Psyquiatry online Brazil
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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello

Setembro de 2016 - Vol.21 - Nº 09

Artigo do mês

RELAÇÃO DA CANNABIS AO SUICÍDIO: REVISÃO SISTEMÁTICA

Guilherme Schneider Mendonça

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Universitária Mário Martins como exigência parcial para a conclusão do Curso de Psiquiatria.


Orientadora: Profa. Dra. Alice Aita Cacilhas


RESUMO


Uma revisão bibliográfica sistemática foi realizada utilizando como ferramentas o portal Pubmed. Onde foram buscados os termos “cannabis“ ou “marijuana” e “suicide” ou ”suicide attempt” com objetivo de avaliar a existência de relação do consumo de maconha com o suicídio e/ou tentativa de suicídio.

Resultados: Foram encontrados 107 artigos destes foram utilizados 59 artigos para elaboração do trabalho. Dos artigos incluídos 80% faziam relação da maconha ao suicídio seja de forma isolada assim como associado a outras patologias, como principal o transtorno de humor bipolar, ou outras substâncias licitas e ilícitas, predominando o consumo de álcool. Logo 20% já relataram não haver relação da cannabis ao suicídio.

Conclusão: Portanto o trabalho constatou a prevalência de artigos que relacionam a maconha ao suicídio, assim como demonstrou a escassez de estudos que referem esta associação, visto que a legalização desta droga está em debate e quais seriam as suas consequências. .


Palavras-chave: Cannabis, marijuana, suicídio, tentativa de suicídio.


ABSTRACT



A systematic literature review was performed using as tools Pubmed portal. Where they were searched the terms "cannabis" or "marijuana" and "suicide" or "suicide attempt" to evaluate the existence of relationship between marijuana use suicide and /or suicide attempt.

Results: We found 107 articles of these were used to prepare 59 articles of the work. Articles included 80% were compared marijuana to suicide is in isolation as well as associated with other pathologies such as the main bipolar disorder, or other licit and illicit substances, predominantly alcohol. In the other hand 20% have reported no relation of cannabis to suicide.

Conclusion: Therefore the work found the prevalence of articles relating marijuana to suicide, as well as demonstrated the lack of studies that relate this association, since the legalization of this drug is at issue and what its consequences would be.

Keywords: Cannabis:, marijuana , suicide, suicide attempt .

SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO

2 OBJETIVO

3 MATERIAIS E MÉTODOS

4 RESULTADOS

5 DISCUSSÃO

5.1 Cannabis efeitos no organismo:

5.2 Legalizaçao da Marijuana:

5.3 Cannabis em associação com outras substancias:

5.4 Cannabis associada a coomorbidades psiquiátricas:

6 CONCLUSÃO



  • INTRODUÇÃO


O suicídio é uma das principais causas de mortes em todo mundo, sendo a tentativa prevalente em 5,1% da população adulta4. Entre os adultos com ideação suicida 56% referem terem feito pelo menos uma tentativa4. Segundo a Organização Mundial de Saúde aproximadamente 1 milhão de pessoas se suicidam, sendo na grande maioria homens. Entretanto, são as mulheres que realizam mais tentativas30.


Destaca-se que a prevalência de pensamentos suicidas está muito mais vinculada aos jovens que aos idosos30. O suicídio é a segunda maior causa de morte entre os jovens de 10-24 anos. A estatística mostra que que dez por cento dos jovens que procuraram atendimento médico por tentativa de suicídio irão cometer suicídio nos próximos cinco anos61.


Dentre os fatores de risco para o cometimento do suicídio está o consumo de drogas e entre elas está a maconha61. Assim, sendo a Cannabis a principal droga ilícita consumida no mundo, já encontra-se na literatura artigos que referem seu consumo ao suicídio, seja como porta de entrada para outra substâncias assim como seu efeitos de forma direta.

Tal estudo é extremamente relevante tendo em vista que atualmente vem sendo discutida a legalização desta substância, o que acarretaria no aumento do consumo. Assim, não há como não inferir ressalvas quanto as repercussões destas novas normas.


O presente estudo visa avaliar o que há na literatura atual sobre a relação do suicídio com consumo de Cannabis.

  • OBJETIVO


Realizar uma revisão sistemática bibliográfica visando analisar a relação do consumo de maconha com o suicídio e/ou tentativa de suicídio.


