Volume 13 - 2008
Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini

 

Dezembro de 2008 - Vol.13 - Nº 12

Psicanálise em debate

MASTURBAÇÃO
(Este artigo foi publicado em SexoS - A Trama da Vida - Volume 4 - As Fronteiras da Transgressão - série especial da revista Mente&Cérebro, Editora Duetto, dezembro 2008)

Sérgio Telles

Qualquer abordagem sobre a masturbação, ou sobre a sexualidade em geral, encontra um inarredável divisor de águas - a teoria freudiana. Há um antes de Freud e um depois de Freud.

Neste artigo, o antes de Freud consiste em um percurso histórico baseado no rico livro de Thomas Lacqueur, Solitary Sex: A Cultural History of Masturbation[1]. Apoiado em extensa pesquisa, o livro de Lacqueur traz novas informações e estabelece interessantes hipóteses sobre aquilo que Foucault chamou de “a guerra contra o onanismo, que durou quase dois séculos no Ocidente”[2]. Tal guerra é um bom exemplo da loucura humana travestida de conhecimento científico, no caso, o saber médico.

Em seguida veremos como Freud transforma o que até então era visto como uma terrível aberração geradora da corrupção dos corpos e da sociedade, como uma manifestação inevitável da sexualidade infantil, derivando toda sua importância do contexto incestuoso edipiano na qual se inscreve.

No depois de Freud comentaremos algumas situações mais recentes.


Diz Laqueur que na Grécia Antiga e em Roma, a masturbação podia ser objeto de ridicularias e brincadeiras, como se vê em Aristófanes, mas nunca lhe foi dada qualquer significação especial.

No judaísmo mais antigo, não há menção a ela, a não ser indiretamente nos comentários à história de Onan. Por desperdiçar sua semente, Onan despertou o ódio do Criador, que o fulminou com um raio. Embora “onanismo” tenha se transformado em sinônimo de masturbação, estudiosos do Talmud acreditam que o pecado de Onan não foi a masturbação e sim o coitus interruptus, a recusa em procriar.

Ao contrário dos rabinos, os teólogos medievais do cristianismo, viam a masturbação como um pecado em si, embora não lhes concedessem grande importância. Dentro da vida confinada nos mosteiros, a preocupação maior era a sodomia e não a masturbação. Na vida fora dos claustros, a atenção dos padres se voltava para o incesto, a bestialidade, a fornicação e o adultério.

Como se poderia esperar do cristianismo, que não priorizava o principio rabínico de procriar e, pelo contrário, celebrava a vida celibatária e a castidade monástica, a argumentação de Santo Agostinho sobre Onan se desloca da obrigação de gerar filhos para um tema mais vasto, o dos deveres morais de ajudar os necessitados. Não é que os teólogos cristãos permitissem a masturbação, apenas não a censuravam com grande severidade, pois era a própria sexualidade que devia ser combatida e não a sexualidade não reprodutiva.

Em nada se altera a concepção da masturbação com o advento da Reforma. A idéia que dela os protestantes tinham os aproximava mais dos rabinos que dos padres católicos. Seu caráter pecaminoso residia na recusa à procriação, no desperdício do sêmen.  Os protestantes censuravam os católicos por darem primazia ao celibato e à abstinência sexual, desvalorizando o casamento.  A seu ver, ao criarem mosteiros e conventos, os católicos terminavam por incentivar a masturbação.

Na Renascença, abandona-se a preocupação com a procriação, defendida por rabinos e protestantes, e retoma-se sua ligação com a concupiscência, tal como viam os padres católicos.

Sem que a masturbação tivesse adquirido o estatuto de um pecado maior ou o crime de desperdício de sêmen recebido renovado agravamento, uma mudança radical aconteceu meio século depois. A medicina se apropriou da masturbação e dela fez uma doença gravíssima, capaz de colocar em risco não só o individuo, mas toda a sociedade.

