Psyquiatry online Brazil
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Junho de 2013 - Vol.18 - Nº 6
Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello

 

Junho de 2013 - Vol.18 - Nº 6

France - Brasil- Psy

Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Quem somos (qui sommes-nous?)                                  

France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on  line”oferto aos  profissionais do setor da saúde mental de expressão  lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de sites.

Qui sommes- nous ?

France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais  concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et d’associations, sélection  de sites

SOMMAIRE (SUMÁRIO):

 

  • 1. BERNARD GOLSE CRITICA O TERCEIRO PLANO SOBRE O AUTISMO
  • 2. LIVROS RECENTES
  • 3. RÉUNIÕES E COLÓQUIOS
  • 4. REVISTAS
  • 5. ASSOCIAÇÕES


  • 5) Bernard GOLSE CRITICA O TERCEIRO PLANO SOBRE O AUTISMO

    Já abordamos várias vezes questões  relacionadas com o autismo: suas origens, seus tratamentos, o acompanhamento psicológico dos familiares, as incertezas que subsistem sobre esta grave patologia psiquiátrica... Assim, publicamos  vários artigos na coluna France-Psy-Brasil, editada pela Polbr, entre os quais: ‘’ Pesquisa : Autismo, a confusão dos sons’’ (POLBR setembro de 2004), no qual  a pedopsiquiatra, Déborah Cohen, do hospital Robert-Debré, sustentou a idéia  da necessidade de ’’uma melhor compreensão dos mecanismos cerebrais implicados no autismo, compreensão,  que só pode trazer benefícios para a prática clínica. Isto  poderia permitir, mais tarde, o desenvolvimento de exercícios práticos capazes de ajudar os doentes a adquirirem a curiosidade que não têm  pela voz humana.’’ Neste trecho,  a pesquisadora assumiu uma concepção educativa do acompanhamento dos autistas, descartando seus aspectos psicodinâmicos e afetivos.

     

    Noutro artigo  que publicamos, o jornalista   Jean-Yves Nau, do « Le monde » , anunciou o lançamento do primeiro teste genético para o diagnóstico do autismo »(ver   France –Brasil-Psy ,POLBR Julho de 2005). O teste iria  ser comercializado, inicialmente nos Estados Unidos e na Alemanha,  e seria disponível sem prescrição médica". O jornalista, salienta ainda que, "em teoria, uma descoberta desse tipo pode representar um progresso, o diagnóstico precoce permitindo um tratamento mais eficiente do autista. Mas o teste já está sendo criticado ».

     

    Mas antes das críticas começarem, publicamos, na edição de France-Brasil-Psy, (Polbr de Setembro 2005), um artigo do jornal La Croix: Pais de crianças autistas criam um banco genético. No artigo, o jornalista, Pierre Bienvault, esceveu que « a fundação Autismo, criada por pais de crianças autistas, lançou um apelo às suas famílias para que elas fizessem um dom de ADN em prol  das pesquisas. O objetivo  é a fabricação de  um banco genético, colocado à disposição dos pesquisadores do mundo inteiro. [...] A esperança é que este banco facilite as pesquisas,  permitindo  a descoberta de todos os genes implicados no autismo e, em seguida,  o desenvolvimento de  tratamentos mais específicos e eficientes’’.

     

    Contudo, no artigo :’’Controvérsia sobre um teste genético’’, publicado no mesmo jornal  La Croix, que publicamos em France-Brasil-Psy, (Polbr Junho de 2006), o jornalista  Denis SERGENT, escreveu  que o comité de ética do INSERM (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica), presidido pelo imunologista Jean-Claude Ameisen, publicou um parecer  crítico sobre a  comercialização do referido teste genético para identificar  o autismo.Denis Sergent, explica que «o comitê fez várias observações de natureza ética . Sobre o fundo do problema : não seria muito simplista  reduzir a causa de uma doença à presença de um, ou mesmo de alguns genes modificados ? ».

