Psyquiatry online Brazil
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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello

Agosto de 2017 - Vol.22 - Nº 8

France - Brasil- Psy

Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Quem somos (qui sommes-nous?)                                  

France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise.

Qui sommes- nous ?

FRANCE-BRASIL-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on line” offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse.

SOMMAIRE (SUMÁRIO):

 

  • 1. AS GRANDES IDEIAS POLÍTICAS
  • 2. EFEITOS E FORMAS DA ILUSÃO
  • 3. O ESPAÇO DO SONHO
  • 4. DESTINOS DO CANIBALISMO
  • 5. FREUD E JUNG: A RUPTURA


  • 1. AS GRANDES IDÉIAS POLÍTICAS

    As ideias políticas podem ser comparadas com as cores: existem às quentes

    e as frias, as prim­árias, as degradadas e infinitas variações.

    Em matéria ideológica, são poucas as opções fundamentais. Se alguém pensa

    que o mundo é antes de tudo hostil e os humanos, rivais, é porque ele resta agarrado

    à sua segurança e ao respeito da herança do passado .Neste caso, ele é conservador,

    seja porque acredita na iniciativa privada, seja porque desconfia das

    forças coletivas ; se você é interessado pelo progresso e apaixonado

    pela liberdade, você é liberal. Enfim, se acredita na solidariedade coletiva e

    desejar um mundo mais igualitário, pensando que é preciso se orientar para

    formas de organizações sociais radicalmente novas, você é socialista.

     

    2. EFEITOS E FORMAS DA ILUSÃO

     

    Referência: NOUVELLE REVUE DE PSYCHANALYSE(CATALOGUE-1970-1989),Gallimard (Revista dirigida por J.B.PONTALIS)

     

    A ilusão, para a filosofia clássica como para o senso comum, é o que a aprendizagem progressiva da realidade nos leva a desconfiar : ela é aparência, uma opinião falsa¸ um engano. Com Freud, a psicanálise restitui parcialmente à ilusão, seu núcleo verdadeiro. Com Winnicott, ele deu um passo suplementar: entre a realidade externa e a realidade interna, existe um campo intermediário, uma terceira área, dita transicional, cuja brincadeira da criança constitui o protótipo. Há necessidade de manter a ilusão no que ela tem de criadora vai substituir a exigência de perder suas ilusões.

     

    Estudos sobre a bajulação, o teatro, a ilusão grupal, a função do logro no comportamento animal completa aqui os trabalhos propriamente psicanalíticos e manifestam a ambiguidade contida na palavra ilusão, ambiguidade que tem o mérito de perturbar nossas categorias radicais do verdadeiro e do falso, do real e do imaginário.

     

    3. O ESPAÇO DO SONHO

    Referência: NOUVELLE REVUE DE PSYCHANALYSE(CATALOGUE-1970-1989), Gallimard (Revista dirigida por J.B.PONTALIS)

     

    « Os homens já sonhavam muito tempo antes da existência da psicanálise ». É  Freud –que pude legitimamente pretender haver resolvido o enigma dos sonhos  que nos relembra esta evidência. Antes de ser objeto da interpretação, o sonho é experiência subjetiva; corpo antes de ser linguagem. Mesmo se conhecemos sua poética, ele resta poesia.

     

    Esta publicação, que marcou a história, renova o enfoque psicanalítico do sonho. Este não é somente considerado, conforme à tese canônica, como mensagem a decifrar, ele é estudado nas suas funções.

    Seu estatuto de objeto é colocado em evidência. Também o acento se desloca do ’’que quer dizer um sonho’’? Para ‘’o que é sonhar? ’’ (Ou não sonhar).

     

    Aos trabalhos franceses ajuntam-se os clássicos, permanecidos inéditos na nossa língua, de Isakower, de Lewin e de Ella Sharpe.

     

     

    4. DESTINOS DO CANIBALISMO Referência: NOUVELLE REVUE DE PSYCHANALYSE (CATALOGUE-1970-1989), Gallimard(Revista dirigida por J.B.PONTALIS)

     

    Os psicanalistas puderam falar, metaforicamente, dum período marcado pela incorporação oral; e Freud, no seu mito de Totem e Tabu fez do assassinato do ‘’pai primitivo’’ uma devoração. Os etnólogos, encontram o canibalismo em alguns grupos humanos 

     

     

    5. FREUD E JUNG: A RUPTURA (1)

    Referência: Le Cercle Psy: L’histoire de la psychologie en 100 dates (A história da psicologia em 100 datas)

     

    1913, VIENA

     

    A psicanálise conheceu inícios complicados, mas depois, foi grande a

    expansão.

    Em 1902, a Sociedade psicológica que se reunia na quarta-feira,

    organizada pelo sexologista de Viena, Wilhelm Stekel (1868-1940), tinha cinco

    membros.

    Em 1906, ano no qual Otto Rank (1884-1939) tornou-se o secretário,

    havia 17.

    Em 1908, ela se transformou em Sociedade psicanalítica, e Jung, que fez o

    possível para alargar o campo da psicanálise não somente às neuroses

    mas também às psicoses, tomou a iniciativa da organização do

    primeiro Congresso internacional em Salzbourg.

     

    Dois anos depois, ele presidiu a Associação psicanalítica internacional.

     

    Em 1913, para evitar que sua teoria lhe escapasse, Freud criou um ‘’comité secreto’’ restrito com seis membros, um movimento dentro do movimento. Jung não faz parte do comité. Suas relações com Freud, inicialmente calorosas por meio das cartas que trocavam, começaram a se complicar mais ainda quando os dois se encontraram para discussões sobre as teorias. Considerado como o sucessor de Freud e depois como um traidor, Jung se sentiu rejeitado e deixou o movimento.

     

    A PSICOLOGIA ANALÍTICA

     

    É difícil reconstituir o movimento e a cronologia exata da ruptura entre os dois. O principal motivo: a importância da sexualidade. Nosso inconsciente, nossos sonhos, nosso desenvolvimento pessoal, tudo isso é libido, diz Freud. Não, replica Jung, nossa energia vital é muito mais rica.

     

    A ruptura tornou-se irremediável quando, de maneira simbólica, em 20 de abril de 1914, Jung demitiu-se da presidência da Associação psicanalítica internacional. Ele começou, 20 anos depois de Freud, porém de maneira mais sistemática e arriscada ao mesmo tempo, uma sorte de autoanálise da qual sairá com as premissas de sua ‘’psicologia analítica’’. Sua exposição dos ‘’Tipos psicológicos’’ (1921) é cheia de conceitos que não têm nada a ver com os de Freud, mas que são frutíferos, como  por exemplo o de ‘’persona’’ , a máscara com a qual aparecemos no teatro social ; e a ‘’Sombra’’, o que esconde o nosso inconsciente. Este último não é um desembaraço nem uma lixeira para fantasmas e pulsões imemoráveis, mas um profundo labirinto duma desmedida extensão, que só pede para crescer, se realizar individualmente mas também culturalmente: o inconsciente coletivo está cheio de arquétipos cujos mitos são as interfaces.  

     

     

     


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