Diz Lacqueur: “A masturbação moderna pode ser datada com uma precisão rara na historia da cultura. Deve ter sido por volta de 1712, com a publicação de um pequeno livro que tinha um longo titulo – Onania ou O Terrível Pecado da Auto-Polução, e todas suas Assustadoras Conseqüências, consideradas em ambos os SEXOS, com Aconselhamento Espiritual e Físico para aqueles que já incidiram nessa prática abominável, e oportuno Conselho para a Juventude da nação de ambos os SEXOS”.

Laqueur identifica o autor deste livreto anônimo como John Marten, um charlatão que publicara anteriormente outros trabalhos nos quais a pornografia mal se escondia atrás de assuntos supostamente médicos. Em Onania, após as descrições das doenças terríveis decorrentes da masturbação, Marten anunciava sua cura – os remédios que vendia junto com o livreto.

O livro teve um estrondoso sucesso de vendas na Inglaterra e logo foi publicado em outras capitais européias. Uma edição americana apareceu em 1724 e em 1752 já estava na 17ª edição, algo espantoso para a época.

Em 1760, Samuel Auguste David Tissot, um dos médicos mais prestigiados da França, depois de desqualificar o livro de Marten, apropria-se de seu título e de sua idéia central, dá-lhe uma nova versão ao revesti-la com a linguagem médica protocolar e a publica como  L´Onanisme ou Dissertation physique sur les maladies produit par la masturbation. Seu livro provoca enorme repercussão por toda a Europa e não demorou muito para que médicos de toda parte passassem a atribuir uma lista inesgotável de doenças ao sexo solitário.

Mas como explicar que uma contrafação tão grosseira tenha conseguido tamanho acolhimento? Em parte, diz Laqueur, a resposta se deve a um esperto truque de vendas criado por Marten: esgotada a primeira edição, as seguintes – e houve muitas – traziam cartas picantes de leitores que confessavam seus hábitos masturbatórios e testemunhavam a cura com os remédios tomados. Desta forma, os leitores compravam um material pornográfico escondido sob o sisudo manto da medicina.

Mas esta explicação é insuficiente para justificar como o “onanismo” passou a interessar aos enciclopedistas e a um médico como Tissot, tornando-se um tema incontornável na cultura.

Lacqueur pensa ter sido, paradoxalmente, o Iluminismo - com sua luta contra a superstição, seu culto à Razão, sua tolerante aceitação da sexualidade humana - o responsável pela extraordinária mudança na concepção da masturbação, transformando-a de uma prática comum e anódina, num monstro temido, a terrível fonte de muitas doenças físicas e corrupção moral. 

O Iluminismo provocou um declínio da autoridade eclesiástica e promoveu a ascensão secular da autoridade médica. Com isso retirou a masturbação do âmbito do moralismo religioso e a fez ingressar no campo da medicina. Certamente se pensava – equivocadamente - que dessa forma “científica” ela estaria a salvo dos desvios próprios da ignorância e do dogmatismo.

Laqueur aponta três aspectos da masturbação que levantavam suspeitas e oposição por parte dos valores defendidos pelo Iluminismo. Em primeiro lugar, era uma prática solitária, enquanto todas as outras formas de sexualidade são tranquilizadoramente sociais. Em segundo, o encontro sexual masturbatório não se dava com uma pessoa de carne e osso, decorria de uma fantasia, o que, diziam os médicos, provocava um “falso prazer”. E, em terceiro lugar, o que era mais grave - ao contrário de outros apetites, o desejo masturbatório nunca se saciava plenamente, o que poderia levar a excessos intoleráveis.

