Volume 4 - 1999
Editor: Giovanni Torello


Novembro de 1999 - Vol.4 - Nş 11

Psicanálise em debate

Transtornos de Personalidade

João Sérgio Siqueira Telles

Observando a classificação dos transtornos de personalidade oferecida pela DSM4 (1), com facilidade chegamos à conclusão que eles abrangem praticamente todas as modalidades do comportamento humano. Os transtornos de personalidade, e é também a própria DSM4 quem o afirma, se fundem por um lado com o comportamento dito "normal" e por outro com a doença: " (...) considerando tais patologias pelo que chama de "perspectiva dimensional", seria possível vê-las como variações mal-adaptativas de traços de personalidade que - por um lado - imperceptivelmente se fundem uns com os outros e com a normalidade, e, por outro, como disfunções da personalidade num continuum com os transtornos gerais do Eixo I" .

Por isso mesmo, por ser um diagnóstico que tenta descrever distúrbios psíquicos que se colocam num espaço entre o "normal" e o "patológico", o diagnóstico de "transtorno de personalidade" não é de fácil aplicação. Mais do que qualquer outra patologia mental, eles nos colocam as complexidades inerentes do diagnosticar em psiquiatria, desvelando a responsabilidade social deste ato, no qual está implícito o exercício de um poder. São problemas para os quais devemos ter a maior atenção, desde que fomos para eles alertados por Foucauld (2).

Darei aqui uma notícia de como a psicanálise encara os "transtornos de personalidade", os quais chamamos de "transtorno de caráter". Em seguida me deterei naquele tipo de distúrbios mais ligado às atuações e à deliquência e, finalmente, farei alguns comentários sobre o que se convenciona chamar "novas formas de subjetivação", que poderiam ser enquadradas dentro dos "transtornos de caráter".

Para melhor falar dos "transtornos de personalidade", vamos voltar um passo atrás e nos perguntar o que é a "personalidade".

Fenichel (3) diz que o caráter ou a personalidade é o modo habitual de conduta de uma pessoa. Essa conduta, por sua vez, é a resultante final de uma série de complexas operações referentes aos modos habituais de adaptação do ego ao mundo externo, ao id e ao superego.

Assim, a personalidade, o caráter, a conduta são todos aspectos ligados ao ego, são resultantes de sua impossível tarefa de se equilibrar entre as exigências de três senhores, o id (impulsos internos), o super-ego (exigências morais) e a realidade.

Por dizerem respeito ao funcionamento do ego, os transtornos de caráter não foram matéria de especial interesse para Freud, que se dedicava mais ao mapeamento e descrição do inconsciente. Mesmo assim, eles fez as primeiras descrições do quadro. Já em 1905, em "Três ensaios sobre uma teoria da sexualidade"(4) diz ele: "O que descrevemos como o 'caráter' de uma pessoa é construído em grande parte com um material de excitações sexuais e se compõe de instintos que foram fixados desde a infância, de construções alcançadas por meio da sublimação, e de outras construções, empregadas para eficazmente conter os impulsos perversos que foram reconhecidos como inutilizáveis. A disposição sexual perversa multiforme da infância pode assim ser considerada a fonte de várias de nossas virtudes, na medida em que, através da formação reativa, estimula o desenvolvimento delas".

Em 1913, descreve o "A Disposição à Neurose Obcessiva" (5), em torno de três traços do caráter do obcessivo - ordem, economia e obstinação. O que fica claro aí é a existência de diferentes processos na instalação da neurose e na formação ou no transtorno do caráter. Diz Freud: "No campo do desenvolvimento do caráter, estamos sujeitos a encontrar as mesmas forças instintuais que encontramos em operação nas neuroses. Mas uma nítida distinção teórica entre as duas se faz necessária pelo único fato de que o fracasso da repressão e o retorno do reprimido - peculiares aos mecanismos da neurose - acham-se ausentes na formação do caráter. Nesta a repressão não entra em ação ou então alcança sem dificuldades seu objetivo de substituir o reprimido por formações reativas e sublimações. Daí os processos da formação de caráter serem mais obscuros e menos acessíveis à análise que os neuróticos".

