Volume 8 - 2003
Editor: Giovanni Torello

 

Novembro de 2003 - Vol.8 - Nº 11

Psicanálise em debate

Atenção flutuante e associação livre no hotel glória do Rio -
Apontamentos sobre o Segundo Encontro Mundial dos Estados Gerais da Psicanálise

Sérgio Telles

O Segundo Encontro Mundial dos Estados Gerais realizado recentemente no Rio de Janeiro (30/10 a 02/11 de 2003) teve sua temática - `Atualidade no Psicanalisar' - marcada pelo político. Atendia assim às diretrizes propostas por Derrida em sua fala de Paris, quando conclamou os psicanalistas a praticarem uma `psicanálise que não resista a si mesmo nem ao mundo', com isso retomando o exercício da reflexão psicanalítica em torno do social e da cultura inaugurada por Freud. Diz Derrida que tal reflexão tem decisivos efeitos no campo da ética, da política e do jurídico. Afinal, a pulsão de morte, a pulsão de domínio, que, a nível pessoal se evidencia como sado-masoquismo, a nível social se cristaliza nas lutas pelo poder, trincheira mortal onde se instala firmemente o narcisismo. É ela que sustenta a ideologia da soberania dos estados e justifica o exercício de sua crueldade. Manifesta-se também em todos as instituições e é responsável por grande parte de suas patologias.

Se uma das chaves centrais dos Estados Gerais é a reflexão psicanalítica sobre a política e sua prática, que é o manejo do poder, gostaria de iniciar essas notas com um pequeno comentário sobre a incidência desses aspectos na própria organização do evento.

Como se sabe, esse Segundo Encontro Mundial dos Estados Gerais foi antecedido por um encontro latino-americano, realizado em Buenos Aires em novembro de 2002. Ali se configurou uma polêmica que persistiu até a realização do atual encontro mundial. Tal polêmica centrava-se na formatação a ser adotada no encontro.

Alguns propuganavam pela permanência da forma criada em Paris por René Major, a chamada `função leitor”. Nessa formatação, os trabalhos enviados são recebidos por um comissão que os distribui a escolhidos `leitores', que se incumbem de lê-los e comentá-los para a assembléia, que passa então a discuti-los. Os não partidários dessa formatação propunham o modelo usado no pré-encontro realizado em 1999, em São Paulo, onde, em pequenos grupos os próprios autores liam seus trabalhos e ali os discutiam com os interessados. Os que preferiam esta forma pensaram que em Paris os encarregados da “função leitor” deixaram-se arrebatar por seus próprios narcisismos, não conseguindo exercer a contento a tarefa que lhes fora delegada..

As variadas e inevitáveis disputas de poder dentro do movimento usaram essas diferentes formas de conceber o encontro como mote, polarizando assim uma `rivalidade' entre o chamado “grupo de São Paulo” - partidários dos grupos pequenos com apresentação do autor, e o “grupo do Rio”, responsável pela organização do Mundial, partidário do modelo parisiense, que terminou por prevalecer.

Se inicio essas notas mencionando essa situação, o faço dentro do espírito que me parece ser o dos EG, onde psicanalistas se reúnem para falar em seus próprios nomes, desejosos de fundar uma nova forma de compartilhar suas experiências e de pensar os impasses que cercam a psicanálise no atual momento, quer seja sob o prisma das questões epistemológicas, estando ela - como está - acuada pelo cognivismo e pelas neurociências, que a apresentam como `ultrapassada', quer seja do ponto de vista institucional, onde a recuperação da memória e o desvelamento das histórias “oficiais” revelam a patologia institucional.

Assim, parece-me salutar, neste movimento que se propõe crítico e inovador, que as inevitáveis disputas pelo poder possam ser tratadas de forma diferente. Ou seja, não reprimidas e escamoteadas e sim expostas, o que permite sua análise e conseqüente desconstrução.

