Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Maio de 2014 - Vol.19 - Nº 5 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1) LE BRÉSIL, TERRE D'AVENIR
(BRASIL, PAÍS DO FUTURO) Eliezer de Hollanda Cordeiro Uma das lições mais
importantes que nos
oferece a leitura do livro de Stefan Zweig, “Le Brésil terre d’avenir’’(alemão
: Brasilien, ein Land der Zukunft; português: Brasil, País do Futuro[1]), reside, em última análise, na imensa dificuldade
que todo observador encontra ao tentar descrever a complexa realidade
brasileira para em seguida formular hipóteses sobre o seu futuro. O livro de
Stefan Zweig, deste ponto de vista, é exemplar; raramente um escritor soube
falar com tanta erudição, clareza e pedagogia do Brasil, da sua cultura, da sua
economia, da sua história. Ao mesmo tempo, apesar de su talento extraordinário
e de suas precauções, Zweig não poude
evitar o amalgama entre um olhar profundamente pertinente desta sociedade e sua
idealização insensata. Olhar profundamente
pertinente? Sem dúvida alguma, como
podemos ler no prefácio que
Alain Mangin escreveu na tradução francesa do livro de Zweig (...)
“o interesse desta obra reside na solidez de sua informação e na elegância de
sua escritura. Zweig está em sintonia
com o saber de sua época. O capítulo intitulado “História” permanece justo.
(...) O capítulo consagrado à economia é
habilmente examinado. Mais uma vez Zweig leu tudo, escutou muito e entendeu
perfeitamente. (...) As páginas dedicadas às questões de investimento,de busca
de novos capitais, bem como a eterna questão da desvalorisação da moeda parecem
diretamente oriundas da caneta de um correspondente de imprensa ali
estabelecido”. Esta lucidez impressionate de
Zweig encontra-se também no capítulo intitulado ‘’Cultura’’. Como nos diz Alain
Mangin com
muita razão: (...) “Zweig reconheceu imediatamente, por exemplo, os sucessos da
literatura brasileira. (...) Ele passou
bem perto da idéia ainda excessivamente
paradoxal para ser inteiramente percebida, mesmo hoje, da radical modernidade
da cultura brasileira”. Zweig era consciente dos
perigos que comportava toda
e qualquer predição sobre um país tão complexo como o Brasil. Assim,
ele poude escrever na introdução do seu livro: “Preocupado com a verdade, devo
renunciar a emitir conclusões definitivas, previsões, ou a fazer profecias
sobre o futuro econômico, financeiro e político do Brasil. Os problemas, culturais, políticos do Brasil são tão novos,
tão particulares, e, sobretudo, por causa de suas dimensões, apresentam-se de
uma maneira tão dificil a resumir, que seria necessário, para explicar cada um
deles como se deveria, uma equipe inteira de especialistas. Uma visão global
que abranja tudo, é impossivel num país que ainda não tem dele próprio uma
visão global e que, ainda mais, encontra-se em um período de crescimento, tão
tumultuoso que todos os julgamentos e todas as estatisticas tornam-se caducas
no momento mesmo em que as escrevemos ou as imprimimos”. Nestas condições, parece-me
fundamental compreender as razões que levaram Zweig a perder de vista esta intenção de uma
descrição objetiva da realidade brasileira,alterando-a de tal maneira que ela
se transformou, em inúmeras passagens, em sua idealização inconsequente. A idealização excessiva de
Zweig? Ele descreve um país “ cuja importância para as futuras gerações é incalculável”.
Ele escreve ainda “que não existe no Brasil nenhuma fronteira de cor; nenhuma
delimitação, nenhuma casta orgulhosa”. Ele assevera “ que
não existe na língua palavra alguma de desprezo para com o negro ou o crioulo”.
