|   Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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 Fevereiro de 2012 - Vol.17 - Nº 2 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)                                  
 France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on 
line”oferto aos  profissionais do setor da saúde mental de expressão 
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais  concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection  de sites 
 1) RAIZES MÉDICAS DA PSIQUIATRIA  Dr. Eliezer de Hollanda Cordeiro(Tradução e resumo) A doutora Martine GIRARD, psiquiatra e psicoterapeuta no CHU de
Toulouse , publicou   na Lettre de Psychiatrie
Française (N° 204, 12/ 2011), um artigo que me chamou a
atenção.Neste trabalho, ela  cita os
seguintes autores: I)Jean-Jacques KRESS,  para quem ‘’a
psiquiatria  contemporânea está  dividida em duas partes:um  modelo médico centrado na neurobiologia  e os modelos   das ciências humanas que levam em conta  a pessoa. Tudo se passa  como se a questão da relação intersubjetiva fosse
definitivamente excluida do modelo médico’’.  II)Michel PATRIS, professor no CHU de Strasbourg : ‘’além dos   sintomas, o objetivo
verdadeiro do trabalho terapêutico do psiquiatra é o de refazer e manter  os laços entre os doentes e as outras pessoas.
A psiquiatria é humanista e  combate a
alienação. É daí que vem  sua dimensão
psicoterápica: a deconstrução  dos
mecanismos que  a vida psíquica encerra.A
psicoterapia apoia-se na confiança que o paciente tem no terapeuta’. Num tal
contexto,diz ainda  Michel PATRIS 
‘’reenviar a palavra do  paciente a ele
mesmo (…) possibilita um alívio ilusório’’. Com efeito,   ‘’não é o discurso  contado pelo paciente que é terapêutico mas o
fato de endereçá-lo  a um outro. O uso
inapropriado  da neutralidade silenciosa
pelo psicanalista pode até prejudicar sua escuta;’’  III) Jean GUYOTAT,
psiquiatra autor de vários livros, especialmente   Psychothérapies médicales (Psicoterapias médicas):  ‘’se é verdade que o efeito terapêutico
consiste em obter o desaparecimento do sofrimento permanente de um individuo, isto
também   implica  seu desejo de se livrar desse sofrimento  e o apoio dos 
parentes  no mesmo sentido’’Devemos
também levar em conta a noção de  aliança
 criada entre o terapeuta e o paciente ou
 entre o terapeuta e uma parte de seu paciente’’.
Percebemos aqui  o paradoxo  inscrito no âmago de todo projeto
terapêutico: ‘’os psicoterapeutas,inclusive os que tratam somente com
medicamentos, têm de enfrentar   os
benefícios individuais que acompanham o estado patológico do paciente,’’ lembrou
 Martine GIRARD. A CLÍNICA, CONDIÇÃO 
INDISPENSÁVEL A TODA PSICOTERAPIA  IV)Martine
Girard cita  Monique Thurin, psicóloga clínica e psicoterapeuta: ‘’a clínica é a
base  que se deve  levar em conta no momento  da avaliação preambular  a uma terapia. A maneira como o diagnóstico é
feita e os elementos nos quais ele se apoia vão condicionar  a possibilidade  e a escolha do enfoque psicoterápico. O
diagnóstico nosográfico, segundo a categoria 
(DSM, CIM), pode mostrar o que um paciente tem de comum com outros,  porém não nos permite a escolha  dum tratamento psicoterápico em função da
história individual desse paciente.’’ ‘’Que um ensino universitário de clínica psiquiátrica
tome como base apenas o DSM  não quer
dizer que   ele seja inútil, mas ele mostra seus limites   com relação a um projeto psicoterápico(...)
Lawrance HARTMANN ,desde 1998,  denunciou
a falta de abertura  do discurso objetivista
em ‘’conversações  entre DSM-IV e
DSM-IV’’( Child and adolescent Psychiatry research remains a challenge. AM. J.
Psychiatry, 155 ; 4, 1998, 453-454.) . E Nancy ANDREASEN, corredatora do
DSM, mostrou-se inquieta com o   desaparecimento ‘’da boa velha clínica da
tradição européia; somos também médicos
e devemos procurar entender como aqueles que queremos ajudar se sentem, pensam
e mudam subjetivamente’’(N. ANDREASEN(1998), Editor’s Comment: The Crisis in
Clinical Research,Am. J. Psychiatry,155: 4, 1998, 455).  Duas posições extremas poderiam ser delineadas,
escreve Martine Girard: ‘’o excesso de objetivação  que  elimina
o sujeito clínico e a falta de objetivação do outro  que torna o sujeito clínico passivo(...)
paralisando o seu olhar e a sua escuta.’’ REFERÊNCIAS *Jean-Paul
VALABREGA : La relation
thérapeutique, malade et médecin, Flammarion, Ed. 1962. *J.-J.
KRESS (2011), L’avenir de la psychiatrie :  *M.
