Volume 11 - 2006
Editor: Giovanni Torello

 

Agosto de 2006 - Vol.11 - Nº 8

História da Psiquiatria

LEOPOLDO HUGO FROTA (4/10/1948- 28/072006)

Walmor J. Piccinini

Médico Psiquiatra. Nascido e residente na cidade do Rio de Janeiro. Graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Curso de Especialização e Mestrado em Psiquiatria pela UFRJ. Professor Adjunto de Psiquiatria da UFRJ. Coordenador do Programa de Residência Médica do Instituto de Psiquiatria IPUB/UFRJ. Co-diretor do Centro Colaborador da OMS em Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria IPUB/UFRJ. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do IPUB/UFRJ.

Outras afinidades: Esporte (Ciclismo de estrada); Música (Jazz)(http://www.yatros.com.br/naupsi/galera.html)

A notícia correu célere, morreu um ciclista no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Era uma sexta-feira, o dia era 28 de julho. Seria mais uma das tragédias urbanas tão comuns nos dias de hoje. Quando a vítima foi identificada, o choque, a perplexidade, a tristeza invadiram os meios psiquiátricos brasileiros. A mensagem postada pelo coordenador da lista, o "Portelão" como Leopoldo o chamava, era sóbria e comedida. Tinha-mos perdido um estimado e generoso colega de lista. Para quem ainda não sabe a Lista Brasileira de Psiquiatria, é um fórum de discussão on-line que já funciona há dez anos. Seu criador foi Giovanni Torello de São Paulo e seu coordenador é o Professor Fernando Portela Câmara da UFRJ. Nesses dez anos a lbp foi hospedada em vários servidores, o atual é o Yahoo. A lista começou no Yahoo em 2002, depois passou para o CFM e de lá retornou ao Yahoo, só vamos nos referir a esse último período e nele temos 25.745 mensagens postadas pelos seus membros. Leopoldo era dos mais ativos, seu nome como autor ou participante se encontra em 4.338 mensagens. A participação do Leopoldo era trabalhosa, enviava resumos, propostas de novas drogas psiquiátricas, respondia pedidos de informações, advogava sobre a Disfrenia tardia, sobre seu livro eletrônico e sobre a sua família de quem tinha muito orgulho. Numa mensagem recente comentava:
   

 

Amigos:Minha filhóca Lia que se forma em Medicina no fim do ano, é orientanda da Madel Luz no Instituto de Medicina Social da UERJ, e em vias de casar-se (UFA!), acaba de organizar e publicar sua primeira coletânea ("Perplexidade na Universidade - Vivências nos cursos de saúde"), em parceria com seu noivo, também médico gremista gaúcho Eduardo Simon e com o médico sanitarista e professor da Universidade Federal da Paraíba, Eymard Mourão Vasconcelos (à direita na foto com os dois) que por uma destas encantadoras coincidências é um colega chegado e amigo de nosso querido Mayer.  A trinca tem muita sensibilidade e um notável espírito crítico para encarar as contradições e o valor social e função maior da profissão. 

Bom... o velho pai coruja aqui...  vocês podem imaginar!  Precocidade é isto

aí! :-) Bom fim de semana, Abs,

Leo.

Noutra mensagem comenta sobre o filho Eduardo

Amigos:
Encaminho pra vocês aviso que recebi de meu filho Eduardo Hugo, aluno da pós
em Psicologia na PUC-Rio que como herdou a genética musical do papai aqui
(pra quem não sabia sou baterista) nas horas vagas é baixista de que recebeu
destaque numa página especializada em música na web. Ele costuma tocar em
público e já andou gravando com sua banda Burning Hands, montada com amigos
músicos, inclusive o filho do nosso querido Jose Mattos, Adriano, ex-colega
seu nos tempos do Colégio São Vicente, no Rio. Visitando a página
encontrarão uma foto sua com direito a elogios à sua produção musical
recente por jovens de outros países, OK?
Abs,
Leo, pai coruja, uja, uja, uja. :-)
P.S. - Texugo é seu antigo apelido no S.Vicente, virando nome artístico.

Do Orkut extrai uma foto de Eduardo e Lia em tempos mais felizes. Como Leopoldo escreveu, Eduardo é Psicólogo e a Lia é doutoranda na Medicina.

Leopoldo Hugo Frota formou-se na UERJ em 1973. Seus alunos o consideravam discreto e trabalhador. Exerceu vários cargos na área de ensino e publicou os seguintes trabalhos:

1. Bueno JR, Frota LH. A escolha do antipsicótico atípico: condições médicas preexistentes, tolerabilidade diferencial. Potencial para interações, controle laboratorial e cuidados especiais. J. Bras. Psiquiat. 2003; 52 (Supl.1): 25-30.