As conquistas do Iluminismo trouxeram um aumento dramático da autonomia do sujeito, liberando-o de antigas peias políticas e religiosas. A nova ordem política e social então possibilitada desencadeou grandes ansiedades, que foram projetadas na masturbação, fazendo com que ela passasse a ser condenada com máximo rigor, diz Laqueur.  Vista como indutora de um prazer não socializado, não produtivo (reprodutivo), alimentado pelos incontroláveis vagares de uma mente dispersiva, a masturbação se transformou numa ameaça ao próprio sujeito e à sociedade, na medida em que poderia perverter todas as novas conquistas tão duramente conseguidas pelo Iluminismo, referentes à independência social, psicológica e moral.

 

Por este motivo, como Laqueur mostra com grande detalhe e numa argumentação que o aproxima de Foucault, o projeto liberador do Iluminismo contraditoriamente se transforma num programa de vigilância e tentativa de controle daquilo que até então tinha sido o mais secreto, privado e aparentemente inofensivo dos atos sexuais – a masturbação. Para tanto, passou a policiar a imaginação, o desejo e as expressões da individualidade que ele mesmo acabava de promover.

Laqueur mostra como os riscos do sexo solitário se misturam com duas das mais importantes inovações da modernidade: a implantação dos mercados financeiro e editorial. Onania foi publicado no momento da primeira crise financeira no mercado de ações e da fundação do Banco da Inglaterra. “A masturbação passa a ser vista como o vício de uma sociedade civil não religiosa, na qual a cultura de mercado faz com que as tradicionais barreiras contra a luxúria cedam espaço para justificativas filosóficas que defendem o excesso. Filósofos e economistas como Adam Smith, David Hume e Bernard Mandeville apontavam para as maravilhosas condições auto-reguladoras do mercado, no qual atos individuais de auto-indulgência e ambição se transformavam em bens comuns. A masturbação poderia parecer uma representação lógica do mercado: afinal, o impulso potencialmente ilimitado para gratificar o desejo é o motor que alimenta todo o imenso empreendimento econômico” – diz Greenblat[3]. Mas, ao contrário do mercado e suas forças auto-reguladoras, nada poderia regular a masturbação e seu prazer insaciável. Daí o medo que ela inspirava e as rigorosas medidas implantadas para controlá-la. 

Se a primeira inovação moderna contemporânea ao terror à masturbação foi a implantação do mercado financeiro, a segunda foi a leitura solitária. Na ocasião, o hábito da leitura se expandia em função da enxurrada de livros produzidos pelo incipiente mercado editorial e pela criação de novos espaços domésticos nos quais as pessoas podiam gozar de alguma privacidade e ficarem sozinhas. Desta forma, a masturbação ficou associada à leitura privada e solitária e esta passou a ser vista como a indutora da primeira. A grande forma literária inventada para se adequar a estes espaços que possibilitavam a prática da leitura solitária foi o romance. Como Rousseau ironicamente disse, certos romances eram escritos especificamente para ser lidos com uma única mão... Mas não era só a pornografia o que aproximava a masturbação do romance. Temia-se qualquer leitura num ambiente reservado e silencioso, pois ela poderia despertar a imaginação e esta rapidamente levaria aos descontroles do vício solitário. 

E este era um vício democrático. Seu poder destrutivo estava ao alcance de servos e senhores, e o que era pior, estava disponível também às mulheres. Elas, com sua emotividade à flor da pele, sua rica imaginação, sua irracionalidade, estavam – é claro – muito mais expostas aos perigos das excitações sexuais provocadas pelos romances.

No começo do Século XX, começam a se dissipar os terríveis nevoeiros que ligavam a masturbação à morte e à loucura e que tinham gerado uma cultura de vigilância e controle. A descoberta da real etiologia de uma série de doenças atribuídas à masturbação - como as doenças venéreas, a epilepsia, a tuberculose - foram decisivas para tanto.  Apesar de ainda serem perceptíveis nos dias de hoje elementos daquela antiga forma de ver a masturbação, acabou o terror imposto a todos e por tantos anos pela medicina. Laqueur atribui essa mudança em grande parte ao trabalho de Freud e de uma subseqüente sexologia liberal.

