Volume 12 - 2007 Editor: Giovanni Torello |
Julho de 2007 - Vol.12 - Nº 7 Coluna da Lista Brasileira de Psiquiatria |
Assuntos: |
SOBRE A LEI DO ATO MÉDICO
Comunicado da Associação Psiquiátrica de
Brasília,Federada da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP
Ato Médico
A categoria médica brasileira tem hoje diante
de si grandes desafios que vêm sendo enfrentados por suas entidades
representativas. A mais importante delas é a regulamentação do exercício da
medicina.
A Lei 3.268 de 1957 que criou os Conselhos de
Medicina não definiu o campo de atuação e as atividades privativas dos médicos,
por considerá-las de notório saber, assim, a medicina, profissão milenar, ainda
não está regulamentada no Brasil.
Na medida que foram surgindo, as
novas profissões na área da assistência à saúde, as mesmas foram sendo
regulamentadas e tiveram definidos os seus campos de atuação de forma a não
conflitar com as atividades desenvolvidas pelo médico.
Entretanto, a não definição legal do campo de
atuação do profissional médico propiciou que os Conselhos Federais de outras
profissões, através de resoluções, legislassem indevidamente, invadindo espaços
considerados como privativos do médico, propiciando o surgimento de conflitos e
desgastes nas interfaces entre a medicina e as demais profissões da área da
saúde.
Para que se preserve a harmonia e a eficiência
da equipe de saúde e para que se proteja a população a ser assistida, tornou-se
imperativo a definição legal do campo de atuação e dos atos privativos dos
médicos.
Tornou-se fundamental que os pacientes saibam
quais são as atribuições e quais são as responsabilidades de cada um dos
diferentes profissionais que os assistem.
Assim, dois Projetos de Lei foram apresentados
no Senado em 2002, O PLS 25/2002, de autoria do Senador Geraldo Althoff, e o PLS nº 268, de
autoria do Senador Benício Sampaio.
Com grande habilidade, a Senadora fez com que
os entendimentos avançassem de modo bastante satisfatório, resultando na elaboração
de um substitutivo que representa o consenso obtido entre a Coordenação em
Defesa da Regulamentação Médica e o Movimento dos Contra. Participaram,
ainda, destas reuniões representantes do Ministério da Saúde e do Conselho
Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS).
O Projeto, em sua essência, define como
privativo do médico o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica e não
modifica em nada o que está nas leis que regulamentam as outras profissões.
Assim, propiciará harmonia no trabalho desenvolvido por equipes interprofissionais.
O Substitutivo, consensual entre os dois
grupos, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Sociais do
Senado e agora, na Câmara dos Deputados, esperamos por sua aprovação sem
nenhuma modificação.
O presidente da APBr, Dr. Antonio Geraldo da Silva, os presidentes do
CREMAL Dr. Emmanuel Fortes e CREMEGO Dr. Salomão Rodrigues Filho, conclamam
todos os colegas a entrarem no site da câmara dos deputados ,www.camara.gov.
br, e mandarem um e-mail ao Deputado
Edinho Bez, solicitando a aprovação da lei conforme o
formato atual.
“Precisamos estar atentos, unidos e fortes,
pois a nossa profissão depende da nossa atuação. É a APBr em defesa da classe médica, da nossa
especialidade e da nossa profissão.”
Antônio Geraldo da Silva – Presidente da APBr.
Colaboraram na elaboração deste texto os
doutores: Emmanuel Fortes e Salomão Rodrigues Filho.
PSICANÁLISE É ESPECIALIDADE
MÉDICA?
Processo consulta CFM no. 4048/97
Ementa: a atividade exclusiva da psicanálise não
caracteriza exercício da medicina. A titulação médico-psicanalista não tem
amparo legal, não sendo portanto permitida a sua utilização.
Consulta: a atividade psicanalítica é exclusiva de
médicos [...]? Não ou sim e por que?