2. Bueno JR, Laks J, Frota LH, Mallat Tostes LR. Estudo Clínico Aberto com Mianserina nas Depressões. J. Bras. Psiquiat. 1984; 33(6): 387-90.

3. Frota LH. Agonistas parciais no armamentarium da esquizofrenia. J. Bras. Psiquiat. 2003; 52(Suppl. Especial)14-30.

4. Frota LH. Aripiprazol (Opc-14597) e Opc-4392: antipsicóticos do novo grupo das quinolinonas. J. Bras. Psiquiat 2003; 52(Suppl. Especial): 4-13.

5. Frota LH. Cinqüenta anos de medicamentos antipsicóticos em psiquiatria: I. fenotiazinas alifáticas. J.Bras. Psiquiat. 2001; 50(3-4): 121-41.

6. Frota LH. Cinqüenta anos de medicamentos antipsicóticos em psiquiatria: II. fenotiazinas piperazínicas. J. Bras. Psiquiat. 2001; 50(5-6): 213-30.

7. Frota LH. Cinqüenta anos de medicamentos antipsicóticos em psiquiatria: III. Fenotiazinas piperidínicas. J. Bras. Psiquiat 2001; 50(7-8): 267-84.

8. Frota LH. Modalidades de Avaliação de Programas de Serviços de Saúde Mental. Mestrado, Dissertação. Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental. IP/UFRJ 1979.

9. Frota LH. Psicoterapia para Idosos: Até que Ponto se Requer uma Diferente Abordagem ? J. Bras. Psiquiat. 1983; 32(1): 47-50.

10. Frota LH, Bessa CH. Psicose Maniforme Recorrente em Pacientes com Lesão do Lobo Frontal Direito. J. Bras. Psiquiat. 1981; 30(1): 35-46.

11. Frota LH, Brasil MAA, Alves JMF, Silva Filho JF da. Um protocolo nacional para a clozapina: comentários e sugestões ao Anexo I da Portaria 286 do Ministério da Saúde. J. Bras. Psiquiat 2001; 50(3-4): 99-119.

12. Frota LH, Brasil MAA, Bueno JR, Alves JMF, Silva Filho JF da. Olanzapina: comentários e sugestões ao protocolo preliminar do Ministério da Saúde. J. Bras. Psiquiat 2001; 50(1-2): 23-34.

13. Frota LH, Brasil MAA, Bueno JR, Silva Filho JFda. Quetiapina: apoio à adoção e proposta de protocolo para um novo antipsicótico atípico no Sistema Único de Saúde (SUS). J. Bras. Psiquiat 2002; 51(5): 299-312.

14. Frota LH, Bueno JR, Silva Filho JF da. Risperidona, amisulprida, quetiapina e ziprasidona: comentários finais ao protocolo do Ministério da Saúde para antipsicóticos atípicos de segunda geração. J. Bras. Psiquiat. 2001; 50(9-10): 337-62.

15. Frota LH, Piccinini WJ, Bueno JR. Centenário de nascimento do Professor José Leme Lopes: notas biográficas e breve homenagem. J. Bras. Psiquiat. 2004; 53(5): 312-8.

16. Frota LH, Silva Filho JF da, Versiani M, Bueno JR. Padronização de medicamentos psicoativos no Rio de Janeiro - Análise crítica da lista provisória da Secretaria Municipal de Saúde. J.Bras. Psiquiat. 1998; 47(1): 29-38.

17. Leme Lopes J, Versiani M, Bueno JR, Mundim FD, Frota LH, Hoertel RA. A controlled comparative study between viloxazine and imipramine in the treatment of neurotic depression. A Folha Médica 1977; 74(1): 75-82.

18. Silva Filho JF da; Frota LH; Rocha PM. O Prontuário hospitalar como instrumento de pesquisa da Psiquiatria Epidemiológica. J.Bras. Psiquiat. 1976; 25(1): 123-8.

Os trabalhos Cinqüenta anos de medicamentos antipsicóticos em psiquiatria foram

reunidos num Cd que foram oferecidos a venda. Mais tarde Leopoldo os colocou à disposição de todos em sites on-line.

