Dezembro de 2013 - Vol.18 - Nº 12 Editor: Walmor J. Piccinini - Fundador: Giovanni Torello |
Dezembro de 2013 - Vol.18 - Nº 12 COLUNA PSIQUIATRIA CONTEMPORÂNEA A FESTA LITERÁRIA PERNAMBUCANA – FLIPORTO 2013 Fernando Portela Câmara
Nos dias 14 a 17 de novembro aconteceu a Fliporto,
a Festa Literária Internacional de Pernambuco, na Praça do Carmo, Olinda, um
local histórico, amplo, aprazível e de grande beleza. O evento difere da Flip porque inclui um Congresso Literário Internacional e,
como não poderia deixar de ser, um festival de cordel. O evento literário é
atualmente o maior do país, pois recebe um público de mais de 60 mil pessoas.
Além disso, a participação popular é intensa e as crianças são maioria,
participando de muitos eventos e brincadeiras especialmente preparados para
elas. A Fliporto existe desde 2005 e tem
esse nome porque inicialmente foi em Porto de Galinhas, cidade praiana
turística muito frequentada, e mais recentemente se transferiu para Olinda. Não
se paga entrada na Fliporto, exige-se apenas um
cadastramento para participar dos eventos que cobrem áreas como literatura em
geral e voltada para tecnologia, ecologia, cinema etc., bem como literatura de
cordel e literatura para crianças e adolescentes. Havia também um cinema com
palestras e filmes bastante frequentado. O tema foi a cultura como um jogo, e
os escritores e platéia interagiam como em um jogo, especialmente o público de
literatura infantil, uma estratégia pedagógica que surtiu um efeito além do
desejado. O evento foi realizado na Praça do Carmo, que fica no centro histórico
de Olinda, onde a cultura popular está permanentemente presente. Aos domingos
sempre há ensaios de maracatus e estes descem as ladeiras arrastando pessoas.
Os poetas locais estão sempre por ali, próximos às praças e botecos, espalhando
seus folhetos e declamando suas poesias. As igrejas seculares estão sempre
abertas, com sua arte sacra criada por artistas locais. Sem falar no clima
aprazível e benfazejo daquela terra que é historicamente o berço da nossa
nacionalidade. Documentamos a seguir os aspectos da Fliporto
mostrando a grande festa popular e cultural que foi esse evento, para que as
imagens de uma ideia do movimento, colorido e intensidade humana que
caracterizou a festa literária. Entrada da Fliporto
A participação popular foi intensa Em muitos locais havia palestras e escritores com numerosas
platéias. Repentistas estavam sempre presentes pontuando tais eventos. As crianças tiveram expressiva participação, despertando
interesses e vocações. Os colégios de Olinda e recife selecionam os autores
mais lidos durante o ano escolar e então convidam os autores para a feira. Lá
as crianças têm oportunidade de dialogar com eles e participar de oficinas
literárias. Uma grande iniciativa educacional. Abaixo um das árvores literárias para as crianças. Nas
árvores há livros que elas escolhem e sempre há alguém para ler com elas e
contar histórias. A cultura e a história da cidade mesclavam-se com a Fliporto criando uma arte viva e magnífica. Note na foto
abaixo o coreto, onde os cordelistas disputavam entre si a cúpula de uma igreja
histórica, e, entre eles, um galpão onde acontecia o cinema da Fliporto. Por toda parte a beleza dos casarões de Olinda e seus
detalhes… As igrejas seculares e a arte sacra popular formam uma
harmonia única… O lago da Praça do Carmo, carregado de vitórias régias, une
as várias partes da Fliporto, e à noite abrem-se
belas e perfumadas flores brancas dando um aspecto mágico ao local… Dobra-se uma esquina e surge um maracatu com seu ritmo
hipnótico e as pessoas entram em transe… E dobra-se outra esquina e encontram-se
poetas, como o Barão de Olinda… Figuras populares enchem de cores a feira, como o vendedor de
algodão doce, figura popular de Pernambuco, uma marca registrada da cultura
local, como o vendedor de pitombas nas feiras… E assim vive a Praça do Carmo, um a praça autêntica do povo,
da cultura e que mantém viva a brasilidade.
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