Posteriormente, com a Segunda Tópica, Freud revê a formação do carater à luz de suas descobertas sobre a melancolia. Diz: "Alcançamos sucesso em explicar o penoso distúrbio da melancolia supondo [naqueles que dele sofrem] que um objeto que fora perdido foi instalado novamente dentro do ego, isto é, que uma catexia de objeto foi substituída por uma identificação. Nessa ocasião, contudo, não apreciamos a significação plena desse processo e não sabíamos quão comum e típico ele é. Desde então viemos a saber que esse tipo de substituição tem grande parte na determinação da forma tomada pelo ego, e efetua uma contribuição essencial no sentido a construção do que é chamado de seu 'caráter'.(...) De qualquer maneira, o processo, especialmente nas fases primitivas de desenvolvimento, é muito frequente, e torna possível supor que o caráter do ego é um precipitado de catexias objetais abandonadas e que ele contem a história dessas escolhas de objeto". (6)

Assim, do ponto de vista analítico, o que marcaria uma grande diferença entre os transtornos de personalidade (ou de caráter) e os demais quadros, é que, nestes distúrbios, o conflito inconsciente, ao invés de ser reprimido e retornar como sintomas psíquicos, ele produz uma formação reativa que vai alterar o ego, que passa a ter determinadas características específicas, sem que isso necessariamente traga angústia ou seja vivido como patológico, desde que estas alterações são, na maioria das vezes, ego-sintônicas.

Assim, com a descrição do "caráter", passamos a entender que o caráter é, ele mesmo, um "transtorno", pois constatamos que determinados padrões de conduta na vida diária têm origem defensiva, seriam uma adaptação aos conflitos inconscientes, uma tentativa de resolvê-los do melhor modo possível. Essa alteração no ego poderá apresentar duas possibilidades. Ou vai favorecer a descargas pulsionais, quando teremos carateres "sublimados" ou vai impedir tais descargas, quando teremos carateres "reativos" (os evitatórios, que gerarão quadros fóbicos, ou os opositores, que gerarão quadros obcessivos com formações reativas). Tais alterações no ego o rigidificam, tirando-lhe toda flexibilidade e a liberdade.

Fenichel organiza os transtornos de personalidade em três categorias: a) os decorrentes de uma conduta patológica frente ao id (frigidez e pseudoemotividade, defesas contra angústia, racionalização, idealização, traços anais, orais, fálicos, uretrais, castração, caráter fálico e genital), b) os decorrentes de uma conduta patológica frente ao superego (defesas contra culpas, masoquismo moral, dom juanismo, falta aparente de sentimento de culpa, criminalidade e má identificação, atuação, neurose de destino) e c) os decorrentes de uma conduta patológica frente a objetos externos (fixações em etapas prévias do amor, inibições sociais, ciumes, ambivalência, pseudo sexualidade).(3)

São praticamente os mesmos distúrbios descritos na DSM4, reorganizados dentro do referencial psicanalítico. Vemos, como naquela outra classificação, que neste grande grupo de transtornos temos aqueles que se aproximam bastante dos padrões tidos como "normais", assim como aqueles que se afastam mais significativamente.

Dentre estes últimos vamos ver aqueles que se caracterizam pelo comportamento atuador e delinquencial, que podem chegar eventualmente ao comportamento francamente criminoso. Estes pacientes não têem capacidade de viver o conflito de forma autoplástica, quer seja com a produção de um sintoma psíquico, quer seja como uma alteração em seu ego. Eles lidam com seu conflito de forma aloplástica, fazendo sofrer aqueles que lhe estão próximos.

Nesta forma aloplástica de lidar com o conflito, eles se expressam em condutas que na grande maioria das vezes infringem a lei, o que evidencia um contato precário com a realidade, pois não devemos esquecer que a realidade não se impõe por si, não é uma mera questão de percepção. A realidade decorre das redes simbólicas e imaginárias que lançamos sobre o real. No que diz respeito ao ser humano, isso se dá através do Complexo de Édipo, que constitui o aparelho psíquico propriamente dito, a subjetividade, a estruturação do sujeito.

A ética da psicanálise, como diz Lacan (7), é proporcionar ao sujeito o acesso a seu próprio desejo, dado que até então estava ele estruturalmente alienado no desejo do Outro. Tal acesso, entretanto, implica no reconhecimento das dificuldades para realizar este desejo. É importante que o sujeito se dê conta de suas fantasias onipotentes que o fariam crer que seu desejo poderia ser concretizado sem maiores esforços, sem que a realidade impuzesse seus inevitáveis impedimentos. Somente se dispondo a lutar dentro da realidade é que o sujeito poderá realizar seu desejo.

