Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Julho de 2015 - Vol.20 - Nº 7 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1.MEU VELHO AMIGO
FREUD E O AMOR Referência : Charles Pépin Charles Pépin
é filósofo. Último livro publicado : Les philosophes sur le divan (Flammarion, 2008). Tradução :
Eliezer de Hollanda Cordeiro Este velho
amigo está perto de mim, num café barulhento. Ele acaba de romper mais
uma vez, de reproduzir a mesma cena da falta de sorte.Portanto, a
história havia muito bem começado,
mas ele não poude se impedir de adotar comportamentos conduzindo-o a uma ruptura inevitável.Isto é sua desgraça,
ele sabe disto muito bem – senão, não haveria « repetição » – qualquer coisa como o gozo, o prazer.
Nós dois estamos diante desta
evidência, simples e dolorosa, mostrada por Freud no seu trabalho Au délà du principe de plaisir (Mais além do princípio do prazer) (em Essais
de psychanalyse, Payot, "Petite bibliothèque", 2001) : o inconsciente
tira às vezes sua satisfação na repetição do que nos faz sofrer. O
prazer (inconsciente) é compatível com o sofrimento (consciente).
Meu velho amigo procura se lembrar de suas primeiras histórias de amor. E se, aos 14
anos, as coisas tivessem se passado da mesma maneira? As consequências
teriam sido diferentes? As aventuras
teriam sido « encadeadas » de outra maneira? Percebemos bem a
tentação, eu me comporto frequentemente
assim, tenho então vontade de
acreditar que bastaria, naquela vez … e o resto teria seguido, e nós não
estaríamos alí. Podemos exportar
esta tentação à história do mundo. « E se, no início…» Então tudo teria
sido diferente. Existe mesmo um
gênero literário, a ucronia,
fundada a partir desta idéia: e se
o jovem pintor chamado Hitler tivesse tido sucesso? Existe
uma forma de esperança relacionada
com a idéia de contingência: as
coisas poderiam ter aontecido de outra maneira? Isto quer dizer, por conseguinte, que
elas poderiam ser outras? Que o destino não existe, que não há uma
inscrição inelutável numa
estrutura familiar, social ou histórica que seja « mais forte do
que nós », nos obrigando a certos comportamentos? É esta
esperança que a psicanálise freudiana desfaz, depois a lacaniana. Para um
freudiano, o azar não existe.Não é pois um azar se a primeira história de amor tenha se passado como se passou: o que
se passou tem um sentido, revela sua inscrição numa história, numa
genealogia. Tudo tem um sentido, não há nada de contingente no
inconsciente ! Mas ao quebrar uma esperança – a de poder mudar uma
situação porque ela não tem nenhuma razão superior de ser o que ela é – o
freudismo propôs no lugar uma outra: ao aceitar de ser o que nós somos na
história que é a nossa, ao aceitar
de escutar o que, nos
nossos comportamentos, não
é da alçada da contingência mas de nossa inscrição em qualquer coisa que
parece sobretudo como destino, nós poderemos nos livrar do que nos faz
sofrer. Mas é preciso
cessar de reescrever a história, deixar de crer que, sim, aos 14 anos… É preciso deixar de crer
no azar. É isto que nos pede uma
psicanálise freudiana. Tomamos um outro copo de bebida. Ele não tem
vontade de buscar na sua infância, ainda menos naquela de seus pais, a
chave de seus fracassos.Ele tem vontade de acreditar que tudo vem desta
moça, de seus 14 anos, que tudo teria podido ser diferente, por
conseguinte que tudo pode ainda ser. Esta noite, ele tem vontade de crer
no azar. 2.QUAL FORMAÇÃO
PARA OS TERAPEUTAS ? Referência: Psychologies.com Tradução :
Eliezer de Hollanda Cordeiro QUESTÕES : Será que
existe uma diferença entre
psiquiatra, psicólogo e clínico ? Qual é o percurso a seguir
para se tornar psicoterapeuta ou psicanalista ? As respostas de Serge GINGER, publicadas na Psychologies.com. Serge
GINGER foi um psicoterapeuta especializado em Gestalt-thérapie. Ele também foi secretário
geral da FFdP (La Fédération Française de
Psychothérapie). QUAL É A FORMAÇÃO EXIGIDA PARA SE TORNAR PSICOTERAPEUTA? “Infelizmente,
na França, os títulos de " psicoterapeuta " e de " psicanalista " não são
ainda protegidos. Mas um projeto de lei está sendo debatido sobre este
assunto e pode ser votado nos próximos meses. Por outro lado,
a formação de psicoterapeuta implica
7 anos de estudos e compreende várias
etapas : Medidas
transitórias funcionam para regularizar (após controle) a situação
dos antigos psicoterapeutas cuja
formação ainda não correspondem ao conjunto desses critérios. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE UMA
PSICOTERAPIA FEITA POR UM PSIQUIATRA OU POR UM PSICÓLOGO? O importante
não é a profissão inicial do prático (psiquiatra, psicólogo, trabalhador social, etc.), mas sua
formação efetiva e aprofundada em psicoterapia. Na França, esta última não é ensinada
na universidade, nem em psiquiatria, nem em psicologia! Ela constitue assim uma formação específica complementar.