Recebi dele o seguinte texto referente ao seu trabalho:

"Comunicamos que o texto completo do e-book Cinqüenta Anos de Medicamentos Antipsicóticos em Psiquiatria (FROTA LH. Cinqüenta Anos de Medicamentos Antipsicóticos em Psiquiatria. 1ª ed elet CD- Rom em Português, ISBN 85-903827-1-0, Dilem Informática, Rio de Janeiro, novembro 2003, 486pp.), de autoria do Prof. Leopoldo Hugo Frota, numa contribuição independente sem qualquer patrocínio da Indústria pelo Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde em Saúde Mental – IPUB/UFRJ às comemorações do I Cinqüentenário de Introdução da Clorpromazina (França, fevereiro 1952-2002), endereçado aos psiquiatras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (não incluído entre os idiomas oficiais da OMS), que normalmente enfrentam a barreira do idioma na busca por atualização isenta, e que vá além de material publicitário, e cujo lançamento ano passado jmereceu notícia no Portal da ABP, já pode ser acessado por todos os interessados, estando disponível para download (arquivo .pdf c/ 5,21Mb), gratuitamente, na sub-página do Depto. de Psiquiatria e Medicina Legal – sub-sede Hospital Universitário da Faculdade de Medicina da UFRJ (http://www.medicina.ufrj.br/cursos/LH%20FROTA%20-%201%20Ed%20-%2050%20ANOS%20DE%20MEDICAMENTOS%20ANTIPSICÓTICOS.pdf).

É obra completa de revisão para consultas (cerca de 5500 referências cobertas), inédita em nosso idioma, com todas as fórmulas estruturais e demais informações físico-químicas e clínico-farmacêuticas das 250 substâncias mais relevantes, introduzidas como potenciais antipsicóticos, licenciados ou não, nestes 50 anos de pesquisas nacionais e internacionais com medicamentos típicos e atípicos.  

Torna-se conveniente esclarecer para os não familiarizados com o software (Adobe Acrobat 5.0), que uma vez descarregado o texto, clicando-se no menu bookmarks da margem esquerda, ter-se-á acesso a todos os capítulos por grupo químico, embora as substâncias também possam ser direta e individualmente acessadas pelo índice alfabético.   Encontra-se disponível ainda um índice remissivo para consultas cruzadas, com entradas por nomes genéricos e sinônimos, nomes de marca e códigos de pesquisa com cerca de 2000 verbetes, indispensável quando não se conhece o nome genérico ou o grupo químico, mas se disponha dos nomes de marca, sinônimos e/ou os códigos adotados na fase preliminar de pesquisas.  Um outro recurso muito útil porque ágil, para pesquisar o extenso texto (486pp) é fornecido pelo mecanismo de busca do próprio software, ativado com clique no ícone binóculo da margem superior que levará sucessivamente o leitor às páginas que contenham a palavra ou expressão procurada.  Uma vez descarregado, para salvar todo o e-book no próprio computador, o consulente deverá clicar no ícone disquete da barra superior do Adobe e não no sub-menu "salvar" ou "salvar como..." no menu superior Arquivo da página do navegador (browser).

Comentários, críticas e sugestões visando eventuais reedições, além de comunicação de dificuldades de acesso poderão ser enviadas diretamente ao autor pelo e-mail: [email protected] .

Em janeiro de 2005, com a colaboração da Dra. Ana Hounie encaminhou o seguinte texto:

Clozapine and Typical Antipsychotics

To the Editor:

I would like comment on the letter to the Editor by Dr. Ross entitled Clozapine and Typical Antipsychotics  (Am J Psychiatry 161:1925-1926, October 2004).

I was very pleased to find another researcher dealing with this subject and to find how we share the same ideas about the subject. I have published on this matter but, unfortunately, in Portuguese, in the Brazilian Journal of Psychiatry (Jornal Brasileiro de Psiquiatria), 52(Suppl.1):14-24, 2003. The paper was entitled "Partial agonists in the schizophrenia armamentarium." and subtitled: "tardive dysphrenia: the newest challenge for last generation atypical antipsychotic drugs?" (1).

In the paper, my proposal was to reunite the concepts of Rebound Psychosis, Mesolimbic Supersensitivity Psychosis and Secondary Acquired Refractoriness under the unique denomination of Tardive Dysphrenia. The etiological contribution of clozapine and second generation atypical drugs with mesolimbic selective actions and their increasing use as the main cause for the better recognition of these syndromes in our current practice was highlighted. I also defended that last generation atypical antipsychotics drugs or "dopamine system stabilizers" agents acting as partial agonists (aripiprazol), thus promoting less nigro-striatal and mesolimbic up-regulation, should be ranked as first line therapeutic option in Schizophrenia."

