Volume 12 - 2007
Editor: Giovanni Torello

 

Outubro de 2007 - Vol.12 - Nº 10

História da Psiquiatria

ÁLVARO RUBIM DE PINHO

Solange Tavares Rubim de Pinho
Professora Adjunta de Psiquiatria Infanto-Juvenil do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina – Universidade Federal da Bahia (Ufba); Doutora em Medicina Interna pela Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências (FBDC).

Nota introdutória.

Psiquiatria on-line publicou uma biografia de Álvaro Rubim de Pinho, em fevereiro de 2003. (Psychiatry On-line Brazil (9) Fevereiro 2003).

Recebemos para exame uma excelente contribuição de um grupo de psiquiatras da Bahia, sob o comando de Solange Rubim de Pinho, filha do admirado professor. Tratava-se de uma conferência em PowerPoint e, infelizmente, não podemos colocá-la no mesmo formato e tivemos que edita-la. Perdemos no colorido e em imagens que acompanhavam o texto, mas mantivemos a essência da comunicação que oferece mais detalhes sobre as idéias do ilustre psiquiatra baiano. (Walmor Piccinini)

 

 

 

ÁLVARO RUBIM DE PINHO

 

         A psiquiatria brasileira costuma relembrar esse Mestre, e, em suas investigações, inspirar-se para realizar novas pesquisas.

         alvaro

 

Álvaro Rubim de Pinho nasceu em Manaus (AM) em 22 de fevereiro de 1922, no ano da Semana de Arte Moderna (11 a 18 de fevereiro), evento que marcou o início do movimento modernista e a renovação da cultura brasileira, ao reunir intelectuais e artistas que, apesar de afinados com as tendências vanguardistas da Europa, estavam atentos e alertavam a sociedade para os valores da cultura deste país.  

Faleceu em Salvador em 1994, aos 72 anos, deixando muitas publicações de sua autoria ou co-autoria, que tratam de Neuropsiquiatria, História da Medicina, Psiquiatria Forense, Psicofarmacologia e Psiquiatria Transcultural.

 

Formou-se em 1945 pela Faculdade de Medicina da Bahia, especializando-se em Psiquiatria.

Defendeu as teses:

          Diagnóstico da psicose maníaco-depressiva (1955);

          As funções cognitivas dos epilépticos (1965).

         Por muitas décadas, foi professor titular de Psiquiatria da Ufba.

Professor Adjunto-1954 a1956

Livre Docente-1955

Professor Catedrático 1966

Aposentou-se em 1987, como Professor Titular.

Em entrevista publicada em Identidad de la psiquiatria latinoamericana (1990), o Professor Rubim de Pinho foi questionado quanto às circunstâncias que influenciaram a sua escolha profissional. Afirmou que sua preferência estivera voltada, a princípio, para a Neurologia. Somente após cinco anos de sua graduação, como resultado da convivência com psiquiatras elegeu como especialidade a Psiquiatria.

Acrescentou que Luiz Cerqueira lhe alertou para a dimensão social da doença e Nelson Pires lhe ensinou a importância da psicopatologia. Estudou com afinco as obras de Nina Rodrigues que abordam os transtornos mentais coletivos e os trabalhos de Arthur Ramos, autor de estudos pioneiros sobre a influência da cultura africana sobre as diferenças entre fenômenos culturais e psicopatológicos.

         Influenciaram os seus estudos Bumke, Kurt Schneider, Mira y López, Heitor Carrilho e outros. Na literatura, interessou-se pelos romances de Jorge Amado, em razão da ênfase dada por esse escritor aos aspectos socioculturais do povo brasileiro.

 

         O Mestre referiu-se, ainda, à influência dos teóricos franceses e, posteriormente, dos alemães na psiquiatria latino-americana. Entre os brasileiros, foi significativa a contribuição de Nina Rodrigues para a psiquiatria cultural, antecipando o próprio Kraepelin e Juliano Moreira.

 

Nos anos 40, individualizou-se claramente a área do saber definida como Psiquiatria Transcultural. Foi quando, com base na casuística de populações nativas africanas, asiáticas e latino-americanas, desenvolveram-se estudos clínicos e epidemiológicos, todos visando a apreciar as especificidades dos distúrbios psíquicos de cada cultura.