 

Freud aborda a questão da masturbação em vários textos. Logo abandona a visão convencional de sua época e insere a masturbação dentro de sua  revolucionária construção teórica, na qual a sexualidade tem papel central.

No caso do “Homem dos Ratos” (1909), em longo comentário, Freud estabelece o que me parece ser o essencial de sua visão sobre a masturbação. Ali ele parte de uma observação clínica: os pacientes habitualmente atribuem à masturbação ocorrida na adolescência a causa de seus padecimentos, coisa que os médicos, em geral, rejeitam, por saberem que todos – normais e neuróticos – passam por uma fase de masturbação neste período. Freud considera que os pacientes estão parcialmente corretos e necessitam ser interpretados, pois a masturbação da adolescência é apenas a revivescência da masturbação infantil. Diz ele:

A masturbação infantil atinge uma espécie de clímax, via de regra, entre as idades de três a quatro ou cinco anos; e constitui a mais evidente expressão da constituição sexual de uma criança, na qual se deve buscar a etiologia das neuroses subseqüentes. Logo, sob esse disfarce, os pacientes ficam atribuindo a culpa por suas doenças  à sua sexualidade infantil, e têm toda razão de fazê-lo. Por outro lado, o problema da masturbação torna-se insolúvel se tentarmos tratá-lo como uma unidade clinica e esquecermos que pode representar a descarga de toda variedade de componente sexual e de toda espécie de fantasia às quais tais componentes possam dar origem. Os efeitos prejudiciais da masturbação são autônomos – ou seja, determinados por sua própria natureza – apenas em um bem pequeno grau. São, em sua essência, meramente parte e parcela da significação patogênica da vida sexual, como um todo, do indivíduo. O fato de muitas pessoas poderem tolerar a masturbação – ou seja, determinada porção deste ato – sem prejuízo, mostra apenas que a sua constituição sexual e o curso da evolução de sua vida sexual foram de tal forma a permitir-lhes exercer a função sexual dentro dos limites daquilo que é culturalmente permissível; ao passo que outras pessoas, de vez que sua constituição sexual foi menos favorável, ou perturbado o seu desenvolvimento, caem doentes em conseqüência de sua sexualidade – isto é elas não conseguem alcançar a necessária supressão ou sublimação de seus componentes sexuais sem recorrerem a inibições ou substituições[4].

Resumindo - Freud diz que a masturbação é uma das manifestações universais da sexualidade infantil e que seus eventuais aspectos prejudiciais não decorrem dela em si e sim do contexto mais amplo da vida sexual. Refere-se ele aos turbilhões inevitáveis da castração e do complexo de Édipo, que dão conformidade à nossa própria constituição como sujeitos e – consequentemente - à nossa identidade sexual. São estes conflitos inconscientes que produzem as fantasias que alimentam não só a masturbação, mas a vida psíquica em geral. Assim, a questão não é – como durante os últimos dois séculos se dizia – combater a masturbação e as fantasias que a geravam, e sim analisar os conflitos geradores de fantasias, inibições e sintomas.

Freud pensava que a masturbação deveria ser abandonada na vida adulta, na medida em que o sujeito transitasse plenamente do auto-erotismo e do narcisismo para as relações objetais amorosas. Via a masturbação como uma persistência do erotismo infantil ligado ao complexo de Édipo, o que a deixava irremediavelmente tingida pela culpa.

Na ocasião de um debate especifico sobre o assunto, Freud se aproximou da posição de Stekel, que defendia a masturbação como um recurso legitimo, não necessariamente regressivo. Afirmou que a masturbação possibilita “desenvolvimentos e sublimações  sexuais na fantasia” que apesar de serem “conciliações prejudiciais”, “tornam inofensivas graves inclinações perversas e previne as piores conseqüências da abstinência”[5].

