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Volume 22 - Novembro de 2017
Editor: Giovanni Torello

 

Fevereiro de 2014 - Vol.19 - Nº 2

Artigo do mês

SONHOS EM PSIQUIATRIA E EM PSICOTERAPIA – PARTE 2

Carlos Alberto Crespo de Souza

1.      Introdução.

      Os textos de Freud que tentarei sintetizar neste artigo têm por base a tradução direta da língua alemã para a língua espanhola realizada por Luis López-Ballesteros y de Torres e publicada em 1948 pela Editorial Biblioteca Nueva, Madrid. 1 Naturalmente, traduzi para o português, tentando revitalizá-los entre nós.

      Considero conveniente reproduzir o que Freud escreveu sobre essa tradução, em missiva ao seu tradutor, em sete de maio de 1923, na cidade de Viena: “Sendo eu um jovem estudante, o desejo de ler o imortal Dom Quixote no original cervantino me levou a aprender, sem professores, a bela língua castelhana. Graças a esta inclinação juvenil posso agora – já com idade avançada – comprovar o acerto de sua versão espanhola de minhas obras, cuja leitura me provoca sempre um vivo agrado pela corretíssima interpretação de meu pensamento e pela elegância de seu estilo. Admira-me, sobretudo, como não sendo o senhor nem médico e nem psiquiatra de profissão ter conseguido alcançar tão absoluto e precioso domínio de uma matéria bastante intrincada e às vezes obscura”. 1      

      Cabe registrar que essa tradução para o espanhol manteve o significado das palavras escritas por Freud em seu “Das ich und das Es” (Internationaler Psychoanalytischer Verlag - Leipzig, Wien, Zürich) 2  , referindo-se como “El yo y el ello”. Em tradução para o português, teríamos: “O eu e o isso”, palavras correspondentes a significados bem humanos, compreensivos e capazes de apreender ou capturar as expressões daquilo que entendemos como nosso e do que não conseguimos decifrar em nossos comportamentos. Por sua vez, a tradução para a língua inglesa, da Standard Edition, neutralizou a humanidade implícita nesses termos, criando os termos latinos mundialmente conhecidos como “O ego e o id”. 3

      Com a predominância da língua inglesa no universo cultural e científico, possivelmente pela revisão teórica freudiana, essa denominação ganhou espaço e, por isso, foi reproduzida conceitualmente no conhecimento leigo e científico. Porém, os prejuízos dessa diferente concepção teórica ainda hoje podem ser observados na literatura, tais como a confusão sobre os conceitos de “ego” e de “eu”.

      É bom lembrar que teorias não devem ser misturadas, pois se fragilizam se utilizadas fora de seu contexto. Entretanto, sempre cabe assinalar algumas incongruências existentes, mormente quando perdem sua força expressiva. Sem qualquer dúvida, a tradução do “Das Ich und das Es” por “O ego e o id” foi capaz de criar uma denominação neutralizante nos aspectos humanísticos, com evidentes prejuízos na avaliação das pessoas necessitadas de ajuda psiquiátrica.

      Em meu entendimento, o “isso” é fundamental em avaliações clínicas psiquiátricas para determinar quando o paciente descreve sua impotência ou impossibilidade de dominar ou administrar uma determinada situação em sua vida interna. Dificilmente irá se referir como uma ação do “Id” a essa circunstância, pois ignora seu significado, cuja compreensão teórica não lhe diz respeito. Porém, menções ao “isso” são frequentes ou comuns na prática psiquiátrica diária. 4

      Entretanto, os conceitos freudianos se modificaram e o Ego passou a ser entendido como um filtro entre a pessoa, seu mundo interno (Id) e o Super Ego e, por outro lado, a realidade ou o mundo externo. Na transformação, perdeu-se o sentido ou significado do Eu e do Isso como construtos humanísticos.    