 

PSIQUIATRIA TRANSCULTURAL

Nos anos 40, individualizou-se claramente a área do saber definida como Psiquiatria Transcultural. Foi quando, com base na  casuística de populações nativas africanas, asiáticas e latino-americanas, desenvolveram-se estudos clínicos e epidemiológicos, todos visando a apreciar as especificidades dos distúrbios psíquicos de cada cultura.

Para o Mestre Rubim de Pinho:

 

   “A Psiquiatria Transcultural é  uma psiquiatria comparada, que estuda semelhanças e diferenças psicopatológicas entre diferentes culturas, e é uma psiquiatria específica, que estuda distúrbios mentais e os tratamentos próprios de cada área cultural”

A expressão Psiquiatria Folclórica tem sido utilizada no sentido estrito para os métodos adotados por curandeiros no tratamento dos distúrbios psiquiátricos. No sentido mais amplo, corresponde à marca que o cultural imprime à fisionomia dos quadros patológicos.

 

Em transcrição de Conferência – gravada em fita magnética – do Programa de Educação Continuada da Associação Brasileira de Psiquiatria, Paulo Dalgalarrondo, Sílvia Maria Azevedo dos Santos e Ana Maria Raimundo Oda  (2003) trazem contribuições do Professor Rubim de Pinho sobre a Psiquiatria Transcultural:

P - Professor Rubim de Pinho, o senhor poderia nos dizer qual o interesse para o psiquiatra brasileiro nos chamados estudos de psiquiatria transcultural?

R - [...] esse interesse é fundamental porque há muitos comportamentos [...] que decorrem de condicionamentos culturais, e o psiquiatra mal-avisado seguramente os confunde com autênticos distúrbios mentais. Eu gostaria que a média dos psiquiatras brasileiros, e baianos em particular, tivesse a capacidade que têm as mães-de-santo mais hábeis e certos líderes espíritas para diferenciar aquilo que são fenômenos que eles consideram religiosos e nós consideramos culturais, mas que sem dúvida são diverso daquilo que está no conteúdo da psiquiatria tradicional. Claro que esses líderes religiosos erram, como nós os médicos também erramos, mas eles sabem freqüentemente diferençar aquilo que comportaria um tratamento natural, ou seja, o tratamento médico, o tratamento da medicina formal, e aquilo que são fenômenos sensíveis aos tratamentos da medicina informal.

P - Professor Rubim de Pinho, o senhor poderia nos dizer qual o interesse para o psiquiatra brasileiro nos chamados estudos de psiquiatria transcultural?

 

Nós, os médicos, em geral, temos a nossa formação específica, vendo a medicina acadêmica como aquela que nos ensina basicamente os fenômenos biológicos e encarando os distúrbios da saúde como situações que seriam idênticas em todas as pessoas e em todos os povos. Entretanto, há algo que diferencia o tratamento da doença e o tratamento da pessoa do doente. A pessoa do doente, freqüentemente, pode beneficiar-se de tratamentos populares. De fato, muitas das situações que são levadas ao psiquiatra no nosso meio ou que vão aos serviços públicos psiquiátricos são mais sensíveis a tratamentos religiosos e populares do que a tratamentos da medicina formal.

 

P - Seria possível a citação de problemas mais definidos, ou seja, quais são aquelas situações que mais conduzem a essas dificuldades?

 

R – [...] nós temos ainda em nossos dias, em plena atuação, as situações de possessões por espíritos, as situações de possessões demoníacas e as situações de possessões por divindades. No caso das religiões de procedência africana, isto corresponde à possessão pelos Orixás. O médico desavisado seguramente confunde o que é um distúrbio psiquiátrico com estes estados de possessão. E aquelas pessoas capazes de possessão durante os cultos religiosos são freqüentemente pessoas absolutamente normais na sua vida fora daqueles momentos. Não há razões para pensar que a possessão esteja a expressar qualquer indício de patologia mental.