     

    Ainda mais, publicamos em tres números da POLBr, traduções de artigos de Ursula Gauthier et Véronique Radier, jornalistas  da revista « Le Nouvel Observateur ».Num dos artigos,As Terapias comportamentais para aprender a curar (em France-Brasil-Psy de setembro de 2006) , notamos: ‘’As TCC  começaram a tratar os distúrbios obsessivos e compulsivos (TOC) e a ansiedade, obtendo  resultados espetaculares, Eelas mostraram-se  eficientes no tratamento do autismo, dos estados psicóticos, das  depressões e dos distúrbios da personalidade. Depois  do seu aparecimento nos anos de 1950, as TCC desenvolveram-se de maneira extraordinária, tanto no domínio dos conhecimentos como no  das técnicas.’’  Mas, a partir de uma visão comportamentalista muito redutora, as TCC  rejeitam toda teoria do psiquismo.’’  

     

    Leio agora o último número da revista  La Lettre de Psychiatrie Française, (Junho 2013), especialmente  os comentários  do Professor Michel BOTBOL, no  ‘’Relatório moral da Association Française de Psychiatrie’’. Ele evoca justamente  o que  chama ‘’a guerra do autismo, inutilmente desencadeada por uma Haute autorité de la santé (Alta autoridade da saúde),  submissa às ordens de um poder político mais preocupado pelo seu plano de comunicação do que pelos autistas e suas famílias’’. Michel BOTBOL, critica as instruções iniciais da Alta autoridade da saúde, quando ela  preconiza exclusivamente as TCC para o tratamento dos autistas.  As coisas mudaram depois, os psicanalistas foram entendidos,de tal modo que a Association Française de Psychiatrie programou um colóquio  que vai se realizar em Paris, em 24 de setembro de 2012, cujo título é: ‘’La place de la psychanalyse dans les abords de l’autisme’’( O lugar da psicanálise nos enfoques  do autismo).

     

    Foi neste contexto que o Professor Bernard  GOLSE escreveu uma carta  à ministra Marisol Touraine, a propósito do terceiro plano sobre o autismo.Nesta carta, Bernard Golse evoca a missão de informação  que ele dirigiu sobre a saúde mental em 2012,  no âmbito da Comissão de assuntos sociais da Assembleia Nacional. O tema tratado era o futuro da psiquiatria e da pedopsiquiatria. Golse, disse nessa ocasião,que seus  colegas pedopsiquiatras ficaram escandalisados com o 3º plano sobre o autismo, publicado sob a direção da senhora deputada Marie-Arlette CARLOTTI. B. GOLSE   se apresenta como  chefe do departamento de Psiquiatria do hospital Necker-Enfants Malades, e, como tal,  responsável por um dos seis centros de avaliação e diagnóstico do autismo e dos transtornos invasivos do desenvolvimento,  ligados  ao C.R.A.I.F (centro de recursos autismo da Ilha de França). 

    Bernard Golse,   esperava  que, com a  mudança do  governo na França, o plano para o autismo adotasse  uma posição razoável sobre esta  patologia extremamente dolorosa. Ele evoca o livro que escreveu sobre o assunto, dizendo que ‘’seu principal objetivo é o de tentar resolver conflitos e de defender o enfoque multidimensional e integrativo das crianças autistas, os  múltiplos fatores  presentes na etiologia desta doença.’’

     

    Assim, ele lembra  ter ‘’tido a oportunidade de falar sucessivamente com a Senhora Aurore LAMBERT, com o Professor Olivier LYON-CAEN, com Madame Cécile COURREGES, com o  Senhor Axel CAVALERI e,por último,  com  a Senhora Marie DERAIN, defensora  das crianças’’. E ele comenta: ‘’achei que todos me escutaram com muita atenção,  me garantindo  que era fora de questão que o Estado  se envolvesse em polêmicas e clivagens  entre profissionais,  os quais, no fim das contas, são o resultado de lobbyings políticos, comerciais e jornalísticos.’’ Ele confessa que  ‘’estava muito esperançoso’’.