      Feita essa digressão, necessária à compreensão dos pouco afeitos às mudanças teóricas, muitas vezes inacessíveis à grande parte dos leigos e alguns estudiosos do comportamento humano, retomo o rumo inicial ao me referir aos princípios freudianos sobre os sonhos.                    

      Como afirmei anteriormente, somente algumas pinceladas de seu escrito serão por mim registradas, feitas aleatoriamente segundo o que foi por mim compreendido, sem deixar de consignar meu temor ou audácia em assim fazê-lo. Quem sou eu? – Perguntei-me, ao reportar-me sobre tais preciosidades. Como resposta, entendi que esse patrimônio científico e intelectual deveria ser reproduzido e não poderia faltar nesse estudo a que me propus sobre os sonhos.

      Reafirmo que o texto de Freud sobre os sonhos, editado pela Biblioteca Nueva, ocupa o espaço de um livro de aproximadamente 500 páginas, fato a impossibilitar uma apreciação compreensiva sobre seus conteúdos em sua totalidade neste pequeno artigo. A isso considerando, optei por apresentar as próprias palavras de Freud, traduzidas por mim do original em espanhol, sem interferir ou procurar interpretá-las. Assim, preferi mantê-las em sua originalidade, deixando o pensamento de Freud fluir.

2.      As ideias de Freud sobre os sonhos.

Transcrevo as ideias de Freud segundo a leitura que fiz de seu texto inicial, “pari passu”, assinalando as que interpretei como as mais significativas, no sentido de captar seu pensamento. Elas aparecerão soltas, entre aspas e sem nenhum comentário de minha parte (ao menos aqui, neste tópico).

  2.1. Ideias iniciais.

· “Para meu assombro, descobri que não era a concepção médica dos sonhos e, sim, a popular, que mais se aproximava da verdade”.

· “Tais conclusões sobre os sonhos foram o resultado da aplicação sobre eles de um novo método de investigação psicológica que me havia prestado excelentes serviços na solução de fobias, obsessões e delírios, e que desde então havia sido aceito com o nome de psicoanálisis por toda uma escola de investigadores”.  

· “As múltiplas analogias da vida onírica com os mais diversos estados psicopatológicos da vida desperta têm sido acertadamente referenciadas por numerosos investigadores médicos”.

· “Havia, portanto, desde o início, uma grande esperança de que um procedimento investigativo, cuja eficácia havia sido comprovada nas produções psicopatológicas, pudesse ser aplicado, igualmente, para a explicação dos sonhos”.

· “As obsessões e os delírios são tão estranhos à consciência normal como os sonhos para a consciência desperta, sendo que permanecem igualmente desconhecidas as origens das respectivas classes de fenômenos”.

· “Nas citadas formações psicopatológicas há um interesse prático que levou a investigar sua procedência e sua gênese, pois a experiência havia ensinado que o descobrimento daquelas vias mentais ocultas à consciência, que colocam em comunicação as ideias mórbidas com o restante do conteúdo psíquico, equivale a uma solução dos sintomas patológicos, solução que traz consigo o domínio da até então ideia irrefreável”.  

· “Assim, pois, o procedimento de que me servi para a interpretação dos sonhos originou-se na psicoterapia”.

2.2. O método.   

·    “Este método é fácil de descrever, ainda que para empregá-lo com êxito seja necessário conhecê-lo a fundo e havê-lo exercitado”. 

·    “Quando empregado, por exemplo, num enfermo com representações angustiantes, pede-se ao paciente que dirija sua atenção sobre a ideia de referência; mas não, como já afirmei anteriormente, para meditar sobre ela, senão para observar claramente e comunicar ao médico, sem exceção alguma, tudo aquilo que lhe ocorra com respeito a ela”.

