Volume 16 - 2011 Editor: Giovanni Torello |
Agosto de 2011 - Vol.16 - Nº 8 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1)
PSICOPATOLOGIA, PSICOPATOLOGIAS Professor
Bernard GIBELLO(presidente da Association
Française de Psychiatrie) Editorial
publicado na Lettre de La Psychiatrie Française, n° 201,Junho de 2011) Tradução:
Eliezer de Hollanda Cordeiro ‘’Uma
nova discussão surgiu a propósito das
psicoterapias.Numerosos psicoterapeutas estão pedindo o reconhecimento da singularidade de suas
práticas, argumentando que elas são as únicas que se situam em relação a
psicopatologia.Eles enganam-se, por isso acho necessário lembrar a história da
psiquiatria. Sem
retornar até Hipócrates, que considerava as doenças
mentais como sendo provocadas por um desregramento dos humores, a primeira psicopatologia foi a de Mesmer, que pensava que seus doentes careciam de magnetismo. Seu método, avaliado por uma
comissão constituida de Antoinr Lavoisier, do Doutor Joseph-Ignace Guillotin, do astrônomo Bailly e de Benjamin Franklin, concluiu, com muita
sabedoria, que ‘’ a imaginação sem magnestismo produz convulsões, enquanto o
magnetismo sem imaginação não produz nada’’. Podemos ver no método de Mesmer, o esboço do que se tornaria a
hipnose, desenvolvida de maneira mais séria por Braid, Puységur, Liebault, Bernheim, Charcot, Freud e Janet. Todas essas reflexões deram origem a outras
psicoterapias, que se desenvolveram de
maneira considerável no Século XX, contando
hoje cerca de 400 variedades diferentes. O desenvolvimento das psicoterapias
havia sido anunciado em 1798 por Philippe Pinel, no seu trabalho ‘’Pesquisas e observações sobre o tratamento
moral dos alienados’’. O acompanhamento do
doente necessitava seu isolamento do
meio ambiente habitual, sua instalação num novo local organizado e racional-o asilo psiquiátrico- e a
influência moral do médico. Esta influência deu início a psicoterapia baseada numa relação de
aconselhamento, de empatia e de influência. Entre
as inúmeras psicoterapias e psicopatologias propostas e praticadas desde o
Século XX, lembremos os principais ramos: - a psicanálise freudiana e suas inúmeras ramificações: Mélanie Klein, Winnicott, Adler, Jung, Lacan,Didier Anzieu, Michel Sapir, Kohut, Ernst Kris, Lowenstein, etc. - a psicanálise fenomenológica, com Karl Jaspers, Ludwig Binswanger, Eugène Minkowsky. - a análise sistêmica, a partir dos trabalhos de Von Bertulanffy. - as psicoterapias cognitivo-comportamentais,
fundadas nas teorias de Pavlov e
Skinner. - a análise transacional (Éric Berne), que analisa os ‘’jogos’’
inconscientes entre as pessoas de uma família por meio de enfoque cognitivo,
emocional e comportamental. - a Gestalt-terapia(Perls), que
procura identificar as interações entre
o corpo, a afetividade, os processos cognitivos, o ambiente social e espiritual
por meio de um enfoque global do individuo. - a psicoterapia institucional, nascida no hospital
psiquiátrico de Saint Alban em 1940. Hoje em
dia, as psicoterapias constituem uma parte importante das terapêuticas
psiquiátricas. Cada variedade desenvolveu sua próprias teorias
psicopatológicas.Por conseguinte, é
absurdo que psicoterapeutas defendam suas perspectivas psicopatológicas como se outras não
existissem. Aliás,
devemos levar em conta nesta discussão um outro fator importante. Com
efeito, os redatores das classificações
das doenças mentais nos Estados Unidos (DSM-IV, ou seja Diagnostic and
Statiscal Manual of Mental Desorders) e da CIM-10 na OMS( Classificação
estatistica internacional das doenças e dos problemas de saúde anexos, décima
revisão), recusam levar em conta as diferentes etiologias psicopatológicas,
incitando os utilisadores dessas
classificações a uma prática veterinária da psiquiatria, prática que recusamos
na Association Française de Psychiatrie. Nós cremos que múltiplas razões podem
explicar o pensamento patológico, que
cada psicopatologia esclarece uma dessas razões, e que nenhuma dessas
psicopatologias deve ser confiscada para o proveito dum único grupo de
psicoterapeutas. 2)FILOSOFIA
E PSIQUIATRIA PSYCHIATRICUS Tradução
e rezenha: Eliezer de Hollanda Cordeiro Na
rubrica ‘’Colóquios e congressos’’ desta coluna, anunciamos o colóquio ‘’Philosophie et psychiatrie’’ que
L’Association Française de
Psychiatrie vai organizar em Paris no próximo mês de Novembro. O tema do
colóquio levou um eminente psiquiatra, que assina com o pseudônimo
‘’Psychiatricus’’, a comentar o programa
do congresso na ‘’ Psychatricus: ‘’Fiquei muito alegre ao saber que L’Association
Française de Psychiatrie vai se interrogar sobre as bases filosóficas da psiquiatria:
a necessária consciência da ciência, sobretudo se considerarmos a filosofia como o amor da sabedoria. Fiquei admirado com o número e a qualidade das
intervenções previstas durante uma única jornada, pensando que os contribuintes
devem se mostrar muito concisos se eles
quiserem deixar um pouco de tempo aos
debates previstos com o auditório. Um dos
meus sonhos, que a idade e a distância obrigam-me a renunciar, é o de ir escutar o meu amigo Jean-Louis Griguer no seu seminário de Valence
sobre a “fenomenologia clínica”. Os
laços entre a psiquiatria e a fenomenologia datam da Antiguidade, mas a filosofia
fenomenológica, em parte contemporânea da psicanálise, teceu conosco laços mais complexos. Não é sobretudo o
estudo da vida psíquica que é a base da filosofia fenomenológica, e não o
contrário? De Eugene
Minkowski -que se situa entre Bergson e Husserl-até hoje, passando entre outros por Lantéri-Laura, Nicolas Abraham e Gisela Pankow, houve um entrelaçamento
em muitos pontos. Somos muitos os que
conheceram Paul Ricoeur,
Emmanuel Lévinas e ou suas obras. François
Tosquelles e Nicolas Abraham mostraram há muito tempo que a redução
fenomenológica poderia conduzir a uma psicanálise aberta, evitando todo
dogmatismo. Aproveito
a ocasião para lembrar que o amigo, Paul-Laurent Assoun, deu-nos uma síntese magistral sobre ‘’Freud
e os filósofos’’ , um documento que deve ser levado em conta por todos os
colegas interessados por este tema. Eu
teria ainda muita coisa para dizer sobre este assunto, porém devo me submeter
às regras de meus bilhetes. Desejo
muito sucesso ao Colóquio programado para a sexta-feira 18 de novembro de
2011.’’ 3.COLÓQUIOS
E CONGRESSOS *Setembro
2011(dias 26 e 27) À Pau (Pyrénées Atlantique) Informations : FASM Croix-Marine 31, rue d’Amsterdam 75008 Paris.
Téléphone : 01 45 96 06 36
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