Cabe a cada pessoa de pedir ao prático qual foi o método em que ele se
formou e onde se formou: se o
prático se mostrar mal humorado com a questão ou se recusar a repondê-la,
isto é de mal agouro ! Um bom psicoterapeuta deve seguir uma longa formação (7 anos, em princípio) num método
reconhecido e ele deve continuar, durante toda a sua carreira, a ser
" supervisado " (este engajamento faz parte de nosso código de deontologia).O psicoterapeuta tem orgulho de sua formação e não esconde isto. A
maioria dos psicoterapeutas não são nem psiquiatras, nem psicólogos, porém psicoterapeutas. Se alguém sofrer
de distúrbios graves, um psiquiatra — se ele for também psicoterapeuta — poderá lhe receitar medicamentos, continuando
ao mesmo tempo a psicoterapia. Isto
pode se revelar útil ou necessário
em certas formas de depressão, de psicoses, etc. É FÁCIL OBTER PELA ASSEDIC O REEMBOLSO DA FORMAÇÃO QUANDO ALGUÉM
QUER SE TORNAR PSICOTERAPEUTA ? Não é fácil obter, pelo (pôle-emploi.fr), o reembolso da formação como psicoterapeuta.
Mas isto é difícil por vários motivos: a falta de continuidade da formação, feita durante vários anos; o fato de que o título
ainda não foi legalmente reconhecido; sem falar de que o termo
" psi " pode inquietar os decididores. QUE SIGNIFICA “CLÍNICO” ? " CLÍNICO " vem do grego
"clinein", "se interessar" (pelo doente). Trata-se
pois de um prático que está em contacto direto com os pacientes ou clientes e não de
uma pesquisador ou teórico. Fala-se então de um estágio "clínico", de uma experiência "clínica", etc, e isto implica geralemente uma prática real juntos às pessoas com dificuldades.
3.REUNIÕES E COLÓQUIOS SETEMBRO 2015 BOULOGNE-BILLANCOURT,
les 11 et 12 :Psychologie Clinique, Psychopathologie, Psychanalyse
et le COPES organisent un colloque sur « Violences dans les
soins ». Informations
et inscriptions : COPES, 26 boulevard Brune, 75014
Paris-Tél. :01 40 44 12 27 – Mail : [email protected] – Site : www.copes.fr MARSEILLE,
les 28 et 29 :La Fédération d’Aide à la
Santé Mentale(FASM) organise ses journées nationales de formations continue sur
« Égalité, citoyenneté et handicap psychique ». Informations et
inscriptions : FASM Croix Marine, 31 rue d’Amsterdam, 75008 PARIS –
Téléphone : 01 45 96 06 36 – Mail : [email protected] Site : www.copes.fr 4. LIVROS
RECENTES *Différences
et variabilités en psychologie Jacques
JUHIEL et Géraldine ROUXEL Rennes :
Presses Universitaire-2015- Br. 20,00 Euros *Le discours vivant : la conception psychanalytique
de l’affect André GREEN Paris :PUF- 2015-Br.-27,00 Euros * La
perversion ordinaire : vivre ensemble sans autrui Jean-Pierre LEBRUN Paris :Flamarion-2015- Br.-12,00 Euros *Revue des collèges de clinique psychanalytique
du champ lacanien. 14, L’inconscient et le corps Sous la direction de François TERRAL Paris: Hermann -2015- Br. 25,00 Euros *Revue française de
psychanalyse.1(2015) Mensonge Dossier Michel de MUZAN Paris :PUF- 2015-Br.-31,00 Euros *Prescrire les antipsychotiques ;
propriétés et modalités d’utilisation Nicolas FRANCK, Fabien FROMAGER, Florence
THIBAUT Issy-les-Moulineaux : Elsevier Masson-2015-Br. 33,00 Euros *De l’art-thérapie à la médiation artistique.
Quels professionnels pour quelles pratiques ? Martine COLIGNON 5.REVISTAS La Lettre de Psychiatrie
Française 6.
ASSOCIATIONS SCIENTIFIQUES MEMBRES DE LA FFP *Association Française De
Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française de Thérapie Comportementale et
Cognitive (Aftcc) *Association Scientifique des Psychiatres de Secteur
ASPS
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