Resposta: Não. A atividade psicanalítica é independente
de cursos regulares acadêmicos, sendo os seus profissionais formados pelas
sociedades psicanalíticas e analistas didatas. Apesar
de manter interfaces com várias profissões pela utilização de conhecimentos
científicos e filosóficos comuns a diversas áreas do conhecimento, não se
limita a especialidades de nenhuma delas, constituindo-se em uma atividade
autônoma e independente.
Pergunta: existem conselhos (federal
ou regionais) de psicanálise? Não ou sim e por que?
Resposta: Não. Os conselhos são autarquias federais
criadas por lei, com as atribuições de supervisionar eticamente, disciplinar e
julgar os atos inerentes e exclusivos das profissões liberais de formação
acadêmica reconhecidas oficialmente no país, estando a
atividade psicanalítica à parte desta conceituação. Não se lhe aplica a
vinculação a conselhos.
Pergunta: um médico [...] que também seja psicanalista
está exercendo a medicina [...] ao atuar exclusivamente como psicanalista? Não
ou sim e por que?
Resposta: Não. Não sendo a psicanálise reconhecida como
especialidade médica e não utilizando na sua prática atos médicos não é cabível
a sua caracterização como exercício da medicina e, tampouco, pode o médico
intitular-se médico-psicanalista.
Brasília, 29.11.1997 – Conselheiro-relator Rubens dos Santos Silva.
(Aprovado em sessão plenária em 11.02.1998)
Perguntei ao psiquiatra e
historiador da psiquiatria brasileira, Walmor Piccinini, se é necessário ser médico para ser
psicanalista. O eminente colega nos deu esta resposta:
“Portela. Freud, quando fundou o movimento psicanalítico propôs que a
psicanálise não deveria ficar circunscrita à Medicina e a Universidade. Melanie Klein, uma grande teórica do movimento, era pedagoga
(...). Nos EUA [a psicanálise] ficou circunscrita ao meio médico, mas aos
poucos foi sendo aberta para os psicólogos (diga-se en passant, que a condição de psicólogo
clínico, nos EUA, obedece a critérios rígidos: dois anos de residência em
hospital e um exame de capacitação tipo board; muito diferente do Brasil...) . Havia
ATUALIZAÇÃO EM PSIQUIATRIA –
Fernando Portela Câmara
Mitos derrubados
Este mês tivemos duas notícias polêmicas e interessantes.
A primeira foi publicada no Archives of Neurology deste mês. Beate Ritz e colaboradores
estudaram 11.809 pessoas, 2.816 delas com mal de Parkinson e 8.992 sem esta
doença, oriundas de 11 estudos entre 1960 e 2004. "Estudos recentes também
sugerem que o risco de mal de Parkinson é particularmente baixo nos fumantes
com uma longa história de tabagismo, e alguns indicaram reduções relacionadas
com as doses e a maior quantidade de anos de fumo e cigarros fumados",
escreveram os autores. "Nossa análise confirmou os relatórios anteriores
de uma relação inversa entre o fumo e o mal de Parkinson", assinalou o
artigo.
O sexo das pessoas ou seu nível educativo não afetaram os resultados.
"Chegamos à conclusão que os atuais fumantes e os que tinham continuado fumando cigarros dentro dos cinco anos
posteriores ao diagnóstico do mal de Parkinson tinham o risco mais baixo. Foi
observada também uma diminuição de risco de 13% para 32% nos quais tinham
deixado de fumar até os 25 anos antes do diagnóstico de mal de Parkinson".
Segundo o estudo outros produtos do tabaco aparentemente também protegeram
contra o mal de Parkinson: os homens que fumavam cachimbo ou charutos tiveram
um risco 54% mais baixo.
A outra notícia veio de um artigo importante
publicado também este mês no American Journal of Psychiatry,
por Robert Gibbons. Mais um mito que cai. Jovens que
consomem antidepressivos têm menos chances de tentar o suicídio do que
pacientes deprimidos que não estejam sendo tratados com medicamentos. Esta
descoberta contradiz pesquisas anteriores que levaram a administração de
medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration,
FDA) a advertir que alguns destes medicamentos estimulam o comportamento
suicida nos jovens. O novo estudo se concentrou nos inibidores seletivos de recaptação da serotonina. "O
índice de tentativas de suicídio entre pacientes deprimidos tratados ISRS foi
de aproximadamente um terço em comparação com os pacientes que não foram
tratados com o SSRI". O estudo analisou 226.866 pacientes com depressão
entre 2003 e 2004 e comparou o risco de suicídio em quatro grupos de idades
antes e depois do tratamento com ISRS. Todos os grupos tratados com
medicamentos SSRI apresentaram um risco menor de tentativa de suicídio.
