à revista“Sciences et Avenir”(6), ele aborda e desenvove o debate sobre a eficiência terapêutica da psicanálise, comparando-a com os resultados obtidos pelas psicoterapias mais voltadas para o tratamento dos sintomas, como as TCC.

Desta forma, sobre a eficiência das TCC, ele reconhece que elas “podem trazer benefícios mais rápidos e espetaculares do ponto de vista sintomático” do que a psicanálise. Assim, a TCC “cura cerca de 80% das manifestações fóbicas agudas após um tratamento de 6 meses”. Ele ajunta que elas são terapias do estado agudo , do acesso, do sintoma e, nesse sentido, mostram-se eficientes”. Contudo, nas formas crônicas de desequilíbrios psicológicos, de dependências aos medicamentos ou outros produtos tóxicos, ele considera que as TCC são muito menos úteis”.

Sobre a eficiência da psicanálise, Daniel Widlöcher considera que, se ela “não trata os sintomas de uma neurose, ela ajuda a pessoa a melhor se conhecer, a desenvolver uma personalidade dotada de uma maior liberdade de pensar, de sentir, o que é uma vantagem para o equilíbrio de sua vida (...) A psicanálise pode melhorar os sintomas mas isto supõe uma longa terapia”.

Comparando os resultados positivos obtidos pela psicanálise e pelas TCC, Daniel Widlöcher diz que “ os efeitos obtidos não são os mesmos : se a psicanálise chega ao sucesso no fim de 4 anos de cura de pacientes sofrendo de manifestações fóbicas agudas , os resultados obtidos são bem diferentes : o clima de vida do paciente melhora de maneira mais fundamental após uma psicanálise.

No final da entrevista a « Sciences et Avenir”, Daniel Widlöcher coloca a seguinte questão: “será que  a psicanálise é o melhor método para tratar todas as dificuldades adaptativas do homem com relação ao meio ambiente em que ele vive”? Mais ainda: “será que o ponto de vista psicanalítico deve continuar sendo o ponto de vista dominante para explicar o que é o equilíbrio psíquico”?

Há alguns anos, O Sindicato Nacional dos Psiquiatras Liberais da França realizou encontros com psiquiatras praticando diversas formas de psicoterapias, o objetivo sendo o de suscitar um começo de diálogo entre os participantes e tentar encontrar pontos de convergências entre os diferentos métodos empregados. O fracasso foi total . O fato é que existe na França e sem dúvida em todos os países, uma grande dificuldade de comunicação entre os psicoterapeutas de diferentas escolas. Em lugar de debates opondo pontos de vistas diferentes - condição necessária ao progresso das idéias- observam-se julgamentos severos e condenações recíprocas entre os que não praticam a mesma modalidade psicoterápica. Ora, pode-se facilmente constatar que os protagonistas dos diferentes campos ignoram geralmente a teoria, o método, os objetivos e a ética dos outros.

Contudo, alguns TCC mencionam conceitos psicanalíticos, como Christophe André e Jean Cottreaux- que citamos mais acima-, o primeiro desafiando os psicanalistas a provarem o conceito freudiano do “deslocamento”. O deslocamento é mencionado porque este mecanismo de defesa do ego é um dos principais argumentos dos psicanalistas que recusam as TCC, que cuidam apenas dos sintomas.

Num artigo intitulado, “Uma idéia incurável”(7), J.B. Pontalis escreve a propósito dos sintomas, que muitos analistas consideram“que cabe aos outros de curá-los, cura ilusória porque os sintomas irão reaparecer mais tarde ou em outro lugar. Cura perigosa porque os sintomas revelam-se frequentemente como um mal menor por terem uma funçao de compromisso e de acomodação”. Os psicanalistas, quanto a eles, cuidariam das modificações estruturais : reforço do ego, castração simbólica... » Enquanto esses analistas pensam proclamar uma oposição essencial entre os objetivos da psicanálise e os da medicina- ou das psicoterapias que não souberam romper com a medicina- , eles só fazem retornar a uma diferença das mais clássicas em medicina: a do processo mórbido e do aparecimento da doença” .J.B.Pontalis explica esta passagem dizendo que” no psicanalista que desvaloriza por princípio a cura sintomática, é o médico que fala e não o psicanalista( nem o doente). Em medicina, o sintoma é um sinal(...) uma mensagem enviada pelo organismo perturbado, uma manifestação suscetivel de indicar e orientar o diagnóstico; da mesma maneira o desapareceimento do sintoma não implica o desapareceimento do processo mórbido. Em psicanálise, ao contrário, o essencial é o trajeto inventado pela formação do sintoma, cujo modelo é oferto pelo sonho.”

