Volume 10 - 2005
Editor: Giovanni Torello

 

Outubro de 2005 - Vol.10 - Nº 10

France - Brasil- Psy

SOMMAIRE (SUMÁRIO)

Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO

Sumário:

QUI SOMMES- NOUS (Quem somos)

DOSSIÊ PSIQUIATRIA DA CRIANÇA

  1. O DESEJO DE FILHO - Sylvie FAURE-PRAGIER (psicanalista)
  2. PROPÓSITOS SOBRE A EVOLUÇÃO DA PEDOPSIQUIATRIA NA FRANÇA (Segunda parte) - Doutor Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO
  3. AUTORES E CURTA BIBLIOGRAFIA(1927-2005)
  4. Pedopsiquiatra e pediatra, novas colaborações. - Doutor Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO
  5. ASSOCIAÇÕES
  6. LIVROS RECENTES
  7. REVISTAS
  8. SELEÇÃO DE SITES

QUI SOMMES- NOUS (Quem somos)

QUI SOMMES- NOUS ?

FRANCE-BRASIL-PSYCHIATRIE est le nouvel espace virtuel de "Psychiatry on Line"offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d'expression lusophone et française.

Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des traductions en français et en portugais d'articles concernant la psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques habituelles : actualités, réunions et colloques, formations, associations, revues, sélection de sites.

QUEM SOMOS ?

FRANCE-BRASIL-PSYCHIATRIE é o novo espaço virtual de "Psychiatry On  Line"oferto aos  profissionais do setor da saúde mental de expressão  lusófona e portuguesa.

Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar traduções em francês e em português de artigos abrangendo a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : atualidades, reuniões e colóquios, formações, revistas, seleção de sites.

Dossiê PSIQUIATRIA DA CRIANÇA

1. O DESEJO DE FILHO

Sylvie FAURE-PRAGIER (psicanalista)

Tradução Maria do Carmo CAMAROTTI

Sylvie Faure-Pragier é autora  de "Les bébés de l'inconscient : le psychanalyste face aux stérilités féminines aujourd'hui"(Os « bebês do inconsciente: o psicanalista diante das esterilidades femininas atuais) publicação PUF, no qual ela interroga o desejo de filho e aborda de um ponto de vista psicanalítico as questões levantadas sobre a procriação.

Ela trabalha num serviço hospitalar especializado no tratamento da esterilidade.

O presente artigo é a tradução de uma conferência pronunciada pela autora, em 1999, numa reunião organizada pela  « Association des Parents et futurs parents Gays et Lesbiens ». 

 Os cuidados psicológicos são contemporâneos do desenvolvimento da contracepção oral. De fato, diante da emergência de « acidentes » com pílulas levando  a numerosas IVG (interrupção voluntária da gravidez), os ginecologistas  questionaram os psicanalistas sobre o desejo inconsciente de filho. Essas interrogações não pararam de se desenvolver com o aparecimento da técnica de inseminação, cujas fracas taxas de êxitos nos humanos (15%) contrastam com o sucesso encontrado nos outros mamíferos (98%).

A hipótese da existência de fatores psíquicos na origem da esterilidade foi então levantada, conduzindo a encarar os problemas específicos ligados às técnicas de PMA (Procriação Medicalmente Assistida), tais como a IA ( Inseminação Artificial).

Na França, ela é utilizada nos casais heterossexuais com esterilidade masculina. Na maioria dos casos, esse modo de concepção é escondido da criança, mas esse segredo é pesado a carregar, tanto para o homem que se sente mal diante diante da criança que não é biologicamente sua, quanto para a mulher que quer proteger seu cônjuge. Na criança, conhece-se a gravidade de tais segredos.

A transparência necessária ao equilíbrio conjugal e familiar seria trazida pelas inseminações artificais não anônimas, mas esse anonimato foi preconizado pelos médicos para evitar uma culpabilidade adúltera que me parece depender de um fantasma (o número de doadores seria por outro lado menos importante).

Existem atualmente tentativas de revisão da lei bioética. Eu luto pela sua  modificação a fim de permitir uma escolha, deixada aos interessados, entre doação anônima ou não  (doações diretas nas quais se  nota  que a taxa de êxito é superior àquelas das doações anônimas).

Mas o que é mesmo o desejo de filho propriamente dito?

Além da criticada teoria freudiana que coloca a criança enquanto substituta do pênis, necessária compensação à « castração materna », esse desejo é um complexo misturado : desejo biológico (presente em todas as espécies), desejo de amor, de transmissão, de luta contra sua própria morte...

Mas o desejo de filho passa também pela identificação, temos vontade  de ter um filho para lhe dar o que recebemos ou não,  colocarmo-nos no lugar do pai ou da mãe que está cuidando de nós, tornarno-mos como eram os nossos pais.

Não existe nenhuma razão lógica para que um homossexual não tenha desejo de filho, esse desejo  inclusive não é novo, mas  somente a possibilidade de realizá-lo mais facilmente (por PMA Procriação Medicalmente Assistida).

O primeiro objeto de amor de um bebê é sua mãe, cujos primeiros contatos e desejos inconscientes são importantes. A maneira como o filho representa uma realização para esta mulher é percebida pela criança mas não por sua mãe. Ao fim de alguns meses, a criança começa a sentir frustrações e a colocar sentido nesses momentos de falta, com a idéia de que a mãe se interessa por um terceiro. É a partir de sua percepção que existe um outro que ela começa a se desenvolver psiquicamente, a pensar, a ter vontade de ser outra pessoa.

Instala-se então um jogo psíquico de fantasmas onde a criança vai se identificar com sua mãe, a outro e começar o processo do Édipo necessário à sua estruturação. Na nossa sociedade, o terceiro que vai simbolizar as faltas e tornar possível a necessária separação da díade mãe-bebê é classicamente masculino, portador da autoridade, guardião da lei.

Esse terceiro separador pode ser uma mulher, e o falo não é mais do que o representante da lei, da diferença com a mãe. Isto pode ser problemático para a geração seguinte, o inconsciente da criança, sendo  feito à imagem do inconsciente dos pais. Haverá uma representaçào masculina em função das representações de sua mãe.