Vale a referência de que, ainda que em tempo colonial, os viajantes europeus aqui encontraram epidemias da chamada Malinconia, (SINÔNIMO DE MELANCOLIA) estados de tristeza epidêmicos que os padres Jesuítas tratavam à custa de métodos de persuasão. “É possível que nisso existissem fatores de ordem biológica, doenças somáticas agudas, mas também é possível que nisso estivessem estados de anormalidade mental aguda, sobretudo estados depressivos”.

Há conceitos etiológicos populares que têm sido muito importantes para a população brasileira do Norte, sobretudo do extremo Norte e Nordeste, mas que também estiveram presentes na Bahia. O conceito de Quebranto [...] conduzindo a uma sensibilidade maior das pessoas às doenças, inclusive às doenças mentais e a possíveis estados depressivos. Outro exemplo é o conceito do Olhado [...], a possibilidade de influências magnéticas dos olhos de determinadas pessoas, conduzindo ao comprometimento da saúde física e mental de outras pessoas.

O Banzo teve, sem dúvida, uma presença nacional. Aprendemos com os historiadores que os negros importados da África traziam consigo, muitas vezes, a vocação para a tristeza. A partir da viagem até a chegada às nossas costas, apresentavam estados de definhamento, ficavam parados, e a própria expressão, Banzo, supostamente de procedência angolana, reflete seguramente uma nostalgia, uma saudade da terra. Diferentes estudiosos atribuíram interpretações diferentes às causas do Banzo.

P - No Norte e Nordeste, ouve-se falar muito no chamado Calundu. O que o senhor pode nos dizer a respeito deste fenômeno?

R - Outro conceito que não se pode dizer que corresponda a uma psicose, mas que seguramente corresponde a um fenômeno do âmbito psiquiátrico é o chamado Calundu. Os brasileiros do Norte e particularmente da Bahia se habituaram desde pequenos a ouvir falar em Calundu como correspondente a uma distimia irritável. Há determinadas pessoas que, em certos dias, diz-se assim, "já acordam com os seus calundus" – já acordam zangadas, sensíveis quanto a tudo que lhes acontece.  [...] Calundu foi também palavra usada no sentido de disforia, no sentido de distimia irritável.

P - Existe uma síndrome chamada Caruara, que deixa as pessoas sonolentas e sem forças; gostaria também que o senhor comentasse sobre essa psicose.

 

R - Quero referir um outro conceito nosológico, que foi bastante importante, a Caruara. As pessoas ficavam incapazes de se pôr em pé e de andar. Nina Rodrigues foi um dos grandes estudiosos do tema, identificando-a com a astasia-abasia histérica descrita por Charcot e por discípulos seus na Salpêtrière.

A Caruara funcionava sob diferentes formas clínicas e era necessário ao médico, até o começo deste século na Bahia, fazer o diagnóstico diferencial entre Beribéri e Caruara sempre que as pessoas tinham incapacidade de movimentar os membros inferiores.

O COMPROMISSO SOCIAL DA PSIQUIATRIA

Os modelos psicológicos impressos pela cultura, muitas vezes, determinam conteúdos que mascaram as síndromes das enfermidades comuns, enquanto, noutras, condicionam comportamentos que, se examinados de forma superficial, podem ser, erradamente, interpretados como patológicos. Na dependência da avaliação dos riscos para o cliente e do sistema de prestação de serviço imperante, deve o profissional manter-se vigilante, não abdicando das funções que lhe são inerentes, mas respeitando a liberdade dos consulentes, e de suas famílias, de buscar apoio em outros recursos da comunidade, inclusive ante situações para as quais a psiquiatria tem pouco a oferecer e por cuja solução ela não deve, necessariamente, responsabilizar-se.

Para o Mestre Rubim de Pinho, o compromisso social da Psiquiatria:

 

  1. Pressupõe o esforço para discriminar, na teoria, quanto há de ideológico e quanto há de autenticamente científico, sem o que o profissional  fique sujeito a incorrer em graves equívocos;

 

 

  1. Pressupõe o combate aos abusos que têm sido apontados na prática da própria Psiquiatria. Abuso nas práticas psicofarmacológica, psicoterapêuticas, , hospitalizações prolongadas e em condições inadequadas.