Devemos lembrar que o desejo mais primitivo, mais central é aquele de retornar a uma fusão com a mãe, numa relação de completude narcísica sem nenhuma falha. Este desejo será ressignificado através da organização do complexo de castração e do complexo de édipo. Para tanto a função paterna é fundamental. É ela que vai exercer a instauração da lei, o que vai se opor ao gozo do corpo da mãe. Sem isso, o desejo não se organiza e o princípio da realidade não vigora. Ao ser exercida a castração simbólica, a lei se instala e dá acesso à possibilidade de subjetivação, na medida em que corta a simbiose fusional criança-mãe, estabelece a perda do objeto e a possibilide de representá-lo, instaura o simbólico e a possibilidade de contato com a realidade.

Esse processo não se organiza para os psicóticos, que continuam no gozo do corpo da mãe, tendo portanto vetado o acesso à própria subjetivação e à realidade. Os neuróticos e os "normais" atravessam a castração simbólica. Os perversos fazem uma monobra onde a castração é simultaneamente reconhecida e negada (denegação). Desta forma, a lei é driblada, quer seja na fantasia, ligando-se ao mundo interno e às identificações sexuais, quer seja na conduta, o que leva a afrontar diretamente outras leis, agora as leis que regem a convivência social. São estes os "sociopatas", os que praticam delinquências e crimes.

De modo geral, podemos dividir os atuadores delinquentes em dois grandes grupos: aqueles que seriam os efetivos sociopatas e aqueles que se aproximariam dos "criminosos em consequência de um sentimento de culpa", descritos por Freud (8). Os primeiros são os que não estabelecem uma identidade com os meios de adaptação construtivos e socialmente úteis, não conseguem desenvolver os controles que permitem adiar a realização do desejo dentro da realidade, não conseguem reprimir a agressividade. Haveria uma dificuldade no estabelecimento da lei, da castração simbólica, o que levaria a falhas na formação do superego ou do ideal do ego, ligadas a falhas identificatórias com o genitor do mesmo sexo, traumas por graves carências afetivas em fases primitivas, impossibilidade de metabolizar tensões a nível psiquico, o que libera um arcaico movimento de descarga motora, fora do simbólico.

Nos segundos, os "criminosos em consequência de um sentimento de culpa", um patológico sentimento de culpa, devido a um super-ego sádico, os leva a ter determinadas condutas que desencadeiam punições as mais variadas, inclusive as legais, como na situação citada por Freud, o assassino que mata para ser preso e punido. A punição provocada por eles mesmos daria um alívio para os insuportáveis sentimentos de culpa.

Platão, citado por Freud (9), diz que que o homem virtuoso se contenta em sonhar aquilo que o homem perverso realmente executa. Ou seja, os desejos inconscientes comuns a todos estão repletos de fantasias de assassinato e incesto, como se evidenciam, por exemplo, no complexo de Édipo. A grande diferença entre o "homem virtuoso" e o "homem perverso" é que no primeiro tais desejos são reprimidos pelo superego e sublimados seguindo as exigências do ideal do ego, coisa que não acontece no segundo, cujo aparelho psiquico apresenta falhas nestas duas instâncias, devido a graves distúrbios no relacionamento com as figuras primárias.

Jean Michel Labadie, citado por Chartier, observa como é curiosa a atitude do analista frente a criminalidade.Em sua opinião, os analistas, "grandes profissionais da violência interna", se desinteressaram dos criminosos porque o crime sexual e sangrento está no próprio cerne de suas concepções originárias da neurose. Assim o analista tem muito mais contato com as fantasias agressivas, homicidas do que com aqueles que efetivamente executam estas fantasias. (10). De fato, o tratamento do delinquente é algo inabordável pela psicanálise clássica, o que não impede que alguns procurem adaptar os preceitos analíticos a este dificil tipo de paciente.