Face à importância do modelo da sociedade na qual vivemos, parece necessário que a criança se beneficie de representações masculinas, suportes de identificações, a diversidade dos intervenants na função paterna sendo menos prejudicial à criança do que a ausência de toda função paterna. Por outro lado, será a posição ? que determinará se a função paterna é assegurada pelo objeto de seu desejo (sua companheira) ou pelo genitor, ou freqüentemente por seu próprio pai.

Os riscos eventuais podem ser a confusão, a ausência de referência, de diferença ou a dificuldade de viver uma diferença que a criança não escolheu e que não é integrada no social.

Assim, a escolha feita pelo homossexual de ser pai ou mãe por inseminação artificial  representa uma grande responsabilidade, mas sua importância não implica que ela não deva ser tomada.  Em compensação, que um casal homossexual crie uma criança nascida de pais heterossexuais ( após divórcio por exemplo) me parece bem mais fácil sobre o plano simbólico, visto que a função paterna é ocupada por um pai. A adoção é mais difícil, mas a referência a um genitor permanece posível. A variedade dos « doadores anônimos» teria o peso de um presente, apesar de tudo sem conseqüência separadora para a mãe e a criança.

2. PROPÓSITOS SOBRE A EVOLUÇÃO DA PEDOPSIQUIATRIA NA FRANÇA (Segunda parte)

Eliezer de HOLLANDA CORDEIRO (psiquiatra, psicanalista).

Na primeira parte deste artigo [1] escrevemos : Que se trate das demandas feitas aos psiquiatras, de suas expressões clínicas, do prognóstico e das respostas terapêuticas, a Psiquiatria da criança evoluiu de maneira considerável na França, especialmente a partir da década de 1960. Esta evolução retrata as tranformações da sociedade francesa, exprime as inovações teóricas e psicoterápicas introduzidas pela psicanálise, leva em conta os progressos de outras disciplinas (psicologia, psiquiatria geral, pediatria, foniatria, psicomotricidade, pedagogia especializada, trabalho social com as famílias, psicofarmacologia...) e responde às disposições legislativas atuais, fundamento da política de saúde mental em prol das crianças e dos adolescentes.

Nesta segunda parte, abordaremos a evolução da pedopsiquiatria na França de 1980 até 2005, caracterizada, notadamente, pela importância cada vez maior da pedopsiquiatria prénatal, perinatal, das relações precoces pais-filhos em crianças de 0 a 3 anos. Notemos que os trabalhos sobre as crianças na faixa etária denominada a idade de latência (de 8 a 11 anos) suiscitam um menor interesse da parte dos pesquisadores.

ASPECTOS HISTÓRICOS

A sociedade mudou e a clinica também, especialmente a partir da década de 1980, onde percebeu-se uma sorte de aceleração das transformações da sociedade francesa, especialmente da estrutura familiar tradicional. As principais características destas tranformações são bem conhecidas : aumento dos divórcios, das famílias recompostas, aparecimento e desenvolvimento das técnicas de procreação em laboratório, entrada maciça das mães no mercado do trabalho, o aumento do número de famílias monoparentais, o crescimento do número de crianças adotadas, o desemprego, os problemas ligados à integração de estrangeiros, o desenvolvimento das prescrições de psicotrópicos, etc.

Naturalmente, os trabalhos sobre a patologia mental da criança e a clínica pedopsiquiátrica exprimem tais mudanças, que se traduzem, na prática, « pelo desaparecimento de certas patologias, a evanescência do prognóstico, a usura dos antigos conceitos e terapêuticas, a emergência de uma nova patologia », e por conseguinte de uma nova clínica [1].

PEDOPSIQUIATRIA PRÉNATAL E DOS BEBÊS

Como vimos na primeira parte deste artigo [2], se Alice DOUMIC publicou em torno de 1954 o artigo « A anorexia mental nos bebês », e em 1959 « O sono na criança antes dos três anos » ; se S.LEBOVICI começou a cuidar de bebês em 1975, numa época em que Françoise DOLTO já se tornara famosa por seus trabalhos e seminários, a pedopsiquiatria começou realmente a se interessar ao período prénatal e perinatal a partir da década de 1980.

Em seu editorial intitulado: A INTERSUBJETIVIDADE,[3] Monique Bydlowski escreveu: "Depois da difusão dos trabalhos anglo-saxões nos anos 70 e 80, o meio pedopsiquiátrico francófono começou a estudar com muito interesse o mundo psíquico neonatal e a origem do pensamento do bébé, premissas da vida psíquica. O conceito de « intersubjetividade » virou moda e os congressos profissionais sobre a psicopatologia sucederam-se a partir desse novo instrumento conceitual". Para esta autora, o termo intersubjetivo transformou-se na palavra-chave da psicopatologia, que até então estava em concorrência com o termo intrapsíquico.

Monique Bydlowski, referindo-se aos trabalhos mais recentes neste domínio da pedopsiquiatria, considera que deles "surge a idéia de que o pensamento psicanalítico freudiano e a intersubjetividade correspondem a categorias de pensamento totalmente heterogêneas mas talvez complementares. A intersubjetividade pertence ao domínio descritivo da fenomenologia, que dá conta dos acontecimentos e das coisas tais quais eles se oferecem à nossa experiência sensível. A fenomenologia não se interessa em explicar como as coisas (por exemplo as representações mentais) surgiram no espírito nem como este vai trabalhá-las e modelá-las. Representando há mais de um século um modelo revolucionário evolutivo, a fenomenologia emite a hipótese de um tópico (lugar, espaço) inconsciente e ao mesmo tempo reserva de representações, lugar dinâmico de suas disposições e alavanca terapêutica da transferência no processo da cura [3].

Na primeira parte deste artigo [2], escrevemos que a contribuiçao da psicanálise foi fundamental para a evolução da pedopsiquiatria e salientamos que a psicanálise inglesa desempenhou um papel considerável neste processo, especialmente por intermédio dos trabalhos de Ana Freud, Mélanie Klein, Winnicott, Esther Bick, Bion, Hanna Segal e outros. Desses encontros entre analistas ingleses e franceses resultariam novos conceitos, que não cessaram de evoluir e de originarem outros mais recentes, especialmente a partir da década de 1990.