 

ALGUMAS REFLEXÕES DE ÁLVARO RUBIM DE PINHO

SOBRE O MISTICISMO

 

 “Se o tratamento das doenças se aperfeiçoa a custa da ciência, o tratamento tem de se realizar em função do homem como totalidade [...] Devemos reconhecer que as pessoas e processos destinados a ajudar o homem na luta contra a doença sempre existiram. Para protegê-lo ante essas desventuras, as sociedades têm usado mágicos, feiticeiros, sacerdotes e médicos. Curandeiros e profissionais legalmente habilitados, todos, de algum modo, fizeram bem aos seus pacientes. É, portanto, paradoxalmente indesejável eliminá-los. Cabe, sim, a nós médicos, encontrar os caminhos para promover a saúde, seguindo as leis e princípios éticos que regem a nossa profissão.”

 

PINHO, Álvaro Rubim de. A visão psiquiátrica do misticismo. Diálogo Médico, Rio de Janeiro, n. 1, 1975.

 

SOBRE OS TRATAMENTOS PSIQUIÁTRICOS

“Todos nós, os que já viveram e os que estão começando, temos de nos adaptar, cada um à sua época, e saber também [...] que é sempre limitado, é sempre relativo o conhecimento que a gente tem.”

 

            “Eu vivi a era do eletrochoque e da malarioterapia como sendo grandes momentos; eu vivi a chegada dos neurolépticos; eu vivi a chegada dos antidepressivos; [...] eu vi o declínio de determinados tratamentos, inclusive de determinados medicamentos; vi a ascensão da psicanálise e a estabilização ou adaptação da psicanálise a novos momentos.”

            “Deve-se reconhecer sempre, como válido, o esforço no sentido de uma atitude crítica. Esta é a minha mensagem [...]”.

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Memórias vivas da psiquiatria (Entrevista em Fita de Vídeo). São Paulo, 1989.

 

SOBRE A RELAÇÃO, MÉDICO – PACIENTE.

“Nós precisamos evitar, realmente, que se consuma aquilo que já se tem falado: ‘Os médicos antigos tinham pouco como curar e, às vezes, curavam mais’. Não tenhamos dúvidas de que hoje nós temos muito com que curar e, às vezes, curamos menos. Isto não exclui o reconhecimento de que nós progredimos muito [...]”.

 

            “É fundamental, para o médico, para o psiquiatra, não se afastar do conhecimento novo e não esquecer, nem omitir, na sua elaboração das decisões, o conhecimento antigo.”

 

 

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Memória viva da psiquiatria (Entrevista em Fita de Vídeo). São Paulo, 1989.

 

Dentre os pesquisadores latino-americanos, o Professor Rubim de Pinho sobressaiu-se por revelar uma preocupação acentuada com os problemas sociopolíticos e econômicos do seu tempo.

 

 

O Mestre defendeu uma posição de integração entre a biologia e o social, e apresentou-se como eclético na sua postura de psiquiatra sensível, estudioso, respeitado

 

Os estudos do Professor Rubim de Pinho voltados para a Psiquiatria Transcultural abordam a história da Psiquiatria Folclórica no Brasil, aspectos socioculturais na depressão, dentre outros temas.  Além de defenderem a adoção, pelo profissional, de uma postura de respeito na identificação das reações culturalmente condicionadas, admitem o valor da intervenção de outras figuras da comunidade, no acompanhamento dos pacientes.

 

CONTRIBUIÇÃO DA BAHIA PARA A PSIQUIATRIA BRASILEIRA

Para Piccinini (2003), a Psiquiatria Brasileira tem profundas raízes em solo baiano, na história da Faculdade de Medicina da Bahia, marcada por figuras como Juliano Moreira, Raymundo Nina Rodrigues, Afrânio Peixoto, Nelson Pires e Álvaro Rubim de Pinho.

 

O psiquiatra alemão Emil Kraepelin (1856-1926), no início de século XX, fundou a psicopatologia com base nos sinais e sintomas da doença mental. Nessa mesma época, a chamada psiquiatria comparada registrava a existência do conteúdo cultural, de forma invariável, no adoecimento mental (DALGALARRONDO, 1996).