Ao visitar Recife, Zweig
afirma: “ dentro de alguns anos ou décadas, Recife será uma cidade
modelo”. Poderíamos citar várias
outras passagens do livro de Zweig para demonstrar que, num dado momento, ele
perdeu o contacto com a complexa e contraditória realidade brasileira, passando
de uma retórica objetiva e imparcial de descrição dos fatos observados, a uma
retórica de elogios ditirâmbicos e de previsões megalomaníacas sobre o futuro
do Brasil. Esta idealização excessiva
é criticada no artigo que lhe consagra a Wikipédia francesa :’’Aliás,
fizeram-lhe críticas
pela excessiva idealização que ele fez da sociedade brasileira numa época em
que ela sofria de uma ditadura’’. A situação política e econômica era muito
menos risonha do que a maneira como Stefan Zweig a percebia, como se ela fosse um paraíso terrestre. Mas
este jardim de Éden
tinha problemas demais para que os Brasileiros pudessem se reconhecer neste retrato de um paraíso dos primórdios,
cândido e pacíficado", escreveu Dominique Bona no seu livro Stefan Zweig. L'ami retrouvé ‘’ (O
amigo reencontrado), Paris, Grasset, 2010, p.414 Referência: Stefan Zweig :Le
Brésil, terre d’avenir, préface de Alain Mangin, éditions de l’Aube, Paris,1992 2) LIVROS RECENTES ABRIL 2014 *Le temps et l’autre LEVINAS
Emmanuel Paris : PUF, 2014-Br.-9,50 Euros *Leçons, psychanalytiques sur
l’angoisse ASSOUN Paul-Laurent Paris : Anthropos, 2014-Br.- 10,00 Euros *Littérature et psychanalyse :
Freud et la création littéraire ASSOUN Paul-Laurent Paris : Ellipses, 2014-Br.-9,00 Euros *Revue Française de
psychanalyse.5(2013), Le Paternel Congrès des Psychanalystes de langue
française Paris : PUF, 2014-Br.-31 Euros *Les figures de l’autre : pour une anthropologie clinique DOUVILLE Olivier Paris : Dunod, 2014-Br.-24 Euros *L’amour et la transmission: Lucien Israël par lui-même ISRAËL Lucien Toulouse :Erès,2014-Br.-23,00 Euros *L’étranger ou Le pari de l’autre NATHAN Tobie Paris : Autrement, 2014-Br.-14,00 Euros *Parents en deuil OPPENHEIM Daniel Toulouse : Erès, 2014-Br.-13,00 Euros *La phobie : le discours psychanalytique CHASSAING Jean-Louis et BEAUMONT Jean-Paul Paris : Association lacanienne internationale, 2014-Br.-30 Euros *Ni l’un ni l’autre : l’androgyne ou l’hermaphrodite PIGEAUD Jackie Paris : Payot, 2014-Br.-16 Euros *L’œuvre d’art : un ailleurs familier BARREAU Jean-Jacques Paris: In press, 2014-Br.-22,00 Euros *Apport des neurosciences à la psychiatrie classique THIBAUT Florence Paris : Springer, 2014-Br.-60,00 Euros 3) REVISTAS La Revue
Française De Psychiatrie Et De Psychologie Médicale *Mission
Nationale d’Appui En Sante Mentale *Association
Française De Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp) *Association Française De Therapie
Comportementale Et Cognitive (Aftcc) *Association
De Langue Française Pour L’etude Du Stress Et Du Traumatisme (Alfest) *Association
Pour La Fondation Henri Ey * Association Française de Thérapie du Traumatisme des Violences Sexuelles
et familiales et de Prévention (AFTVS) Site internete: www.psylegale.com *Association Aquitaine pour L'information Médicale et l'Epidémiologie en
Aquitaine AAPIMEP *Association Française des Psychychiatres. d'Exercice Privé AFPEP *Association pour
la Promotion de l'Assur. Qualité en Santé Mentale ANCREPSY *Association Scientifique des
Psychiatres de Secteur ASPS *Association Francophone de Formation et de Recherche en Therapie
Comportementale et Cognitive (A.F.FOR.THE.C.C.)
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