Mais uma vez, Monique BYDLOWSKI[3], figura de proa dessa pedopsiquiatria precoce na França, lembra a contribuição resultando dos desenvolvimentos da teoria do sentimento de afeição (apego) e as observações das interações mãe-bebé filmadas por Coldwyn Trevarthen », em 1973,para as quais ele propôs o termo não cartesiano de intersubjetividade. Este termo, tirado do vocabulário da filosofia, designa a atitude imediata e inata do recém-nascido a captar as intenções do outro [3].

Outros autores anglo-americanos ontribuiram para os ricos desenvolvimentos clínicos da pedopsiquiatria :B. Brazelton, Daniel Stern, que marcaram os estudos franceses atuais neste dominio. Menção especial a Daniel Stern por seus trabalhos sobre as interações mãe bebê a partir do conceito de ajustamento afetivo entre a criancinha de peito e a pessoa que dela cuida de maneira regular.

A INTERSUBJETIVIDADE PRIMÁRIA

Um outro conceito merece ser mencionado: A INTERSUBJETIVIDADE PRIMÁRIA. As autoras do artigo que discute este conceito, Chloé LAVANCHY e Elisabeth FIVAZ-DÉPEURSINGE [4], apoiam-se nos trabalhos de D.- N. STERN, que, em seu último livro, « considera a intersubjetividade como um sistema de motivação comparável ao apego ou o amor. Dito de outro modo, a capacidade de compartilhar a experiência vivida com um outro, ou os outros, é necessária à sobrevida da espécie humana ».

Elas ajuntam então que, « Em psicologia desenvolvimentista e clínica, já se estudou a relação intersubjetiva entre duas pessoas, particulamente entre a mãe e a criança ou entre o terapeuta e seu paciente ; mas considerou-se muito pouco a possibilidade de uma relação intersubjetiva plural, na família ou em outros grupos. Ora, a relação intersubjetiva dual não basta à sobrevivência de um grupo. Sabemos também que a realidade do bebé é de estar em contacto com vários indivíduos em nossa cultura, principalmente com os pais (ou seus substitutos) e a eventual irmandade. Seria por conseguinte uma vantagem para o bebé se ele pudesse desenvolver imediatamente um sistema de comunicação com vários partenários [4]».

As observações sobre a brincadeira da tríade constituida pelo pai, a mãe e o bebé levaram-nos a essa hipótese .Com efeito, o bebé mostra-se imediatamente capaz de inter-relacionamento com o seu pai e a sua mãe ao mesmo tempo, isto é a « triangular [idem]. »

Um número crescente de desenvolvementistas consideram que já existe uma intersubjetividade durante os primeiros meses de vida. Assim, Chloé LAVANCHY e Elisabeth Fivaz-DÉPEURSINGE referem-se também a

Colwuin TREVARTHEN, « que definiu « a intersubjetividade primária como a partilha de estados emocionais semelhantes entre a mãe e a criança, subtendidas por uma intenção de comunicar e de inter-relacionar. Segundo Rochat e Striano, citado pelas autoras, a intersubjetividade primária permite a emergência de uma consciência de si mesmo como agente e de um senso da experiência compartilhada. Assim, a criança entra em contacto com os sentimentos, interesses e intenções do outro, e adquire então uma primeira forma de conhecimento do outro » [idem].

Elas ajuntam que «  Diferentes comportamentos podem decorrer dessa procura de estados emocionais compartilhados, em particular a imitação precoce. Na imitação precoce, a criança reproduz o comportamento do outro partenário, o que a leva a sentir a vivência do outro. Para a criança, isto constitue um modo privilegiado para tomar consciência das relações humanas. Este tipo de comunicação passa pela ação e a percepção direta imediata, ela é de ordem expressiva e contém nela mesma a relação.

Mais ou menos no fim do primeiro ano, a intersubjetividade torna-se referencial e vai se constituir como intersubjetividade secundária .Ela continuará a evoluir nas fases de desenvolvimento da criança : a da emergência das emoções morais e da função simbólica em torno de 18 meses, em seguida a das narrações a partir de 3 anos » [4]

Em dois números especiais de altíssimo nivel publicados em « Psychiatrie Française » [5 e 6], e consagrados às relações precoces pais-bebê, podemos ler as contribuições de vários autores importantes :

*Monique BYDLOWSKI é autora de um notável editorial onde ela aborda

os novos conceitos relacionados com a teorização da intersubjetividade nas

relações pais-bebê.

*Bernard Golse aborda a difícil passagem teórica entre o interpessoal e o intrapsíquico, à luz da brincadeira do bebê.

*Lisa Ouss-Ryngaert, apoiando-se na clínica de pacientes com lesões cerebrais, propôe elementos para uma melhor compreensão das relações entre o cérebro (os neurônios-espelhos)e a intersubjetividade.Assim, a autora colocou a questão muito atual do desenvolvimento de uma nova especialidade, a neuropsicanálise.

*Denis Mellier estuda as relações do bebê no quadro da relação subjetiva existente nos grupos.

*Serge Tisseron questiona a significação dos brinquedos ofertos ao bebê pelos pais e avós, brinquedos que se tornam objetos-passadores de memória consciente e inconsciente.

*Alberto Konicheckis aborda o trabalho de intersubjetividade nos laços precoces a partir de uma caso clínico.

*Anick Lenestour e Gisèle Danon partem de uma psicoterapia pais-bebê para demonstrar os impasses da construção intersubjetiva.

*Colwuin TREVARTHEN apresenta uma reflexão exaustiva e profunda sobre "A comunicação da experiência pela intersubjetividade, a partir da maneira como os bebês captam o sentido de nossas ações e de nossas palavras ».

*René ROUSSILLON contribue com o artigo : « A intersubjetividade e a função mensageira da pulsão ».