  • MATERIAIS E MÉTODOS


Para o desenvolvimento do presente trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática utilizando como ferramenta de pesquisa o portal Pubmed no qual foram inseridos os termos “cannabis e/ou marijuana” e “suicide e/ou suicide attempt”, resultando artigos que contivessem estes termos associados.


Os seguintes filtros foram utilizados: (A) Tipos de artigos: ensaios clínicos, metanálise, revisões e revisões sistemáticas, (B) Textos completos, (C) Textos publicados nos últimos 5 anos, (D) Espécie Humana, (E) Idiomas: Português, Inglês e Espanhol.


Os critérios de exclusão utilizados foram textos que por ventura viessem de encontro aos critérios de inclusão. Também foram excluídos da pesquisa trabalhos que não referissem ao longo do texto alguma associação de Cannabis ao suicídio e/ou tentativa de suicídio.


  • RESULTADOS


Foram obtidos 107 artigos, dos quais 48 foram excluídos, 41 por não se referirem a cannabis ou suicídio diretamente ou não fazem associação entre ambos e 7 por que não estarem de acordo com os critérios de inclusão (dois artigos por idioma diverso ao pesquisado; um artigo repetido, um sem acesso ao texto completo e outros três possuem formato de pesquisa do tipo relato de caso).


Dos 59 artigos utilizados, 47 (79%) associam, de alguma forma o consumo de maconha ao suicídio ou tentativa de suicídio e outros 12 artigos (21%) referem que a maconha não interfere no risco de suicídio.

Dentre os autores que descrevem uma associação entre o consumo de maconha ao suicídio, apenas 2 (5%)4, 33 referem uma relação isolada da substância e o ato. Entretanto outros 45 artigos (95%) fazem a relação da maconha como fator de risco, porém em associação à patologias psiquiátricas ou uso de outras substâncias, estes foram divididos em:


  • Os que referem a marijuana em associação a patologias psiquiátricas como aumento do risco de suicídio resulta-se 20 trabalhos (45%), os quais apresenta-se na ordem de prevalência da seguinte forma:

Transtorno Déficit de Atenção (2 artigos- 10%)30,41, Bullying (1 artigo - 5%)51, Transtorno de Humor Bipolar (7 artigos- 35%)5,9,11,26,28,47,48, Esquizofrenia (2 artigos- 10%)6,60, Transtorno de Ansiedade (4 artigos - 20%)25,44,50,57 e Depressão (4 artigos- 20%)8,10,14,24.


  • E os que referem a maconha associada à outras substâncias entorpecentes como aumento do risco de suicídio- 25 trabalhos (55%).

17 trabalhos1,7,13,16,18,20,23,31,34,39,42,43,52,55,53,56,58 mencionam a maconha associada ao tabaco e álcool e outros 8 trabalhos referem maior associação a outras drogas ilícitas12,15,17,21,35,36,49,59.


Em contrapartida, 12 artigos (21%) que concluem pela não existência de relação entre o consumo de maconha ao suicídio ou a ideação suicida, podemos sintetizar:


  • Três artigos (25%) abordam a droga de forma isolada19,22,45;


  • E nove artigos (75%) referem a associação. Destes, sete (79%) citam a associação ou uso concomitante com outras drogas2,3,29,32,37,38,54 e, dois (21%) mencionam a associação às patologias psiquiátricas, referindo a Esquizofrenia e o Retardo de Desenvolvimento Psicomotor27,40.


  • DISCUSSÃO


O presente estudo avaliou a relação da Cannabis ao suicídio e/ou tentativa de suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde para cada suicídio ocorrem vinte tentativas5, estando estas “entre os maiores e mais poderosos preditores de suicídio consumado4.Portanto não há como avaliar o suicídio não vinculado a tentativa.


Existem poucos estudos analisando a relação existente entre o suicídio – de grande incidência no mundo – e a utilização de Cannabis – maior droga ilícita consumida.


  • Cannabis e seus efeitos no organismo


A maconha derivada da planta cannabis, possui mais 100 canabinóides, tendo como principal agente psicoativo o tetrahidrocanabidiol. Quando ocorre a presença destes endocaminóides, podendo ser por ingestão ou inalação, estes se apresentam como agonistas parciais do do tipo CB1 e CB2. Os receptores CB1 principalmente associados a proteína G do cérebro estão dispostos em vários tecidos cerebrais33.