DEBATE DO MÊS NA LBP – Clozapina e eosinofilia
(Conclusão)
(N.Ed. – as acentuações e
concordâncias são tais como se encontram nos textos originalmente enviados para
a LBP)
Com referencia aquele paciente de 38 anos, portador de esquizofrenia
resistente a neurolépticos tradicionais e a alguns atípicos,
apresentado e discutido brevemente aqui na Lista, gostaria de informar que
ele já vai para a SETIMA semana de uso da clozapina
(200 mg / dia) e a eosinofilia,
que estava em 27 % no penúltimo exame, caiu para 10% no hemograma da
ultima sexta feira.
Os exames hematológicos estão sendo feitos a cada 15 dias, dada a resistência
do paciente em cooperar com exames semanais.
As enzimas GGT, TGO, TGP também permanecem dentro de valores normais.
Detecto alguma melhora clinica no quadro psicótico (maior interesse no
contato social em casa, explosões de ira menos freqüentes, pensamentos de morte
já não tão constantes) mas isso poderia ser um
viés meu. Alguém aqui saberia informar que questionários mais objetivos (para
avaliar esta evolução) estão disponíveis para nosso uso no Brasil ?
Eu usava o Clinical Global Impression
(CGI) nos Estados Unidos.
Lucio F. M. Villaça
Portela, Obrigado por colocar como a discussão do mês a minha mensagem
convidando ao debate sobre CLOZAPINA e EOSINOFILIA. Infelizmente,
não foi incluído na troca de experiência clinica a minha ultima mensagem, em
que reporto um recuo na eosinofilia e uma discreta
melhora clinica do paciente.
Desejaria corrigir o que disse leucopenia com agranulocitopenia. Eu quis dizer agranulocitose
e, por desatenção minha no texto, digitei agranulocitopenia.
Este termo nem existe nos dicionários médicos.
Continuo acompanhando o paciente e esta semana, ainda, teremos a
fazer um novo hemograma. Estou mantendo o paciente em 200 mg / dia, mas na verdade, estou ficando um pouco mais
confiante num aumento da dose, talvez para 300 mg. A
família não parece entender a necessidade de ajustar a dose, neste momento. O
pai, principalmente, acha que 200 mg é dose
suficiente para segurar o paciente, na sua agitação, que estava deixando intranqüila
a família. Eu, por outro lado, tento mostrar as vantagens de atingir os
sintomas positivos e negativos da psicose.
Enfim, são os problemas de uso de um medicamento que, apesar de ser
quase uma grande promessa para os pacientes esquizofrênicos resistentes, ganhou
fama de ser altamente arriscado em termos de efeitos indesejáveis e até mesmo
fatais...
Difícil explicar aos leigos estas coisas...
Lucio F. M. Villaça
DEBATE DO MÊS NA LBP – Atualidade
de Minkowski
A grande coisa
Portela
Portela, Se não me falha a memória, "Le Temps Vécu", de Eugène Minkovsky, na linha de uma
fenomenologia mais "reflexiva", mais além da mera descrição
"elementarista" dos fenômenos psíquicos
patológicos, desenvolve uma tentativa de localizar uma alteração
fundamental nos quadros psicopatológicos principais: Depressão
e Esquizofrenia. Em seu estudo, apresentado no livro, Minkowski
acompanhou um pequeno número de pacientes, dois ou tres
se não me engano, por semanas a fio, muitas horas por dia, falando inclusive da
sua enorme dificuldade em suportar esta angustiante experiência, em uma
época pré - tricíclicos
ou neurolépticos. Minkowsky fala da vivência de
"parada do tempo imanente" na Depressão, postulando ser esta a "
vivência fundamental" deste estado. Já na Esquizofrenia, ele
descreveu uma "hipertrofia do Espaço", subsequente
a uma básica deficiência no "tempo vivido". Leitura
fundamental, concordo contigo, enquanto existirem livros, Psiquiatras e
Psiquiatria.