*Daniel MARCELLI, que nos gratifica com um brilhante artigo intitulado : « Fantasia intersubjetiva passeio entre relação precoce e antropologia histórica ».

*Francisco PALACIO-ESPASA nos oferece a reflexão : « A anti-intersubjetividade do autismo ».

*Linda MORISSEAU escreve sobre : « Intersubjetividade, perinatalidade e relação precoce ».

*Chloé LAVANCHY, Elisabeth FIVAZ-DEPEURSINGE fazem uma reflexão comum e inovadora sobre : « Intersubjetividade entre o bebê e seus pais ».

*Edward TRONICK aborda a questão importantíssima : « A depressão materna e os estados mentais diáticos : o still- face , procedimento da rosto impassivel ».

*Hélène TREMBLAY trata do assunto: « Intersubjetividade, regulação da atenção e emocional em tríade. »

REFERÊNCIAS

1) Jean-Louis BRENOT, Yves MANELA : « L'Enfance de la psychiatrie », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray, Mars 1995.

2) Eliezer de Hollanda Cordeiro, in France-Brasil-Psy ( Psychiatry on line setembro), Brasil, 2005.

3) Monique BYDLOWSKI: Editorial de INTERSUBJETIVDADE, em « Psychiatrie Française », Vol.XXXV, Paris, Maio 2004.

4) INTERSUBJETIVIDADE ENTRE O BEBÉ E SEUS PAIS

Chloé LAVANCHY:psicóloga, Centro de Estudo da Família, Site de Cery, CH-1008 Prilly e Elisabeth FIVAZ-DEPEURSINGE : PhD, Centro d Estudo da Família, Site de Cery, CH-1008.

5) INTERSUBJETIVDADE I, em « Psychiatrie Française », Vol.XXXV, Paris, Maio 2004.

6) INTERSUBJETIVDADE II, em « Psychiatrie Française », Vol.XXXVI, Paris, Julho 2004.

3.AUTORES E CURTA BIBLIOGRAFIA

1927

Pierre MALE, em : « Aspects du développement de la psychiatrie infantile en France » [2], escreveu que desde os anos de 1927, com o Doutor Robin,ele criou uma das primeiras consultações de psiquiatria da criança, após as que foram criadas por Heuyer e Wallon.

1939 

*Françoise DOLTO publica a tese « Psychanalyse et pédiatrie », que conheceu um sucesso muito grande a partir de sua segunda edição, em 1961, logo seguida de uma terceira, em 1964.

Na edição de 1961, a autora recomenda as leituras dos « notáveis trabalhos de Anna Freud, Mélanie KLEIN, E. GLOVER, R. SPITZ e muitos outros ». Ela ajunta : «Peço também aos leitores para irem às fontes e ler, no texto se possivel, as obras principais de Freud, donde sairam todas as escolas psicanalíticas, e que marcaram todas as escolas de psicologia atuais ».

1946-1947 

*Conferência de Serge LEBOVICI para psiquiatras, colaboradores, responsáveis, amigos da « L'Évolution Psychiatrique », revista dirigida por Henri Ey, que tinha por objetivo estabelecer laços entre a psiquiatria e a psicanálise. Nesta conferência, S. Lebovici apresentou um caso de esquizofrenia infantil. «Naquela época, só trinta casos haviam sido publicados no mundo inteiro» [3].

1948

*Pierre MALE, inspirando-se na psicanálise, cria o primeiro serviço para crianças, que contou com a colaboração, pouco tempo depois, de J.A.Favreau.

Pierre Mâle [2] evoca a criação deste serviço (« Centre de guidance »), que se inscreveu no sentido da evolução da psicopatologia da criança, numa época em que dominava a assistência psiquiátrica e os Internatos médico-pedagógicos.

1950-1955

*Serge LEBOVICI, que começara a trabalhar no hospital des « Enfants malades », em Paris, no serviço do professor HEUYER, acolheu e formou estagiários estrangeiros, entre os quais Giovanni BOLLEA, professor de psiquiatria da criança em Roma ; NOVELETTO, que desempenhava um papel importante na psiquiatria do adolescente na mesma cidade; Ferdinand LECHAT, psicanalista belga; Matic, psiquiatra de Belgrado.

Mélanie KLEIN et WINNICOTT aceitaram convites para reuniões científicas organizadas a cada ano no hospital. Assim, S.L. começou uma longa colaboração com psicanalistas anglo-saxões [3].

*Alice DOUMIC publica o artigo: «Anorexie mentale des jeunes enfants ».

*Notemos que foi durante este perído que S.L. introduziu o psicodrama para tratamento de crianças no mesmo hospital. Um grupo de analistas se reunia em casa dele nos domingos para continuar as discussões sobre o psicodrama mas também para discutir problemas teóricos relativos a análises feitas no Instituto de Psicanálise de Paris. Entre os analistas que participavam desses encontros podemos citar : Jean GILLIBERT, André GREEEN, Michel SOULE, Conrad STEIN, FAVREAU, Jeanine SIMON, LUQUET, AMADO, Francine KLEIN.

1956

*Os clínicos de criança S.LEBOVICI, R.DIATKINE, J.A.FAVREAU, P.LUQET, J.Luquet-Parat, V.R.MISES, J.MALLET e Pierre BOURDIER resumiram suas experiências em diversos artigos, pricipalemente « A psicanálise das crianças » [6].

*Didier ANZIEU publica : « Le psychodrame chez l'enfant », P.U.F.

1958 

*Serge LEBOVICI, René DIATKINE e Julien de AJURIAGUERRA criam a « Revue de psychiatrie de l'enfant », uma publicação científica semestral que obteve uma grande notoriedade nos meios especializados.

1959

*Alice DOUMIC publica o artigo : « Le sommeil de l'enfant avant 3 ans".

1961

* Jean LEMAIRE, psiquiatra-psicanalista, cria a « Association Française des Centres de Consultation Conjugale »

1962

*E. KESTEMBERG publica : « L'identité et l'identification chez l'adolescent ».

