![]() ![]() Volume 15 - 2010 Editor: Giovanni Torello |
Maio de 2010 - Vol.15 - Nº 5 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites 1.DE Auteur : Robert-Michel Palem Análise do
livro pelo Dr. J.-C. GRULIER, publicada na Lettre de la Psychiatrie Française,
N° 1901, Mars 2010 Tradução : Eliezer de Hollanda
Cordeiro, psiquiatra inscrito na Ordem
Nacional dos Médicos da França O livro de
Robert-Michel Palem convida-nos
a examinar as relações entre as duas disciplianas (…) questionando o lugar que ocupa
a psiquiatria diante da neurologia, sua identidade, e sua compatibilidade. Será que a psiquiatria é, continua sendo
a ‘’disciplina médica diferente das demais, que trata dos distúrbios da consciência
e da liberdade’’ (H.Ey), integra as novidades e os progressos, e encontra um homem sofrendo de distúrbios em seu ser biológico,psicológico
e social? Ou então a
dimensão biológica da psiquiatria vai absorber o psicológico
e mesmo o social, tornando-se
uma técnica estatística, avaliadora, pavloviana com os seus protocolos, regulando o déficit dos neuro-mediadores para a felicidade dos cérebros róseos (risonhos) bochechudos, frisados visto que colocados a sério no centro do dispositivo de tratamento ? O fio condutor desta história é o organodinamismo
que o autor, aluno de Henry EY (1),estudou muito bem. Esta misteriosa mistura de espírito e de matéria, de psíquico e neurológico, ainda teria algum poder
esclarecedor ? Sem dúvida um pouco, se
‘’o organ(o)’’ é entendido como
lesado, mecânico ; talvez muito mais
se ‘’o organ(o)’’ é entendido como uma organização do vivente, uma hierarquização dinâmica dos niveis de consciência, como a neurologia descrita por Henry Jackson e Kurt Goldstein ou pelo psicólogo Maurice Pradines. A noção de dissolução dos niveis de consciência permitiu
um melhor conhecimento
dos niveis de desorganização
nas psicoses. Por sua vez o estudo das halucinações permitiu, como lembra o autor do livro, de melhor especificar do
ponto de vista neurológico e psiquiátrico
o fenômeno delirante,
a patologia da consciência e da liberdade, diferenciando-os
da éidolie hallucinosique, fenômeno
sensorial surgindo numa
consciência onde
todo o resto fica conservado (2). As relações
entre a neurologia e a psiquiatria
são frequentemente muito dificeis, litigiosas e as vezes apaixonadas. É que estas relações são, nada mais nada menos, apenas
um caso particular de um problema
geral,o das relações entre
o cérebro e o pensamento,
escreveu H. EY. A questão
das relações do espirito
com a matéria aparece
ao longo da história do pensamento: Lucrécia, Plotin, Descartes, A história
da psiquiatria comporta uma sorte
de alternância entre organogênese
e psicogênese, sem dúvida porque esta
forma de combate pela etiologia funciona de maneira exclusiva: ora a organogênese sai vitoriosa, ora a psicogênese, embora subsistam focos de resistência. Robert-Michel Palem
incita-nos a desconfiar das
palavras confundidas com as
coisas e a examinar rigorosamente os conceitos. Como por exemplo o termo
‘’objeto mental’’ : ‘’Perceptivo, imagem de memória e conceito constituem diversas formas e estados de unidades materiais da representação mental que reunimos no grupo que denominamos
objetos mentais’’, escreveu Jean-Pierre Changeux
(4).O termo objeto não designa uma
realidade única, é
fundamental distinguirmos o objeto da consciência
e o objeto intencional no sentido de Husserl, do objeto
mental, acontecimento material, neurofisiológico. Enunciar que o cérebro
pensa é uma
alegação próxima daquela que diz
que o feixe piramidal anda. Que o reconhecimento dos rostos e a interpretação
do olhar sejam dependentes de sistemas neuronais bem precisos
(5), não invalida a filosofia da intersubjetividade
e a importância fundamental das relações prococes na gênese do psiquismo;
ao contrário, a organização neural comprova
a necessidade de uma
finalidade, fixa o pensamento sem submetê-lo ao ‘’biológico’’. Entres as ciências humanas e as neurociências, a linguagem ainda precisa ser descoberta afim de que, Em conclusão e com o mesmo humor que percorre o seu livro, o autor evoca o ‘’dinamismo’’ Aliás, o dinamismo é também
neuronal, um mesmo
neurônio O excelente
livro de Robert-Michel Palem
nutre o espírito (e dinamisa os neurônios). 1) PALEM Robert-Michel, la modernité d’Henry Ey :
l’organo-dynamisme, Paris, Desclée
de Brouwer, 1997. 2) PALEM Robert-Michel, Henry Ey, psychiatrie et philosophie, 3) EY Henri, Traité
des hallucinations, Paris, Masson, 1973. 4) CHANGEUX Jean-Pierre, RICOEUR
Paul, Ce qui nous fait penser.