No Brasil, na década de 50 ganhou grande peso.

 

Os trabalhos do Professor Rubim de Pinho têm sido base para novos estudos do fenômeno saúde–doença, estudos que abordam saberes e práticas de saúde mental, articuladas com o contexto sociopolítico  e    a antropologia da saúde. Os conteúdos de sua obra, além de enriquecerem a história da psiquiatria, vêm estimulando pesquisas sobre a dimensão social dos transtornos mentais.

 

ALGUNS SEGUIDORES:

         Paulo Dalgalarrondo, Ana Maria G. R. ODA, Cláudio Eduardo Muller Banzato, Walmor Piccinini, Paulo César Ribeiro Barbosa, Joel Sales Giglio, Meire Aparecida Soldera, Heleno Rodrigues Corrêa Filho, Cleide Aparecida M. SILVA, Naomar Monteiro de Almeida Filho, Alberto Caroso Soares, Mônica de Oliveira Nunes, Núbia Bento Rodrigues, Miriam Cristina Rabelo, Paulo César Alves, Carlos Eduardo Saback Dias de Moraes, Gabriel Cedraz Nery, Maria Tereza Pacheco, Ronaldo Jacobina, Augusto Conceição, William Azevedo Dunningham, Wania Márcia de Aguiar, Luís Carlos Austragésilo, Solange Rubim de Pinho, Simone Rubim de Pinho Lima, Suzane Pinho Pêpe, Nadja Maia, Marlene Lage.

         PUBLICAÇÕES COM AUTORIA DE ÁLVARO RUBIM DE PINHO

         PSIQUIATRIA CLÍNICA

         PINHO, Álvaro Rubim de. Classificação das depressões. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Salvador, n. 6, p. 101-105, jul. 1985.

         ______. Contribuição ao estudo do maconhismo na Bahia. Separata de: Neurobiologia, Recife, n. 25, p. 38-68, mar. 1962.

         ______. O delírio depressivo. Boletim do Centro de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria CEPP. São Paulo, v. 2, n. 1, p. 5-12, 1984.

         ______. O diagnóstico da psicose maníaco-depressiva (ensaio de sistematização). 1955. 164 p. Tese (Docência Livre de Clínica Psiquiátrica) – Faculdade de Medicina, Universidade da Bahia, Salvador.

         ______. Epilepsia e agressão: aspectos psiquiátricos e criminais. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 13, n. 1-4, jan-dez. 1986.

         ______. A epilepsia sob o ângulo psiquiátrico. Psiquiatria Atual, v. 6, n. 6, p. 59-63, 1970.

         ______. Esquizofrenia hoje. Neurobiologia, Recife, p. 9-16, maio 1976. Suplemento.

         ______. As funções cognitivas nos epilépticos: contribuição para seu estudo, à base da escala de inteligência de adultos Weschsler-Bellevue. 1965. 110 p. Tese (Cátedra de Clínica Psiquiátrica) – Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador.

         ______. O paciente difícil em gerontopsiquiatria. Separata de: Anais Brasileiros de Geriatria e Gerontologia. v. 1, n. 1, p. 9-14, nov. 1979.

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Psicoses epilépticas. In: SENA, Plínio Garcez de. Novas achegas sobre a epilepsia. Salvador: Centro Editorial e Didático da Universidade Federal da Bahia, 1980. p. 319-333.

 

______.  Social and medical aspect of the use of cannabis in Brazil. In: BROWMAN, David; SCHWARZ, Ronald (Ed.). Spirits, shamans and star: perspectives from South America. The Hague; New York: Mouton, 1979. p. 85-93. (World anthropology).