·    “Então, à afirmativa que talvez faça o paciente de que sua atenção não alcança despertar nele ocorrência alguma, opõe-se com a maior segurança de que tal carência de representações é absolutamente impossível. Com efeito, não tardam em apresentarem-se numerosas ocorrências, às quais se ligam outras novas, porém que regularmente vêm acompanhadas de um juízo desfavorável de parte do auto-observador, que as tacha de insensatas, esdrúxulas e impertinentes, e afirma que se lhe ocorreram casualmente e fora de toda conexão com o tema tratado”.

·    “Observa-se no ato que tal crítica diz respeito não apenas ao que foi excluído até o momento de toda a exteriorização dessas ocorrências, mas também o que anteriormente as impediu de se fazerem conscientes”.

·    “Pode-se conseguir que o sujeito renuncie em absoluto a elas e continue tecendo a série de ideias que nele surjam enquanto prossegue com sua atenção fixa no tema dado, e se obterá um material psíquico que se entrelaçará claramente com a ideia mórbida, revelará suas conexões com outras ideias e permitirá, por último, substituí-la por uma nova que se inclua de uma maneira inteligível no acervo ideológico do paciente”.

·    “A teoria sobre os sonhos sugere, em princípio, que eles são uma espécie de substitutos de uma série de pensamentos tão significativos e revestidos de afetos. Ainda não conhecemos o processo que faz surgir o sonho desses pensamentos, porém já vemos como é injusto considerá-lo como um fenômeno puramente físico, isento de toda importância psíquica e nascido da atividade isolada de algumas células cerebrais despertadas pelo repouso no qual permanece sumido o restante do organismo”. 

·    “Tenho observado que o conteúdo do sonho é muito mais breve do que aqueles pensamentos cuja substituição correspondem em aparecer e que a análise descobriu como ´estímulo provocador do sonho` , um estreito sucedâneo do dia anterior a ele”.

    2.3. Sobre o conteúdo dos sonhos: manifesto e latente.

· “Quando a experiência me demonstrou que pela perseguição isenta de crítica das associações de todo o sonho pode chegar a uma cadeia de pensamentos, entre cujos elementos reaparecem os componentes do sonho e que estão entrelaçados entre si, não há mais remédio que abandonar a escassa esperança de que ainda pudessem não compreender que as conexões observadas à primeira vez fossem casuais”.

· “Estará, pois, plenamente justificado fixar nossos novos conhecimentos sobre essa matéria por meio de tecnicismos próprios, e assim distinguiremos o sonho, tal e como aparece em nossa recordação, do material correspondente encontrado por meio da análise, e denominaremos ao primeiro como conteúdo manifesto do sonho, e ao segundo – por ora e sem maior diferenciação – como conteúdo latente do mesmo”.  

· “Encontramo-nos, então, ante dois novos problemas não formulados até esse ponto: 1º - Qual é o processo psíquico que transformou o conteúdo latente em manifesto, ou seja, aquilo que nos recordamos. 2º - Que motivo ou motivos são os que fizeram necessária essa tradução”.

· “Ao processo de conversão do conteúdo latente em manifesto denominaremos de ´elaboração do sonho`, sendo a análise o trabalho contrário que já conhecemos e que leva a cabo a transformação oposta”.

· “Os restantes problemas dos sonhos referentes aos estímulos que os provocam, a procedência do material anímico, ao eventual sentido do sonhado e sobre as razões do esquecimento haveremos de discuti-las não no conteúdo manifesto, mas no recém-descoberto conteúdo latente”. 

· “Dada minha opinião de que todas as contradições e todos os erros que pululam na literatura existente sobre os sonhos são devidos ao desconhecimento de seus conteúdos latentes – só revelados pela análise – tentarei, daqui em diante, evitar com todo o cuidado uma possível confusão entre o sonho manifesto e suas ideias latentes”.    