Esses comentários não põem em questão a necessidade indiscutível de que o poder precisa ser exercido, como o foi - com competência e responsabilidade - pela equipe do Rio - que organizou e assumiu todos os riscos do Encontro, pelo que penso sermos todos muito gratos.

As tensões próprias dessa situação - `pequenos grupos' versus `assembléia com leitores', `São Paulo' versus `Rio' - não extrapolaram os níveis do tolerável e terminaram por produzir efeitos positivos, pois efetivamente a `função leitor' foi muito melhor realizada no Rio do que o fora em Paris. Os leitores procuraram se ater aos trabalhos que lhes foram confiados e, talvez com uma única exceção, os autores sentiram-se por eles bem representados. Desta foram, a assembléia pode ter uma panorâmica visão da produção que já estava - e assim continua - disponível na rede (www.estadosgerais.org).

O Encontro contou com três conferencistas convidados - Toni Negri, Tariq Ali e Paulo Sérgio Rouanet. Confesso que ao ter conhecimento desses nomes, minha primeira reação foi pensar que se configurava uma aplicação equivocada da proposta de Derrida. Pareceu-me que o movimento deveria ser o inverso - ao invés de trazer políticos para falarem para nós, psicanalistas, deveríamos nós mesmos nos comprometermos a falar sobre a política a partir da psicanálise. No final do Encontro, vi que estava errado. Constatei o óbvio, que o movimento de aproximação da psicanálise com a política tem que ter dupla mão. Se o objetivo do Encontro era proporcionar esse encontro, não poderia ter sido melhor a escolha dos conferencistas. Suas falas nos colocaram de chofre no meio de uma realidade política, com estimulantes conseqüências, como veremos.

Toni Negri, a quem não conhecia, deu-me a impressão de fazer um `aggiornamento' do marxismo clássico, aplicando-o a um mundo não mais dividido em duas metades antagônicas e dialéticas, e sim regidas por um `império', com um `centro' e uma `periferia', o que torna obsoleta a antiga noção de estado-nação e seu corolário, o colonialismo. Também fica obsoleto o conceito de `povo' enquanto agente de mudança da história. Há agora a `multidão', que mantém o poder de exercer uma `resistência' capaz de influir significativamente nos ditames imperiais. Respondendo a uma pergunta da assembléia, Negri disse que `nunca tinha visto um inconsciente', o que entendi como uma forma de expressar uma certa relutância de assimilar o aporte freudiano a seu aparato conceitual filosófico. Apenas uma colega o interpelou quanto a essa afirmação, obtendo uma resposta inconclusiva. Se estou correto em minha observação, Negri se distancia da própria proposição de Derrida, que assevera que nenhuma explicação econômica - e aqui, é claro, está subentendida a marxista - pode pretender explicar a pulsão de morte, com seus avatares de soberania, crueldade, sadismo, guerras, etc., para tanto sendo absolutamente necessário a visão psicanalítica. Também se afasta daqueles que tentaram, sim, estabelecer uma ponte entre a psicanálise e Marx, como - para citar os mais conhecidos - os filósofos da Escola de Frankfurt (Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Max Horkheimer e Leo Lowenthal), Althusser e o grupo “Socialismo ou Barbárie”, do qual fazia parte Lyotard, que termina por abandonar a primazia da economia marxista por uma visão que intitula de “economia libidinal”, fortemente apoiada na psicanálise.