O que me leva a perguntar se um clínico poderia utilizar as PIP e as TCC em sua prática. Muitos pensam que isto não é possível porque existiria uma incompatibilidade radical entre as mesmas. Ao mesmo tempo, é comum considerar-se que o ecletismo em psicoterapia é tão arriscado como em outros domínios do saber( riscos de dispersão, de confusão, de superficialidade dos conhecimentos teóricos e das técnicas utilizadas).Mas, quando um psiquiatra trabalha em Centros médico-psicológicos, em Dispensários de Higiene Mental, em instituições psico-pedagógicas, onde ele é levado a encontrar pacientes apresentando manifestações psicopatológicas as mais diversas, parece-me claro não se pode dispor de um único método psicoterápico.Quanto a mim, fui levado a enviar pacientes a colegas especializados em TCC, em terapias sistêmicas, em relaxação, em conselho conjugal por não me sentir capaz de empregar tais métodos terapêuticos.

Desta foma, parece-me necessária a criação de institutos de psicoterapias onde os candidatos pudessem aprender dois ou três métodos psicoterápicos ao longo de suas formações. Em certas associações psicanalíticas, tive a oportunidade de assitir a debates sobre a necessidade de tais institutos, embora nesse exemplo se tratasse somente de uma formação às PIP.

Em seu artigo já citado(1), J.B. Pontalis escreve que “ devemos reconhecer a extrema variedade de opiniões entre os analistas mais experientes sobre o problema das indicações em psicanálise. E provável que se somássemos suas respostas divergentes chegaríamos ao seguinte resultado: todas as organizações psicopatológicas podem ser abordadas pela psicanálise; nenhuma, mesmo as neuroses mais “clássicas” é realmente accessível em suas raízes”.

Esta passagem servirá de transição à terceira parte deste trabalho que aparecerá na coluna FRANCE-PSY de Junho próximo: OS LIMITES DO ANALISÁVEL.

1)J.B. Pontalis, “Bornes ou Confins”, in Nouvelle Revue de Psychanalyse, numéo 10, Editions Gallimard, Paris, 1974.

2) Sigmund Freud: La Naissance de la psychanalyse, introduçao de Ernst Kris, PUF, Paris, 1969.

3) L'Express de 23 de Março 2004, Paris.

4)Yann Cann et Jean-Louis Chassaing : « Vous avez dit scientifique », in Lettre de Psychiatrie Françasie », Numéro 134,Paris, Avril 2004.

5)Eliezer de Hollanda Cordeiro, “Modernidade da obra de José Otavio de Freitas”, in FRANCE-PSY, Dezembro 2003 .

6) Daniel Widlöcher: « Sciences et Avenir », Paris, Février 1997

7)J.B. Pontalis, « Une idée incurable », Nouvelle Revue de Psychanalyse, numéro 12, Gallimard, Paris, 1978.

2) FENOMENOLOGIA DO ESPAÇO-TEMPO DO MELANCOLICO

Tradução de « Dépression et mélancolie ou la passion d'être triste »

Abstract Psychiatrie, N. 212, Paris, Février 2000

O enfoque fenomenológico não se apresenta como uma teoria suplementar do funcionamento psíquico, mas como uma tentativa de descrever o ser no mundo e de interessar-se ao sujeito através a experiência do fenômeno, que ele seja doente ou são, e não ao sintoma como sinal da doença. Nessa perspestiva,Pierre Besse, apoiando-se nos trabalhos dos fenomenólogos, situou a melancolia em suas relações temporais e espaciais. Ele colocou o acento na inibição que, na melancolia, decorre da parada do tempo vivido, onde só o passado se repete sem fim e sem possibilidade de transformação. Esta perda de progressão para o futuro toma frequentemente a forma da falta, e exprime-se em idéias de culpabilidade, de ruína, de indignidade ou ainda em idéias hipocondríacas como na síndrome de Cotard.