2.4. O aprofundamento da concepção de um conteúdo latente nos sonhos.       

·    “A transformação das ideias latentes do sonho no conteúdo manifesto merece toda nossa atenção por ser o primeiro exemplo conhecido da versão de um material psíquico, de uma forma expressiva a outra diferente, sendo-nos a primeira perfeitamente compreensível e vendo-nos obrigados, em troca, a realizar um penoso trabalho e a servirmo-nos de um guia para penetrar na inteligência da segunda, ainda que também tenhamos que reconhecê-la como um remorso de nossa atividade psíquica”.

·    “Pela reação do conteúdo latente em manifesto, os sonhos podem ser divididos em três categorias. Distinguiremos, em primeiro lugar, aqueles que possuem um sentido e que, ao mesmo tempo, são compreensíveis; isto é, suscetíveis de serem incluídos sem violência em nossa vida psíquica. Tais sonhos, breves em geral, são muito frequentes e não despertam, em sua maioria, nossa atenção por carecerem de tudo aquilo que pudesse nos causar estranheza ou assombro. Sua existência é, ademais, um poderoso argumento contra a teoria que atribui aos sonhos a atividade isolada de grupos de células cerebrais. Neles falta todo o indício de uma atividade psíquica debilitada ou fragmentária e, sem qualquer dúvida, não  opomos qualquer objeção a seu caráter de sonhos e nem os confundimos como produtos da vigília”.   

·    “Um segundo grupo está formado por aqueles sonhos que, ainda que apresentem coerência e possuem um sentido claro, causam-nos estranheza por não saber como incluir seus sentidos em nossa vida psíquica. Como exemplo, quando sonhamos que um parente próximo ou querido nosso morreu motivado pela peste, não possuindo nenhum fundamento para tanto, perguntamo-nos, cheios de assombro, como se nos pode ter ocorrido aquilo”.

·    “Ao terceiro grupo pertencem, por último, aqueles sonhos que carecem de ambas as qualidades: sentido e compreensibilidade mostram-se incoerentes, embrulhados e com falta de sentido. A imensa maioria de nossos sonhos apresenta essas características negativas as quais motivam nosso juízo depreciativo sobre eles e serviram como base à teoria médica da atividade psíquica limitada. Sobre isso, os produtos oníricos mais amplos e complicados só raras vezes deixam de apresentar a mais absoluta incoerência”.  

·    “A distinção entre conteúdo manifesto e conteúdo latente tem maior significado entre os sonhos do segundo e terceiros grupos, notadamente os últimos. Neles é que surgem aqueles enigmas que não desaparecem até que se substitua o conteúdo manifesto por um conteúdo ideológico latente”.

·    “Um sonho dessa classe, confuso e incompreensível, foi ao que antes submetemos a análise. Porém, contra o que esperávamos, tropeçamos com motivações que nos impediram de chegar ao completo conhecimento das ideias latentes, e a repetição de idêntica experiência conduz a hipótese de que entre o caráter incompreensível e confuso do sonho e a dificuldade de comunicar suas ideias existe uma íntima e regular conexão”.

2.5. Os sonhos como expressões de desejos.

·    “Convém dirigir nosso interesse aos sonhos da primeira categoria, aqueles mais facilmente compreensíveis, nos quais o conteúdo latente coincide com o manifesto, não existindo, pois, elaboração”.

·    “Os sonhos das crianças pertencem precisamente a este gênero, possuindo um sentido claro e não causam nenhuma estranheza. (...) devemos abrigar as maiores e justificadas esperanças de que o esclarecimento dos fenômenos psíquicos na criança, no qual devem achar-se essencialmente simplificados, demonstrem ser um trabalho preliminar indispensável à psicologia do adulto”.

·    “O que os sonhos infantis têm em comum saltam à vista. Todos eles realizam desejos estimulados durante o dia e não cumpridos. São simples e francas realizações de desejos.”

·    “De uma pequena coleção de sonhos infantis surge claramente um segundo caráter deles: sua conexão com a vida diurna. Os desejos que neles se realizam são restos do dia, geralmente da véspera, e impregnados no pensamento manifesto de uma intensa acentuação afetiva”.