A colocação de Negri me fez lembrar a complicada relação da psicanálise com o marxismo. Do ponto de vista de Freud, há uma descrença em sua pretensão de criar um `novo homem', objetivo entendido como uma ilusão produto de ideologia, que, independente da coloração política de esquerda ou direita, é sempre entendida como uma religião leiga que conduz inevitavelmente ao desastre e à irracionalidade. A forma como Freud entendia o progresso da humanidade derivava de sua linhagem iluminista, que o fazia crer na razão como a grande libertadora do homem, uma razão enriquecida profundamente com o conhecimento do inconsciente1. Do ponto de vista do movimento psicanalítico, sabemos que “todos os psicanalistas marxistas foram expulsos, perseguidos ou marginalizados pela IPA, especialmente quando estava ela sob a direção de Ernest Jones, que preferiu compactuar com o nazismo, em nome de uma política de `salvamento' da psicanálise na Alemanha”, diz Roudinesco. Segundo ela, esses analistas marxistas foram também rejeitados pelo movimento comunista internacional, que considerava a psicanálise uma `ciência burguesa', o que fez com que ela ficasse totalmente banida da União Soviética entre.1930 e 19752.

O tema de Tariq Ali foi o fundamentalismo. Mostrou como esse termo, atualmente identificado com o islamismo e a política do mundo árabe, tem origem com a reforma luterana e a implantação do protestantismo na Europa e na América do Norte. Se o termo aponta para o radicalismo terrorista na política e, no caso árabe, apóia-se numa base religiosa, Ali não deixa de alertar para o irracionalismo laico, não-religioso, baseado no deus `mercado', que rege a política do império capitalista. Após comentar a guerra no Iraque, Ali abordou o conflito arábe-israelense em Israel - ou deveríamos aqui dizer “Palestina”?

Tal questão produziu um marcante efeito na assembléia, `politizando-a' - no sentido concreto de fazer com que naquele momento ela não mais se constituísse de psicanalistas tentando pensar a política com o aparato conceitual da psicanálise e sim de cidadãos envolvidos, diretamente e expressando com ênfase, suas crenças e ideologias políticas, fato esse que justifica um detalhamento maior. Essa participação evidenciou-se em falas e apartes durante a própria conferência, bem como no dia seguinte, quando foram feitas `declarações de repúdio' emitidas por aqueles que se consideraram ofendidos por um discurso que julgaram ser `belicista' e `defensor da pulsão de morte'. Neste mesmo dia seguinte, antes do início dos trabalhos da mesa, a assembléia foi avisada pelo coordenador que os organizadores tinham concedido um tempo extra a um dos leitores da mesa para, daquele lugar, comentar algo referente à conferência de Ali. Tal concessão provocou imediatos e vigorosos protestos da assembléia, que não achou apropriado que o tempo da mesa, designado para a leitura dos trabalhos, fosse tomado para outro fim, achando que se alguém quisesse fazer uso da palavra sobre outros assuntos que não os ligados à leitura dos trabalhos, deveria fazê-lo durante a abertura dos debates na própria assembléia e não daquela tribuna privilegiada. Tal atitude foi entendida pela solicitante do tempo extra como uma atitude xenófoba da assembléia, que a impedia de falar por ser ela uma `estrangeira', o que dá uma boa medida da `temperatura' emocional reinante naquele momento. Em minha opinião, a reação da assembléia decorreu não do fato de ser a postulante ao tempo extra uma `estrangeira', nem mesmo o teor do eventual debate (as declarações `ofensivas' de Tariq Ali contra os judeus) e sim o fato de que delegar-lhe um tempo a mais naquele momento, quando as atividades da mesa eram outras e cada participante tinha um tempo determinado, pareceu à assembléia um abuso de poder por parte dos organizadores, que desta forma poderia estar favorecendo um ponto de vista contra o outro. Tal equívoco foi prontamente corrigido, ficando os debates para o momento apropriado, após o exercício da `função leitor' dos participantes da mesa.

Sem querer nem poder retomar toda a riqueza desse debate, parece-me que um de seus aspectos importantes dizia respeito ao “terrorismo” como modalidade de atuação política. Essa é a questão que se impõe desde o ataque ao World Trade Center em New York. A propósito, é chamativo que a midia americana só o mencione como o `11 de setembro', talvez tentando diminuir-lhe o impacto com esse deslizamento do fato para a data de seu acontecimento. Num `império' cada vez mais consolidado e de inquestionável supremacia militar, restaria alguma outra forma de enfrentamento que não o “terrorismo”?