Abordarei agora o que muitos chamam de "novas formas de subjetivação", que poderiam ser entendidas como novos transtornos de caráter, como as personalidades borderline ou narcísicas. Essa possibilidade de aparecerem novas "formas de subjetivação", com subsequentes novas patologias, não é propriamente uma novidade, se lembrarmos que já Fenichel, há muitos anos, dizia que a incidência dos transtornos de caráter pareciam prevalescer sobre as neuroses, fato que atribuia - tal como fazemos agora - às mudanças sócio-culturais que levavam a alterações nas formas sintomáticas por uma diminuição da repressão. Diz ele: "Atualmente desaparece a diferença entre sintoma e personalidade, atualmente os transtornos são mais pervasivos, menos definidos, muitas vezes mais incômodos para as pessoas próximas de quem os sofre do que propriamente para as próprias. A fórmula segundo a qual 'o que foi reprimido irrompe sob uma forma estranha ao eu' deixou de ser válida, porquanto a forma, frequentemente, nao é estranha ao ego, ao ponto que o fracasso da defesa é menos manifesto, frequentemente, que a elaboração da mesma"(11). p. 519

Birman, enfoca as novas subjetivações em torno da chamada "cultura do narcisismo", como vista por Lasch, ou da "cultura do espetáculo" descrita por Debord, onde um ego inflado, em exclusivo auto-centramento, procura uma estetização de si mesmo, ignora o outro. A alteridade deixa de existir como um valor, exceto o de uso para engrandecimento do próprio ego. A mídia teria importância na medida em que proporciona um culto à imagem e à aparência, criando um lugar onde todos querem estar endeusados e engrandecidos.

As "depressões", "síndromes do pânico" (essas duas grandes vedetes dos consultórios atuais) e as toxicomanias decorreriam da frustração narcísica. A necessidade de manter a satisfação narcísica alimentaria o narcotráfico e a própria ênfase atual da psiquiatria na farmacologia, a seu ver, seria uma contrapartida, um movimento próximo ao do narcotráfico, por enfatizar a crença na possibilidade de ter rápidas e fáceis satisfações químicamente condicionadas, ignorando a importância do mundo simbólico do paciente (12).

Vejo a grande incidência dos distúrbios narcísicos atuais de uma forma um tanto diferente. Se entendemos o narcisismo como o momento de fusão com o objeto primário, as disfunções narcísicas apontam para a existências de sujeitos nos quais a castração simbólica não operou adequadamente, deixando-os permanentemente numa atitude de adição frente a suprimentos narcísicos dos quais não podem abrir mão, sem os quais não podem subsistir. Esses suprimentos narcísicos poderão ser fornecidos pela droga ou pelo outro, ao qual há uma aderência, uma dependência fusional pouco reconhecida.

Nesses casos não há o reconhecimento de uma efetiva alteridade, pois o sujeito não se discrimina inteiramente do objeto, está nele entranhado sem o reconhecer e sem se reconhecer. Aparentemente ele "usa" o outro, na verdade ele necessita vitalmente deste outro, não poderia existir sem ele.

Poderíamos pensar o que levaria ao aparente aumento desta patologia. Seria - como muitos dizem - a decadência do nome-do-pai, da lei, o que resultaria numa castração simbólica evitada? Estaria isso ligado à constatação de uma generalizada desorganização familiar, quer seja através da aceitação social cada vez maior do divórcio nas sociedades do primeiro mundo, quer seja pela desagregação condicionada pela miséria econômica vivenciada nos confins do império global, como é nosso caso? O fato é que em ambas situações a família não estaria mais exercendo sua função primordial de lugar onde se estrutura a subjetividade, onde se constitui o sujeito humano, onde a função materna e a função paterna tomam corpo e são exercidas, proporcionando as matrizes identificatórias essenciais, mediando os padrões culturais da sociedade para as novas gerações.

Esse mundo da patologia narcísica é alimentado pela midia e pela sociedade do consumo. A mídia, especialmente a toda-poderosa televisão, nos bombardeia initerruptamente com imagens de sucesso sexual e financeiro, mostrando um novo olimpo, onde desfilam os atuais deuses cheios de beleza, juventude, dinheiro e fama. Ela promete a acesso a este olimpo, desde que sigamos suas instruções de consumo, insistemente propagadas através da publicidade. Isso tem um efeito altamente nocivo. Sabemos que a publicidade em si é enganosa, é uma falácia. Para vender seu produto, apela para a fantasia de todos, promete a realização de secretos desejos inconscientes. Sabemos de tudo isso, mas, como diz Mannoni (13), "mesmo assim", seguimos as instruções de consumo, na impossível esperança de atingir o paraíso prometido. Quando se esgota a denegação e a realidade se impõe, resta apenas uma grande frustração com as promessas não cumpridas, um aumento das feridas narcísicas, um imenso incremento da inveja frente aos felizes habitantes do olimpo.

