Psyquiatry online Brazil
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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello

Outubro de 2016 - Vol.21 - Nº 10

História da Psiquiatria

OS BRASILEIROS E OS PSICOFÁRMACOS

Walmor João Piccinini

Há 21 anos, quando comecei a construir o Índice Bibliográfico Brasileiro de Psiquiatria, tinha como meta tornar acessível ao pesquisador brasileiro o trabalho dos demais pesquisadores em língua portuguesa. A ideia era boa, mas não parece ter interessado os pesquisadores ou eles evitam citar o Índice. Por outro lado, noto com satisfação que autores brasileiros são citados em teses, artigos e produção científica em geral. Pelas estatísticas do site sei que o mesmo é visitado por muita gente, mas citações, raras. Este meu bando de dados está hospedado na Estônia e agora recebi notícia que os pesquisadores de Talim vão desativar o Biblioserver e terei que encontrar outro local. Para hospedar meu Índice. Felizmente, graças ao engenheiro Carlos Barbosa que por acaso é meu genro, estamos desenvolvendo um APP que poderá ser acessado via smartfone. Reuni os vários produtos em que venho trabalhando num site cujo endereço é www.walpicci.com.br , lá poderá ser encontrado o Índice Bibliográfico Brasileiro de Psiquiatria, a Revista Psychiatry On-line Brasil onde sou editor, mas um site familiar construído com p Myheritage. E se não bastasse, tem ainda alguns filmes ligados a História da Psiquiatria Brasileira.

Trabalhos até 1954

O primeiro artigo, por mim registrado data de 1869 e seu título é: Intoxicações ocasionadas pelo Collyrio d'Atropina. Publicado na Gazeta Médica da Bahia e seu autor é J.L.Magalhães. Em 1879 temos o trabalho: Do emprego das injeções hipodérmicas de ergotina em casos de mania aguda. Em 1882 temos: Injeções hipodérmicas de cloridrato de morfina nas diversas espécies vesânicas. Em 1889: Do emprego clínico do Chlorydrato de Heroína. Em 1915: Os fumadores de maconha, efeitos e males do vício. Em 1915 surge o primeiro trabalho sobre o hábito de fumar. Nos anos seguintes, até 1929, a preocupação era com os Vícios sociais elegantes, ópio e heroína. Até 1950 surgem trabalhos sobre heroína, morfina e maconha. Esta, para o Dr. Eduardo Mamede, era: Maconha - Ópio do pobre.

A chegada dos neurolépticos, primeiro registro em 1954.

    O primeiro registro sobre a clorpromazina no país foi um trabalho sobre “agranulocitose” provocada pela clorpromazina publicado por Fernando de Oliveira Bastos e colaboradores. Neste mesmo ano de 1954 aparece o primeiro trabalho sobre a Reserpina.  Algumas observações sobre o emprego da "Rawolfia Sello-Wu" em psiquiatria por J.S. Campos e colaboradores. No ano seguinte J.Garcia Alves e Luzitano Ferreira publicam artigo com o mesmo título do anterior na Revista Brasileira de Medicina. Eustachio Portella Nunes publica Investigação com a dietilamida  do ácido lisérgico(LSD). No final dos anos 50 e década de 60 vários psicanalistas fizeram experiência com o LSD em pacientes complicados. Tive oportunidade de acompanhar um destes tratamentos.

    Em 1955 surgem vários trabalhos sobre a Clorpromazina. O primeiro foi de Norival Sampaio publicado no boletim do Hospital Juliano Moreira em Salvador, BA. A clorpromazina em psiquiatria. O trabalho mais alentado foi publicado por Spartaco Vizzotto e col. Com o título de Dados preliminares sobre resultados obtidos com a clorpromazina em psiquiatria (71 casos).

No ano seguinte, 1956. Lucena, José // Loreto, Galdino // Costa, Antonio de Souza publicam dois trabalhos, um sobre a Reserpina e outro sobre o Amplictil. Em são Paulo Clóvis Martins publica sobre a Reserpina.

Pacheco e Silva, A.C. // Carvalho, Henrique M. // Fortes, J.R.Albuquerque em 1957 publicam o artigo: O emprego da clorpromazina em doses maciças (síndrome de impregnação).  Registro este artigo porque uma das crenças da época era que o neuroléptico devia provocar sintomas extrapiramidais para ser eficaz. Por esta crença, quando foi lançada a Clozapina, que não provocava sintomas extrapiramidais, era considerada ineficaz no tratamento das psicoses.

Elso Arruda publica em 1957 um artigo sobre a Iproniazida. Os artigos sobre intoxicações e maconhismo predominavam. Em 1958 surge um artigo de F.San Juan com o título Hepatite colangiolítica por clorpromazina.

Em 1959 Gilberto Macedo desenvolve estudos sobre o emprego da Reserpina em Psiquiatria.

Em 1960, Vera Almeida publica: Síndrome de Impregnação pela Chlorpromazina em 10 doentes do Instituto de Psiquiatria.

Psicofarmacoterapia a partir dos anos 60.

 (continua)


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