Mas para prosseguirmos, é importante não esquecer como o termo `terrorista' é paradigmático no que revela os impasses decorrentes do encontro com o Outro, em sua `radical alteridade', como diz Levinas.. Entre facções beligerantes - no caso específico temos o `império' e uma nação ocupada, o Iraque - o que uma, o `império', chama de `terrorista', a outra, a nação ocupada Iraque, chama de `herói' ou `mártir' de uma guerra de libertação nacional.

Assim, o uso do significante `terrorista' automaticamente delimita o campo de quem o emite ou, o que talvez ocorra na maioria dos casos, é apenas mais uma evidência do poder do `império' que controla a grande mídia e nos impõe as versões da realidade que atendem a seus jogos de poder..

Quando se fala do Islã, não podemos negar que se instala um grave fator complicador, que é a religião. Parece-me que ali ela ainda é uma importante - senão a maior - força diretamente política, coisa que desde a Revolução Francesa não ocorre mais no mundo ocidental, pois estabeleceu-se a separação definitiva entre religião e estado. No Ocidente a força política que a religião ainda exerce é indireta e mediada com os partidos leigos.

Não há como negar a complexidade desses assuntos e é de se pensar se é possível uma visão desse problema sem os antolhos ideológicos, antolhos que - como analistas - deveríamos sempre tentar desconstruir, sendo essa uma contribuição ao debate político para a qual estamos supostamente mais bem equipados que os demais. Foi o que tentei fazer aqui agora, mas me pergunto se consegui evitar as seduções da ideologia.

Voltando ao Encontro e retomando as manifestações políticas da própria assembléia, alguns afirmaram - como já disse - lamentar que uma platéia de psicanalistas pudesse “aplaudir a pulsão de morte”, referindo-se aos aplausos dados a Ali..Um outro colega afirmou que tal opinião apontaria para uma “ética do aplauso”. De fato, se os aplausos à fala de Tariq Ali incomodaram a alguns, a mim me incomodaram os aplausos a Toni Negri.... De qualquer forma, penso que havia uma diferença entre os aplausos da primeira conferência (Negri) para a segunda conferência (Ali). Diria que os aplausos a Toni Negri vieram de uma platéia sem consciência, alienada, do forte conteúdo político e ideológico da fala do conferencista. Era uma platéia que aplaudia educadamente, sem se questionar onde era atingida por esta fala, já que, como disse, apenas uma colega o questionou diretamente. Já a conferência seguinte teria encontrado uma platéia mais susceptível, que, numa posição oposta à fleumática indiferença da noite anterior, radicalizava politicamente suas reações. Na assembléia final, uma colega declarou que estranhara presenciar quase seiscentos analistas aplaudirem a alguém que dizia `não acreditar no inconscinte porque nunca viu um”.

A conferência de Rouanet, ao retomar o vigor, a vitalidade e a atualidade do pensamento de Freud, teve o efeito de deixar às claras uma séria questão. Se é verdade que o social e o cultural sofrem a marca do tempo, e, por isso mesmo, um dos objetivos do próprio Encontro é pensar a `atualidade no psicanalisar', devemos estar atentos para que, no afã de compreender as várias modalidades pelas quais a `atualidade' se configura no psiquismo de hoje, não incorramos no risco de considerarmos o pensamento de Freud `obsoleto' e incapacitado para a apreensão dessas novas `atualidades'. É claro que o pensamento freudiano não pode ser visto como um texto sagrado intocável, a palavra final e decisiva sobre todos os processos mentais da humanidade. É evidente que devemos estar abertos a novos desdobramentos. É a forma de manter esse pensamento vivo e atuante. Mas é preciso estar alerta para que esse necessário processo de abertura para desdobramentos novos que levam em conta os novos tempos, novas subjetividades, novas atualidades, não sejam usados resistencialmente como racionalizações para a repressão e a denegação de aspectos essenciais do saber já acumulado. Um exemplo típico disso é a análise que Freud faz da religião. Em minha opinião, o considerá-la `datada' e/ou `positivista' é fruto de repressão e negação entre os próprios psicanalistas. Por tudo isso, a fala de Rouanet possibilitou uma certa perspectiva frente aos trabalhos relatados pelos leitores, fazendo-me refletir até que ponto várias das propostas ali feitas seriam compatíveis com conceitos que considero basilates da psicanálise.

