![]() ![]() Volume 15 - 2010 Editor: Giovanni Torello |
Novembro de 2010 - Vol.15 - Nº 11 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1. Troisième conférence
de Genève sur la médecine centrée sur la personne (Terceiro
encontro de Genebra sobre a medicina centrada na pessoa)
Referências: Dr. Jean OUREIB, La Lettre de Psychiatrie Française,France-Brasil-Psy O Terceiro encontro de Genebra,Suissa, sobre a medicina centrada na pessoa, ocorreu entre 3 e 5 de maio de 2010.O psiquiatra francês, Jean OUREIB, escreveu na Lettre de Psychiatrie Française de novembro de 2010, um longo artigo contando e comentando as principais contribuições dos conferencistas convidados. Ele lembra –nos que o objetivo destes encontros ‘’é o de reunir os psiquiatras engajados no Programa institucional da World Psychiatric Association(WPA) em prol da psiquiatria da pessoa’’. O congresso foi planejado ao mesmo tempo pelas (INPCM: Rede Internacional para a Medicina centrada na Pessoa), Associação Médica Mundial (WMA), Organisação mundial dos Médicos de Família (Wonca) , OMS por associações de usuários (EUFAMI, IAPO), de profissionais dos cuidados(enfermeiros, trabalhadores sociais, farmacêuticos, psicólogos...) e mesmo por associações filantrópicas ligadas ao desenvolvimento de uma medicina mais ‘’empática’’, como a de Paul Tournier Society. O encontro foi um sucesso, tendo sido patraocinado por 21 associações. Realçemos o papel desempenhado pela OMS, que acolheu o congresso em sua sede, por ocasião de uma conferência específica sobre a Person Contered Medecine nos países de baixa e média rendas. 1a. OS SETORES DINÂMICOS DA OMS O Dr. Jean OUREIBl lembrou-nos que, no momento em que ela foi criada, a OMS deu uma definição muito ampla e precisa da saúde, modificando-a recentemente ao introduzir a palavra dinâmica nesta definição, uma maneira de salientar a importância dos laços (afetivos) e da interatividade no encontro dos profissionais da saúde com seus pacientes.Ainda mais, procurando estender a referida noção, a OMS está estudando a possibilidade de ajuntar-lhe a noção de ‘’espiritualidade’’ . Mas a OMS foi mais adiante em sua assembléia geral de 2009: colocou a população e, implicitamente, a pessoa no centro dos cuidados e dos objetivos da saúde pública, não somente para levar em conta uma maior consideração e respeito pelos pacientes, seus próximos e familiares, mas sobretudo afim de melhorar a eficiência dos cuidados e sua organização a partir das redes da saúde de base. 1b. DA MEDICINA VETERINÁRIA À MEDICINA DA PESSOA ‘’O objetivo de todas estas medidas é, segundo os promotores deste aggiornamento(modernisação), de passar da medicina veterinária para uma verdadeira medicina da pessoa, isto é corrigir certos desvios causados pelas orientações resultantes da conferência de Alma-Ata em 1996, base das orientações da OMS até pouco tempo’’, escreveu Jean OUREIB. Muito resta a fazer para que esta enorme revolução venha a ser levada em conta pelas políticas públicas de saúde, quem sabe até pelas orientações efetivas de todos os departamentos da OMS. Em todo o caso, é nesta direção que o movimento da medicina centrada na pessoa emprega seus esforços. Aliás, o próximo congresso sobre este assunto, previsto para maio de 2011em Genebra, será consagrado a este tema especial de grande interesse para a medicina e para a psiquiatria. 2. OÙ VONT LES PAROLES? (PARA ONDE VÃO AS PALAVRAS?) Christine FERNIOT, revista Télérama, n° 3171 20/10/ 2010 A autora avalia o romance ‘’LE PREMIER MOT’’(A PRIMEIRA PALAVRA), Edição Stock, 460 páginas), último livro do escritor franco-grego Vassilis ALEXAKIS. Tradução:Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO É um inquérito sobre as palavras e os lutos, uma delicado passeio no país das línguas e de suas origens.Vassilis ALEXAKIS, ou melhor seu herói Miltiadis, quer resolver um enigma: qual foi a primeira palavra? Miltiadis é professor de língua comparada em Paris. Nascido na Grécia, sempre anda com um livro na mão, eternalmente curioso, as vezes conversador, as vezes contemplativo.Ao morrer inopinadamente,sem haver encontrado a resposta que o obsedava, sua irmã decide continuar a busca,transformando-a numa magnífica viagem linguística e humanista. Desde o livro ‘’La Langue maternelle’’(A Língua materna), publicado em 1995, o romancista aprofunda o mesmo tema para dizer-nos que a vida é o verbo mas que é preciso cultivá-lo, sustentá-lo, buscá-lo. Ao começar a sua aventura,a narradora do Premier Mot encontra um coro de surdos numa igreja, o fantasma de seus pais, cançonetas de sua infância.Ela escuta a opinião de zoologistas, etnologistas, linguistas, se nutrindo de histórias e anedotas quase sempre poéticas. Assim, ela descobre que as palavras de uma antiga cançoneta de sua infância tinham por origem uma encantação feiticeira, ou ainda que os aborígenes da Austrália, quando lhes morre um chefe, decidem apagar definitivamente uma palavra de seu vocabulário. ‘’Sabe-se que toda língua perde pouco a pouco o seu vocabulário(...) o que significa que dentro de 5000 anos ela desaparecerá completamente’’, disse-lhe um cientista.Por conseguinte, precisamos resistir afim de salvar algumas palavras e apreciar a grande miscelânia da língua francesa, que comporta, sozinha, mais de uma centena de idiomas. Este livro é cheio de fantasia, encantamento e marcado pelo amor filial. Vassilis ALEXAKIS possui ‘’a lógica extranha dos dicionários’’, passando de uma palavra a outra, do passado ao presente, do pessoal ao universal. Há uma grande sensualidade nesta obra erudita e inventiva, que abre mil pistas de reflexão. O autor nunca se mostra pedante, seu romance exalando uma sorte de serenidade: a da narradora que nunca deixa de dialogar com seu irmão morto.As palavras revivificam os ausentes, como uma história contada na hora de dormir consegue apaziaguar uma criança.
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