“Si eu não tivesse feito isto, eu não estaria nesta situação”, assim poderíamos condensar a auto-crítica do melancólico, que se fixa em uma temporalidade vazia. Pierre Besse encontra os efeitos dessa despersonalização na perda dos limites e na confusão entre a vida e a morte que instala o sujeito num tempo eterno, conduzindo-o a ser o tudo ou o nada. Esta perda da proximidade existencial das coisas traduz também a vacilação do espaço que se torna sem profundidade nem relevo. O corpo torna-se pesado e objetiva-se na fadiga, na lentidão, na impossibilidade de decidir, de trabalhar ou ainda de alegrar-se ou de entristecer-se. A verticalidade que, no maníaco encontra-se do lado do saltitar, da ascensão, situa-se no melancólico do lado do submergir e da queda (K.D.)” .

3.ESPERANÇA DE FUTURAS TERAPIAS CELULARES REGENERADORAS DO CÉREBRO ?Uma descoberta francesa.

Sob o titulo : “Pesquisadores descobrem como atrair neurônios para certas zonas do cérebro”, o jornal LE MONDE | 26.03.04 | 13h48  , publicou um artigo da autoria de Jean-Yves Nau, relatando esperiências terapêuticas em ratos e macacos sofrendo da doença de Parkinson.

“Com efeito, neurobiologistas do Instituto Pasteur de Paris e do CNRS(Centre National de la Recherche Sceintifique) trabalhando com uma equipe alemã, anunciaram que eles conseguiram identificar em ratos, uma molécula capaz de “atrair” neurônios e de “guiá-los” para certas regiões do cérebro. Afora uma melhor compreensao, ao nível molecular, dos mecanismos fundamentais dos circuitos neurônicos, esta descoberta abre perspectivas prometedoras para o desenvolvimento de futuras terapias celulares do cérebro”.

“Os trabalhos, dirigidos pelo doutor Pierre-Marie Lledo (unité perception et mémoire olfactive du CNRS), estudaram o bulbo olfativo(...) uma estrutura cerebral (...) onde se encontra a sede de uma produção constante de novos neurônios a partir de células mães”. Esta equipe havia demonstrado em 2003, “que os neuronios assim produzidos ao nível do bulbo olfativo podiam estabelecer novas conexões cerebrais (...) e possibilitar a reconstrução de lesões cerebrais”.

“Em colaboração com a equipe do professor Melitta Schachner (université de Hambourg, Allemagne), os pesquisadores franceses demonstraram no rato adulto, que uma molécula denominada ténascine e secretada no bulbo olfativo(...) é capaz de conduzir o processo de diferenciação das células jovens em neurônios “adultos”, no momento da maturidade.

O Doutor Pierre-Marie Lledo informou que as equipes estão « criando " protocolos experimentais para ratos e sem dúvida mais tarde para macacos portadores de lesões similares às das vitimas da doença de Parkinson ».

“Os resulatdos obtidos permitem de pensar que seria possível, partindo do uso da ténascine, vencer o bloqueio das células mães humanas para fins terapêuticos. Estes trabalhos abalam antigas concepções das estruturas e funções cerebrais e da gênese e da dinâmica dos neurônios”.

Para ler a íntegra do artigo de Jean-Yves Nau, acessar o e mail www.lemonde.fr (jornal Le Monde datado de 26/02/04).

4.CALENDÁRIO CIENTÍFICO

“La Lettre de Psychiatrie Française” selecionou as seguintes reuniões:

JUNHO 2004

Fontevraud(dia 5) : Jornada Psiquiatrica do Val de Loire intitulada: “Viagem terapêutica, viagem patológica”.

Informações: Dr. Lhuiller. E mail: [email protected]

Prémontré( 10): L'Association de Prémontré para a Reinserção Social organiza uma Jornada sobre “A Expressão criadora é terapêutica?”.

Informaçoes: Madame Jancar, telefone 03 23 80 50 85

Paris( dia 11): Colóquio da Association de Santé Mentale du XIII arrondissement sobre o conceito de« Recaida »).
Informações : 11, rue .A. Bayet, 75013 Paris. Téléphone : 01 40 77 44 00 FAX : 01 45 83 28 77

Paris( dia 12) :Journée scientifique de l'Association Phymentin  sobre :« Como realizar o seu destino apesar do transgeneracional ? Informações : Phymentin  -Copes, 20 rue Dantzig 75015 Paris. Téléphone : 01 53 06 30 43 E mail : [email protected]

Rennes(dia 12) : l'Association Française des Psychiatres d'Exercice Privé organise un séminaire sur le thème : La Psychothérapie du Psychiatre, validité et pertinence du concept. Inscription et repas(almoço) : 50 euros.