La nature et la règle,Paris, Odile
Jacob, 1998. 5) BERTHOZ Alain, La simplexité, Paris, Odile
Jacob, 2009, pages 43 à 52. 6) BERTHOZ Alain, i.d., page 94. 2) A PSIQUIATRIA FRANCESA AMEACADA Eliezer de Hollanda Cordeiro ‘’ Ao se referir à história, o autor lembra os princípios
que nortearam a fundação, em 1967, do Syndicat des Psychiatres
Français(S.P.F.). Na época,
Charles BRISSET,
ao término de um exaustivo trabalho, definiu o objetivo
do S.P.F: ‘’participar à construção
das estruturas da psiquiatria, libertá-la da tirania da
neurologia e dotar
a medicina de uma psiquiatria moderna humanista que leve
em conta o fato psíquico’’(1). Mas Charles BRISSET, também co-autor ao lado
de P.BERNARD do Manuel de Psychatrie
dirigido por Henri
EY, era um homem realista,
consciente das ameaças que pesavam sobre
a psiquiatria. Assim,
de maneira premonitória, evocou ‘’o futuro
da psiquiatria na França
e perguntou‘’se a sociedade
francesa aceitaria um tal progresso’’. O futuro lhe deu
razão, escreve Jean-Yves
COZIC, constatando que 20 anos depois a política
dita de Setor começou a ser desmantelada
e levou às dificuldades presentes, obrigando os psiquiatras a ‘’enfrentarem
posições políticas e administrativas que se preocupam muito pouco pelo fato
psíquico, preferindo fazer comentários sobre o conceito de saúde
mental ou afirmar suas intenções securitárias’’(1). Além disso, outras
ameaças pesam sobre a psiquiatria, 3)LIVROS RECENTES .Quelle
Psychiatrie pour demain ?, Revue Psychiatrie Française: Vol. 2/09,
Décembre 2009. Artigos publicados neste volume : *Éditorial :
Jean-Louis CHAUVET *Curiosité
de cabinet :
Serge TISSERON *Le déclin
de l’empire psychiatrique : Jacques HOCHMANN *Déclin
et espérances dans le champ
de la pédopsychiatrie : Roger MISÈS *Refonder
la psychiatrie: Didier HOUZEL *Déclin
de l’empire psychiatrique : Jean-Pierre OLIÉ *L’empire
pédopsychiatrique… quel empire ? : Bernard GOLSE *Nadha:
Simon-Daniel KIPMAN *Une
psychiatrie médico-sociale est-elle nécessaire. Pourra-t-elle renaître ? :
Roger SALBREUX *Cinquante
ans de clinique psychiatrique : Alain KSENSEE *La neuropsychiatrie
de l’enfance et de l’adolescence
en Italie : Lenio RIZZO *Mouvements
d’humeur :Jean-Louis
CHAUVET *Vous
avez aimez la novlangue ?
Vous adorerez le DSM IV ! :
Francis DROSSART * L’avènement
de la non-psychiatrie : Marc HAYAT *Vigueur
et impasse de l’héritage freudien : Francis
MARTENS 4. REVISTAS *La revue française de psychiatrie
et de psychologie médicale 5. ASSOCIAÇÕES *Mission Nationale d’Appui
en Santé Mentale *Association française de psychiatrie et psychologie legales
(afpp) *Association française de musicotherapie (afm) *Association française de therapie
comportementale et cognitive
(aftcc) *Association
de langue française pour l’etude
du stress et du trauma (alfest) *Association de formation et de recherche des cellules d’urgence medico-psychologique (aforcump *Association pour la fondation
Henri Ey ![]()
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