Grande abraço,
Flavio Joseph
Portela e Flavio, Existem importantes diferenças
culturais nas concepções do tempo e do espaço. No entanto, é possível perceber
as alterações fundamentais e distingui-las. A perda da conexão temporal e da
noção do espaço relacional humano, transformado em espaço solipsista,
torna precária a orientação espacial esquizofrênica. No exemplo ilustrado
abaixo, do nosso hospital-dia, as caixas decoradas mostram que a caixa da
direita - de um paciente esquizofrênico - foi peculiarmente decorada a partir
de dentro.
Cláudio Lyra Bastos
Pois é. Minkowski parte de Morel,
examina Bleuler e Kretschmer,
dentre outros, considera a dialética da inserção do Self
no mundo, o "ser-no-mundo" , e constrói com
perfeição o sujeito da esquizofrenia. Sujeito hoje esquecido. Tal abordagem só
foi possível na era que antecedeu os aps, e é interessante
como o aparecimento de um recurso tecnológico inibe certos setores do saber,
especificamente, as coordenadas de existência do sujeito. Creio que este é a
grande contribuição de Minkowski, que deixa para a
posteridade a filosofia (e o significado) da psiquiatria: a dialética do ser no
mundo, a ruptura desta dialética, a perda da temporalidade em benefício da espacialidade (como vem estudando o CL), enfim, o
pensamento reificado que daí decorre, que é o
inevitável caráter esquizofrênico. Mas que me surpreende é como esta abordagem
não somente se refere ao sujeito como também à sociedade. E como isto é claro
no Brasil de hoje, um grande laboratório de psicopatoloigia
social onde a compreensão não-dialética da realidade é candente no Congresso,
na Presidência, na Educação, enfim, nessa Nova Ordem.
Portela
“CAUSOS” DA MEDICINA
(Contribuição do colega Cláudio Costa)
Quem conta um conto aumenta um ponto, reza o
ditado ao qual recorro para me
eximir de quaisquer responsabilidades pelo que vem a seguir.
Dr. Maciel é legista da Delegacia Regional de
Segurança Pública numa grande
cidade do interior de Minas, onde cumpre sua missão de emitir laudos
cadavéricos, explicar causa-mortis, avaliar as lesões
corporais, sua gravidade e suas sequelas, definir a
consumação de estupros, descobrir tóxicos nos fluidos
corporais, etc. Ao legista chega de tudo.
Num dos últimos jornais da AMMG ou do CRMMG (não
me lembro bem), Dr. M. conta um episódio digno de ser aqui compartilhado.
Aconteceu o seguinte: chegou ao Instituto
Médico Legal um tal sr. W.,
tomado de ansiedade, tão apressado que quase tropeçou nos degraus da portaria. Carregava um saco plástico,
desses de supermercado. Seu rosto exprimia nojo e sua mão direita,
guiada por um braço mais cabeludo do que o do Toni
Ramos, mantinha o fardo o mais longe possível de si. Foi direto à recepção:
- Onde eu entrego este material?
- Que material, senhor?
- Isto aqui que encontrei no cemitério do distrito de Vila São Roque,
aqui perto. Foi a polícia que mandou.
- Mas o que é isso?
- Como vou saber? Deve pesar uns 2 quilos, é meio mole e já está
fedendo.
Levei ao posto da Polícia Militar mas eles nem quiseram abrir e me mandaram trazer pra cá. Disseram-me que corpos em decomposição têm de ser examinados no IML. Inclusive, enviaram um envelope com este documento.