Segundo SAXON e col., esta ativação do CB1 parece estar vinculada a vários neurotransmissores, dentre eles o Ácido Gama-Amino-Butírico, o Glutamato, a Serotonina, a Dopamina e os Opióides Endógenos. Portanto essa ação nestes tecidos e neurotransmissores, segundo autor, pode acarretar em distúrbios emocionais ou de humor resultando em sintomas de ansiedade, psicose e depressão o que somados a fatores ambientais poderia culminar condutas de heteroagressão ou auto agressão como a tentativa de suicídio.


Somando-se a isso, o Canabidiol pode aumentar a sinalização de Adenosine, justificando os efeitos antipsicóticos, o que explica por que em alguns artigos a Cannabis não aumentaria o risco de suicídio em esquizofrenicos27.


  • A Legalização da Marijuana


Atualmente um tema controverso é sobre a legalização da maconha, para fins recreativos. Afinal, segundo citado acima o a droga tem um efeito sobre o organismo que predispõe ao desenvolvimento de patologias psiquiátricas que podem culminar no suicídio. Logo realizada a legalização desta substância, por sua vez aumentando o consumo, estaria corroborando para elevação do risco de suicídio.


Entretanto, segundo RYLANDER e col. e GRUCZA e col., em que pese a liberação do consumo de Cannabis, não houve aumento na incidência de suicídio ou tentativa de suicídio. Estes citam como exemplo o Estado do Colorado nos EUA e afirmam não haver associação do uso da maconha ao suicídio. Ainda, referem que pode haver algum tipo de viés, tendo em vista que nem todos os usuários de maconha estão cadastrados nos sistemas de controle do governo, logo não serão contabilizados caso ocorra a tentativa ou suicídio destes.


Por fim, os autores acima citados defendem a realização de estudos que visem avaliar os efeitos da maconha em relação ao desenvolvimento de patologias psiquiátricas, uma vez que é comprovada relação da maconha com o suicídio. Assim afirmam que ao conhecer os fatores de risco é possível fazer a prevenção destes, o que resulta na não elevação das taxas de suicídio19,22.


  • Cannabis em associação com outras substâncias

Durante a revisão a literatura mostra observar claramente que o consumo da maconha geralmente está acompanhado de outras substâncias, sendo muito mais incomum o seu consumo isolado. As principais drogas associadas à Cannabis são o tabaco e o álcool.


Em relação ao tabaco, ZHANGA e col.37 refere que este teria até mais relação com o suicídio do que a maconha37. Por outro lado, PELTZER e col. 7 afirma que o tabaco seria porta de entrada para a maconha. Porém, com a diminuição do uso de tabaco devido a campanhas promovidas pelas Organizações de Saúde, aumentou o consumo de maconha e, consequentemente o aumento do risco para tentativa de suicídio, conforme referido por OSUCH e col.25. De qualquer forma, esta associação tabaco/maconha seria de risco, principalmente quando utilizada por jovens (início precoce)7.


Quanto à utilização de maconha associada ao consumo de bebidas alcoólicas – forma mais comum no mundo56– há muitas divergências. Parte dos autores referem que o álcool teria mais risco do que a maconha13,32. Em contrapartida, há aqueles que entendem que esta associação do consumo de Cannabis e etilismo, principalmente em jovens, seria forte preditor de depressão no futuro, culminando no aumento das taxas de suicídio9,23


Entretanto, O’BRIEN e col.3 e MANCHIKANTI e col59, não há risco de suicídio quando se associa a Cannabis ao tabaco e álcool, porém há risco quando esta é associada a estimulantes e Opióides.


Na associação com drogas ilícitas, porém, também houve divergências entre os autores. Entretanto, o entendimento majoritário é de que a associação da Cannabis a outras drogas aumentaria a probabilidade de suicídio devido aos efeitos muito mais deletérios da associação entre estas substâncias.



Dessa forma, sendo a maconha a droga mais utilizada no mundo e na grande maioria das vezes a porta de entrada para o consumo de outras drogas mais nocivas, não há como ignorar a associação desta com o resultado final, qual seja, a tentativa e/ou o suicídio propriamente dito54.


  • Cannabis associada a coomorbidades psiquiátricas:


Dificilmente o consumo de Cannabis não está associado a uma patologia de base psiquiátrica. Este fato é extremamente comum, sendo definido por ARIAS e col.56 como patologias duais, ou seja, a coomorbidade entre um transtorno aditivo mais um transtorno mental.