 

PINHO, Álvaro Rubim de; PINTO, Luiz Fernando; SAMPAIO, Adilson; SANTOS, Djalma; KRUCHEWSKY, Carlos; AZEVEDO, Venâncio; ANDRADE, Adyr Nazareth; SILVA, Neilton. Contribuição à mesa redonda sobre "problemas sócio-psicológicos do maconhismo". Separata de: Neurobiologia, Recife, n. 25, p. 9-19, 1962.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de; ALAKIJA, George; NOVAIS FILHO, Erico; GUERREIRO, Manoel; NERY, Gabriel; COÊLHO, Jacques. Personalidades psicopáticas: (sobre 105 casos estudados na clínica hospitalar e de ambulatório). Recife: [s.n.], 1950. 133 p.

 

PIRES, Nelson; NOVAIS FILHO, Erico; BRANCO, Alípio Castelo; PINHO, Álvaro Rubim de; GUERREIRO, Manuel; NERY, Gabriel; COÊLHO, Jacques. Subdivisão clínica do grupo das esquizofrenias. Salvador: [s.n.], 1951. 133

______. Subdivisão clinica do grupo das esquizofrenias. Separata de: Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 9, n. 1, p. 56-58, mar. 1951.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de; ALAKIJA, George; NERY, Gabriel. Psicoses de involução: estudo clínico de 50 casos com vistas ao prognóstico e terapêutica. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 7, n. 2, p. 179-210, jun. 1949.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de; NOVAIS FILHO, Erico; BRANCO, Alípio Castelo; GUERREIRO, Manoel; NASCIMENTO, Arsenio; NERY, Gabriel; COELHO, Jacques. Prognóstico das doenças mentais diante dos tratamentos de choque: conclusão do estudo de 500 casos. Salvador: Empresa Gráfica, 1951. 57 p.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de;  PINTO, Luiz Fernando M. Sur 110 cas traités par le sommeil hibernal. L'Encephale, v. 1, n. 4, p. 677-681, 1956.

 

SALES, Orlando Figueira; PINHO, Álvaro Rubim de. Convulsões e hipertemia. Separata de: Revista Médica da Bahia, Salvador, v. 19, n. 3 e 4, p. 28-30, jul.-dez. 1963.

 

VEIGA, Edgard Pires da; PINHO, Álvaro Rubim de. Contribuição ao estudo do maconhismo na Bahia. Separata de: Neurobiologia, Recife, n. 25, p. 38-68, 1962.

 

TERAPÊUTICA EM PSIQUIATRIA

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Sobre tratamento das depressões. Boletim do Hospital Juliano Moreira, Salvador, p. 3, 1960. Impressões do coordenador da mesa redonda.

______. Modificação dos quadros psiquiátricos em face da terapêutica moderna. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Salvador, n. 5, jul. 1983.

______. O papel do psiquiatra no hospital geral. Boletim de Psiquiatria, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 115-121, 1983.

______. Terapêuticas farmacológicas e biológicas. In: CONGRESSO NACIONAL DE NEUROLOGIA, PSIQUIATRIA E HIGIENE MENTAL, 8, 1967, Porto Alegre. Relatórios do tema oficial psiquiátrico. Porto Alegre: [s.n.], 1967. p. 93-102.

 

______. Urgências e emergências psiquiátricas ligadas à epilepsia. Clínica Geral, São Paulo, v. 13, n. 12, p. 17-20, 1970.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de;  PINTO, Luiz Fernando; CAVALCANTI, UIpiano; AGUIAR, Hélio. Sur 110 cas traités par le sommeil hibernal. In: COLLOQUE INTERNATIONAL SUR LA CHORPROMAZINE ET LES MÉDICAMENTS NEUROLEPTIQUES EN THÉRAUTIQUE PSYCHIATRIQUE, 1955, Paris. Paris: G. Doim, 1956. Trabalho apresentado.

PSIQUIATRIA TRANSCULTURAL

 

ÁLVARO Rubim de Pinho. Ficha biográfica. EI cuestionario. La Entrevista. In: ALARCÓN, Renato D. ldentidad de la psiquiatria latinoamericana: voces y exploraciones en torno a una ciencia solidaria. México: Siglo Veintiuno, 1990. p. 211-225.

PINHO, Álvaro Rubim de. Aspectos da medicina informal em algumas áreas culturais brasileiras. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 12, n. 3 e 4, p. 93-95, 1985.