However, contrarily to Dr Ross’s report, I may suggest that: 

1. Tardive Dysphrenia is a better term than Tardive Psychosis for this newly described syndrome due to a) its analogy with Tardive Dyskinesia stressing the common role of dopaminergic D2 upregulation (mesolimbic vs nigro-striatal); b) its historical background as a term originally proposed by Kahlbaum

c) To call some forms of brief acute self-limited psychosis; and last but not the least

d) The adoption of the same term by Forrest & Fahn (3, 4) to nominate unusual clinical configurations of yatrogenic neuroleptic tardive symptomatology.

2. The syndrome is associated not only with clozapine but also with all other second generation mesolimbic selective atypical drugs (several references are mentioned in my paper, available under request). However, aripiprazole, with its innovative profile of a dopaminergic partial agonism, is therefore unable to induce dopaminergic upregulation, neither nigro-striatal nor mesolimbic.

3. Studies designed to assess the differential risk between typical and atypical antipsychotic drugs in comparison with dopamine system stabilizers (such as aripiprazol) in causing Tardive dysphrenia are warranted.

 

References:

1. Frota LH. Agonistas Parciais no Armamentarium da Esquizofrenia. Disfrenia Tardia: O Desafio da Vez para os Antipsicóticos Atípicos de Última Geração? J Bras Psiquiatr 2003, vol 52,suppl 1:14-24.

2. Fink M, Taylor MA. Catatonia. A History. In: Catatonia. A Clinician’s Guide to Diagnosis and Treatment. Cambridge University Press, Cambridge, 2003.

3. Fahn S. Is the thought disorder with oculogyric crisis a feature of tardive akathisia or tardive dysphrenia? Ann Neurol. 1988 Mar;23(3):313-4.

4. Forrest DV, Fahn S. Tardive dysphrenia and subjective akathisia. J Clin Psychiatry. 1979 Apr;40(4):206.

Sincerely yours, respectfully

Leopoldo Hugo Frota, M.D.

Adjunct Professor of Psychiatry, Federal University of Rio de Janeiro, Brazil.

Seu interesse pelo assunto fez com que batalhasse pela inclusão do quadro de disfrenia tardia na Enciclopédia On-line Wikipédia. Essa conquista foi comemorada com entusiasmo com os membros da lista brasileira de psiquiatria. Eis o verbete:

 

Disfrenia tardia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa

DISFRENIA TARDIA

A disfrenia tardia é uma expressão médica que foi proposta originalmente pelo neurologista norte-americano Stanley Fahn e seus colaboradores ainda nos anos setenta. Nomeava uma nova, singular e rara modalidade de síndrome iatrogênica tardia, comportamental/mental ao invés de motora como habitual das demais síndromes tardias, observada nos pacientes psiquiátricos (esquizofrenia em particular) tratados com neurolépticos ou antipsicóticos típicos, o único tipo de medicamento antipsicótico disponível à época.

Foi concebida para figurar ao lado da discinesia tardia e demais síndromes tardias induzidas por neurolépticos, já reconhecidas (Distonia Tardia, Acatisia Tardia). Mais recentemente o psiquiatra brasileiro Leopoldo Hugo Frota, professor-adjunto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ampliou o constructo original de Fahn de modo a também incluir os constructos independentes, embora relacionados em etiologia, da Psicose de Rebote, da Psicose por Supersensibilidade (Guy Chouinard) e da Esquizofrenia Pseudo-refratária (Heinz Lehmann & Thomas Ban) ou Refratariedade Secundária Adquirida. A etiologia de todas estas síndromes foi atribuída por Frota a uma adaptativa, mas duradoura e excessiva, proliferação (upregulation) dos receptores do tipo D2 da via dopaminérgica mesolímbica.

Ele implicou preferencialmente na nova síndrome os modernos antipsicóticos atípicos de segunda geração com ações mesolímbicas seletivas, ao contrário dos típicos ou neurolépticos que bloqueariam a neurotransmissão dopaminérgica em todas as quatro principais vias cerebrais (mesocortical, mesolímbica, nigro-estriatal e túbero-infundibular), mas especialmente a nigro-estriatal responsável pelos marcantes efeitos motores extrapiramidais e maiores riscos de Discinesia Tardia destes medicamentos tradicionais. Em colaboração com o psiquiatra italiano Andrea Mazzeo, propôs breve inventário semi-estruturado para levantamentos preliminares, mundialmente, de potenciais casos, disponibilizado em Português, Inglês, Espanhol, Francês e Italiano com vistas a inclusão da Disfrenia Tardia Induzida por Antipsicóticos como uma nova subcategoria diagnóstica nas classificações vigentes da 1) APA (Associação de Psiquiatria Americana) - APA-DSM IV-TR, ao lado da Discinesia Tardia - 333.82 e 2) OMS (Organização Mundial da Saúde) - CID-10, no Capítulo XX - Causas Externas de Morbidade e Mortalidade; Grupo Y-40 até Y-84 - Complicações de Assistência Médica e Cirúrgica; Código Y-49.5 - Outros Antipsicóticos e Neurolépticos.