Dentre os transtornos mentais, o mais mencionado foi o Transtorno de Humor Bipolar (THB) 5, 11. LEITE e col.5, afirmam que a Cannabis é a droga mais utilizada por aqueles que sofrem desta enfermidade. CARRA e col.11 chegam a quantificar referindo que o THB aumenta em 44% a chance de uso de drogas, sendo a mais comum a Cannabis. Assim, consideram a forte associação entre a patologia, Cannabis e suicídio.


Os demais autores31, 5, 9 concordam com os acima citados e referem que o consumo da droga nestes pacientes aumentaria a impulsividade31, episódios maníacos5, depressão5, redução da idade do início dos sintomas5, má adesão ao tratamento5, chances de ciclagem rápida9 e aumento do risco de suicídio independente do uso de outras drogas ou álcool9.


Juntamente com o THB, está a associação à depressão e à ansiedade. Segundo GOMEZ e col.8 e AGRAWAL e col.10, nos pacientes com depressão o consumo de maconha aumentaria o risco de suicídio. RASIC e col.14, refere que apenas haveria risco quando na presença de patologia dual, sendo que o consumo isolado não traria risco.


Concomitante a isto, o transtorno de ansiedade como menciona BUCKNER e col.44, é patologia prevalente na população assim como o consumo de Cannabis. Este autor o faz a associação entre a patologia e o consumo de Cannabis, referindo o consumo da droga como automedicação para alivio dos sintomas ansiogênicos. Porém, revela que, dessa forma, os mesmos consumidores aumentariam as chances de impulsividade e suicídio.


Já SHEEHAN e col.45, referem que a maconha estaria mais ligada ao homicídio do que ao suicídio, referindo o uso da droga como forma de alguns consumidores controlarem sua agressividade, fato que vem de encontro ao trabalho de KELLY e col.51 em que afirmam o aumento do risco de suicídio em pacientes vítimas de bullying.


Afinal é comum observar vítimas de bullying reagirem de forma violenta contra seus opressores, sejam eles reais ou suas fantasias induzidas ou não pela psicose associada ao consumo do THC.51


Finalmente e não menos importante, está a associação mais polêmica: a esquizofrenia. Alguns estudos, como por exemplo de MCLEAN e col.27, citam o álcool como fator de risco, descartando a Cannabis associada ao suicídio em pacientes com esta patologia. No entanto, outros autores reforçam que pacientes com esquizofrenia, prejudicariam sua adesão ao tratamento e aumentariam os sintomas psicóticos culminando em aumento dos efeitos destrutivos da patologia de base, logo elevação no risco de tentativa de suicídio6.


Por fim, o estudo realizado por SEIL e col.15 observou que o consumo de Cannabis por pacientes homossexuais aumentam os riscos de tentativa de suicídio comparados àqueles que não consomem a droga.


  • CONCLUSÃO


Ao realizar este estudo avalia-se o quanto a tentativa de suicídio é prevalente, afinal uma doença que mata em média um milhão de pessoa no mundo não deve ser desconsiderada. Logo, nos faz pensar quantas pessoas apresentam sofrimento psíquico e destas quantas fazem uso de maconha e se tal droga influenciou nesta trágica atitude.


Ao longo do trabalho nota-se que há inúmeras controvérsias em relação a influência da Cannabis associada ao suicídio. Houveram uma minoria autores que apresentaram resultados a favor da não relação da cannabis ao suicídio. Estes referiram que a droga não traria prejuízos ao paciente e que outras drogas tanto licitas como ilícitas teriam maior impacto na relação com o suicídio.


Em contrapartida, a grande maioria dos textos referiram o prejuízo do consumo da cannabis ao usuário, demostrando a partir de estudos as alterações fisiológicas da droga e suas repercussões relacionadas ao humor e emoções. Concomitante a isso, foi praticamente impossível vislumbrar usuários da droga sem coomorbidades psiquiátricas ou abuso de outras substâncias observando que há potencialização do prejuízo quando associado em ambos os casos. Dessa forma, não há dúvidas de que a ingestão dos tetrahidrocanabinóides apresentam prejuízos aos usuários podendo maximizar as possiblidades de tentativa de suicídio.


Portanto ao concluir esta pesquisa não restam dúvidas que estes dois temas são assuntos polêmicos, ainda mais quando associados. O que nos ficou claro é a grande necessidade de se intensificar a relação destes temas, já que atualmente vem sendo frequentemente debatida a legalização.

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