Volume 16 - 2011 Editor: Giovanni Torello |
Maio de 2011 - Vol.16 - Nº 5 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1)
RESENHA DE ARTIGOS *TERÇA-FEIRA
3 DE MAIO DESCOBRIR
VIOLÊNCIAS CONJUGAIS FAZ PARTE DA CONSULTA Entrevista dada a Catherine Holué Bulletin d’information de L’Ordre national des
médecins, N° 16, Mars-Avril 2011 Emmanelle
Piet é uma médica que trabalha no serviço de
proteção maternal e
infantil (PMI) em Seine-Saint-Denis. Ela também é presidente do Coletivo feminista contra
o estupro. Movida
pela idéia da defesa dos direitos das
mulheres,decidiu estudar medicina em
1968. Tornou-se, em 1974, militante do Mouvement français pour le planning familial(Movimento francês em prol do
planejamento da familia). Os 122
centros de planejamento e de educação familiar de Seine-Saint-Denis recebem aproximadamente 100 000 pessoas
por ano. Se as mulheres (98 % das pessoas atendidas) consultam por violências
conjugais e estupros, se as mais
jovens consultam porque devem esconder sua sexualidade a suas
famílias, outras vêm porque os maridos recusam a contracepção. Por sua vez, os
homens(2 % dos atendimentos) solicitam
ajuda por temerem doenças sexualmente transmissiveis. Descobrir as situações vividas pelas mulheres faz parte
do trabalho cotidiano das equipes dos
centros de planejamento. Sabe-se que uma
mulher espancada, estuprada e que
detesta em consequência o homem com quem ela tem relações sexuais, pode
dificilmente observar a prescrição de pilulas contraceptivas. A
partir de questões pertinentes, a médica leva a paciente a se exprimir, a vivenciar sua experiência,
facilitando-lhe a aceitação do
contraceptivo. Ao
mesmo tempo, cabe ao médico ajudar as
mulheres vítimas de violências a não se sentirem culpadas, explicando-lhes que
estes atos são condenados pela lei. Mas
esta dimensão pedagógica do acompanhamento faz parte da avaliação
feita pelo médico das manifestações somáticas e psicológicas
apresentadas pelas pacientes - lombalgias,
cefaléias, distúrbios gastro-intestinais, patologias dermatológicas, depressão,
ansiedade- em função das violências
físicas e morais que elas sofreram. Não é
indispensável receber as pacientes
durante muito tempo, é melhor vê-las
frequentemente, diz Emmanuelle Piet, que defende a idéia de consultas rápidas quinzenais de 15
minutos. Ela ajunta que, se o agressor isola a sua vítima, cabe aos
médicos tomarem providências para que esta possa seja vista pela assistente social, pelo serviço de terapia
ocupacional, possa encontrar a
associação do arrabalde ou p serviço de
Proteção da criança ... Muitos
pacientes conseguem mudar de vida e vêm
agradecer a doutoura pela ajuda que
receberamO suficiente para contentar
Emmanuelle Piet e estimulá-la a
prosseguir o seu trabalho. *SEGUNDA-FEIRA
9 DE MAIO CRIANÇAS
MALTRATADAS Documentário
de Anne Gintzburger, France 3 Crítica
do jornalista François Ekchajzer Revista
Télérama n° 3181 A
justiça poderia tê-los salvado.Quando às violência de um adulto, à fraqueza de
um cônjuge ou à patologia mortífera de um
casal somam-se disfunções dos
serviços sociais, crianças podem sofrer as consequências e podem até mesmo
perder a vida. Nos últimos anos, Marina(espancada até a morte pelos pais
aos 8 anos de idade), Enzo(morto aos 2 anos pelo companheiro de sua mãe) e
Dylan(maltratado e sequestrado em seu
quarto até os 7 anos de idade), pagaram um altíssimo preço. São apenas tres
exemplos entre os 30 000 mil casos conhecidos de crianças maltratadas a
cada ano na França. A análise destes
fatos relatados pela imprensa demonstrou negligências dos serviços de proteção da infância. Com o
seu rigor habitual, Anne Gintzburger partiu desses fatos para
demonstrar que seria melhor que
tais serviços levassem em conta as
informações dadas por professores, médicos e próximos, evitando
futuros dramas sofridos por crianças espancadas. *SÁBADO 14 DE MAIO COMPLEMENTARIDADE
ENTRE O PSICOLÓGICO E O SOCIAL Troca
de cartas com Hélène Fabre, psicóloga clínica trabalhando em associações que
ajudam pessoas em situação de precariedade social Hélène Fabre: Eu ia esquecendo! Ainda uma
precisão para que não penses que te li
entre as linhas....! Fico
cada vez mais surpreza ao constatar que o discurso sobre o acompanhamento