______. O cultural e o histórico no campo do delírio. Boletim do Centro de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria CEPP, São Paulo, Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 1, n. 3, p. 5-13, 1983.

______. La función del psiquiatra en Las regiones en desarrollo. In: WORLD CONGRESS OF PSYCHIATRY, 5th, 1971, Mexico, D.F. Psychiatry: proceedings of the V World Congress of Psychiatry, Mexico, D.F., 25 November-4 December, 1971. Edited by Ramón de La Fuente and Maxwell N. Weisman. Amsterdã: Excerpta Medica; New York: American Elsevier, 1973. v. 1, p. 247-250.

______. Sessão de Abertura. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE PSIQUIATRIA, 5; CONGRESSO BRASILEIRO DE PSIQUIATRIA, 1, 1971. Anais... São Paulo: Ed. Clovis Martins, Luiz Marques Assis, 1971.

PINHO, Álvaro Rubim de. A visão psiquiátrica do misticismo. Diálogo Médico, Rio de Janeiro, n. 1, p. 21-24, 1975.

TRABALHOS EM COLABORAÇÃO

 

PINHO, Álvaro Rubim de; LESSA, Luis Meira. Afro-Brazilian mystique and mental disease.  In: CONGRESSO MUNDIAL DE PSIQUIATRIA, 5, 1971, México. México: Editorial Fournier, [1971?]. p. 470. Trabalho apresentado.

 

PINHO, Álvaro Rubim de; LESSA, Luis Meira; RAMOS, Uraci Simões; CRUZ, Ricardo. Aspectos socioculturais das depressões na Bahia. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE PSIQUIATRIA, 5, 1968, Bogotá; CONGRESO COLOMBIANO DE PSIQUIATRIA, 8, 1968, Bogotá. Bogotá: [s.n.], 1970. p. 157-161. Tema: Psiquiatria en Ia América Latina. Trabalho apresentado.

 

PINHO, Álvaro Rubim de; PINHEIRO, L. U. F.; SANTANA, V. S. Tratamentos religiosos das doenças em bairro pobre de Salvador. Revista de Psiquiatria y Psicologia Médica de Europa e América Latina. Barcelona, v. 14, n. 3, p. 159-170, jul.-set. 1979.

 

PINHO, Álvaro Rubim de; RABELO, Antônio Reinaldo; SILVA, Célia Nunes; COUTINHO, Domingos Macedo. Tratamentos religiosos das doenças mentais: algumas características do meio baiano. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 4, n. 4, p. 183-192, dez. 1975.

ASPECTOS HISTÓRICOS DA MEDICINA E

HISTÓRIAS DA MEDICINA NA BAHIA

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Aspectos históricos da psiquiatria folclórica no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PSIQUIATRIA, 1966. [S.l.]: Associação Brasileira de Psiquiatria, 1966. p. 1-2.

______.  Associação Baiana de Medicina: meio século de existência. Salvador, 1992. 44 p.

______. Compromisso social da psiquiatria. Revista de Psiquiatria, v. 22, n. 33, p. 9-16, jun. 1979.

______. Discurso [...] representando as várias Associações Médicas da Bahia. Boletim Informativo, n. 69-A, p. 22-23, jul. 1962. Número em homenagem ao Prof. Edgar Rêgo Santos.

______. In memorian: Plínio Garcez de Sena. Arquivos de Neuro-Psiquiatria; Jornal da Academia Brasileira de Neurologia, São Paulo, v. 48, n. 2, p. 225-256, 1990.

______. Juliano Moreira. Sinopse Informativa, Salvador, Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, n. 2, p. 223-228, out. 1978.

______. Hospital Santa Isabel. Sinopse Informativa, Salvador, v. 4, n. 4, p. 169-174, out. 1982. Número especial em comemoração aos 150 anos da Faculdade de Medicina da Bahia 1832-1982.

______. O pensamento psiquiátrico na Bahia. Revista de Neurologia, Psiquiatria e Neurocirurgia, v. 41, p. 95-104, 1973.

 

PSIQUIATRIA FORENSE

PINHO, Álvaro Rubim de. Analyse psychologique des actes de violence. Annales Médico-Psychologiques. Paris, v. 142, n. 4, p. 562-566, abr.1984.