PATRIS (2010), L psychiatrie à la recherche de ses racines psychothérapiques,  *J.GUYOTAT(1978),
Psychothérapies médicales, Aspects
théoriques, techniques et de formation, tome I, Masson Éd, 1978 et Psychothérapies médicales, Situations de
pratique médicale, tome II, Masson Éd., 
1978  2) CRÍTICA DOS CENTROS DESTINADOS AOS BIPOLARES Dr. Eliezer de Hollanda Cordeiro(Tradução e
resumo)   La
République du Centre ( 27 de Janeiro de 2012) O artigo  detalha
a inauguração de 9  centros especializados
no acompanhamento de pacientes bipolares.A finalidade principal desses centros é
 a de ‘’facilitar o trabalho dos acompanhantes,
evitando  ao mesmo tempo  a agravação dos distúrbios e o aparecimento
de patologias relacionadas.’’   ‘’Estes  centros-experts recebem pacientes
somente  enviados  por psiquiatras ou clínicos gerais’’, explica
a professora e doutora  Chantal Henry,
psiquiatra do hospital Albert Chenevier (Grupo
hospitalar Henri Mondor, em Créteil).   Eles pretendem  propagar o mais rápido possivel ‘’as boas
práticas inovadoras bem como  novidades
terapêuticas eficazes mas não ensinadas  durante a formação  dos médicos.’’ PROTOCOLO  Ao término dos  exames, o paciente recebe um protocolo
explicitando os cuidados que lhe serão dados e explicando  o seu  
perfil familiar e cognitivo. Por sua vez, os experts aconselham o futuro  terapeuta sobre a maneira como devem  acompanhar o paciente.Eles também
informam  que irão   examinar  
o paciente duas vezes por ano, 
verificar  se as recomendações
foram realmente seguidas  e avaliar a
eficiência dos tratamentos.  Atualmente, 1.000
pacientes já foram enviados aos centros para bipolares.   INTERROGAÇÕES Quais as razões que levaram o DSM IV a inventar esta
nosografia psiquiátrica e a  categoria
‘’distúrbio bipolar’’?Porque  levar em
conta exclusivamente os medicamentos quimioterápicos? Porque abandonar a
antiga  categoria  Maníaco- Depressiva?  Que ganha 
a clínica psiquiátrica se as noções de melancolia e de mania  forem desprezadas, o que implica, ipso facto,
o abandono de suas respectivas psicopatologias? 
Quais as vantagens  do tratamento
dos ‘’bipolares’’ por estes centros especializados que ignoram totalmente  a relação médico-paciente? Como se fosse
possivel estabelecr uma tal relação  sem
levar am conta  a subjetividade  dos respectivos protagonistas neste encontro
singular?  DISTÚRBIOS BIPOLARES E PSICANÁLISE  Leio os argumentos das jornadas  de estudos organizadas pelo  Espace Analytique nos dias   10 e 11 de Março de 2012. Intitulada :"Ces troubles
qu’on appelle bipolaires et la psychanalyse", as jornadas  têm
por objetivo o estudo  destes distúrbios.
Os analistas , constatando a existência duma distância cada vez maior entre a
clínica psiquiátrica farmacológica  e a
clínica psicanalítica, perguntam se  eles
não deveriam aproveitar a ocasião e 
assumir a  rutura completa com o discurso
duma psiquiatria negadora   da subjetividade e da transferência?  Donde a idéia
consistindo em  interrogar os destinos da
melancolia e sua  relação com o  laço social e a sublimação. 3) QUESTÃO AOS
DEFENSORES DAS CIÊNCIAS COGNITIVAS Dr. Eliezer de
Hollanda Cordeiro(Tradução e resumo) No jornal satírico Le Canard Enchaîné (8 de Feveiro 2012),
leio um artigo de Jean-Luc Porquet intitulado: ‘’Pensées  Sécrètes’’. Destaco a passagem :’’Existe uma anedota contada por Ralph Messenger, especialista das ciências cognitivas: dois
especialistas do comportamento acabam de fazer o amor.Um deles diz ao outro: ‘’p’rá tu foi magnífico e p’rá mim, como
foi?’’. Messenger explicou então à jovem Helen, romancista com quem sonhava
dormir, que esta anedota resumia muito bem o problema que a consciência coloca
aos científicos: se eles sabem observar o comportamento do outro e tirar conclusões
‘’objetivas’’, como é que podem descrever cientificamente,  um fenômeno que se passa dentro deles? Como
passar do ‘’eu’’ subjetivo ao ‘’ele’’?  Tudo é dito.  4. REVISTAS LA REVUE FRANÇAISE DE
PSYCHIATRIE ET DE PSYCHOLOGIE MÉDICALE  5. ASSOCIAÇÕES MISSION
NATIONALE D’APPUI EN SANTE MENTALE *ASSOCIATION FRANÇAISE DE PSYCHIATRIE ET
PSYCHOLOGIE LEGALES (AFPP) *ASSOCIATION FRANÇAISE DE
MUSICOTHERAPIE
(AFM) *ASSOCIATION
FRANÇAISE DE THERAPIE COMPORTEMENTALE ET COGNITIVE (AFTCC) *ASSOCIATION DE LANGUE FRANÇAISE POUR L’ETUDE DU
STRESS ET DU TRAUMA (ALFEST) *ASSOCIATION DE FORMATION ET DE
RECHERCHE DES CELLULES D’URGENCE MEDICO  PSYCHOLOGIQUE (AFORCUMP) 
  
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