*Início dos primeiros tratamentos foniátricos, resultado do trabalho comum de S. LEBOVICI e J. de AJURIAGUERRA, donde resultaram as pesquisas que fizeram sobre a linguagem. Durante vinte anos os dois pesquisadores acompanharam os tratamentos de crianças psicóticas e desta longa experiência eles tiraram a conclusão « que elas não evoluiam de maneira obrigatória para uma esquizofrenia, mas às vezes para um isolamento total, ou uma sorte de alienação mental ».

* Françoise DOLTO, após a publicação da segunda edição de seu livro, « Psychanalyse et pédiatrie », e a organização de seminários sobre a psicanálise da criança,  ganhou uma grande notoriedade nos meios especializados.

* S.LEBOVICI e Evelyne KESTEMBERG publicam a monografia intitulada : « Le devenir de la psychose chez l'enfant », após estudos de numerosas observações. Nesta monografia, eles desenvolveram a teoria que distinguia as crianças autistas das psicóticas [3].

1964.

*Françoise DOLTO publica a terceira edição de seu livro, « Psychanalyse et pédiatrie », diffusion Librairie Bonnier-Lespiaut, Paris.

 * Françoise Dolto, após haver publicado vários artigos e livros, e organizado seminários sobre a psicanálise da criança que tiveram um grande sucesso; graças também a sua participação em programas tratando de crianças em rádios e televisões, tornou-se a analista mais conhecida do público francês.

Podemos dizer que ela teve uma atuação política importante, na medida em que conseguiu sensibilizar a opinião pública e a popularizar a psiquiatria da criança. Mas foi também criticada por « fazer psicanálise pelas ondas », referências a um célebre programa de rádio no qual ela respondia às questões dos ouvintes, geralmente as mães, que apresentavam suas dificuldades com os filhos. F. DOLTO aconselhava, guiava, propunha soluções, interpretava às vezes.

1965

*M. FAIN, L. KREISLER e M. SOULÉ publicam o artigo: "La clinique psychosomatique chez l'enfant".

*Maud MANNONI publica: « Le premier rendez-vous avec le psychanalyste », préface de Françoise DOLTO, éditions du Seuil, Paris.

1966

* Publicação da « Psychanalyse de L'Enfant », de Victor SMIRNOFF, livro traduzido em português por Zeferino ROCHA, editora Vozes..

*Criação da « Psiquiatria de setor » e dos primeiros « Hospitais de dia »para crianças. S.LEBOVICI teve participação ativa no desenvolvimento destas estruturas.

*Desenvolvimento da psiquiatria do adolescente e da psiquiatria do bebê (perinatal). Foi um período marcado por ume perda relativa da influência da psicanálise consecutiva à crescente biologisação da pedopsiquiatria e à importância cada vez maior da pediatria [3,4].

1967

*Maud MANNONI publica o livro : « L'Enfant, sa maladie et les autres », Seuil, Paris.

1968

*Serge LEBOVICI apresenta uma classificação multi-axial de crianças psicóticas e autistas num seminário da « Organização Mundial da Saúde », realizado em Paris. Ele sustentou a hipótese de que a psicose e o autismo eram duas entidades clínicas distintas, um ponto de vista contrário ao dos americanos. A O.M.S. utilizou esta classificação como base para uma classificação internacional, a I.C.D. 10. Este trabalho de S.L. contou com a colaboração de Sadoun, psiquiatra-psicanalista de crianças [3].

1970

*Julian DE AJURIAGUERRA,  professor de psiquiatria da criança na Faculdade de medicina de Genebra, publica seu famoso «  Manuel de Psychiatrie de L'Enfant ». 

*Maud MANNONI publica o livro : « Le Psychiatre, son « fou »et la psychanalyse », Editions du Seuil, Paris. Sua tese é que a sociedade faz seus loucos, e cria, para cuidar deles, uma instituição que só pode transformá-los em objetos. Este livro inscreve-se no movimento antipsiquiátrico existente na época.

* Ilse BARANDE, Pierre BOURDIER e S. DAYMAS-LUGASSY escrevem um importante capítulo para a EMC: « Psychothérapies de l'enfant et de l'adolescent », in Encyclopédie Médico-Chirurgicale, Psychiatrie.

* Serge LEBOVICI, Michel SOULE, S. DECOBERT e J. SIMON publicam o livro:« La connaissance de l'enfant par la psychanalyse ». Grande sucesso nos meios psicanalíticos não lacanianos.

*René DIATKINE e Jeaninne SIMON publicam : « La psychanalyse précoce ». Trata-se do relato da psicanálise de uma criança de três anos.

*Gérard MENDEL publica o livro « Pour décoloniser l'enfant, Payot, 1971.

*Françoise DOLTO tornou-se ainda mais célebre e conhecida fora dos círculos psicanalíticos graças às suas publicações e participações em programas de rádios e televisões. Incansável pedagoga, ela tornou-se uma grande defensora das crianças, insistindo para que fossem reconhecidas como pessoas dignas de respeito e merecedoras da atenção dos poderes públicos.

*Diante da impossibilidade de trabalhar com famílias carentes, cujas crianças eram recebidas no centro Alfred BINET por dificuldades escolares, S.LEBOVICI e suas equipes multidisciplinares decidiram sair dos muros do Centro para trabalhar nas próprias escolas do XIII arrondissement da capital francesa. Um inquérito realizado na época por uma equipe do Centro em duas classes de alunos permitiu comprovar a importância do tabalho com os pais, que se revelou mais útil do que os Q.I. para a predição da evolução escolar das crianças [3].

1971

*Françoise DOLTO publica o livro : « Le cas Dominique ».

*A. CLANCIER e R. JACCARD publicam o livro: « Parents sans défaut »

1972

*S. DECOBERT e M. SOULÉ : publicação do livro « La notion de couple thérapeutique »

1973

*Maud MANNONI publica : « Éducation impossible », Seuil, Paris.

1975

*S.LEBOVICI começa a cuidar de bebês, e, de uma maneira geral, a pedopsiquiatria dos bebês alcança um importante desenvolvimento, donde o sucesso do « Congresso de Cannes » de 1983, que reuniu cerca de duas mil pessoas .