Dizendo de outra forma, a televisão impõe padrões narcísicos absolutamente irrealísticos veiculados massivamente através da publicidade, frente aos quais todos nós reagimos desenvolvendo uma forma de pensar perversa, como disse Mannoni..

Frente ao narcisismo inevitavelmente ferido pela realidade, só restam duas alternativas. A primeira é tentativa desesperada de restaurá-lo, numa insana procura de subsídios narcísicos. Drogas, relações fusionais, negação da alteridade, intolerância, projeção do insuportável, o querer acreditar que tudo se resolve facil e rapidamente. Às vezes me parece que a psiquiatria, como diz Birman, talvez inadvertidamente, entre por esta via, acreditando tudo poder fazer com as drogas, dispensando a dimensão humana, subjetiva, simbólica do paciente. A segunda é a que a psicanálise oferece, indo na contra-mão do espírito do tempo, nadando contra a atual maré. É proporcionar o confronto com a inevitável ferida narcísica da castração, única via para uma integração maior do psiquismo e um contato mais efetivo com a realidade interna e externa de cada um. Não deve nos produzir muita admiração, constatar que os compradores de ilusão, e eles são legião, não se interessam muito por tal mercadoria.

1) Segundo a DSM4, os transtornos de personalidade estão assim classificados:

- A- os que parecem "esquisitos ou excêntricos": 1)Paranoide (padrão de desconfianças e suspeitas, os motivos dos outros são interpretados como malévolos), 2) Esquizóide (padrão de distanciamento dos relacionamentos sociais, faixa restrita de expressão emocional), 3) Esquizotípica (padrão de desconforto agudo em relacionamentos íntimos, distorções cognitivas, perceptivas e comportamento excêntrico);

- B - os que parecem "dramáticos, emotivos e erráticos": 4) Personalidade anti-social (padrão de desconsideração e violação dos direitos dos outros), 5) Personalidade borderline (padrão de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, aliados a impulsividadse), 6) Personalidade histriônica (padrão de excessiva emotividade e busca de atenção), 7) Personalidade narcisista (padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia);

- C - os que parecem ansiosos e medrosos: 8) Personalidade esquiva (padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas, 9) Personalidade dependente (padrão de comportamento submisso e aderente, relacionado com excessiva necessidade de proteção), 10) Personalidade obcessiva-compulsiva (padrão de preocupação com organização, perfeccionismo e controle) e 11) Personalidade sem outras especificações (quadros mistos).

  1. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 4a. edição - Porto Alegre - Artes Médicas - 1995 - p.593 e seg.
  2. Foucauld, Michel - História de la locura en la época clássica - Mexico - fondo de Cultura Economica - 1967
  3. Fenichel, Otto - Teoria Psicanalítica de las Neurosis - Buenos Aires - Editorial Paidós - 4a. edicion - 1971 - p.518
  4. Freud, S. - Três ensaios sobre a teoria da sexualidade - Vol. VII - Obras Completas de S. FReud - Rio - Imago - 1972 - p. 246
  5. Freud, S - A disposição à neurose obcessiva - Obras Completas de S. Freud - Vol. XII - Rio - Imago - p. 406
  6. Freud S. - O Ego e o Id - Obras Completas de S. Freud - vol. XIX - Rio - Imago - 1976 -p.42
  7. Lacan, J - O Seminário - livro 7 - A Ética da Psicanálise - Rio - Jorge Zahar Editor - 1995
  8. Freud, S. – Criminosos em consequência de um sentimento de culpa in Alguns tipos de caráter encontrados no trabalho psicanalítico – Obras Completas de S. Freud – vol. XIV – Rio – Imago – 1974 - p.375
  9. Freud, S. - A Interpretação dos Sonhos - Obras Completas de S. Freud - vol. V - Rio - Imago - 1972 - p. 658
  10. Chartier J._P. - Psicanálise e criminologia, in Kauffman, Pierre - Dicionário Enciclopédico de Psicanálise - O legado de freud e Lacan - Rio - Jorge Zahar Editor - 1996 - p. 607
  11. Fenichel, O. - op. cit.- p. 519
  12. Birman, Joel - Mal-Estar na atualidade - A psicanálise e as novas formas de subjetivação - Rio - Civilização Brasileira - 1999 - p. 169
  13. Manonni, Octave - Eu sei, mas mesmo assim... - in Chaves para o Imaginário - Petrópolis - Vozes - 1973 - p. 9

Sergio Telles é psicanalista e escritor, membro do Depto. de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae – São Paulo
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