     

    Ora, ‘’ao ler  este terceiro plano,  ele notou que, de uma certa maneira, ele era  ainda mais perigoso do que os anteriores’’, donde sua grande “ decepção ao perceber que  a liberdade de escolha dos pais não era respeitada’’. Donde sua pergunta ‘’Qual seria a  disciplina médica capaz de aceitar que o Estado  lhe ditasse os conteúdos de sua ação? A senhora acha  realmente que os cardiologistas aceitariam que viessem  escolher em seu lugar,  o medicamento para o infarto do miocárdio?’’

      

    B. Golse,  lembra que  os ‘’C.R.A (Centros de Recursos Autismo) foram criados pela Senhora Ministra Simone VEIL, e que suas missões eram muito bem definidas. Tratava-se das condições para  que todas as  regiões  do país fossem dotadas de  instalações suficientes  para as crianças autistas, nos três registros da educação, dos cuidados e da reabilitação.’’ Mas hoje, ele nota que ‘’caminhamos para um beco sem saída, porque quanto mais o Estado  se mete a ditar o comportamento dos profissionais e a maneira de acompanhar as crianças autistas,  tanto mais a liberdade dos pais  será reduzida.’’

    Ele dá um exemplo : ‘’Até mesmo as  recomendações  da H.A.S. (Haute Autorité de Santé), que suscitaram  tantas  reações apaixonadas sobre o acompanhamento das crianças autistas, insistiam mais sobre um acompanhamento integrado.”

      

    ‘’O terceiro plano é uma apologia  do educativo integral, e isso é perfeitamente inaceitável.Assim, chegamos a  um paradoxo, porque, enquanto os pais de crianças autistas defendem, de maneira pertinente, que seus filhos sejam considerados como cidadãos de pleno direito,  inclusive o direito de ser educado, este terceiro plano terá como consequência a diminuição de  suas liberdades de acesso às diferentes terapias disponíveis para o resto da população (eu penso,  em particular, aos cuidados psicoterapêuticos).Mas, novamente, saliento que os pais devem ter a liberdade de escolher. Não se pode negar-lhes o direito  de escolher uma assistência multidimensional para seus filhos, incluindo uma dimensão psicoterapêutica.”

     

    “Por outro lado, muitos são aqueles que temem a  morte, de uma certa maneira programada,  da pedopsiquiatria. Esta se baseia , de fato, na vivência do encontro clínico, e cada encontro  deve poder conduzir a decisões terapêuticas adaptadas e específicas à cada situação.Se o Estado conseguir ditar o que devemos fazer em matéria de autismo, ele provavelmente vai continuar a fazer a mesma coisa  com relação à  hiperatividade, aos transtornos obsessivos-compulsivos... e assim por diante!”

    “O que restará  da criatividade médica?O que  nos restará para ensinarmos os estudantes?” Como poderemos suscitar  vocações e entusiasmos profissionais, se  o ato médico vier a ser  substituído por uma simples aplicação de protocolos informatizados?”

     

     Mais além do autismo, este desvio do pensamento político que se curva  diante das posições intransigentes  de certas associações, parece-me favorecer  um funcionamento desumanizado e pré-totalitário  no campo da medicina.Mais além do autismo, da  pedopsiquiatria e da psicanálise,  são  os cuidados psíquicos e todas as ciências humanas que estão sendo  ameaçados de maneira muito séria.”

     

    ‘’Sua excelência e ministra  Marisol Touraine pode crer, eu lamento profundamente ter de assumir esta linguagem, mas só  posso dizer-lhe o que eu acredito. E o vigor  de meus comentários exprime  somente  minha  decepção no que diz respeito à esperança que muitos de nós tínhamos no novo governo.”