Tratava-se de papel timbrado da Secretaria Estadual de Segurança Pública, intitulado: Requisição de Exame. O texto era bem formal:
"Encaminho ao Sr. Dr. Médico Legista do
IML desta Comarca o material
recolhido no cemitério local. Solicitamos o competente exame, objetivando constatar
se se trata de carne humana ou feto, estando o
material da mesma forma como foi encontrado. Nesta data, aguardo
parecer."
O Dr. M. pediu que se esvaziasse o saco sobre
uma mesa de granito claro, chamada de 'mesa de exame'. Cuidando para não receber
respingo algum, quase dois passos
distantes da mesa, o sr. W.
desfez o nó do pacote e despejou tudo de uma vez.
Fim do suspense: ali jaziam vários exemplares de peixes podres, provavelmente comprados no supermercado há uns dois dias.
Talvez fossem traíras ou cascudos, muito
comuns por aquelas bandas. O médico e seu ajudante
dispararam
Mas dever é dever, e carecia responder à
Requisição: a documento oficial dá-se resposta oficial, justificou o médico,
procedendo minuciosamente à autópsia das piabas (seria esta a espécia aquática?) e elaborou o seguinte laudo:
"Na forma da lei, faço
emitir o seguinte Laudo Necroscópico:
1. material enviado para exame em saco plástico onde se
2. odor fétido típico de material em decomposição;
3. composto de 15 exemplares adultos de Hyphessobrycon
reticulatus ellis,
vulgo lambari, peixes teleósteos caraciformes, da
família dos caracídeos, medindo entre 5 e 12cm;
4. aparência compatível com óbito datado de 48h;
5. todos os exemplares exibem secção céfalo-caudal
longitudinal mediana ventral, acompanhada de evisceração compatível com preparo
para fritura;
6. guelras com acentuada hiperemia de esforço;
7. nadadeiras amputadas;
8. ferida perfurante na região periobicular,
compatível com lesão por anzol.
Conclusão: Face às circunstâncias
e ao achados, pode-se concluir, a priori, haver elementos suficientes para caracterização de lambaricídio doloso em série, com premeditação (fritura), por meio insidioso
(retirada do meio líquido) e por meio cruel (morte por asfixia). Agravante: ocultação de cadáver.
Solicita-se da autoridade policial as medidas
cabíveis.
Com elevada estima e consideração, Dr. M."
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM
PSIQUIATRIA
XIV Jornada de Psiquiatria do Centro-Oeste
Programa
23 de agosto – Quinta-Feira
08:00/12:00h
Curso 01 - As Bases do
Raciocínio Estatístico
Ministrante: Fernando
Portela Câmara – UFRJ/RJ
14:00/18:00h
Curso 02 -
Classificação em Psiquiatria; CID-10 e DSM-IV-TR; - Diagnóstico Sindrômico e Diagnóstico Nosológico
em Psiquiatria
Ministrante: Miguel
Roberto Jorge – WPA/UNIFESP- SP
Curso 03 - Introdução à
Terapia Cognitiva
Ministrante: Irismar Reis de Oliveira-UFBA/ BA
24 de agosto - Sexta-feira
08:00/12:00h
Curso 04 – Transtornos
de Humor Bipolar
Ministrantes:
Rodrigo Machado-Vieira – NIMH/USA
Valentim Gentil - USP/SP
08:00/09:40h
Mesa de Interconsulta
Coordenadores - Maria Dilma Teodoro – FEPECS/DF e Claudia da Costa Guimarães
COREME - HBDF/ DF
Palestrantes:
Bruno Fábregas – AMP/MG - Exames laboratoriais
em Psiquiatria
Danusa Ayache – UFMS/MS - Alterações de personalidade
no Lupus
Marcos Gebara – APERJ/RJ - Neuroimagem em Psiquiatria
Mercedes Alves - AAP/MG - Transtornos Mentais Prevalentes
10:10/11:20h
Mesa de Transtorno Alimentar
Coordenadores – Elias
Abdalla – IML/DF e Rômulo Santos Costa/DF
Palestrantes:
João Eduardo M. Vilela - ABPB/MG - Fatores de risco para Transtorno
Alimentar
Irismar Reis de Oliveira – UFBA/BA - Terapia Cognitiva - apresentação de
caso
Kalil Duailibi – UNISA/SP – Comorbidades
nos Tratamentos Alimentares
11:50/13:20h – Simpósio Servier
Tema: Nova Abordagem no
Tratamento da Depressão - O primeiro antidepressivo melatoninérgico.