*R. DIATKINE e J.SIMON publicam o livro : « La psychanalyse précoce », ou a análise de uma criança de três anos.

*F.KLEIN e R.DEBRAY publicam o livro : »Psychothérapies analytiques de l'enfant »,

Privat, Toulouse.

1979

*A revista « DIALOGUE », dirigida pelo psiquiatra-psicanalista, Jean LEMAIRE, publica um número intitulado : « L'Enfant Révélateur », comportando artigos de grande importância.Menção especial ao artigo : « Introduction aux thérapies familiales », de Jean LEMAIRE.

1993

*Michel HANUS : « Le deuil chez l'enfant », in Psychiatrie Française, Vol. XXIV, Ville-D'Avray, Décembre 1993.

1995

*Michel de BOUCAUD : « L'Approche clinique et la prise en charge des familles », in Psychiatrie Française,Vol. XXVI,Ville-D'Avray,Novembre 1995.

*Abram COEN : « Ethique des pratiques professionnelles dans le champ de l'enfance », in Psychiatrie Française,Vol. XXVI,Ville-D'Avray.

*Florent COSSERON, Ruchard BUFERNE,Emmanuelle GILBERT, Catherine EPELBAUM : « Soins et scolarité », in Psychiatrie Française,Vol. XXVI,Ville-D'Avray, 1995.

*Jean-Louis BRENOT, Yves MANELA : « L'Enfance de la psychiatrie », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray, Mars 1995.

*Serge LEBOVICI : « Réflexions spontanées sur une demi-siècle vécu par un psychiatre d'enfants », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI ,Ville-D'Avray.

*René DIATKINE : «La pensée du changement », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Philippe KUYPERS : «L'enfant et le symptôme », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Jacques CONSTANT : «Modes, modèles, pratiques... à propos de l'autisme infantile », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI ,Ville-D'Avray, Mars 1995.

*Denys RIBAS : «L'autisme infantile, cinquante après son ivention par KANNER », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Monique BYDLOWSKI : « Psychiatrie infantile prénatale », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Roger SALBREUX : «La naissance des C.A.M.S.P. », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Roger MISÈS, Nicole QUEMADA: «Classifications françaises récentes des troubles mentaux et des handicaps chez l'enfant et l'adolescent », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*René SOULAYROL : «Histoire de l'enfant fou », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray, Mars 1995.

*Philippe JEAMMET : « L'émergence de la psychiatrie de l'adolescent », Vol. XXVI, Ville-D'Avray, Mars 1995.

*Philippe MAZET : « Psychiatrie de l'enfant et de l'adolescent dans dix ans, dans vingt ans », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray.

*Romain LIBERMAN : « Pratique psychiatriuqe de l'intégration scolaire », in Psychiatrie Française, Vol. XXVI, Ville-D'Avray, Mars 1995.

1999

V. VANTALON, D. GOURION, M.-C.MOUREN-SIMEONI : « Distúrbios depressivos na criança », Doin, Paris,1999.

2002

*Gérard SCHMIT, Roger MISÈS : « La consultation pédopsychiatrique », in Psychiatrie Française, N°119, Ville-D'Avray, Novembre 2002.

2005

*D. BAILLY e colaboradores, prefácio do Professor M. RUFFO: « Pedopsiquiatria de liaison », Doin, Paris, 2005.

* Serge LESOURD, « Paternidade prematura » in « Le Journal des psychologues », editado por MARTIN MEDIA, N° 229, França, Julho-Agosto

2005.

* Marisa DECAT DE MOURA : « Reproduction assitée, un savoir sans vérité et un savoir non sans verité » , in « Le Journal des psychologues », editado por MARTIN MEDIA, N° 229, França, Julho-Agosto 2005.

* Maria de Lourdes DE MELO BAETA : « Entre perception et conscience »,

in « Le Journal des psychologues », editado por MARTIN MEDIA, N° 229, França, Julho-Agosto 2005.

* Lea NEVES MOHALLEN: "Prematurité et trauma , rien que le temps", in

« Le Journal des psychologues », editado por MARTIN MEDIA, N° 229, França, Julho-Agosto 2005.

4. PEDOPSIQUIATRA E PEDIATRA, UMA NOVA COLABORAÇÃO.

Doutor Eliezer de Hollanda Cordeiro

A consultação pedopsiquiátrica é um ato técnico altamente especializado, que dura bastante tempo, exigindo uma grande disponibilidade da parte do clínico e implicando particularmente a família da criança (1).

A consultação pediátrica é centrada no exame somático da criança.

No livro "Pédopsichiatrie de liaison" [2], coordenado por D. BAILLY, os autores tratam e defendem a idéia « de uma colaboração entre pediatras e pedopsiquiatras. Eles definem esta nova modalidade de trabalho « como a integração sistermática de equipes de psiquiatria da criança e do adolescente nos serviços de pediatria.

« Esta prática apoia-se em dados oriundos da pesquisa clínica que permitem atualmente precisar os fatores de riscos suscetiveis de favorecer o aparecimento de distúrbios psicopatológicos nas crianças hospitalizadas ».

Eeste domínio da psiquiatria da criança, embora esteja se desenvolvendo em todo o mundo, resta ainda bastante ignorado pelos serviços de pediatria. Na França, esta experiência de trabalho reunindo pediatras e pedopsiquiatras está crescendo à medida em que as equipes pediátricas mostram-se sensíveis aos sofrimentos das crianças e às suas próprias interrogações existenciais, marcadas pela ansiedade decorrente da natureza mesma dos distúrbios que elas tratam, nos quais a questão da morte é onipresente. Desta forma, psicólogos e pedopsiquiatras de formação psicanalítica trabalham cada vez mais com equipes acolhendo crianças em fase terminal : em pavilhões para cancerosos, traumatizados do crâneo, doenças degenerativas, mal-formações irreversiveis...

Mas outras especialidades médicas estão acolhendo igualmente pedopsiquiatras e psicólogos de formação psicanalítca, por exemplo os serviços de reanimação destinados a crianças prematuras.

