Volume 15 - 2010
Editor: Giovanni Torello

 

Julho de 2010 - Vol.15 - Nº 7

France - Brasil- Psy

Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Quem somos (qui sommes-nous?)                                  

France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on  line”oferto aos  profissionais do setor da saúde mental de expressão  lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de sites.

Qui sommes- nous ?

France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions et des articles en français et en portugais  concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et d’associations, sélection  de sites

SOMMAIRE (SUMÁRIO):

 

  • 1. FORMAÇÃO PSICOTERÁPICA DOS PSIQUIATRAS
  • 2. A PSIQUIATRIA EM BUSCA DE SUAS RAIZES PSICOTERÁPICAS
  • 3. OS PSIQUIATRAS SERIAM PSICOTERAPEUTAS NATOS?
  • 4. REUNIÕES E COLÓQUIOS
  • 5. ASSOCIAÇÕES
  • 1. FORMAÇÃO PSICOTERÁPICA DOS PSIQUIATRAS 

    Eliezer de Hollanda Cordeiro

    Nota preliminar:Bernard Accoyer

    , Presidente da Assembléia Nacional francesa e médico de formaçãonão escondeu seu contentamento ao anunciar a publicação do decreto sobre o uso do título de psicoterapeuta  no  Journal Officiel de la République de 22 de maio de 2010. Ele disse que,  “após 11 anos de luta,  o decreto constitue um avanço considerável  para o direito dos doentes e daqueles que pedem ajuda   aos psicoterapeutas. É que existe um número importante  de pessoas que se dizem psicoterapeuta em nosso país, sem  nenhum diploma garantindo-lhes um  mínimo de competência.” Ele relembrou  “os ataques inimagináveis que sofreu da parte do mundo da manipulação e das seitas’’, que fizeram  tudo para impedir a promulgação do decreto.

    A publicação oficial  é  o epílogo de um longo debate que abordamos  na edição da Polbr de novembo 2003, no artigo UM ESTATUTO PARA OS PSICOTERAPEUTAS.  Como era de se esperar,  a oficialização do decreto  começou a suscitar   muitas  reações de  psiquiatras, psicólogos e psicanalistas  franceses, a grande maioria  apoiando  o projeto mas pedindo  modificações importantes sobre o conteúdo do ensino das psicoterapias. O doutor  François KAMMERER, por exemplovice-président du Syndicat des Psychiatres Français  defende  o decreto mas pede que seja modificado em vários passagens, lamentando queseu sindicato  não tenha sido solicitado para a elaboração do mesmo. Esperamos publicar seus argumentos  na coluna France-Brasil-Psy de setembro, bem como  a reação do psiquiatra e psicanalista Claude NACHIN,  criticando  um projeto  que é ‘’contra a psicoterapia e marca  a vitória da corporação  médica.’’

    Por ora, o leitor encontrará mais abaixo o resumo de tres artigos publicados  na La Lettre de la Psychiatrie Française, N° 193, junho de 2010.

     

    Os professores universitários de psiquiatria- entre os quais Marie-Rose MORO, Maurice CORCOS, Bernard GOLSE e Michel PATRIS- reuniram-se  com internos  para ‘’refletir sobre a incidência da psicanálise na formação psiquiátrica’’.  O Professor Michel PATRIS resumiu as reflexões do grupo em quatro pontos:

    Os internos em psiquiatria devem seguir uma verdadeira formação longitudinal(do início até o fim do curso), beneficiando de supervisões e controles... permitindo-lhes  adquirir  uma competência psicoterápica a partir das experiências que vivem  no trabalho cotidiano.

    Suas formações teóricas devem comportar pelo menos um seminário  sobre os fundamentos, os modos de funcionamento e as consequências éticas e filosóficas  inerentes  às  diversas correntes de pensamento em psiquiatria.Atualmente, faculdades propõem seminários teóricos sobre as grandes correntes psicoterápicas.Propomos que estes seminários sejam estendidos a todas as regiões e que  eles se tornem obrigatórios.

    Cada interno deve decidir não somente  da maneira como poderá se  aperfeiçoarmas também como se formar num determinado tipo de psicoterapia. O interno  deve saber que a escolha de uma prática psicoterápica não implica a exclusão das outras  e reconhecer  que não existe atauelmente nenhuma panacéia neste domínio.

    A universidade e os hospitais  devem colaborar  para a indispensável formação  dos internos, tanto no domínio  da relação psicoterápica como no  das  psicoterapias específicas. Sabendo que o ato psicoterápico engaja primeiramente o terapeuta e depois a sua técnica.

     2.A PSIQUIATRIA EM BUSCA DE SUAS RAIZES PSICOTERÁPICAS 

    Resumo do artigo do Professor Michel PATRIS, publicado na mesma edição da Lettre de la Psychiatrie Française de Junho 2010.