Por que um novo antidepressivo?
Depressão e o ritmo circadiano
Eficácia antidepressiva
Benefícios sobre o ritmo sono-vigília
Benefícios adicionais e tolerabilidade
Coordenador: Antônio
Geraldo da Silva – IPAGE/DF
Palestrantes:
Irismar Reis de Oliveira – UFBA/BA
Marcio Versiani – UFRJ/RJ
Ricardo Moreno – USP/SP
13:30/15:30h
Forum – Políticas
Coordenador – Miguel
Roberto Jorge – WPA/UNIFESP- SP
Debatedor – Emmanuel
Fortes – CFM
Palestrantes:
João Dummar/CE – Reforma do Modelo
Psiquiátrico e Sistema Penitenciário
Josimar França/ABP – Diretrizes para um Modelo de Assistência Integral
Valentim Gentil/USP – A Efetividade
como Objetivo de uma Política Responsável de Saúde Mental
Antônio Geraldo da Silva/APBr
– A Política de Saúde Mental e a desassistência
Psiquiátrica
Encontro com Especialista
Como eu trato Alcoolismo, Dependência Química e Suicídio.
Coordenadores – Jony Afonso Domingues/MS e Jorge Salim Risk/DF
Especialistas:
João Carlos Dias - ABP
Eduardo Sá – STJ/DF
Jussane Cabral Mendonça – COREME-HSVP/ DF
Hiltanice Medeiros – HRAN/DF
Juberty de Souza – UFMS/MS
Isabel Peters – DPF/DF
16:00/17:30h
Mesa de Transtornos de Ansiedade
Coordenadores – Dênio Lima – UnB/DF e Maria Alice
Toledo – UnB/DF
Palestrantes:
João Alberto Carvalho - ABP – Diagnóstico das Fobias
Luiz Alberto Hetem - ABP – Atualidades
em Transtorno de Ansiedade Social
Pedro Lima – PUC/RS – Tratamento dos Transtornos de Ansiedade
João Carlos Dias - ABP – Transtornos de Ansiedade e Dependência
Química
Encontro com Especialista
Como eu trato Depressão e Transtorno de Humor Bipolar
Coordenadores - Abrão
Marcos Silva – UGG/GO e João Alberto O. Campos – UFG/GO
Especialistas:
Dóris Moreno – USP/SP
Ricardo Moreno – USP/SP
Wanderly Campos – UFG/GO
Delcir Antonio da Costa – FASEH/MG
Rodrigo Machado-Vieira – NIMH/USA
17:40/19:10h - Simpósio Janssen
Tema: Ciclo de Vida em
TDAH
Coordenador: a definir
Palestrantes:
Dr. Marco Romano/MG
Dr. Pedro Lima – PUC/RS
25 de agosto - Sábado
08:00/12:30h - Curso 05
– Esquizofrenia – Part. 1
Ministrantes: Ângela Terzian – UFMT/MT, Antônio Geraldo da Silva - APBr - DF, Geder
Grohs – UFSC/SC, Hélio Helkis
– USP/SP, Itiro Shirakawa –
UNIFESP/SP, Jose Reinaldo do Amaral – UFG/GO, Mauricio Viotti
– UFMG/MG, Miguel Adib Adad - ABP
08:00/09:30h – fórum – Ética, Legislação e Políticas Públicas de Saúde
Coordenador – Rubens
Santos e Silva – CRM/RN
Palestrantes:
Emmanuel Fortes – CRM/AL – A Psiquiatria e as Fronteiras Interprofissionais
Paulo César Geraldes – CRM/RJ – O Prontuário
Médico e a sua importância legal
Salomão Rodrigues Filho – CRM/GO – Modalidades de Internação e Lei
Juberty Antônio de Souza – CRM/MS – Laudo Pericial Psiquiátrico X Laudo
Pericial Psicológico
10:00/10:40h – Conferência Internacional
Tema: Novos Tratamentos para os Transtornos de Humor: Neuroplasticidade
como alvo.