     

    Muito respeitosamente,

    Pr Bernard Golse

     

    2) LIVROS RECENTES

    ** Le masochisme

    ANDRÉ Serge  

    Gironde, Lormont, Le Bor de l’eau, collection ‘’La Muette’’

    2013 - 7 €

    **Le sadisme 

    ANDRÉ Serge 

    Gironde, Lormont, Le Bor de l’eau, collection ‘’La Muette’’

    2013 - 7 €

    **Les enveloppes psychiques

    J.DORON, D. HOUZEL, E. MISSENARD

    Paris, Dunod, 2013- 24 €

    **Penser la psychanalyse : avec Bion, Lacan, Winnicott, Laplanche, Aulagnier, Anzieu, Rosolato

    GREEN, André

    Paris, les éditions d’Ithaqu, 2013- Br. 20 €

    **L’école de Palo Alto

    PICARD Dominique, MARC Edmond

    Paris, PUF, 2013- 9€

    **Joyce McDOUGALL

    Société Psychanalytique de Paris

    Colloque 2012

    Sous la direction de Bernard CHERVET  et Paul DENIS

    Paris,  Société Psychanalytique de Paris, 2013 – 15 €

    **Les théâtres de Joyce McDOUGALL : l’héritage d’une psychanalyste engagée

    Sous la direction de Sander KIRSCH, Jacques VAN WYNSBERGHE

    Toulouse, EPEL, 2012-  23 €

    **Évolution psychiatrique (L’). 78-1 Réhabilitation

    Issy-les-Moulineaux, Elsevier, 2013-28 €

    **Tristesse business : le scandale du DSM5

    LANDMAN, Patrick

    Paris : Max Milo, 2013-12 €

    **L’anthropologue et le monde global

    AUGE Marc

    Paris, Armand Colin, , 2013- 21,90 €

    **La bioéthique, pour quoi faire ?

    Par les membres du Conseil consultatif national d’éthique ; coordonné par Ali  Bemmaklouf

    Paris, PUF, 2013 -  13 €

    **Le fétichisme 

    ANDRÉ Serge 

    Paris, Dunod, 2013 - 7 €

    **Autour de l’œuvre de Jean-Paul VALABREGA : permanence et métamorphose

    Sous la direction de Jean-Jacques BARREAU

    Paris, In press, 2013 -  22 €

    3) RÉUNIÕES E COLÓQUIOS

    JUNHO 2013

    JULHO 2013

    *Em PARIS, dias 4 e 5: Psy et Crimino organiza um colóquio sobre o tems “Distúrbios da personalidade”.

    Informações e inscrições : Association Française de Thérapie du Traumatisme des Violences Sexuelles et familiales et de Prévention (AFTVS)

    Contactar Madame Valérie HERBST,  3 bis rue de l’Aigle, 92250, La Garenne6Colombes

    Telefone: 01 56 47 03 49

    Endereço eletrônico: [email protected]

    Site internete: www.psylegale.com

    4) REVISTAS

    L’Evolution pychiatrique

    L’Information psychiatrique

    Impacte Medecine

    La Revue Française De Psychiatrie Et De Psychologie Médicale

    L’Encephale

    Psychiatrie Française

    L’Autre, Culture et Sociétés

    5)ASSOCIAÇÕES

    *Mission Nationale d’Appui En Sante Mentale

    *Association Française De Psychiatrie Et Psychologie Legales (Afpp)

    *Association Française De Therapie Comportementale Et Cognitive (Aftcc)

    *Association Francophone De Formation Et De Recherche En Therapie Comportementale Et Cognitive  (Afforthecc)

    *Association De Langue Française Pour L’etude Du Stress Et Du Traumatisme (Alfest)

    *Association Pour La Fondation Henri Ey

    * Association Française de Thérapie du Traumatisme des Violences Sexuelles et familiales et de Prévention (AFTVS) Site internete: www.psylegale.com

    *Association Aquitaine pour L'information Médicale et l'Epidémiologie en Aquitaine AAPIMEP

    *Association Française des Psychychiatres. d'Exercice Privé AFPEP

    *Association  pour la Promotion de l'Assur. Qualité en Santé Mentale ANCREPSY

    *Association  Scientifique des Psychiatres de Secteur ASPS *Association Francophone de Formation et de Recherche en Therapie Comportementale et Cognitive (A.F.FOR.THE.C.C.)


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