Recentemente, tomamos conhecimento dos trabalhos realizados com crianças prematuras na Universidade Louis-Pasteur, em Strasbourg. Em torno de Serge LESOURD, professor de psicopatologia clínica dessa universidade e diretor da unidade de pesquisa em psicologia, uma clínica da criança prematura deu lugar a uma série de elaborações teóricas sobre questões fundamentais, notadamente a função do pai, seu nascimento , sua construção e seus entraves. Como escreve Serge LESOURD[3], « a clínica da prematuração, revela, como num laboratório, as diversas modalidades da construção da função paterna para um homem, assim como os diferentes papéis que ele deve desempenhar para com a criança, a mulher que se torna mãe, e para a díade mãe-criança(...).

Foi no « Le Journal des Psychologues », que publicou um importante dossiê intitulado « Nascimento do pai, psicanálise e paternidade », que tivemos a grata surpresa de notar a colaboração de psicanalistas brasileiras aos trabalhos dirigidos pelo Professor LESOURD. Ao mesmo tempo, soubemos da existência de um intercâmbio científico entre a Universidade de Strasbourg e a Universidade FUMEC de Belo Horizonte, onde trabalham as três colegas psicanalistas.

Referimo-nos a Marisa Decat de Moura[4], Maria de Lourdes de MELO BAÊTA(5)e Lea NEVES MOHALLEN(6). Notemos que os três artigos por elas escritos foram publicados em versão portuguesa, nas edições de France-Brasil-Psy de Julho, Agosto e Setembro 2005.

A pedopsiquiatria é uma disciplina bastante recente, lembrêmo-nos de que sua evolução foi muito lenta, que os serviços de pedopsiquiatria, que até 1970 continuavam ainda a ser apenas lugares onde se depositavam crianças.

E que foi graças à psicanálise que a psiquiatria da criança começou realmente a se desenvolver e passou a dar importância aos acontecimentos infantis na elaboração da personalidade e ao papel das vicissitudes psicológicas da criança na organização dos distúrbios mentais do adulto.

Numa sorte de movimento regressivo, a pedopsiquiatria começou a se interessar aos problemas apresentados por crianças cada vez mais jovens: crianças em período de latência, em idade escolar, bebês, recém-nascidos, embriões, até chegar às fecundações artificiais.O pedopsiquiatra realiza assim o duplo trabalho de prevenção e tratamento do sofrimento psíquico das crianças.

Nas próximas edições de France-Brasil-Psy, abordaremos a questão do mal estar dos adolescenets.

1) Gérard SCHMIT, Roger MISÈS : « La consultation pédopsychiatrique », in Psychiatrie Française, N°119, Ville-D'Avray, Novembre 2002.

2)D. BAILLY e colaboradores, prefácio do Professor M. RUFFO: « Pedopsiquiatria de liaison », Doin, Paris, 2005.

3) Serge LESOURD, « Paternidade prematura » in « Le Journal des psychologues », editado por MARTIN MEDIA, N° 229, França, Julho-Agosto 2005.

4) Marisa DECAT DE MOURA : « Reprodução assistida, um saber sem verdade e um saber não sem verdade », in France-Brasil-Psy, edição da Psychiatry on line Brasil, Julho, 2005.

5) Maria de Lourdes DE MELO BAETA : « Ente percepção e consciência »,

In France-Brasil Psy, edição de Psychiatry on line Brazil, setembro,2005.

6) Lea NEVES MOHALLEN: "Prematuridade e trauma, nada como o tempo", in

in France-Brasil-Psy, edição da Psychiatry on line Brasil, Agosto, 2005.

5. ASSOCIAÇÕES

Association Française pour l'Approche Intégrative et Eclectique en Psychothérapie (AFIEP)

Association Française de Psychiatrie et Psychologie Légales (AFPP)

Association Française de Musicothérapie (AFM)

Association Art et Thérapie

Association Française de Thérapie Comportementale et Cognitive (AFTCC)

Association Francophone de Formation et de Recherche en Thérapie Comportementale et

Cognitive (AFFORTHECC)

Association de Langue Française pour l'Etude du Stress et du Trauma (ALFEST)

Association de Formation et de Recherche des Cellules d'Urgence Médico-Psychologique (AFORCUMP)

Association Nationale des Hospitaliers Pharmaciens et Psychiatres (ANHPP)

Association Scientifique des Psychiatres de Secteur (ASPS)

Association Commission Des Hospitalisations Psychiatriques France (CDHP France)

Association Promotion Défense de la Psychiatrie à l'Hôpital Général (PSYGE)

Association Karl Popper

Association pour la Fondation Henri Ey

Association Internationale d'Ethno-Psychanalyse (AIEP)

Collectif de Recherche Analytique (CORA)

Ecole Parisienne de Gestalt

Ecole Française de Sexologie

Ecole de la Cause Freudienne www.causefreudienne.org

Groupement d'Etudes et de Prévention du Suicide (GEPS)

Groupe de Recherches sur l'Autisme et le Polyhandicap (GRAP)

Groupe de Recherches pour l'Application des Concepts Psychanalytiques à la Psychose (GRAPP)

Regroupement National en Psychiatrie Publique (RENEPP)

Société Française de Gérontologie

Société Française de Thérapie Familiale (SFTF)

Société Francophone de Médecine Psychosomatique

Société Française de Psychopathologie de l'Expression et d'Art-thérapie(SFPE)

Société Française de Recherche sur le Sommeil (SFRS)

Société Française de Relaxation Psychothérapique (SFRP)

Société Française de Sexologie Clinique (SFSC)

Société Française de Psycho-oncologie/Association psychologie et cancers

Société d'Addictologie Francophone

Société Ericksonienne

Société de Psychologie Médicale et de Psychiatrie de Liaison de Langue Française

Société Médicale Balint

Union Nationale des Associations de Formation Médicale Continue (UNAFORMEC)

Union Nationale des Amis et Familles de Malades Mentaux (UNAFAM)

Association Psychanalytique de France (APF)