 

______. É dever dos médicos... Boletim do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia. Salvador, n. 3, p. 16-18, set. 1965-1966.

 

______. Epilepsia e agressão: aspectos psiquiátricos e criminais. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 13, n. 1-4, p. 28-32, jan-dez. 1986.

 

 

______. Laudo psiquiátrico forense. Ensaios, Salvador, v. 2, n. 1, p. 77-82, 1973.

PINHO, Álvaro Rubim de; PINHEIRO, Alípio. Psicoses psicógenas e crime: psicoses carcerárias. Revista Penitenciária, Salvador, v. 1, n. 2, p. 1- 45, jul-dez. 1975.

 

NEUROLOGIA

PINHO, Álvaro Rubim de. Contribuição para o estudo da sintomatologia neurológica após o eletrochoque. Separata de: Neurobiologia, Recife, v. 8, n. 1, p. 19-39, mar. 1945.

 

______. Sobre a chamada demência epiléptica. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 159-163, dez.1967.

 

 

PINHO, Álvaro Rubim de; GUERREIRO, Manoel. Sobre um caso de miotonia atrófica. Separata de: Neurobiologia, Recife, v. 10, n. 4, dez. 1945.

PSICOLOGIA E MEDICINA PSICOSSOMÁTICA

 

 

NERY FILHO, Antonio; PINHO, Álvaro Rubim de. Notas clínicas: apoio psicológico ao paciente portador de neoplasia maligna. Revista da Associação Psiquiátrica da Bahia, Salvador, v. 5, p. 127-130, 1983.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de. Curso psicologia médica. Salvador: UEB, 1949. 72 p.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de; NOVAIS, Meandro. Curso de psicologia médica. Salvador: [s.n.], 1950. 73 p.

 

______. Curso de psicologia médica e psicopatologia da infância. Salvador: Associação Baiana de Medicina, 1949. 72 p.

 

PIRES, Nelson; PINHO, Álvaro Rubim de; PINTO FILHO, Heitor. Psicogênese das úlceras pépticas. Separata de: Neuro-Psiquiatria, v. 13, n. 3, p. 203-216, 1955.

OUTROS TEMAS

 

PINHO, Álvaro Rubim de. Discurso de posse. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Salvador, n. 4, p. 11-21, jun. 1982.

 

______. Discurso de saudação ao acadêmico Ruy Machado da Silva. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Salvador, n. 8, p. 95-100, set. 1992.

 

______. Ética e problemas administrativos na pesquisa psicofarmacológica clínica. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PSICOFARMACOLOGIA CLÍNICA. METODOLOGIA DA PESQUISA PSICOFARMACOLÓGICA CLÍNICA, 1, 197, Salvador. Salvador: Ed. Luiz Meira Lessa, 1971. p. 58-76. Trabalho apresentado.

 

______. Los recursos de salud mental en Brasil. Boletin de la Asociación Psiquiátrica de América Latina, Córdoba, n. 6, p. 9-11, 1969.

 

______. Relatório do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria período: 1968-69. Tribuna Médica, n. 357, p. 36-39, dez. 1969.

 

______. Sobre a ascensão da mulher. Boletim Cultural, Universidade Federal da Bahia, Salvador, n. 130/131, p. 22-28, set. 1967.

 

CONCLUSÃO

         Se existe um terreno da ciência em que o exclusivismo teórico e visões unilaterais perdem espaço, este terreno é o da Psiquiatria.

         A concepção multidimensional da natureza humana ganha força e vários estudiosos, dentre eles, Rubim de Pinho, fizeram escola e marcaram a Psiquiatria Brasileira.  A evolução da neurofisiologia e da bioquímica permite que conceitos etiopatogênicos sejam esclarecidos. Esse fato gera avanços farmacológicos, assim como maior êxito terapêutico.

          Paralelamente a esses avanços, a Psiquiatria aprofunda pesquisas do ponto de vista antropológico, social e cultural, e incorpora no cuidado ao paciente seu caráter transdisciplinar e transcultural.

 


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