Inscription :l'AFPEP : 01 43 46 25 55

Paris( dia 19) : Jornada do Centro Internacional de Psicosomatica sobre “Relação e terapia relacional”.

Informações: telefone 01 42 30 99 41 E mail: www.cips.free.fr

Toulouse(dias 24 e 25): Colóquio nacional sobre “A formação profissional dos psicólogos clínicos na universidade”.

Informações: E mail: [email protected]

5.SELECÃO DE SITES

ACTUALITES EN PSYCHIATRIE : www.vivactis-media.com

LES ACTUALITES EN PSYCHIATRIE: www.vivactis-media.com

ASSOCIATION FRANÇAISE DES PSYCHIATRES D'EXERCICE PRIVE:www.afpep-snpp.org

BULLETIN DE L'ORDRE DES MEDECINS: www.conseil-national.medecin.fr

www.carnetpsy.com

www.doctissimo.fr

L'ENCEPHALE:www.encephale.org

www.mfgroupe.com

NEUROPSY : www.neuropsy.fr

NERVURE :www.nervure-psy.com

NEURONALE: (Revista De Neurologia Do Comportamento): [email protected]

PSN :(Psychiatrie, Sciences Humaines, Neurosciences) : 75015 paris. Fax : 0156566566

PSYCHIATRIE FRANÇAISE :[email protected]

PSYDOC-BROCA.INSERM.FR/CYBERSESSIONS/CYBER.HTML

SYNAPSE : [email protected]

PSIQUIATRIA GERAL

ANOREXIA-BULIMIA

Distúrbios do comportamento alimentar

ENFINE : site associativo consagrado às desordems alimentares. Ele destina-se às pessoas sofrendo de anorexia mental, de bulimia , e aos familiares. http://www.enfine.com

ANSIEDADE

Distúrbios neuróticos, distúrbios ligados aos fatores de estresse et distúrbios somatoformes: categoria F40 até F48

O site Agoraphobie.com: http://www.agoraphobie.com/

Estados ansiosos sites francophones http://www.chu-rouen.fr/ssf/pathol/etatanxiete.html

AUTISMO

Autisme France http://autisme.france.free.fr

Pro Aid Autisme; http://www.proaidautisme.org

Autisme Montréal : autismo e distúrbios invasores do desenvolvimento.

DEPRESSÃO

Distúrbios do humor(afetivos) : www.dépression.ch

Estados limites em psiquiatria: tratamento (D. Marcelli): Suicídio Escuta - 24/24 http://suicide.ecoute.free.fr

Informações sobre o suicídio e as situações de crise: http://www.suicideinfo.org/french

Centro de Prevenção do suicídio: http://www.preventionsuicide.be

Associação Alta ao Suicídio: http://www.stopsuicide.ch

Suicídio : sitos francofonos: http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/suicide.html

TOXICOMANIAS E DROGAS

Drogas : http://www.drogues.gouv.fr/fr/index.html

S.O.S. RÉSEAUX : http://www.sosreseaux.com/

IREB - Instituto de pesquisas científicas sobre as bebidas: http://www.ireb.com/

ADDICA : Addictions Précarité Champagne Ardenne : http://www.addica.org/

INTERNET ADDICTION : conceito de dependência à Internete: http://www.psyweb.net/addiction.htm

Estupefiantes e conduta automobilística; as proposições da SFTA: http://www.sfta.org/commissions/
stupefiantsetconduite.htm

ETNOPSIQUIATRIA:

Centre Georges Devereux (psychiatrie transculturelle, analyse anthropologique des thérapies traditionnelles. Penser la guérison dans les mondes modernes) : www.ethnopsychiatrie.net

PEDO-PSIQUIATRIA

Défice da atenção e hiperatividade - cianças hiperativas - hiperkinéticas

Guia prático da hiperatividade na França - este site é o resultado de uma experiência pessoal http://carla7.chez.tiscali.fr/index.htm

Associação HyperSupers - Thada France http://membres.lycos.fr/hyperactivite/

Guia para pais de crianças hiperativas http://www.planete.qc.ca/sante/elaine/

Abusos sexuais cometidos em crianças: como falar-lhes sobre o assunto

Sevícias em crianças - Professor Le Gueut-Develay. http://www.med.univ-rennes1.fr/etud/medecine legale/sevices.htm

Abuso sexual : sites francophones http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/abussexuel.html

Abuso sexual em crianças

A.M.E. - Associação Contra A Mutilação em crianças http://perso.wanadoo.fr/enfant.org/index.html

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