Société Psychanalytique de Paris (SPP)

Ecole Freudienne de Paris

6. LIVROS RECENTES

A « LETTRE DE PSYCHIATRIE FRANÇAISE »  selecionou os seguintes livros :

*O Intraduzivel : luto, memória, transmissão
Janine ALTOUNIAN
Dunod - 22 €

*Psicanálise : idéias destruidoras
Mário de BARROS FERREIRA
Ed. Bennévent -14 €

*Clínica psiquiátrica, Clínica psicanalítica : estudos e pesquisas,1980-2004
Paul BERCHERIE
L'Harmattan - 25 €

*Quinze milhões de crianças a defender : elas são as pupilas de nossos olhos
Claire BRISSET
Albin Michel - 19,50 €

*Conversações com anoréxicos
Hilde BRUCH
Payot - 9 €

*Freudaines
Jean-Pierre CHARTIER
Dunod - 14 €

*Os encantos do visível : Freud e a estética
Françoise COBLENCE
PUF - 10 €

*A psicanálise precoce: o processo analítico na criança
René DIATKINE, Janine SIMON
PUF - 19 €

*Para compreender Jean PIAGET
Jean-Marie DOLLES
Dunod - 24 €

*O mal das ideologias
François DUPARC
PUF - 25 €

*O interesesse do psicodrama analítico : contribuição à uma metapsicologia da técnica analítica
Jean-Marc DUPEU
PUF - 29 €

*Novos retratos do perverso moral
Alberto EIGUER
Dunod - 19,50 €

*Decifração do inconsciente
Henri EY
L'Harmattan - 11,50 €

*A ausência
Pierre FEDIDA
Gallimard - 8,50 €

*Diálogo sobre a natureza da transferência
Michel GRIBINSKI, Josef LUDIN
PUF - 10 €

*As esquizofrenias
Sadeq HAOUZIR, Amal BERNOUSSI
Armand Colin - 9 €

*A melancolia e seus destinos : melancolia e depressão
Anne JURANVILLE
In Press - 10 €

*Sonho, onirismo, alucinação, psicanálise e psicose
Evelyne e Jean KESTEMBERG
Centro de Psicanálise e psicologia
ASM13

*O triunfo da religião precedido do Discurso aos católicos
Jacques LACAN
Seuil - 12 €

*A obra clínica:livro reunindo treze artigos publicados na Revista Francesa de Psicanálise e em Evolução Psiquiátrica
Rugolph M. LOEWENSTEIN
Biblioteca dos Introuvables - 49 €

*Perversões sexuais e narcísicas
Jean-Louis PEDINIELLI, Gérard PIRLOT
Armand Colin- 9 €

*O paciente psicótico : aspectos da personalidade
David ROSENFELD
Ed. du Hublot - 24,50 €

*Winnicott em quatro squiggles
François DUPARC (sob a direção)
In Press. -19 €

*Adições e psiquiatria : relatório de psiquiatria
Congresso de psiquiatria e neurologia de língua francesa
Masson - 39 €

7.REVISTAS

ABSTRAC PSYCHIATRIE : www.impact-medecin.fr

LA REVUE FRANÇAISE DE PSYCHIATRIE ET DE PSYCHOLOGIE MEDICALE : www.mfgroupe.com

L'ENCEPHALE:WWW.ENCEPHALE.ORG

LES ACTUALITES EN PSYCHIATRIE: www.vivactis-media.com

NEUROPSY : WWW.NEUROPSY.FR

NERVURE : REDACTION: HOPITAL SAINTE-ANNE, 1 RUE CABANIS, 75014 PARIS. TÉLÉPHONE: 01 45 65 83 09 FAX. 01 45 65 87 40

NEURONALE (REVISTA DE NEUROLOGIA DO COMPORTAMENTO) [email protected]

PSN :(PSYCHIATRIE, SCIENCES HUMAINES, NEUROSCIENCES) : rue de la convention, 75015 paris. Fax : 0156566566

PSYCHIATRIE FRANÇAISE : [email protected]

PSYDOC-BROCA.INSERM.FR/CYBERSESSIONS/CYBER.HTML

SYNAPSE : [email protected]

EVOLUTION PSYCHIATRIQUE

8.SELEÇÃO de SITES

ETNOPSIQUIATRIA : www.ethnopsychiatrie.net

www.carnetpsy.com

Collège de Psychanalyse Groupale et Familiale www.psychafamille.com

Å’dipe www.oedipe.org

Quatrième Groupe http://quatrieme-groupe.org

Société Psychanalytique de Paris www.spp.asso.fr

www.doctissimo.fr

Association Française Des Psychiatres D'exercice Prive:www.afpep-snpp.org

Bulletin de L'ordre des Médecins: www.conseil-national.medecin.fr

Mediagora:http://perso.wanadoo.fr/christine.couderc/

Agoraphobie.com:http://www.agoraphobie.com/

Sitesfrancophones:http://www.churouen.fr/ssf/pathol/etatanxiete.html

Distúrbios do humor (afetivos) : www.dépression.ch

Estados limites em psiquiatria: tratamento (D. Marcelli): Suicídio Escuta - 24/24 http://suicide.ecoute.free.fr

Informações sobre o suicídio e as situações de crise: http://www.suicideinfo.org/french

Centro de Prevenção do suicídio: http://www.preventionsuicide.be

Associaçao Alta ao Suicídio: http://www.stopsuicide.ch

Suicídio : http://www.chu-rouen.fr/ssf/anthrop/suicide.html

Drogas : http://www.drogues.gouv.fr/fr/index.html

S.O.S. RÉSEAUX : http://www.sosreseaux.com/

IREB - Instituto de pesquisas científicas sobre as bebidas: http://www.ireb.com/

ADDICA : Addictions Précarité Champagne Ardenne : http://www.addica.org/

INTERNET ADDICTION : conceito de dependência à Internete: http://www.psyweb.net/addiction.htm

Estupefiantes e conduta automobilística; as proposições da SFTA: http://www.sfta.org/commissions/
stupefiantsetconduite.htm


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