Bibliografia

  • FROTA LH. Agonistas Parciais no Armamentarium da Esquizofrenia. Disfrenia Tardia: O Desafio da Vez para os Antipsicóticos Atípicos de Última Geração? J Bras Psiquiatr 2003; Vol 52 Supl 1;14-24. [1]
  • http://www.medicina.ufrj.br/cursos/JBP%202%20COLUNAS%20-%20com%20referencia%20completa%20&%20foto%20-%20AGONISTAS%20PARCIAIS%20NO%20ARMAMENTARIUM.pdf
  • FROTA LH. Cinqüenta Anos de Medicamentos Antipsicóticos em Psiquiatria. 1ª ed eletr Ebook em CD-Rom/On-Line em Português, ISBN 85-903827-1-0, Arquivo .pdf (Adobe Acrobat) c/ 6Mb, Informática, Rio de Janeiro, agosto 2003, 486pp. Ebook [2]
  • http://www.medicina.ufrj.br/cursos/FROTA%20LIVRO%20I%20&%20II.pdf
  • FROTA LH, MAZZEO A. DISFRENIA TARDIVA INDOTTA DA ANTIPSICOTICI – INTERVISTA STRUTTURATA. PSYCHIATRY ON LINE – ITALY, 2006. [3]
  • http://www.priory.com/ital/mazzeo20061.htm
  • FROTA LH, MAZZEO A. Tardive Dysphrenia Induced by Antipsychotic. Research Criteria semi-structured interview in Portuguese, English, Spanish and French. Artigo do Mês. Psychiatry On-line Brazil, abril 2006. [4]


ANEXO - CRITÉRIOS DE PESQUISA PRELIMINARES PARA DISFRENIA TARDIA INDUZIDA POR ANTIPSICÓTICOS (A, B, C, D, E & F):

A. O paciente apresenta sintomas novos ou exacerbação sintomatológica com inédita e injustificada gravidade, desenvolvidos após interrupção do uso ou ao longo da manutenção de doses fixas, que melhoram temporariamente com a reinstituição e ou incrementos sucessivos de doses de medicamentos antipsicóticos típicos e atípicos.

B. Os sintomas estão presentes por um período mínimo de 4 semanas e ocorrem segundo qualquer um dos seguintes padrões: 1. sintomas psicóticos: alucinações, delírio, desorganização do comportamento/pensamento; ou 2. sintomas maníacos/hipomaníacos, ciclóides, polimórficos e/ou disfóricos graves; ou 3. sintomas obsessivo-compulsivos ou tics-like.

C. Os sinais e sintomas nos Critérios A e B desenvolvem-se durante a exposição a um medicamento antipsicótico, ou dentro de 4 semanas após a abstinência de um medicamento antipsicótico oral (ou dentro de 8 semanas após a abstinência de um medicamento depot).

D. Houve exposição a um medicamento antipsicótico típico ou atípico por pelo menos 3 meses (1 mês se o indivíduo tem 60 anos ou mais).

E. As seguintes condições podem ser seguramente excluídas como causas dos sintomas observados: - Psiquiátricas (p. ex.: Transtorno Bipolar; Transtorno Esquizo-Afetivo; Intoxicação ou Abstinência por Abuso de Substâncias como álcool, psicoestimulantes e/ou psicotomiméticos;Transtorno Obsessivo-Compulsivo; Transtorno Psicótico Agudo Transitório/Psicoses Ciclóides; Transtorno do Estresse Pós-Traumático). - Neurológicas (p. ex.: Demência, Encefalite,Epilepsias, Coréias). - Condições médicas gerais (por ex.:

Conhecer Leopoldo Hugo Frota foi uma experiência muito especial para centenas de psiquiatras da lista brasileira de psiquiatria. Era amigo íntimo de todos, mas muito poucos eram os que o conheciam pessoalmente. Sua morte prematura cortou a possibilidade de o conhecermos no mundo real. Sua marca pessoal foi eminentemente virtual, on-line. O luto que ficou em nossos corações é bem real. Fica a nossa lembrança de uma pessoa apaixonada pelo que fazia, arroubos entusiasmados, um ativista pelo bom uso de medicamentos psiquiátricos, uma disposição generosa de partilhar seus conhecimentos com todos. Perdemos um grande psiquiatra, perdemos um grande amigo.


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