·    “Também nos adultos podem reunir-se numerosos exemplos de tais sonhos infantis; porém, como já indicamos, são, em geral, de conteúdos breves. Deste modo, respondem regularmente muitas pessoas a um estímulo noturno de sede, com o sonho de achar-se bebendo, o qual tende, portanto, a fazer desaparecer o estímulo e evitar que o adormecido desperte”.

·    “Outras vezes o sonho expressa a realização de um desejo de uma forma mais indireta, e para reconhecer nele tal caráter é necessário o estabelecimento de uma relação, o começo de um trabalho interpretativo”.

2.6. Nem todos os sonhos são expressões de desejos.

·    “Seria uma simples e satisfatória solução do enigma dos sonhos na qual a análise nos fizesse possível reduzir também os sonhos dos adultos, confusos e ausentes de sentido, ao tipo infantil do cumprimento de um intenso desejo do dia. Mas todas as aparências são contrárias a esta esperança. Os sonhos apresentam, em sua maioria, o mais estranho e indiferente material, e nada há em seus conteúdos que se possa considerar como a realização de um desejo”.  

2.7.            O fenômeno da condensação nos sonhos.

·    “Pelo fenômeno da condensação dos sonhos também se explicam determinados componentes que lhes são peculiares e não se encontram na ideação disposta”.

·    “Todos conhecemos tais produtos através de nossos próprios sonhos, sendo muito diversos os processos por meio dos quais chegam a se constituir. Podemos criar uma determinada pessoa composta por traços de duas ou mais diferentes e atribuindo-lhes a uma só, dando a figura de uma e pensando, em nosso sonho, o nome de outra, ou representando-nos exatamente a imagem de um determinado indivíduo, porém colocando-o numa situação na qual outro foi protagonista”.     

3. Considerações.        

Como transcrevi tão somente algumas de suas ideias, mormente aquelas iniciais e mínimas à compreensão do seu entendimento sobre os sonhos, sugiro que não deixem de ler, na íntegra, o que foi escrito por Freud. Será uma forma de reviver seu pensamento e tomar contato, sem intermediários, com as palavras desse extraordinário escritor.

Destaco, sobremaneira, sua capacidade em descrever os fenômenos psíquicos, com riqueza inigualável tanto em termos humanísticos como literários. Tenho absoluto convencimento de que se sentirão gratificados com a leitura, mormente pelo fato de que os textos atuais de psiquiatria se mostram verdadeiros desertos nesses aspectos.

O próximo artigo, seguindo o planejamento feito, abordará o entendimento fenomenológico dos sonhos, “um espaço aberto a mais de nossa realidade existencial” nas palavras de Husserl. 5              

4. Referências.            

1. Freud Sigmund. La interpretación de los sueños. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva. Obras Completas. Vol. 1., p.231-581, 1948.

2. Alexander FG, Selesnick ST. História da Psiquiatria: uma avaliação do pensamento e da prática psiquiátrica desde os tempos primitivos até o presente. São Paulo: IBRASA, 1968.

3. Freud Sigmund, 1856-1939. Sinopses da “standard edition” da Obra psicológica completa/Sigmund Freud; tradução de Helena Floresta de Miranda e Luiz Horácio da Matta. Rio de Janeiro: Salamandra, 1979.   

4. Crespo de Souza CA. Explosão por bombas e o “problema mente-corpo”: traumas cerebrais orgânicos x psíquicos. Psychiatry on line Brasil; Fev. 2012, vol. 17 nº 2.

5. Wolff JR. Sonho e Loucura. São Paulo: Ática, 1985.  

* Estudo realizado no Departamento de Pesquisa do Centro de Estudos José de Barros Falcão/Clínica São José – Porto Alegre, RS.

** Professor e Doutor em Psiquiatria.

Endereço p/correspondência: [email protected]


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