    Eliezer de Hollanda Cordeiro

    ‘’Diante das ameaças  que pesam sobre a identidade da psiquiatria(cientifismo e pragmatismo econômico), o autor  aplaude  a idéia  dos psiquiatras universitários  consistindo em  melhorar a formação psicoterápica dos internos em psiquiatria’’. Para ele, é necessário que ‘’a psiquiatria abra-se de novo  à psicanálise,porque, inevitavelmente, todo e qualquer paciente atravessa, perfura, desconstrói os mecanismos que impedem o acesso à vida psíquica, que seja  no delírio, na clivagem ou no desmoronamento melancólico...’’

    Ele considera que a formaçaão dos psiquiatras  está muito atrazada.Por conseguinte , ‘’é preciso ensinar aos internos  que o trabalho terapêutico do psiquiatra  não se resume ao tratamento dos sintomas das pessoas sofrendo de  distúrbios mentais’’. Este  trabalho  deve  levar  também em conta  ‘’a dimensão psicoterápica consistindo em refazer  e manter os laços entre essas pessoas e os outros.’’

    O autor recomenda aos estudantes que querem conhecer as origens desse problema, bem como  àqueles que se preocupam pelo futuro da psiquiatria, a leitura de dois textos de Henri Ey: ‘’Plano para a organização do campo da psiquiatria’’ e ‘' Defesa e ilustração da psiquiatria’’.

    3.OS PSIQUIATRAS  SERIAM  PSICOTERAPEUTAS  NATOS?

    Resumo do artigo de Aude van EFFENTERRE ( interna em psiquiatria, Presidente da Association Française Fédérative des Étudiants en Psychiatrie)

    Eliezer de Hollanda Cordeiro

    Neste artigo, a autora lembra que ‘’os psicólogos, psicanalistas e médicos que não são psiquiatras, poderão tornar-se psicoterapeutas após uma formação teórica e prática cujas modalidades são contidas no decreto.’’ Serão então habilitados  a inscrever-se no registro nacional dos psicoterapeutas, accessivel aos pacientesPor sua vez, os  psiquiatras são  considerados como psicoterapeutas  inatos, por conseguinte   dispensados de qualquer formação específica. Neste caso, ‘’como é que os pacientes  poderão saber se o psiquiatra  que está em sua frente tem ou não tem uma formação complementar em psicoterapiaComo explicar  que os internos tenham o direito ao título de psicoterapeuta sem terem feito uma formação específica?’’

    Atualmente, qual é a situação dos internos em psiquiatria? Como vivem suas práticas?

    ‘’Eles desejam uma melhor formação em psicoterapias, como indica o número de internos seguindo cursos em institutos particulares  ou assistindo seminários organizados por associações científicas de orientação analítica, sistêmica ou cognitivo-comportamental.‘’

    Mas as  formações podem variar de uma cidade a outraem algumas cidades o interno pode seguir seminários  sobre a psicanálise, em outras cidades existem  seminários sobre  as  TCC, etc. ‘’Esta situação deve  mudar na medida em queformação dos estudantes deve ser homogênea.’’

    ‘’É muito provável  que os psiquiatras franceses e europeus, responsáveis pela formação dos internos, levem em conta  os  diferentes enfoques psicoterápicos.’’

    4. REUNIÕES E COLÓQUIOS

    *L’ÉVOLUTION PYCHIATRIQUE

    *L’INFORMATION PSYCHIATRIQUE

    *IMPACTE MEDECINE

    *LA REVUE FRANÇAISE DE PSYCHIATRIE ET DE PSYCHOLOGIE MÉDICALE 

    *L’ENCÉPHALE

    *PSYCHIATRIE FRANÇAISE

    *L’AUTRE, CULTURE ET SOCIÉTÉS

    5. ASSOCIAÇÕES

    *MISSION NATIONALE D’APPUI EN SANTÉ MENTALE

    *ASSOCIATION FRANÇAISE DE PSYCHIATRIE ET PSYCHOLOGIE LEGALES (AFPP)

    *ASSOCIATION FRANÇAISE DE MUSICOTHERAPIE (afm)

    *ASSOCIATION ART ET THERAPIE

    *ASSOCIATION FRANÇAISE DE THERAPIE COMPORTEMENTALE ET COGNITIVE (aftcc)

    *ASSOCIATION FRANCOPHONE DE FORMATION ET DE RECHERCHE EN THERAPIE COMPORTEMENTALE ET COGNITIVE (AFFORTHECC)

    *ASSOCIATION DE LANGUE FRANÇAISE POUR L’ETUDE DU STRESS ET DU TRAUMA (ALFEST)

    *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump

    *ASSOCIATION POUR LA FONDATION HENRI EY

     

     


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