 

No depois de Freud, constata-se que apesar do indiscutível  impacto social trazido pela psicanálise, das informações objetivas sobre a anatomia e a fisiologia dos processos sexuais pedagogicamente oferecidas às novas gerações, parece não ser possível ver a sexualidade de forma objetiva. Por sua ligação intrínseca com os processos psíquicos inconscientes, ela estará sempre envolta por um manto de fantasias, nas quais o erotismo se confunde com  culpas, medos, angústias.

No que diz respeito à masturbação, ela está longe de ser uma prática assumida abertamente e continua sendo algo profundamente privado e objeto de vergonha para adolescentes e adultos.

Por outro lado, lembra Lacqueur, as feministas, rebelando-se contra as opiniões de Freud sobre a sexualidade feminina, têm feito da masturbação clitoridiana uma bandeira de seu movimento[6].  Artistas de vanguarda do Primeiro Mundo, como  Lynda Benglis, Annie Sprinkle e Vito Acconci, aproveitam-se do aspecto transgressivo que a masturbação ainda hoje tem  como importante elemento em suas obras.

Mais recentemente, a questão da masturbação mostra um renovado interesse, em função da internet.

A internet tornou obsoletas todas as medidas legais com as quais os estados tentavam controlar a produção, divulgação e comercialização da pornografia. Com isso, ela tem quebrado idéias preconcebidas  que atribuíam à pornografia conseqüências assustadoras, como a incitação ao crime e à violência sexual. Será que os mesmos fantasmas que faziam com que, antes, a masturbação fosse vista como uma perigosa ameaça individual e social, ressurgem no que diz respeito à pornografia? O fato é que se digitarmos pornography num buscador como o Google, encontramos 28.000.000 (vinte e oito milhões) de indicações de sites e para porn, 234.000.000 (duzentos e trinta e quatro milhões). Números semelhantes se encontram ao digitar-se masturbation – 45.800.000 (quarenta e cinco milhões e oitocentos mil)[7].

Nos sites ligados à masturbação, tem de tudo, desde sua mais aberta defesa, com explícitos manuais de instrução, até os que pregam a castidade e apresentam, como antes, a masturbação como um perigoso vício.

Um acontecimento público mostra como a masturbação continua sendo objeto de grande repressão e hipocrisia social. Em 1994, Jocelyn Elder, que ocupava o posto de Surgeon General (algo como o Ministro da Saúde no Brasil) na gestão Clinton, foi destituída de seu cargo no dia seguinte a uma entrevista na televisão, onde dissera que a masturbação “é algo que faz parte da sexualidade humana e é parte de algo que talvez pudesse ser ensinada”[8]. Numa coletiva à imprensa em Miami, Clinton disse que as opiniões de Jocelyn Elder sobre o assunto revelavam “diferenças com a política administrativa e minhas próprias convicções”. Algumas dessas suas “convicções” seguramente ficaram  expostas no episódio Mônica Lewinsky...



[1] Lacqueur, Thomas – Solitary Sex: A Cultural History of Masturbation, New York,  Zone Books, 2003, 501 pp.

[2] Foucault, Michel - História da Sexualidade - A Vontade de Saber- , Graal, Rio, 1988 – 7ª. edição, p. 99.

[3] Greenblat, Stephen – Me, myself and I – The New York Review of Books, vol. 51, no. 6, April 8, 2004

[4] Freud. S. – Notas sobre um Caso de Neurose Obsessiva (1909) - Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas – Vol. X – Imago Editora, Rio de Janeiro,  p. 204-5

[5] Freud, S – Contribuições a um debate sobre a masturbação – Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas – Vol. XII – Imago Editora, Rio de Janeiro, 1969,  p. 317-9

[6] Esman, Aaron H. - SOLITARY SEX: A CULTURAL HISTORY OF MASTURBATION. By Thomas Laqueur. New York: Zone Books, 2003, 501 pp., $34.00. J Am Psychoanal Assoc 2005 53: 325-328.

[7] Dados colhidos em 27/08/08

[8] www.afraidtoask.com/masturbate/History.htm -

 

 

 


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