Assim, se as conferências de Negri e Ali nos remeteram diretamente ao embates do mundo da política externa, a conferência de Rouanet nos colocou no mundo da política interna psicanalítica. Rouanet, ao retomar com tanto brilho o pensamento freudiano, nos lembra da existência dos desdobramentos desse pensamento, configurados nas diversas e divergentes escolas psicanalíticas. Isso levanta inúmeros problemas epistemológicos internos que não podem ser negados. Devemos reconhecer que a psicanálise tem de se haver com os outros saberes e delimitar seus próprios critérios de validação, transmissão, pesquisa e ensino. Para tanto, ela precisa organizar sua própria casa, antes de confrontar-se com as demais. Quero dizer com isso que se impõem estudos comparativos que avaliem clínicamente as diversas teorizações psicanalíticas. Esta é uma tarefa árdua, pois implica o estabelecimento de parâmetros epistemológicos que ainda estão sendo construídos. Seguramente ela fica muito mais difícil quando essas diferenças teóricas são, como ocorre na maioria das vezes, usadas como objetos políticos e ideológicos, sem mencionarmos os resíduos transferenciais e contratransferenciais ali instalados durante o processo de formação (identificação e fidelidade com analistas, supervisores, instituições, etc). Ou seja, no jogo de poder institucional e na disputa pelo mercado, grupos se organizam e escolhem um autor e seus escritos como bandeira de luta e qualquer tentativa de abordar tal autor numa critica ou confronto teórico ou epistemológico com outro autor passa a ser uma guerra de extermínio entre grupos. Acho que todos têm conhecimento disso, mas falo de minha experiência própria, das várias guerras que presenciei/participei entre freudianos, kleinianos e lacanianos.

Uma consideração final sobre o Encontro diz respeito a pouca presença de colegas do exterior, mesmo da Argentina. Foi sentida a ausência de René Major, que estaria sofrendo com `cálculos biliares', circunstância que deu margem a vários trocadilhos em sua fala - teria ele “calculado isso?”- lida por Michel Plon. Outras ausências lamentadas foram as de Roudinesco e de Derrida. O que significaria essas ausênciaa? Um desinteresse, um esvaziamento desse movimento tão promissor? De qualquer forma, ficou evidente o interesse interno, brasileiro.

No final dos trabalhos e no interesse de evitar a institucionalização, com seus efeitos de alimentar a inflação imaginária do eu, a assembléia dissolveu o Encontro. Teremos um próximo? Nosso desejo - que continuará a circular em nossa rede - o determinará.

Para encerrar, relembro o título desses apontamentos. Eles não pretendem ser um relato preciso do Encontro. Para tanto, temos os registros completos, gravados em fitas de audio e vídeo. São recortes produzidos por minha subjetividade, com tudo que isso implica de bom e de mau. Penso que seria interessante confrontá-los com recortes de outras subjetividades.

1 Telles, Sérgio - `De novo e sempre, o mal-estar na cultura' - Pulsional Revista de Psicanálise, n. 150, outubro de 2001. Está no site dos Estados Gerais

2 Roudinesco, Elizabeth e Plon Michel - Dicionario de Psicanálise - Jorge Zahar Editor - Rio - 1998 - ver especialmente verbetes `freudo-marxismo', `Herbert Marcuse', `Rússia', `comunismo' e `história da psicanálise'. A citação acima está na p. 282.


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