Neste mês de julho de 2018 estamos completando 22 anos de um trabalho permanente de levar aos psiquiatras brasileiros e ao mundo psi, o fruto de dezenas de colaboradores que acreditaram numa ideia lançada pelo Dr. Giovanni Torello em 1996. Já se passaram seis copas do mundo, vários presidentes, muitos terremotos e estamos aqui firmes. Recentemente consegui indexar no ProCite todos os trabalhos publicados ao longo destes anos. São 1170 (mil cento e setenta trabalhos). Um dos nossos brilhantes colaboradores foi o filósofo, psicanalista, escritor, contista Dr. Rubem Alves. Recomendo que leiam os excelentes artigos por ele publicados, dele retiro uma citação de Manoel de Barros que ele gostava muito “A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá, mas não pode medir os seus encantos”. Tentava mostrar que a Ciência não deveria se ater rigidamente ao método quantitativo, que deveria existir espaço para o qualitativo.

Nós da Psychiatry Online (POLBR) procuramos ser ecléticos, abrimos espaço para colaborações de diferentes matizes, desde a metodologia quantitativa até alguns aspectos mais amenos e até poéticos. Novamente cito Rubem Alves; “A ciência é muito boa – dentro dos seus precisos limites. Quando transformada na única linguagem para se conhecer o mundo, entretanto, ela pode produzir dogmatismo, cegueira e, eventualmente, emburrecimento.

Dentro desta linha temos colaboradores que trabalham com a História da Psiquiatria, com o futuro da especialidade, com suas relações com as artes, pesquisa e com a psicanálise. Alguns tem uma obra robusta, consistente e fazem parte do “núcleo duro da polbr”. Cito alguns como o Professor Fernando Portela Câmara com cerca de cem trabalhos publicados sobre a Medicina psiquiátrica em suas fronteiras com o mundo digital, com a informática e novos rumos teóricos. O Professor Eliezer de Hollanda Cordeiro, psicanalista formado na França e lá residente, tem uma coluna versátil sobre psicanálise e uma ponte entre França e Brasil. São 134 trabalhos publicados ao longo destes anos. Outro psicanalista, apaixonado por cinema nos brindou com 179 artigos, trata-se do Dr. Sérgio Telles. Além de nosso colaborador escreve regularmente na imprensa de São Paulo. Sobre Psiquiatria Forense a Dra. Hilda Clotilde Penteado Morana já publicou 70 artigos, muitos em colaboração com o Dr. Quirino Cordeiro (33) que agora ocupa cargo de destaque na administração federal. (Coordenação de Saúde Mental). De Taubaté a Professora Márcia Gonçalves já nos brindou com 61 trabalhos. Eu mesmo. Walmor J. Piccinini, já colaborei com 150 artigos, predominantemente sobre história da psiquiatria. Nos últimos anos, assumi a Editoria da Psychiatry Online com a não desejada aposentadoria do antigo editor. Com isto tenho escrito menos, tenho aberto espaço para novos colaboradores. Alguns colaboradores foram ceifados pela morte e deixaram uma imensa saudade, Rubem Alves, Carlos Alberto Crespo de Souza eram os mais ativos.

Nestes 22 anos de atividade a POLBR se manteve independente de patrocínios externos e foi mantida basicamente pelos editores Torello e Piccinini o que contraria a fama que italianos sejam bons negociantes, nunca conseguiram atrair interessados para patrocinar a revista eletrônica. Contamos ainda com a assessoria da programadora Marina Milos e este é a “Sala de Redação da Psychiatry Online Brazil”, nome original derivado da revista mãe Psychiatry Online England (http://www.priory.com/psych.htm) e de sua irmã italiana a Psychiatry Online Itália.  Nós editores devemos fazer parte de uma casta sofredora, conclui isto assistindo um vídeo do Francesco Bolorino, editor da Psychiatry Online Ita (https://www.youtube.com/user/PsychiatryonlineITA1) em que le apresenta para os leitores os custos de manutenção da Revista que vão de um mínimo de 10.000 Euros/ano, para uma necessidade real de 21 mil Euros/anuais. Ele colocou na página um pedido de subscrição voluntária de acordo com a disponibilidade dos leitores. A ideia merece consideração, mas não vejo como muito palatável para os costumes brasileiros onde a ideia é receber tudo de graça. Vamos pensar no assunto.

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