Conferencista: Rodrigo Machado-Vieira –
NIMH/USA
11:00/12:30h – Mesa de Transtorno de Humor Bipolar
Coordenadores – Luiz
Carlos de Oliveira/TO e João Eli de Oliveira/MA
Palestrantes:
Rodrigo Machado-Vieira – NIMH/USA - Marcadores
Biológicos nos Transtornos de Humor: Panorama atual e perspectivas.
Doris Moreno – USP/SP – Epidemiologia do TB e Psicopatologia de Formas
Atípicas
Delcir Antonio Costa – FASEH/MG - Bipolaridade e Criatividade - será que criam
mais?
Ricardo Moreno – USP/SP - Tratamento de Espectro Bipolar
12:40/14:10h – Simpósio Janssen
Tema: Esquizofrenia
Coordenador: a definir
Palestrantes: a definir
14:10/17:40h - Curso 05
– Esquizofrenia – Part. 2
Ministrantes: Ângela Terzian – UFMT/MT, Antônio
Geraldo da Silva - APBr/DF, Geder Grohs
– UFSC/SC, Hélio Helkis –
USP/SP, Itiro Shirakawa – UNIFESP/SP, Jose Reinaldo do Amaral – UFG/GO,
Mauricio Viotti – UFMG/MG,
Miguel Adib Adad - ABP
14:30/15:10h - Conferência Nacional
Tema: Conceito e
Tratamento da Esquizofrenia Refratária
Conferencista: Hélio Helkis – USP/SP
15:30/17:00h – Mesa de Depressão
Coordenadores - João
Alberto de O. Campos - UFG/GO e Antonio Siqueira Junior/DF
Palestrantes:
Érico da Costa – FASEH-FIOCRUZ/ MG – Tratamento da Depressão em idosos
Fabio L. Rocha – IPSEMG/MG - Abordagem da Depressão Refratária
Rodrigo Machado-Vieira – NIMH/USA – Resposta
Antidepressiva Rápida e Novos Paradigmas no Tratamento da Depressão
Hirtys Cavalcante/AL – A mulher e a dor.
17h30 – Happy-Hour
OPINIÃO
“Sabemos que o amor incipiente com freqüência é percebido como o próprio
ódio, e que o amor, se se lhe nega satisfação, pode,
com facilidade, ser parcialmente convertido em ódio; os poetas nos dizem que
nos mais tempestuosos estádios do amor os dois sentimentos opostos podem
subsistir lada a lado, por algum tempo, ainda que em rivalidade recíproca. Mas
a coexistência crônica de amor e ódio, ambos dirigidos para a mesma pessoa e
ambos com o mesmo elevadíssimo grau de intensidade, não podem deixar de
assombrar-nos. Seria de esperar que o amor apaixonado tivesse, há muito tempo
atrás, conquistado o ódio ou por ele [ter] sido absorvido. E, com efeito, uma tal sobrevivência protelada dos dois opostos só é
possível sob condições psicológicas bastantes peculiares e com a cooperação do
estado de coisas presentes no inconsciente. O amor não conseguiu extinguir o
ódio, mas apenas reprimi-lo no inconsciente; e no inconsciente o ódio,
protegido do perigo de ser destruído pelas operações do consciente, é capaz de
persistir e, até mesmo crescer. Em tais circunstâncias, o amor consciente
alcança, via de regra, mediante uma reação, um sobremodo elevado grau de
intensidade, de maneira a ficar suficientemente forte para a eterna tarefa de
manter sob repressão o oponente. A condição necessária para a ocorrência de um
estado de coisas tão estranho na vida erótica de uma pessoa parece ser que,
numa idade realmente precoce, em algum lugar no período pré-histórico de sua
infância, ambos os opostos ter-se-iam separado e um deles, habitualmente o
ódio, teria sido reprimido.”
Sigmund Freud.
HOMENAGEM
O Bicho
Manoel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
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