do sofrimento psicológico das pessoas
pobres ( que existe há dezenas
de anos na França: conforme Patrick Declerck e seu trabalho em imersão com os vagabundos de Paris, donde tirou
matéria para o seu livro mais famoso:
"Les Naufragés") pretende ser inovador, até mesmo inédito, como se nunca
antes se tivesse falado sobre isto... Donde minha interrogação: será que existe
um discurso que não queremos
ouvir ?Por exemplo, o de
uma sociedade francesa
confiando totalmente às associações como os Restos du Cœur, isto é à iniciativa e à consciência humana dos
cidadãos, o atendimento dos mais pobres, se
possivel em lugares longe dos
olhares dos outros? Isto vem corroborar minha questão (à Nantes, par ex, um centro de
distribuição dos Restos du Cœur teve de
fechar as portas porque os vizinhos
muito BCBG, não suportavam
a presença dos SDF(Sem-teto) no local. Ajunto
que, ao contrário do que escreveu o autor do artigo que me enviaste, não se
pode separar o psicológico e o social desta maneira, que devemos torná-los
complementares, se quisermos ajudar
pessoas necessitadas. *TERÇA-FEIRA
18 DE MAIO Documentário
de Sarah Lebas et Bruno Juclas Referência:
Marie-Hélène Soenen Télérama n° 3198 A adoção é
um ato definitivo. Normalmente, não se pode voltar atrás. Até o momento de se
tomar a decisão final, a idéia de adotar
uma criança suscita inquietações. Florence dá o seu testemunho. Olhos vermelhos, voz trêmula. Há
onze anos atrás, ela e o marido adotaram um lindo menininho de 7 anos,
Jonathan. Após cinco anos de crise, de fugas, de incompreensão, o casal,
desemparado, findou confiando o filho adotivo à l'Aide sociale à
l'enfance (Ajuda social para a criança). ‘’ No início, a adoção é sempre
uma história de amor’’, lembra a diretora de cinema, Sarah Lebas. Todos
os anos, quase 2 % das adoções
fracassam, se terminam mal. Ao longo deste filme documentário, Julien, nascido na Etiópia,
Maylis e David, na Coréia e Anne-Laure, nascida em Kosova, participam ao
debate,explicando porque a história tão desejada se terminou tão mal. ‘’Temos o hábito de ver documentários
que descrevem os meandros administrativos, a espera interminável dos pais, o
encontro com a criança adotada’’.Com o seu documentário, Adoption
: blessures secrètes, Sarah Lebas e Bruno Juclas aventuram-se em terra muito
pouco explorada. Os autores ilustram o documentário com inúmeras
histórias, procurando chamar a atenção
para os riscos da adoção, insistindo
sobre a necessidade de se levar em conta
o passado da criança, a diferença entre a criança imaginária e a criança real.Ela estaria preparada para ser adotada? Os pais
teriam feito o luto da criança que não puderam ter ? «A adoção
é o encontro de duas histórias dolorosas’’, concluiu a jornalista
de Télérama.
*SÁBADO 21 DE MAIO SER
MÉDICA, UM SONHO DESDE MENINA Doutora
Nina Cohen-Koubi Bulletin
d’information de l’Ordre national des médecins, N. 15, Janeiro-Fevereiro
de 2011. Estudar
medicina, foi a realização de um sonho de menininha[...] Nos bancos da
universidade, os professores ensinavam-nos os órgãos, as doenças, mas os
doentes eram esquecidos . Descobri então a medicina psicossomática.Enfim, uma
abertura para uma dimensão indispensável me foi transmitida: a dimensão humana,
a relação médico-paciente que deve ser o centro da medicina. [...] Ao
levar em conta a dualidade corpo-espírito, médico-doente, entramos numa
medicina humanista que não negligencia nem o corpo nem o espírito. Esta
medicina é para mim a Medicina verdadeira. Minha maneira de abordar o paciente
também se enriqueceu com a leitura de filósofos (Marco
Aurélio...), de autores como Yolam,
David Servan-Scheibrer... e escritos vindos
do Talmude.
Tudo isto me levou a compreender que nada é realmente adquirido, que tudo
evolui, que o médico não deve ser prisioneiro de nenhuma certeza ou doutrina. O
que me guia permanentemente é a abertura aos novos conhecimentos,ao
questionamento, ao reexame das coisas com o único objetivo de ajudar aqueles
que sofrem. 2.COLÓQUIOS
E CONGRESSOS *Setembro
2011(dias 26 e 27) À Pau (Pyrénées Atlantique) Informations : FASM Croix-Marine 31, rue d’Amsterdam 75008 Paris.
Téléphone : 01 45 96 06 36
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